Coluna quinzenal da jornalista Luciana Garbin que traz foco para as questões femininas na sociedade atual

Opinião|Nem punição nem recompensa: usando Comunicação Não Violenta com os filhos


Desafio é se conectar com os filhos sem ser por medo de castigo ou esperança de recompensa

Por Luciana Garbin

Você só vai na casa da amiguinha se comer toda a fruta.”  “Futebol? Se não fizer a lição, esquece.”  “Nada de TV hoje se não recolher esses lápis.” Se você é mãe, deve já ter proferido alguma frase do tipo. São condições baseadas em recompensa ou punição. Mas, antes de repeti-las, que tal testar um método desenvolvido pelo psicólogo americano Marshall Rosenberg ainda nos anos 1960 e que tem bombado em canais do YouTube? É a Comunicação Não Violenta

A comunicação é a base dos bons relacionamentos, mediar não envolve violência Foto: Pixabay

Rosenberg via castigo e recompensa como formas de exercer poder sobre os outros e tentar forçá-los a se comportar como queremos. Mas dizia que, quando o objetivo é esse, é muito comum que os pressionados resistam às exigências. Tenham eles 2 ou 92 anos. Sejam filhos, pais, maridos, mulheres, chefes, subalternos. No caso dos pais, o desafio é se conectar com os filhos sem que eles tenham como motivação medo de castigo ou esperança de prêmio. E para isso é fundamental ajustar a linguagem, abdicar de juízos de valor pautados sempre no erro (“Você fez isso”; “Você fez aquilo”) e seguir quatro passos.  O primeiro é observar os fatos sem criticar. Sabe aquela irritação ao ver um monte de brinquedos no chão? Em vez de gritar algo do tipo “De novo largou tudo espalhado? Você não aprende mesmo!”, troque por uma constatação sem julgamento: “Vejo que você deixou os brinquedos no chão”. 

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E para isso é fundamental ajustar a linguagem, abdicar de juízos de valor pautados sempre no erro

Em seguida, diga ao filho como isso te faz sentir. “Quando vejo esses brinquedos e quase tropeço neles, eu me sinto chateada, irritada, triste...” O terceiro passo é dizer que necessidades suas foram desrespeitadas. “Sinto raiva de ver tudo desarrumado porque minha necessidade de organização não está sendo atendida.” Para finalizar, peça o que você quer. Segundo o autor, muitas vezes reclamamos, mas não dizemos claramente o que desejamos. E, se é difícil para nós dizer o que queremos, para os outros será ainda mais difícil fazer o que queremos.  Uma alternativa no exemplo acima seria, por exemplo, pedir à criança: “Você pode, por favor, guardar os brinquedos assim que terminar de brincar?”. E só.  Importante: Comunicação Não Violenta não tem a ver com permissividade ou deixar o filho fazer tudo o que quer. A proposta é tentar enxergar o fato a partir da perspectiva dele e entender possíveis razões para suas atitudes. Essa empatia aumenta a chance de conexão e, de quebra, de o seu pedido ao final ser atendido.  Comecei a testar em casa e os resultados têm sido surpreendentes. 

Você só vai na casa da amiguinha se comer toda a fruta.”  “Futebol? Se não fizer a lição, esquece.”  “Nada de TV hoje se não recolher esses lápis.” Se você é mãe, deve já ter proferido alguma frase do tipo. São condições baseadas em recompensa ou punição. Mas, antes de repeti-las, que tal testar um método desenvolvido pelo psicólogo americano Marshall Rosenberg ainda nos anos 1960 e que tem bombado em canais do YouTube? É a Comunicação Não Violenta

A comunicação é a base dos bons relacionamentos, mediar não envolve violência Foto: Pixabay

Rosenberg via castigo e recompensa como formas de exercer poder sobre os outros e tentar forçá-los a se comportar como queremos. Mas dizia que, quando o objetivo é esse, é muito comum que os pressionados resistam às exigências. Tenham eles 2 ou 92 anos. Sejam filhos, pais, maridos, mulheres, chefes, subalternos. No caso dos pais, o desafio é se conectar com os filhos sem que eles tenham como motivação medo de castigo ou esperança de prêmio. E para isso é fundamental ajustar a linguagem, abdicar de juízos de valor pautados sempre no erro (“Você fez isso”; “Você fez aquilo”) e seguir quatro passos.  O primeiro é observar os fatos sem criticar. Sabe aquela irritação ao ver um monte de brinquedos no chão? Em vez de gritar algo do tipo “De novo largou tudo espalhado? Você não aprende mesmo!”, troque por uma constatação sem julgamento: “Vejo que você deixou os brinquedos no chão”. 

