Coluna quinzenal da jornalista Luciana Garbin que traz foco para as questões femininas na sociedade atual

Opinião|Você dorme e acorda cansado? Que tal incluir na rotina outros tipos de descanso?


Além dos cansaços físico e mental, autora americana lista mais modalidades que acabam drenando nossa energia; conheça abaixo quais são elas e como enfrentá-las

Por Luciana Garbin
Atualização:

Se você é daqueles que dorme mas acorda exausto no outro dia, vale a pena prestar atenção em alguns livros mais recentes sobre o assunto. Eles indicam que, num mundo sobrecarregado de trabalho e informações, não dá mais para apostar todas as fichas apenas numa boa noite de sono - até porque exaustão e sono muitas vezes não são conciliáveis. Também não adianta esperar pelas férias ou por um período sabático para desestressar. É necessário, isso sim, incorporar ao dia a dia pequenas estratégias para desacelerar. E entender que descanso é muito mais do que uma questão física.

Para a médica e escritora americana Saundra Dalton-Smith, existem na verdade sete tipos de descanso. E todos têm seu papel para uma vida mais equilibrada. Autora do livro Sacred Rest: Recover Your Life, Renew Your Energy, Restore Your Sanity (do inglês, Descanso Sagrado: Recupere Sua Vida, Renove Sua Energia, Restaure Sua Sanidade), ela desenvolve planos para ajudar empresas a prevenir burnout de funcionários e vive falando em programas de TV sobre como as demandas da vida podem nos deixar mentalmente sobrecarregados, emocionalmente esgotados e fisicamente cansados. E o único jeito de combater esse desequilíbrio é atuando em várias frentes.

Estudos indicam que o descanso também pode ser ativo Foto: Irina Strelnikova/Adobe Stock
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Em seu site, Saundra disponiliza um quiz cujos resultados indicam em quais áreas os participantes estão lidando melhor com trabalhos e cobranças e em quais precisam se concentrar para não deixar o barco afundar. Para a autora, são necessários sete tipos de descanso para aumentar o bem-estar, a sensação de felicidade e a própria produtividade. Preparado para checar se eles já fazem parte da sua rotina? Vamos lá.

Descanso físico: Pode ser obtido de maneira passiva - dormir e cochilar - ou ativa - por meio de atividades restauradoras. É importante que cada um descubra a sua, mas ioga, alongamento e massagem costumam ser indicados para ajudar a melhorar a circulação e a flexibilidade do corpo, reduzir dores e tensão muscular e promover um sono de melhor qualidade.

Descanso mental: Sabe aquilo de deitar à noite e ter de lutar para desligar o cérebro enquanto as demandas do dia preenchem os pensamentos? Para driblar isso, a autora sugere incluir na rotina de trabalho pequenos intervalos a cada duas horas que sirvam como lembretes para desacelerar, acalmar a conversa cerebral e focar no que importa. Outra dica é manter um caderno ao lado da cama para anotar pensamentos incômodos que tiram o sono.

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Descanso sensorial: O mundo hoje representa para você um ataque interminável de informações enviadas de eletrônicos? O terceiro tipo de descanso de que precisamos, segundo Saundra, é o sensorial. Telas de computador, luzes, barulhos de todo tipo e conversas e mais conversas – muitas online – podem sobrecarregar nossos sentidos, nos irritar e nos deixar esgotados. Para sobreviver nesse mundo superestimulante, é preciso incluir no dia a dia momentos de privação sensorial. De que tipo? Segundo a autora americana, por exemplo, fechando os olhos por um minuto no meio do dia, usando fones de ouvido que abafar ruídos e desconectando aparelhos eletrônicos à noite.

Descanso emocional: Ocorre quando se pode expressar sentimentos sem medo de julgamento e se elimina comportamentos adotados apenas para agradar aos outros. Psicoterapia pode ser uma grande aliada. “Uma pessoa emocionalmente descansada pode responder à pergunta ‘Como você está hoje?’ com um verdadeiro ‘Não estou bem’ - e depois compartilhar algumas coisas difíceis que de outra forma não seriam ditas”, disse Saundra, em palestra sobre o tema ao TEDxAtlanta.

Descanso social: Alguns relacionamentos e pessoas simplesmente acabam com sua energia? Pois então está na hora de aprender a diferenciar as relações que te fazem se sentir bem das que te deixam esgotado. Para obter descanso social, a autora recomenda se cercar de pessoas positivas e solidárias e fazer delas sua rede de apoio. Se não pessoalmente, ao menos virtualmente. Ah, e faça de tudo para se livrar de sujeitos tóxicos - ou ao menos reduzir o tempo que passa perto deles.

