Cinema, cultura & afins

Opinião|Cine OP 2024: Festa, música...e muito cinema de animação


Por Luiz Zanin Oricchio
 

 

OURO PRETO - Já na 19ª Cine OP, o festival da cidade colonial mineira, joia arquitetônica brasileira e patrimônio mundial. Este é um festival diferente: não tem competição. É dedicado a três esferas da produção cinematográfica - a restauração, a história e a educação. Quer dizer, é um evento civilizatório.

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O homenageado deste ano é o animador Alê Abreu, que ganhou o Festival de Annecy, na França, o mais importante dedicado aos desenhos animados, com seu longa O Menino e o Mundo. Por algum motivo, Alê não veio a Ouro Preto, o que foi frustrante tanto para os jornalistas quanto, imagino, para a organização do festival. Não me lembro de outro homenageado que tenha faltado à sua homenagem - a não ser por algum motivo de força maior que ignoramos.

Em todo caso, o festival começou, como de costume, com grande festa na Praça Tiradentes, o coração da cidade. Houve, como de hábito, música, brincantes, discursos de autoridades (o prefeito estava presente), da diretora do festival, Rachel Hallack, muita festa e animação. Fazia frio e a praça estava lotada.

No telão, o público assistiu a seis curtas-metragens que ajudam a compor um breve painel do nosso cinema de animação: "Passo" (Alê Abreu, 2007), "Respeitável Público" (Irmãos Wagner, 1987), "A Saga da Asa Branca" (Lula Gonzaga, 1979), "Até a China" (Marão, 2015), "Novela" (Otto Guerra, 1992) e "Castelos de Vento" (Tania Anaya, 1999). É o tema deste ano: o cinema de animação.

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São 153 filmes, de sete países, a serem exibidos durante o evento, tanto nas sessões noturnas da Praça Tiradentes quanto no Cine Teatro do Centro de Convenções. Cerca de 60 deles estarão disponíveis online no site cineop.com.br até o dia 28.6. É só entrar, conferir, escolher e assistir.

O festival tem muito filme mas também é pródigo em debates. Um deles foi prestigiado pela Ministra Carmem Lúcia, do STF, que participou de encontro sobre preservação audiovisual. Na sequência, integrantes do MinC discutiram as políticas públicas para o patrimônio e a preservação do audiovisual:  Daniela Fernandes, Fernanda Coelho, Graziela Santana e Jéssica Paulino.

Na segunda-feira, haverá um grande seminário com alguns dos maiores animadores do Brasil. Deve ser uma espécie de "estado das coisas" do cinema de animação do Brasil, com seus problemas, impasses e virtudes. Entre as quais, se sabe, destaca-se a criatividade de cineastas dedicados a esse gênero tão difícil e, muitas vezes, pouco valorizado.

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Houve outros assuntos de interesse, que bordejam a animação mas não se limitam a esse gênero cinematográfico. Por exemplo, assistia a uma interessante mesa com o tema: "Inteligência artificial e o futuro da preservação audiovisual: questões contemporâneas". Participaram Almir Almas, Eduardo Calvet, Esther Hambúrguer. Vinicius Laureto. Mediação de Maria Byington. De questões éticas aos mistérios do algoritmo, deu para vislumbrar o quanto ainda teremos de ralar para compreender o que está para acontecer com nossas vidas digitais. Nosso pensamento ainda é analógico.

Como tantas outras mesas, essa teve um viés acadêmico. A maioria dos participantes são professores universitários e trouxeram seus papers expositivos. Calvet era o solitário cineasta nessa mesa de acadêmicos. Aliás, Calvet havia apresentado, no dia anterior, seu belo longa-metragem Luz, Anima, Ação - uma espécie de panorama do cinema de animação no Brasil, dos pioneiros aos contemporâneos.

Tivemos também uma ótima sessão com exemplares da coleção da Cineteca Nacional do Chile, com preciosidades como A Transmissão do Cargo, de 1921, obras experimentais como Tango Mortal (1988) e Massa (2010), de Tomás Weiss.