E para isso é fundamental ajustar a linguagem, abdicar de juízos de valor pautados sempre no erro

Em seguida, diga ao filho como isso te faz sentir. “Quando vejo esses brinquedos e quase tropeço neles, eu me sinto chateada, irritada, triste...” O terceiro passo é dizer que necessidades suas foram desrespeitadas. “Sinto raiva de ver tudo desarrumado porque minha necessidade de organização não está sendo atendida.” Para finalizar, peça o que você quer. Segundo o autor, muitas vezes reclamamos, mas não dizemos claramente o que desejamos. E, se é difícil para nós dizer o que queremos, para os outros será ainda mais difícil fazer o que queremos.  Uma alternativa no exemplo acima seria, por exemplo, pedir à criança: “Você pode, por favor, guardar os brinquedos assim que terminar de brincar?”. E só.  Importante: Comunicação Não Violenta não tem a ver com permissividade ou deixar o filho fazer tudo o que quer. A proposta é tentar enxergar o fato a partir da perspectiva dele e entender possíveis razões para suas atitudes. Essa empatia aumenta a chance de conexão e, de quebra, de o seu pedido ao final ser atendido.  Comecei a testar em casa e os resultados têm sido surpreendentes. 

Você só vai na casa da amiguinha se comer toda a fruta.”  “Futebol? Se não fizer a lição, esquece.”  “Nada de TV hoje se não recolher esses lápis.” Se você é mãe, deve já ter proferido alguma frase do tipo. São condições baseadas em recompensa ou punição. Mas, antes de repeti-las, que tal testar um método desenvolvido pelo psicólogo americano Marshall Rosenberg ainda nos anos 1960 e que tem bombado em canais do YouTube? É a Comunicação Não Violenta

A comunicação é a base dos bons relacionamentos, mediar não envolve violência Foto: Pixabay

Rosenberg via castigo e recompensa como formas de exercer poder sobre os outros e tentar forçá-los a se comportar como queremos. Mas dizia que, quando o objetivo é esse, é muito comum que os pressionados resistam às exigências. Tenham eles 2 ou 92 anos. Sejam filhos, pais, maridos, mulheres, chefes, subalternos. No caso dos pais, o desafio é se conectar com os filhos sem que eles tenham como motivação medo de castigo ou esperança de prêmio. E para isso é fundamental ajustar a linguagem, abdicar de juízos de valor pautados sempre no erro (“Você fez isso”; “Você fez aquilo”) e seguir quatro passos.  O primeiro é observar os fatos sem criticar. Sabe aquela irritação ao ver um monte de brinquedos no chão? Em vez de gritar algo do tipo “De novo largou tudo espalhado? Você não aprende mesmo!”, troque por uma constatação sem julgamento: “Vejo que você deixou os brinquedos no chão”. 

E para isso é fundamental ajustar a linguagem, abdicar de juízos de valor pautados sempre no erro

Em seguida, diga ao filho como isso te faz sentir. “Quando vejo esses brinquedos e quase tropeço neles, eu me sinto chateada, irritada, triste...” O terceiro passo é dizer que necessidades suas foram desrespeitadas. “Sinto raiva de ver tudo desarrumado porque minha necessidade de organização não está sendo atendida.” Para finalizar, peça o que você quer. Segundo o autor, muitas vezes reclamamos, mas não dizemos claramente o que desejamos. E, se é difícil para nós dizer o que queremos, para os outros será ainda mais difícil fazer o que queremos.  Uma alternativa no exemplo acima seria, por exemplo, pedir à criança: “Você pode, por favor, guardar os brinquedos assim que terminar de brincar?”. E só.  Importante: Comunicação Não Violenta não tem a ver com permissividade ou deixar o filho fazer tudo o que quer. A proposta é tentar enxergar o fato a partir da perspectiva dele e entender possíveis razões para suas atitudes. Essa empatia aumenta a chance de conexão e, de quebra, de o seu pedido ao final ser atendido.  Comecei a testar em casa e os resultados têm sido surpreendentes. 

Você só vai na casa da amiguinha se comer toda a fruta.”  “Futebol? Se não fizer a lição, esquece.”  “Nada de TV hoje se não recolher esses lápis.” Se você é mãe, deve já ter proferido alguma frase do tipo. São condições baseadas em recompensa ou punição. Mas, antes de repeti-las, que tal testar um método desenvolvido pelo psicólogo americano Marshall Rosenberg ainda nos anos 1960 e que tem bombado em canais do YouTube? É a Comunicação Não Violenta

A comunicação é a base dos bons relacionamentos, mediar não envolve violência Foto: Pixabay

Rosenberg via castigo e recompensa como formas de exercer poder sobre os outros e tentar forçá-los a se comportar como queremos. Mas dizia que, quando o objetivo é esse, é muito comum que os pressionados resistam às exigências. Tenham eles 2 ou 92 anos. Sejam filhos, pais, maridos, mulheres, chefes, subalternos. No caso dos pais, o desafio é se conectar com os filhos sem que eles tenham como motivação medo de castigo ou esperança de prêmio. E para isso é fundamental ajustar a linguagem, abdicar de juízos de valor pautados sempre no erro (“Você fez isso”; “Você fez aquilo”) e seguir quatro passos.  O primeiro é observar os fatos sem criticar. Sabe aquela irritação ao ver um monte de brinquedos no chão? Em vez de gritar algo do tipo “De novo largou tudo espalhado? Você não aprende mesmo!”, troque por uma constatação sem julgamento: “Vejo que você deixou os brinquedos no chão”. 