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Descanso criativo: Precisa resolver problemas e ter novas ideias? Veja coisas bonitas e/ou que te despertem admiração. Você se lembra da primeira vez que viu o mar ou uma cachoeira? Segundo Saundra, permitir-se apreciar a beleza ao ar livre proporciona um descanso criativo. Mas, além de apreciar a natureza, as artes também têm papel importante para ele. “Transforme seu espaço de trabalho em um local de inspiração exibindo imagens de lugares que você ama e obras de arte que falam com você. Você não pode passar 40 horas por semana olhando para um ambiente vazio ou confuso e esperar sentir-se apaixonado por qualquer coisa, muito menos ter ideias inovadoras”, ensina a autora. Ah, sair da rotina também é uma dica. Visitar um museu ou fazer um caminho diferente, por exemplo, podem ser inspiradores.

Descanso espiritual: Não se trata de ter uma religião, mas de conseguir ir além do físico e do mental e se envolver em algo maior do que si mesmo. Sabe o que falam sobre ter um propósito e descobrir um sentimento de amor, aceitação e pertencimento? Para alguns, é questão de fé. Outras atrelam o sentido da vida por exemplo a uma causa ou um trabalho voluntário. Seja como for, incluir oração, meditação e envolvimento comunitário à rotina costuma dar certo.

PS: No final, a tentativa de identificar quais áreas mais estão te cansando pode acabar se tornando uma lição de autoconhecimento. A esperar apenas que não se torne outra tarefa à quase infindável lista do dia a dia.

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Se você é daqueles que dorme mas acorda exausto no outro dia, vale a pena prestar atenção em alguns livros mais recentes sobre o assunto. Eles indicam que, num mundo sobrecarregado de trabalho e informações, não dá mais para apostar todas as fichas apenas numa boa noite de sono - até porque exaustão e sono muitas vezes não são conciliáveis. Também não adianta esperar pelas férias ou por um período sabático para desestressar. É necessário, isso sim, incorporar ao dia a dia pequenas estratégias para desacelerar. E entender que descanso é muito mais do que uma questão física.

Para a médica e escritora americana Saundra Dalton-Smith, existem na verdade sete tipos de descanso. E todos têm seu papel para uma vida mais equilibrada. Autora do livro Sacred Rest: Recover Your Life, Renew Your Energy, Restore Your Sanity (do inglês, Descanso Sagrado: Recupere Sua Vida, Renove Sua Energia, Restaure Sua Sanidade), ela desenvolve planos para ajudar empresas a prevenir burnout de funcionários e vive falando em programas de TV sobre como as demandas da vida podem nos deixar mentalmente sobrecarregados, emocionalmente esgotados e fisicamente cansados. E o único jeito de combater esse desequilíbrio é atuando em várias frentes.

Estudos indicam que o descanso também pode ser ativo Foto: Irina Strelnikova/Adobe Stock

Em seu site, Saundra disponiliza um quiz cujos resultados indicam em quais áreas os participantes estão lidando melhor com trabalhos e cobranças e em quais precisam se concentrar para não deixar o barco afundar. Para a autora, são necessários sete tipos de descanso para aumentar o bem-estar, a sensação de felicidade e a própria produtividade. Preparado para checar se eles já fazem parte da sua rotina? Vamos lá.

Descanso físico: Pode ser obtido de maneira passiva - dormir e cochilar - ou ativa - por meio de atividades restauradoras. É importante que cada um descubra a sua, mas ioga, alongamento e massagem costumam ser indicados para ajudar a melhorar a circulação e a flexibilidade do corpo, reduzir dores e tensão muscular e promover um sono de melhor qualidade.

Descanso mental: Sabe aquilo de deitar à noite e ter de lutar para desligar o cérebro enquanto as demandas do dia preenchem os pensamentos? Para driblar isso, a autora sugere incluir na rotina de trabalho pequenos intervalos a cada duas horas que sirvam como lembretes para desacelerar, acalmar a conversa cerebral e focar no que importa. Outra dica é manter um caderno ao lado da cama para anotar pensamentos incômodos que tiram o sono.