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Cereja no bolo, o média (65 minutos) O Hussardo da Morte (1925), narra as peripécias da independência chilena, tendo como protagonista o guerrilheiro Manuel Rodríguez, patriota e idealista, sacrificado, no fim da luta, em nome da Realpolitik. Ou seja, da política das classes dominantes, sempre temerosos de que a luta "desande" para a autonomia popular.

O Hussardo da Morte foi restaurado em 2020 e ganhou um banho de loja com trilha sonora contemporânea, puxada para o rock e o jazz. Empolgante.

 

 

OURO PRETO - Já na 19ª Cine OP, o festival da cidade colonial mineira, joia arquitetônica brasileira e patrimônio mundial. Este é um festival diferente: não tem competição. É dedicado a três esferas da produção cinematográfica - a restauração, a história e a educação. Quer dizer, é um evento civilizatório.

O homenageado deste ano é o animador Alê Abreu, que ganhou o Festival de Annecy, na França, o mais importante dedicado aos desenhos animados, com seu longa O Menino e o Mundo. Por algum motivo, Alê não veio a Ouro Preto, o que foi frustrante tanto para os jornalistas quanto, imagino, para a organização do festival. Não me lembro de outro homenageado que tenha faltado à sua homenagem - a não ser por algum motivo de força maior que ignoramos.

Em todo caso, o festival começou, como de costume, com grande festa na Praça Tiradentes, o coração da cidade. Houve, como de hábito, música, brincantes, discursos de autoridades (o prefeito estava presente), da diretora do festival, Rachel Hallack, muita festa e animação. Fazia frio e a praça estava lotada.

No telão, o público assistiu a seis curtas-metragens que ajudam a compor um breve painel do nosso cinema de animação: "Passo" (Alê Abreu, 2007), "Respeitável Público" (Irmãos Wagner, 1987), "A Saga da Asa Branca" (Lula Gonzaga, 1979), "Até a China" (Marão, 2015), "Novela" (Otto Guerra, 1992) e "Castelos de Vento" (Tania Anaya, 1999). É o tema deste ano: o cinema de animação.

São 153 filmes, de sete países, a serem exibidos durante o evento, tanto nas sessões noturnas da Praça Tiradentes quanto no Cine Teatro do Centro de Convenções. Cerca de 60 deles estarão disponíveis online no site cineop.com.br até o dia 28.6. É só entrar, conferir, escolher e assistir.

O festival tem muito filme mas também é pródigo em debates. Um deles foi prestigiado pela Ministra Carmem Lúcia, do STF, que participou de encontro sobre preservação audiovisual. Na sequência, integrantes do MinC discutiram as políticas públicas para o patrimônio e a preservação do audiovisual:  Daniela Fernandes, Fernanda Coelho, Graziela Santana e Jéssica Paulino.

Na segunda-feira, haverá um grande seminário com alguns dos maiores animadores do Brasil. Deve ser uma espécie de "estado das coisas" do cinema de animação do Brasil, com seus problemas, impasses e virtudes. Entre as quais, se sabe, destaca-se a criatividade de cineastas dedicados a esse gênero tão difícil e, muitas vezes, pouco valorizado.

Houve outros assuntos de interesse, que bordejam a animação mas não se limitam a esse gênero cinematográfico. Por exemplo, assistia a uma interessante mesa com o tema: "Inteligência artificial e o futuro da preservação audiovisual: questões contemporâneas". Participaram Almir Almas, Eduardo Calvet, Esther Hambúrguer. Vinicius Laureto. Mediação de Maria Byington. De questões éticas aos mistérios do algoritmo, deu para vislumbrar o quanto ainda teremos de ralar para compreender o que está para acontecer com nossas vidas digitais. Nosso pensamento ainda é analógico.

Como tantas outras mesas, essa teve um viés acadêmico. A maioria dos participantes são professores universitários e trouxeram seus papers expositivos. Calvet era o solitário cineasta nessa mesa de acadêmicos. Aliás, Calvet havia apresentado, no dia anterior, seu belo longa-metragem Luz, Anima, Ação - uma espécie de panorama do cinema de animação no Brasil, dos pioneiros aos contemporâneos.

Tivemos também uma ótima sessão com exemplares da coleção da Cineteca Nacional do Chile, com preciosidades como A Transmissão do Cargo, de 1921, obras experimentais como Tango Mortal (1988) e Massa (2010), de Tomás Weiss.

