Coluna quinzenal da jornalista Luciana Garbin que traz foco para as questões femininas na sociedade atual

Opinião|Tradição sueca ensina a desapegar para ter uma vida mais leve e feliz - e dá pra começar hoje


Fazer uma boa limpeza e deixar para trás quinquilharias da casa e da vida pode ser revigorante e tornar nossa caminhada mais tranquila - de quebra, ainda dará menos trabalho aos que ficam quando não estivermos mais aqui

Por Luciana Garbin

Não é nem planejado, mas vai chegando o fim de ano e já me pego juntando coisas que fui deixando pra trás ao longo dos meses. Roupas que não usei, peças das crianças que ficaram pequenas, materiais escolares repetidos, sapatos que não servem mais, livros e objetos que não fazem mais sentido.

Mais do que liberar espaço físico em casa, essa arrumação pré-réveillon serve também como uma higiene mental, um incentivo para começar a desbravar o próximo ano num cenário mais organizado e um conforto de pensar que outras pessoas poderão fazer melhor uso do conteúdo nas sacolas de papel kraft.

Nesses dias, minha reciclagem pessoal anual veio acompanhada da descoberta de uma antiga tradição sueca. Chamada de döstädning, uma junção de (morte) e städning (limpeza), ela sugere desapegar e desfazer-se de objetos que, com a nossa morte, poderiam se transformar em fardos para parentes e amigos.

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Mas - calma! - a prática não serve apenas para quem está em seus últimos dias. A grande sacada é incorporá-la à rotina bem antes disso para tirar quinquilharias da casa e da vida e tornar sua caminhada mais leve e feliz.

Eliminar excessos ajuda não só na arrumação da casa como na higiene mental Foto: Diana Vyshniakova/Adobe Stock

Döstädning é uma palavra usada quando você ou outra pessoa faz uma boa limpeza, completa, e se desfaz de objetos com a intenção de deixar a vida mais simples e menos tumultuada. Não tem a ver só com idade ou morte. Às vezes, você se dá conta de que mal consegue fechar as gavetas ou a porta do armário. Quando isso acontece, é hora de agir, mesmo que você esteja apenas na casa dos trinta. É possível chamar esse tipo de limpeza de döstädning também, mesmo que sua morte esteja muito, muito distante”, explica a artista plástica Margareta Magnusson em seu livro O Que Deixamos Para Trás: A Arte Sueca do Minimalismo e do Desapego (Editora Intrínseca).

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A tarefa de eliminar pertences é descrita pelos escandinavos “como revigorante”. E, como diz o livro de Margareta, a diferença entre a “arrumação final” e uma boa faxina é o tempo que tomam. “Arrumação final não é tirar pó ou esfregar o chão; trata-se de uma forma permanente de organização, que deixa sua vida cotidiana mais tranquila”, explica.

E como se faz isso?

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Bem-humorada, Margareta vai ensinando no livro como desapegar das diferentes coisas que se tem em casa, das ferramentas da oficina do marido à própria gaveta de segredos. Entre essas coisas diferencia os objetos que podem ser facilmente descartados, como presentes de que não gostamos, de itens com potencial de permanecer conosco por toda a vida, como declarações de amor, fotos e mimos dados por filhos e amigos. Também lembra que a casa pode ser um bom reflexo da vida de cada um.

“Examinar todos os seus pertences, lembrar quando os usou pela última vez e, tomara, dizer adeus a vários deles é bastante difícil para muita gente”, acrescenta, destacando que boa parte das pessoas tende a acumular em vez de jogar fora e o objetivo não é descartar coisas que tornam a vida melhor, pelo contrário. “Se possuo uma cadeira bonita, não vou abarrotá-la com roupa suja. Deve haver algo de errado na maneira de organizar minha casa se insisto em bagunçar tudo pelo que trabalhei tanto para decorar e manter em ordem. Quando nos livramos dos excessos, a vida automaticamente se torna mais agradável e confortável.”

E aí? Que tal incorporar a tradição sueca por aqui?

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Que a sua vida seja mais leve e confortável em 2025!

Não é nem planejado, mas vai chegando o fim de ano e já me pego juntando coisas que fui deixando pra trás ao longo dos meses. Roupas que não usei, peças das crianças que ficaram pequenas, materiais escolares repetidos, sapatos que não servem mais, livros e objetos que não fazem mais sentido.

Mais do que liberar espaço físico em casa, essa arrumação pré-réveillon serve também como uma higiene mental, um incentivo para começar a desbravar o próximo ano num cenário mais organizado e um conforto de pensar que outras pessoas poderão fazer melhor uso do conteúdo nas sacolas de papel kraft.

Nesses dias, minha reciclagem pessoal anual veio acompanhada da descoberta de uma antiga tradição sueca. Chamada de döstädning, uma junção de (morte) e städning (limpeza), ela sugere desapegar e desfazer-se de objetos que, com a nossa morte, poderiam se transformar em fardos para parentes e amigos.

Mas - calma! - a prática não serve apenas para quem está em seus últimos dias. A grande sacada é incorporá-la à rotina bem antes disso para tirar quinquilharias da casa e da vida e tornar sua caminhada mais leve e feliz.

Eliminar excessos ajuda não só na arrumação da casa como na higiene mental Foto: Diana Vyshniakova/Adobe Stock

Döstädning é uma palavra usada quando você ou outra pessoa faz uma boa limpeza, completa, e se desfaz de objetos com a intenção de deixar a vida mais simples e menos tumultuada. Não tem a ver só com idade ou morte. Às vezes, você se dá conta de que mal consegue fechar as gavetas ou a porta do armário. Quando isso acontece, é hora de agir, mesmo que você esteja apenas na casa dos trinta. É possível chamar esse tipo de limpeza de döstädning também, mesmo que sua morte esteja muito, muito distante”, explica a artista plástica Margareta Magnusson em seu livro O Que Deixamos Para Trás: A Arte Sueca do Minimalismo e do Desapego (Editora Intrínseca).