Descanso sensorial: O mundo hoje representa para você um ataque interminável de informações enviadas de eletrônicos? O terceiro tipo de descanso de que precisamos, segundo Saundra, é o sensorial. Telas de computador, luzes, barulhos de todo tipo e conversas e mais conversas – muitas online – podem sobrecarregar nossos sentidos, nos irritar e nos deixar esgotados. Para sobreviver nesse mundo superestimulante, é preciso incluir no dia a dia momentos de privação sensorial. De que tipo? Segundo a autora americana, por exemplo, fechando os olhos por um minuto no meio do dia, usando fones de ouvido que abafar ruídos e desconectando aparelhos eletrônicos à noite.

Descanso emocional: Ocorre quando se pode expressar sentimentos sem medo de julgamento e se elimina comportamentos adotados apenas para agradar aos outros. Psicoterapia pode ser uma grande aliada. “Uma pessoa emocionalmente descansada pode responder à pergunta ‘Como você está hoje?’ com um verdadeiro ‘Não estou bem’ - e depois compartilhar algumas coisas difíceis que de outra forma não seriam ditas”, disse Saundra, em palestra sobre o tema ao TEDxAtlanta.

Descanso social: Alguns relacionamentos e pessoas simplesmente acabam com sua energia? Pois então está na hora de aprender a diferenciar as relações que te fazem se sentir bem das que te deixam esgotado. Para obter descanso social, a autora recomenda se cercar de pessoas positivas e solidárias e fazer delas sua rede de apoio. Se não pessoalmente, ao menos virtualmente. Ah, e faça de tudo para se livrar de sujeitos tóxicos - ou ao menos reduzir o tempo que passa perto deles.

Descanso criativo: Precisa resolver problemas e ter novas ideias? Veja coisas bonitas e/ou que te despertem admiração. Você se lembra da primeira vez que viu o mar ou uma cachoeira? Segundo Saundra, permitir-se apreciar a beleza ao ar livre proporciona um descanso criativo. Mas, além de apreciar a natureza, as artes também têm papel importante para ele. “Transforme seu espaço de trabalho em um local de inspiração exibindo imagens de lugares que você ama e obras de arte que falam com você. Você não pode passar 40 horas por semana olhando para um ambiente vazio ou confuso e esperar sentir-se apaixonado por qualquer coisa, muito menos ter ideias inovadoras”, ensina a autora. Ah, sair da rotina também é uma dica. Visitar um museu ou fazer um caminho diferente, por exemplo, podem ser inspiradores.

Descanso espiritual: Não se trata de ter uma religião, mas de conseguir ir além do físico e do mental e se envolver em algo maior do que si mesmo. Sabe o que falam sobre ter um propósito e descobrir um sentimento de amor, aceitação e pertencimento? Para alguns, é questão de fé. Outras atrelam o sentido da vida por exemplo a uma causa ou um trabalho voluntário. Seja como for, incluir oração, meditação e envolvimento comunitário à rotina costuma dar certo.

PS: No final, a tentativa de identificar quais áreas mais estão te cansando pode acabar se tornando uma lição de autoconhecimento. A esperar apenas que não se torne outra tarefa à quase infindável lista do dia a dia.

Se você é daqueles que dorme mas acorda exausto no outro dia, vale a pena prestar atenção em alguns livros mais recentes sobre o assunto. Eles indicam que, num mundo sobrecarregado de trabalho e informações, não dá mais para apostar todas as fichas apenas numa boa noite de sono - até porque exaustão e sono muitas vezes não são conciliáveis. Também não adianta esperar pelas férias ou por um período sabático para desestressar. É necessário, isso sim, incorporar ao dia a dia pequenas estratégias para desacelerar. E entender que descanso é muito mais do que uma questão física.

Para a médica e escritora americana Saundra Dalton-Smith, existem na verdade sete tipos de descanso. E todos têm seu papel para uma vida mais equilibrada. Autora do livro Sacred Rest: Recover Your Life, Renew Your Energy, Restore Your Sanity (do inglês, Descanso Sagrado: Recupere Sua Vida, Renove Sua Energia, Restaure Sua Sanidade), ela desenvolve planos para ajudar empresas a prevenir burnout de funcionários e vive falando em programas de TV sobre como as demandas da vida podem nos deixar mentalmente sobrecarregados, emocionalmente esgotados e fisicamente cansados. E o único jeito de combater esse desequilíbrio é atuando em várias frentes.

