Uma editora holandesa decidiu, nesta quarta-feira (23), retirar de venda um livro que afirmava que um tabelião judeu revelou o esconderijo de Anne Frank em Amsterdã, uma investigação contestada por historiadores.
Ontem, um grupo de seis especialistas apresentou um relatório em Amsterdã, rejeitando os resultados da investigação, muito criticada desde que suas conclusões foram apresentadas em janeiro.
"Com base nas conclusões do relatório, decidimos que o livro não estará mais disponível. com efeito imediato", disse a editora Ambo Anthos em um comunicado, pedindo aos livreiros que devolvam as cópias que já têm.
"Gostaríamos de oferecer, mais uma vez, nossas sinceras desculpas àqueles que tenham se sentido ofendidos pelo conteúdo do livro", acrescentou.
O livro The Betrayal of Anne Frank: A Cold Case investigation (A traição de Anne Frank: a investigação de um caso abandonado, em tradução livre), da canadense Rosemary Sullivan, narra como o tabelião judeu Arnold van den Bergh revelou, supostamente, o esconderijo de Anne Frank, em 1944, em Amsterdã.
De acordo com o informe dos especialistas apresentado na terça-feira, a investigação se baseou apenas em suposições e em interpretações equivocadas das fontes.
Anne Frank é conhecida por seu diário, escrito entre 1942 e 1944, enquanto ela e sua família estavam escondidos em um apartamento secreto em Amsterdã. Ela foi presa em 1944 e morreu no ano seguinte, aos 15 anos, no campo de concentração de Bergen-Belsen.