A tarefa de eliminar pertences é descrita pelos escandinavos “como revigorante”. E, como diz o livro de Margareta, a diferença entre a “arrumação final” e uma boa faxina é o tempo que tomam. “Arrumação final não é tirar pó ou esfregar o chão; trata-se de uma forma permanente de organização, que deixa sua vida cotidiana mais tranquila”, explica.

E como se faz isso?

Bem-humorada, Margareta vai ensinando no livro como desapegar das diferentes coisas que se tem em casa, das ferramentas da oficina do marido à própria gaveta de segredos. Entre essas coisas diferencia os objetos que podem ser facilmente descartados, como presentes de que não gostamos, de itens com potencial de permanecer conosco por toda a vida, como declarações de amor, fotos e mimos dados por filhos e amigos. Também lembra que a casa pode ser um bom reflexo da vida de cada um.

“Examinar todos os seus pertences, lembrar quando os usou pela última vez e, tomara, dizer adeus a vários deles é bastante difícil para muita gente”, acrescenta, destacando que boa parte das pessoas tende a acumular em vez de jogar fora e o objetivo não é descartar coisas que tornam a vida melhor, pelo contrário. “Se possuo uma cadeira bonita, não vou abarrotá-la com roupa suja. Deve haver algo de errado na maneira de organizar minha casa se insisto em bagunçar tudo pelo que trabalhei tanto para decorar e manter em ordem. Quando nos livramos dos excessos, a vida automaticamente se torna mais agradável e confortável.”

E aí? Que tal incorporar a tradição sueca por aqui?

Que a sua vida seja mais leve e confortável em 2025!

Não é nem planejado, mas vai chegando o fim de ano e já me pego juntando coisas que fui deixando pra trás ao longo dos meses. Roupas que não usei, peças das crianças que ficaram pequenas, materiais escolares repetidos, sapatos que não servem mais, livros e objetos que não fazem mais sentido.

Mais do que liberar espaço físico em casa, essa arrumação pré-réveillon serve também como uma higiene mental, um incentivo para começar a desbravar o próximo ano num cenário mais organizado e um conforto de pensar que outras pessoas poderão fazer melhor uso do conteúdo nas sacolas de papel kraft.

Nesses dias, minha reciclagem pessoal anual veio acompanhada da descoberta de uma antiga tradição sueca. Chamada de döstädning, uma junção de (morte) e städning (limpeza), ela sugere desapegar e desfazer-se de objetos que, com a nossa morte, poderiam se transformar em fardos para parentes e amigos.

Mas - calma! - a prática não serve apenas para quem está em seus últimos dias. A grande sacada é incorporá-la à rotina bem antes disso para tirar quinquilharias da casa e da vida e tornar sua caminhada mais leve e feliz.

Eliminar excessos ajuda não só na arrumação da casa como na higiene mental Foto: Diana Vyshniakova/Adobe Stock

Döstädning é uma palavra usada quando você ou outra pessoa faz uma boa limpeza, completa, e se desfaz de objetos com a intenção de deixar a vida mais simples e menos tumultuada. Não tem a ver só com idade ou morte. Às vezes, você se dá conta de que mal consegue fechar as gavetas ou a porta do armário. Quando isso acontece, é hora de agir, mesmo que você esteja apenas na casa dos trinta. É possível chamar esse tipo de limpeza de döstädning também, mesmo que sua morte esteja muito, muito distante”, explica a artista plástica Margareta Magnusson em seu livro O Que Deixamos Para Trás: A Arte Sueca do Minimalismo e do Desapego (Editora Intrínseca).

A tarefa de eliminar pertences é descrita pelos escandinavos “como revigorante”. E, como diz o livro de Margareta, a diferença entre a “arrumação final” e uma boa faxina é o tempo que tomam. “Arrumação final não é tirar pó ou esfregar o chão; trata-se de uma forma permanente de organização, que deixa sua vida cotidiana mais tranquila”, explica.

E como se faz isso?

Bem-humorada, Margareta vai ensinando no livro como desapegar das diferentes coisas que se tem em casa, das ferramentas da oficina do marido à própria gaveta de segredos. Entre essas coisas diferencia os objetos que podem ser facilmente descartados, como presentes de que não gostamos, de itens com potencial de permanecer conosco por toda a vida, como declarações de amor, fotos e mimos dados por filhos e amigos. Também lembra que a casa pode ser um bom reflexo da vida de cada um.

“Examinar todos os seus pertences, lembrar quando os usou pela última vez e, tomara, dizer adeus a vários deles é bastante difícil para muita gente”, acrescenta, destacando que boa parte das pessoas tende a acumular em vez de jogar fora e o objetivo não é descartar coisas que tornam a vida melhor, pelo contrário. “Se possuo uma cadeira bonita, não vou abarrotá-la com roupa suja. Deve haver algo de errado na maneira de organizar minha casa se insisto em bagunçar tudo pelo que trabalhei tanto para decorar e manter em ordem. Quando nos livramos dos excessos, a vida automaticamente se torna mais agradável e confortável.”

E aí? Que tal incorporar a tradição sueca por aqui?

Que a sua vida seja mais leve e confortável em 2025!

Opinião por Luciana Garbin

Editora executiva no ‘Estadão’, professora na FAAP e mãe de gêmeos

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