Estudos indicam que o descanso também pode ser ativo Foto: Irina Strelnikova/Adobe Stock

Em seu site, Saundra disponiliza um quiz cujos resultados indicam em quais áreas os participantes estão lidando melhor com trabalhos e cobranças e em quais precisam se concentrar para não deixar o barco afundar. Para a autora, são necessários sete tipos de descanso para aumentar o bem-estar, a sensação de felicidade e a própria produtividade. Preparado para checar se eles já fazem parte da sua rotina? Vamos lá.

Descanso físico: Pode ser obtido de maneira passiva - dormir e cochilar - ou ativa - por meio de atividades restauradoras. É importante que cada um descubra a sua, mas ioga, alongamento e massagem costumam ser indicados para ajudar a melhorar a circulação e a flexibilidade do corpo, reduzir dores e tensão muscular e promover um sono de melhor qualidade.

Descanso mental: Sabe aquilo de deitar à noite e ter de lutar para desligar o cérebro enquanto as demandas do dia preenchem os pensamentos? Para driblar isso, a autora sugere incluir na rotina de trabalho pequenos intervalos a cada duas horas que sirvam como lembretes para desacelerar, acalmar a conversa cerebral e focar no que importa. Outra dica é manter um caderno ao lado da cama para anotar pensamentos incômodos que tiram o sono.

Descanso sensorial: O mundo hoje representa para você um ataque interminável de informações enviadas de eletrônicos? O terceiro tipo de descanso de que precisamos, segundo Saundra, é o sensorial. Telas de computador, luzes, barulhos de todo tipo e conversas e mais conversas – muitas online – podem sobrecarregar nossos sentidos, nos irritar e nos deixar esgotados. Para sobreviver nesse mundo superestimulante, é preciso incluir no dia a dia momentos de privação sensorial. De que tipo? Segundo a autora americana, por exemplo, fechando os olhos por um minuto no meio do dia, usando fones de ouvido que abafar ruídos e desconectando aparelhos eletrônicos à noite.

Descanso emocional: Ocorre quando se pode expressar sentimentos sem medo de julgamento e se elimina comportamentos adotados apenas para agradar aos outros. Psicoterapia pode ser uma grande aliada. “Uma pessoa emocionalmente descansada pode responder à pergunta ‘Como você está hoje?’ com um verdadeiro ‘Não estou bem’ - e depois compartilhar algumas coisas difíceis que de outra forma não seriam ditas”, disse Saundra, em palestra sobre o tema ao TEDxAtlanta.

Descanso social: Alguns relacionamentos e pessoas simplesmente acabam com sua energia? Pois então está na hora de aprender a diferenciar as relações que te fazem se sentir bem das que te deixam esgotado. Para obter descanso social, a autora recomenda se cercar de pessoas positivas e solidárias e fazer delas sua rede de apoio. Se não pessoalmente, ao menos virtualmente. Ah, e faça de tudo para se livrar de sujeitos tóxicos - ou ao menos reduzir o tempo que passa perto deles.

Descanso criativo: Precisa resolver problemas e ter novas ideias? Veja coisas bonitas e/ou que te despertem admiração. Você se lembra da primeira vez que viu o mar ou uma cachoeira? Segundo Saundra, permitir-se apreciar a beleza ao ar livre proporciona um descanso criativo. Mas, além de apreciar a natureza, as artes também têm papel importante para ele. “Transforme seu espaço de trabalho em um local de inspiração exibindo imagens de lugares que você ama e obras de arte que falam com você. Você não pode passar 40 horas por semana olhando para um ambiente vazio ou confuso e esperar sentir-se apaixonado por qualquer coisa, muito menos ter ideias inovadoras”, ensina a autora. Ah, sair da rotina também é uma dica. Visitar um museu ou fazer um caminho diferente, por exemplo, podem ser inspiradores.

Descanso espiritual: Não se trata de ter uma religião, mas de conseguir ir além do físico e do mental e se envolver em algo maior do que si mesmo. Sabe o que falam sobre ter um propósito e descobrir um sentimento de amor, aceitação e pertencimento? Para alguns, é questão de fé. Outras atrelam o sentido da vida por exemplo a uma causa ou um trabalho voluntário. Seja como for, incluir oração, meditação e envolvimento comunitário à rotina costuma dar certo.

PS: No final, a tentativa de identificar quais áreas mais estão te cansando pode acabar se tornando uma lição de autoconhecimento. A esperar apenas que não se torne outra tarefa à quase infindável lista do dia a dia.

Opinião por Luciana Garbin

Editora executiva no ‘Estadão’, professora na FAAP e mãe de gêmeos

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