Cinema, cultura & afins

Opinião|Biutiful


O que mais se destaca em Biutiful é a entrega de Javier Bardem ao seu personagem Oxbal. Um tipo complexo, envolvido com biscateiros de rua e exploração de trabalho ilegal. Pai de dois filhos com mulher diagnosticada como esquizofrênica. Sofrendo de câncer terminal.

Por Luiz Zanin Oricchio

Como se vê, Oxbal, que não é bom e nem mau, carrega o mundo nos ombros. Há uma dimensão, digamos "espiritual" que não parece casar muito bem com o realismo extremo imprimido à história, e que se manifesta sob a forma de um ser que dialoga com Oxbal quando este talvez esteja passando desta para a melhor. A cena é recorrente e comparece tanto no início como as sequências finais do filme. Não parece acrescentar grande coisa a uma história que parece funcionar melhor quando imersa na crueza da vida.

Esse é o grande mérito do mexicano Iñarritú e presente desde o trabalho que o tornou mundialmente conhecido, Amores Brutos. Em Biutiful (grafado assim mesmo, inglês fonético para a palavra beautiful), ele fotografa uma Barcelona que nada tem de cartão postal. Qualquer cidade, mesmo as mais belas, tem seu lado sórdido. E é para ele que se olha. Os quarteirões menos cuidados, os bairros mais problemáticos, a corrupção da polícia, que faz vistas grossas para os imigrantes ilegais, a troco de suborno, claro. E a condição subumana a que que essas pessoas se submetem para ganhar a vida em euros. Um acidente de trabalho será a senha para o despertar de consciência de Uxbal.

Iñarritú filma com uma câmera intensa, fotografa em tons escuros e explora ao máximo o rosto expressivo de Bardem - que alguém já comparou a cabeças de touro desenhadas por Picasso. Em outros filmes, Bardem tirou proveito dessa força expressiva na forma de pulsão sexual; em Biultiful ela é empregada como dilaceramento diante do mundo. Um mundo, diga-se, de cuja desordem ele também participa e no qual não encontra repouso. Nem mesmo nas condições de saúde precárias em que se encontra.

Como se vê, Oxbal, que não é bom e nem mau, carrega o mundo nos ombros. Há uma dimensão, digamos "espiritual" que não parece casar muito bem com o realismo extremo imprimido à história, e que se manifesta sob a forma de um ser que dialoga com Oxbal quando este talvez esteja passando desta para a melhor. A cena é recorrente e comparece tanto no início como as sequências finais do filme. Não parece acrescentar grande coisa a uma história que parece funcionar melhor quando imersa na crueza da vida.

Esse é o grande mérito do mexicano Iñarritú e presente desde o trabalho que o tornou mundialmente conhecido, Amores Brutos. Em Biutiful (grafado assim mesmo, inglês fonético para a palavra beautiful), ele fotografa uma Barcelona que nada tem de cartão postal. Qualquer cidade, mesmo as mais belas, tem seu lado sórdido. E é para ele que se olha. Os quarteirões menos cuidados, os bairros mais problemáticos, a corrupção da polícia, que faz vistas grossas para os imigrantes ilegais, a troco de suborno, claro. E a condição subumana a que que essas pessoas se submetem para ganhar a vida em euros. Um acidente de trabalho será a senha para o despertar de consciência de Uxbal.

Iñarritú filma com uma câmera intensa, fotografa em tons escuros e explora ao máximo o rosto expressivo de Bardem - que alguém já comparou a cabeças de touro desenhadas por Picasso. Em outros filmes, Bardem tirou proveito dessa força expressiva na forma de pulsão sexual; em Biultiful ela é empregada como dilaceramento diante do mundo. Um mundo, diga-se, de cuja desordem ele também participa e no qual não encontra repouso. Nem mesmo nas condições de saúde precárias em que se encontra.

Como se vê, Oxbal, que não é bom e nem mau, carrega o mundo nos ombros. Há uma dimensão, digamos "espiritual" que não parece casar muito bem com o realismo extremo imprimido à história, e que se manifesta sob a forma de um ser que dialoga com Oxbal quando este talvez esteja passando desta para a melhor. A cena é recorrente e comparece tanto no início como as sequências finais do filme. Não parece acrescentar grande coisa a uma história que parece funcionar melhor quando imersa na crueza da vida.

Esse é o grande mérito do mexicano Iñarritú e presente desde o trabalho que o tornou mundialmente conhecido, Amores Brutos. Em Biutiful (grafado assim mesmo, inglês fonético para a palavra beautiful), ele fotografa uma Barcelona que nada tem de cartão postal. Qualquer cidade, mesmo as mais belas, tem seu lado sórdido. E é para ele que se olha. Os quarteirões menos cuidados, os bairros mais problemáticos, a corrupção da polícia, que faz vistas grossas para os imigrantes ilegais, a troco de suborno, claro. E a condição subumana a que que essas pessoas se submetem para ganhar a vida em euros. Um acidente de trabalho será a senha para o despertar de consciência de Uxbal.

Iñarritú filma com uma câmera intensa, fotografa em tons escuros e explora ao máximo o rosto expressivo de Bardem - que alguém já comparou a cabeças de touro desenhadas por Picasso. Em outros filmes, Bardem tirou proveito dessa força expressiva na forma de pulsão sexual; em Biultiful ela é empregada como dilaceramento diante do mundo. Um mundo, diga-se, de cuja desordem ele também participa e no qual não encontra repouso. Nem mesmo nas condições de saúde precárias em que se encontra.

Opinião por Luiz Zanin Oricchio

É jornalista, psicanalista e crítico de cinema

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