Uma geléia geral a partir do cinema

'Ted'


Por Luiz Carlos Merten

Seth MacFarlane atingiu seu objetivo. Estou partindo do princípio de que ele queria mesmo incomodar. Vejo hoje que um deputado queria proibir o 'Ted' no Brasil, o que seria absurdo, e agora se contenta em conseguir o aumento da censura do filme de 16 para 18 anos. Na entrevista que me deu, e espero que tenha deixado isso claro, Mark Wahlberg disse que o desejo do diretor era fazer uma comédia adulta para criticar a infantilização do macho norte-americano, e que ele fazia isso dando tratamento politicamente incorreto a um símbolo infantil, o ursinho de pelúcia. Confesso - meu prazer nada secreto - que me diverti com'Ted', mesmo achando que MacFarlane, criador da série 'Uma Família da Pesada', talvez tenha dificuldade em harmonizar o que há de virulento na trama com um lado sentimental, também forte, e um apelo ao suspense, por meio do enlouquecido personagem do pai interpretado por Giovanni Ribisi. Gostei mais de 'Ted', por exemplo, do que de 'O Ditador', em que Sacha Baron Cohen perde um pouco a mão, mesmo que algumas cenas sejam pontualmente divertidas. Mas é um fato. Entrevistava outro dia Leandro Hassum, por conta da próxima estreia de 'Até Que a Sorte nos Separe'. Ele comentava que adora o humor familiar, mas acha necessário que exista esse outro humor mais incorreto, chegando a lamentar que hoje, de maneira geral, os humoristas estejam ficando caretas, justamente por medo da incorreção (e suas consequências). Mesmo me arriscando a ser atropelado pelo conselho tutelar da criança e do adolescente - não sei se é assim -, e aceitando a mudança de impropriedade de 'Ted' de 16 para 18 anos, quero registrar que não vejo muita diferença nas duas faixas. Em matéria de safadeza, quando passo por uns garotos de 15 na esquina da minha rua o papo deles é de barbado de 30 anos, para mais. Nunca peguei um fio de conversa de eleição, por exemplo, mas de droga e putaria... Hu-hu. Quanto a isso, embora tenha sido há 50 anos atrás, não creio que fosse diferente no meu tempo. Ou seja, o problema não é o 'Ted'. O filme é só um espelho.

Seth MacFarlane atingiu seu objetivo. Estou partindo do princípio de que ele queria mesmo incomodar. Vejo hoje que um deputado queria proibir o 'Ted' no Brasil, o que seria absurdo, e agora se contenta em conseguir o aumento da censura do filme de 16 para 18 anos. Na entrevista que me deu, e espero que tenha deixado isso claro, Mark Wahlberg disse que o desejo do diretor era fazer uma comédia adulta para criticar a infantilização do macho norte-americano, e que ele fazia isso dando tratamento politicamente incorreto a um símbolo infantil, o ursinho de pelúcia. Confesso - meu prazer nada secreto - que me diverti com'Ted', mesmo achando que MacFarlane, criador da série 'Uma Família da Pesada', talvez tenha dificuldade em harmonizar o que há de virulento na trama com um lado sentimental, também forte, e um apelo ao suspense, por meio do enlouquecido personagem do pai interpretado por Giovanni Ribisi. Gostei mais de 'Ted', por exemplo, do que de 'O Ditador', em que Sacha Baron Cohen perde um pouco a mão, mesmo que algumas cenas sejam pontualmente divertidas. Mas é um fato. Entrevistava outro dia Leandro Hassum, por conta da próxima estreia de 'Até Que a Sorte nos Separe'. Ele comentava que adora o humor familiar, mas acha necessário que exista esse outro humor mais incorreto, chegando a lamentar que hoje, de maneira geral, os humoristas estejam ficando caretas, justamente por medo da incorreção (e suas consequências). Mesmo me arriscando a ser atropelado pelo conselho tutelar da criança e do adolescente - não sei se é assim -, e aceitando a mudança de impropriedade de 'Ted' de 16 para 18 anos, quero registrar que não vejo muita diferença nas duas faixas. Em matéria de safadeza, quando passo por uns garotos de 15 na esquina da minha rua o papo deles é de barbado de 30 anos, para mais. Nunca peguei um fio de conversa de eleição, por exemplo, mas de droga e putaria... Hu-hu. Quanto a isso, embora tenha sido há 50 anos atrás, não creio que fosse diferente no meu tempo. Ou seja, o problema não é o 'Ted'. O filme é só um espelho.

Seth MacFarlane atingiu seu objetivo. Estou partindo do princípio de que ele queria mesmo incomodar. Vejo hoje que um deputado queria proibir o 'Ted' no Brasil, o que seria absurdo, e agora se contenta em conseguir o aumento da censura do filme de 16 para 18 anos. Na entrevista que me deu, e espero que tenha deixado isso claro, Mark Wahlberg disse que o desejo do diretor era fazer uma comédia adulta para criticar a infantilização do macho norte-americano, e que ele fazia isso dando tratamento politicamente incorreto a um símbolo infantil, o ursinho de pelúcia. Confesso - meu prazer nada secreto - que me diverti com'Ted', mesmo achando que MacFarlane, criador da série 'Uma Família da Pesada', talvez tenha dificuldade em harmonizar o que há de virulento na trama com um lado sentimental, também forte, e um apelo ao suspense, por meio do enlouquecido personagem do pai interpretado por Giovanni Ribisi. Gostei mais de 'Ted', por exemplo, do que de 'O Ditador', em que Sacha Baron Cohen perde um pouco a mão, mesmo que algumas cenas sejam pontualmente divertidas. Mas é um fato. Entrevistava outro dia Leandro Hassum, por conta da próxima estreia de 'Até Que a Sorte nos Separe'. Ele comentava que adora o humor familiar, mas acha necessário que exista esse outro humor mais incorreto, chegando a lamentar que hoje, de maneira geral, os humoristas estejam ficando caretas, justamente por medo da incorreção (e suas consequências). Mesmo me arriscando a ser atropelado pelo conselho tutelar da criança e do adolescente - não sei se é assim -, e aceitando a mudança de impropriedade de 'Ted' de 16 para 18 anos, quero registrar que não vejo muita diferença nas duas faixas. Em matéria de safadeza, quando passo por uns garotos de 15 na esquina da minha rua o papo deles é de barbado de 30 anos, para mais. Nunca peguei um fio de conversa de eleição, por exemplo, mas de droga e putaria... Hu-hu. Quanto a isso, embora tenha sido há 50 anos atrás, não creio que fosse diferente no meu tempo. Ou seja, o problema não é o 'Ted'. O filme é só um espelho.

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