E para isso é fundamental ajustar a linguagem, abdicar de juízos de valor pautados sempre no erro

Em seguida, diga ao filho como isso te faz sentir. “Quando vejo esses brinquedos e quase tropeço neles, eu me sinto chateada, irritada, triste...” O terceiro passo é dizer que necessidades suas foram desrespeitadas. “Sinto raiva de ver tudo desarrumado porque minha necessidade de organização não está sendo atendida.” Para finalizar, peça o que você quer. Segundo o autor, muitas vezes reclamamos, mas não dizemos claramente o que desejamos. E, se é difícil para nós dizer o que queremos, para os outros será ainda mais difícil fazer o que queremos.  Uma alternativa no exemplo acima seria, por exemplo, pedir à criança: “Você pode, por favor, guardar os brinquedos assim que terminar de brincar?”. E só.  Importante: Comunicação Não Violenta não tem a ver com permissividade ou deixar o filho fazer tudo o que quer. A proposta é tentar enxergar o fato a partir da perspectiva dele e entender possíveis razões para suas atitudes. Essa empatia aumenta a chance de conexão e, de quebra, de o seu pedido ao final ser atendido.  Comecei a testar em casa e os resultados têm sido surpreendentes. 

Você só vai na casa da amiguinha se comer toda a fruta.”  “Futebol? Se não fizer a lição, esquece.”  “Nada de TV hoje se não recolher esses lápis.” Se você é mãe, deve já ter proferido alguma frase do tipo. São condições baseadas em recompensa ou punição. Mas, antes de repeti-las, que tal testar um método desenvolvido pelo psicólogo americano Marshall Rosenberg ainda nos anos 1960 e que tem bombado em canais do YouTube? É a Comunicação Não Violenta

A comunicação é a base dos bons relacionamentos, mediar não envolve violência Foto: Pixabay

Rosenberg via castigo e recompensa como formas de exercer poder sobre os outros e tentar forçá-los a se comportar como queremos. Mas dizia que, quando o objetivo é esse, é muito comum que os pressionados resistam às exigências. Tenham eles 2 ou 92 anos. Sejam filhos, pais, maridos, mulheres, chefes, subalternos. No caso dos pais, o desafio é se conectar com os filhos sem que eles tenham como motivação medo de castigo ou esperança de prêmio. E para isso é fundamental ajustar a linguagem, abdicar de juízos de valor pautados sempre no erro (“Você fez isso”; “Você fez aquilo”) e seguir quatro passos.  O primeiro é observar os fatos sem criticar. Sabe aquela irritação ao ver um monte de brinquedos no chão? Em vez de gritar algo do tipo “De novo largou tudo espalhado? Você não aprende mesmo!”, troque por uma constatação sem julgamento: “Vejo que você deixou os brinquedos no chão”. 

E para isso é fundamental ajustar a linguagem, abdicar de juízos de valor pautados sempre no erro

Em seguida, diga ao filho como isso te faz sentir. “Quando vejo esses brinquedos e quase tropeço neles, eu me sinto chateada, irritada, triste...” O terceiro passo é dizer que necessidades suas foram desrespeitadas. “Sinto raiva de ver tudo desarrumado porque minha necessidade de organização não está sendo atendida.” Para finalizar, peça o que você quer. Segundo o autor, muitas vezes reclamamos, mas não dizemos claramente o que desejamos. E, se é difícil para nós dizer o que queremos, para os outros será ainda mais difícil fazer o que queremos.  Uma alternativa no exemplo acima seria, por exemplo, pedir à criança: “Você pode, por favor, guardar os brinquedos assim que terminar de brincar?”. E só.  Importante: Comunicação Não Violenta não tem a ver com permissividade ou deixar o filho fazer tudo o que quer. A proposta é tentar enxergar o fato a partir da perspectiva dele e entender possíveis razões para suas atitudes. Essa empatia aumenta a chance de conexão e, de quebra, de o seu pedido ao final ser atendido.  Comecei a testar em casa e os resultados têm sido surpreendentes. 

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Opinião por Luciana Garbin

Editora executiva no ‘Estadão’, professora na FAAP e mãe de gêmeos

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