“O que é Hate Reads?”, perguntou uma cliente do River, um bar na Bayard Street, em Chinatown, Manhattan, no início de uma noite deste mês. Ela e uma amiga não tinham ideia de que haviam entrado no começo de uma festa.
Talvez tenha sido a pergunta perfeita para dar início ao evento da noite: uma leitura para comemorar a tiragem limitada do Hate Reads (algo como “leituras de ódio”), uma newsletter pop-up dentro de uma outra newsletter, criada por Delia Cai, jornalista da revista Vanity Fair. (Hate Reads foi publicada em uma quantidade limitada na newsletter de Cai, Deez Links, que ela publica no site Substack, o patrocinador da festa da noite).
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Em uma alusão ao estilo de blog suculento de uma época passada (2010), os colaboradores escreveram anonimamente ensaios contra suas coisas menos favoritas. Eles criticaram coisas como os figurinos de Taylor Swift, os goldendoodles, as festas da mídia e, em um metacomentário, os próprios Hate Reads. Alguns dos textos, particularmente um sobre o estado da moda masculina, tornaram-se moderadamente virais em certos círculos da internet.
Funcionários do Substack percorreram o bar com um rolo de etiquetas adesivas e uma caneta hidrográfica, incentivando as pessoas a se identificarem não apenas com seus nomes, mas com algo que odiavam. Vinhos naturais, colegas de quarto comendo suas compras, mastigação barulhenta e “policiais” foram vistos nos peitos durante toda a noite.
“Eu me odeio”, escreveu Mi-Anne Chan, criadora da newsletter Mixed Feelings, da Condé Nast.
Cerca de 75 pessoas se amontoaram nos cantos escuros do River, sentadas em cadeiras, bancos e até mesmo no chão para ver vários dos ensaístas se desmascararem e lerem trechos de seus trabalhos. (“Desmascarar” é um termo vago aqui, já que vários dos escritores se revelaram por meio das redes sociais logo após a publicação, aparentemente incapazes de resistir ao canto da sereia de uma dose rápida de dopamina).
Cai subiu em um banco para anunciar o início da noite. “Oh, capitão, meu capitão”, gritou alguém da plateia. [em alusão ao filme Sociedade dos Poetas Mortos]
“Não vamos praticar bullying online esta noite”, explicou Cai, pedindo à multidão que pensasse bem antes de postar sobre a festa nas redes sociais, para não provocar uma mobilização na internet contra um dos autores que compartilhava o objeto de sua repulsa.
Um a um, 10 ensaístas se revezaram na leitura. Daniel Varghese, um editor do The Wall Street Journal, implorou para que as pessoas parassem de levar bebidas bizarras para as festas em residências, enquanto Danya Issawi, do site The Cut, deixou escapar sua ira contra as pessoas que andam rápido. Um destaque foi a escritora Mary H.K. Choi, que fez um monólogo sobre como ela se odeia por amar o músico Post Malone. (Choi não escreveu um ensaio para o Hate Reads).
“É como se fosse um câncer dentro de mim”, disse Choi sobre Post Malone. “Tem alguma coisa em um tipo específico de cara branco babaca que mexe comigo”, acrescentou ela, enquanto a plateia gritava e ria.
Após o término das leituras, o público, que incluía a editora do site de moda Highsnobiety, Willa Bennett, e o fundador do jornal Drunken Canal, Gutes Guterman, permaneceu na sala escura. “Peça o Haterade”, diziam vários cartazes colados perto do bar. Era um refrigerante com vodca.
“Sinto que sou a única fã de verdade aqui”, brincou May Olvera, produtora de eventos da NewsNation que ficou sabendo do evento pelas redes sociais. Todos os outros presentes na sala pareciam ter escrito um Hate Read, ou eram amigos, parceiros românticos, colegas, ex-colegas ou futuros colegas de um escritor do Hate Reads.
“Se tiver alguém aqui que tenha um relacionamento aberto de longo prazo”, disse Cai para a plateia em um determinado momento, “tem uma pessoa que quer falar com você para uma reportagem”. Esta era uma festa da imprensa, o que mais você esperava?
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