Cereja no bolo, o média (65 minutos) O Hussardo da Morte (1925), narra as peripécias da independência chilena, tendo como protagonista o guerrilheiro Manuel Rodríguez, patriota e idealista, sacrificado, no fim da luta, em nome da Realpolitik. Ou seja, da política das classes dominantes, sempre temerosos de que a luta "desande" para a autonomia popular.

O Hussardo da Morte foi restaurado em 2020 e ganhou um banho de loja com trilha sonora contemporânea, puxada para o rock e o jazz. Empolgante.

 

 

OURO PRETO - Já na 19ª Cine OP, o festival da cidade colonial mineira, joia arquitetônica brasileira e patrimônio mundial. Este é um festival diferente: não tem competição. É dedicado a três esferas da produção cinematográfica - a restauração, a história e a educação. Quer dizer, é um evento civilizatório.

O homenageado deste ano é o animador Alê Abreu, que ganhou o Festival de Annecy, na França, o mais importante dedicado aos desenhos animados, com seu longa O Menino e o Mundo. Por algum motivo, Alê não veio a Ouro Preto, o que foi frustrante tanto para os jornalistas quanto, imagino, para a organização do festival. Não me lembro de outro homenageado que tenha faltado à sua homenagem - a não ser por algum motivo de força maior que ignoramos.

Em todo caso, o festival começou, como de costume, com grande festa na Praça Tiradentes, o coração da cidade. Houve, como de hábito, música, brincantes, discursos de autoridades (o prefeito estava presente), da diretora do festival, Rachel Hallack, muita festa e animação. Fazia frio e a praça estava lotada.

No telão, o público assistiu a seis curtas-metragens que ajudam a compor um breve painel do nosso cinema de animação: "Passo" (Alê Abreu, 2007), "Respeitável Público" (Irmãos Wagner, 1987), "A Saga da Asa Branca" (Lula Gonzaga, 1979), "Até a China" (Marão, 2015), "Novela" (Otto Guerra, 1992) e "Castelos de Vento" (Tania Anaya, 1999). É o tema deste ano: o cinema de animação.

São 153 filmes, de sete países, a serem exibidos durante o evento, tanto nas sessões noturnas da Praça Tiradentes quanto no Cine Teatro do Centro de Convenções. Cerca de 60 deles estarão disponíveis online no site cineop.com.br até o dia 28.6. É só entrar, conferir, escolher e assistir.

O festival tem muito filme mas também é pródigo em debates. Um deles foi prestigiado pela Ministra Carmem Lúcia, do STF, que participou de encontro sobre preservação audiovisual. Na sequência, integrantes do MinC discutiram as políticas públicas para o patrimônio e a preservação do audiovisual:  Daniela Fernandes, Fernanda Coelho, Graziela Santana e Jéssica Paulino.

Na segunda-feira, haverá um grande seminário com alguns dos maiores animadores do Brasil. Deve ser uma espécie de "estado das coisas" do cinema de animação do Brasil, com seus problemas, impasses e virtudes. Entre as quais, se sabe, destaca-se a criatividade de cineastas dedicados a esse gênero tão difícil e, muitas vezes, pouco valorizado.

Houve outros assuntos de interesse, que bordejam a animação mas não se limitam a esse gênero cinematográfico. Por exemplo, assistia a uma interessante mesa com o tema: "Inteligência artificial e o futuro da preservação audiovisual: questões contemporâneas". Participaram Almir Almas, Eduardo Calvet, Esther Hambúrguer. Vinicius Laureto. Mediação de Maria Byington. De questões éticas aos mistérios do algoritmo, deu para vislumbrar o quanto ainda teremos de ralar para compreender o que está para acontecer com nossas vidas digitais. Nosso pensamento ainda é analógico.

Como tantas outras mesas, essa teve um viés acadêmico. A maioria dos participantes são professores universitários e trouxeram seus papers expositivos. Calvet era o solitário cineasta nessa mesa de acadêmicos. Aliás, Calvet havia apresentado, no dia anterior, seu belo longa-metragem Luz, Anima, Ação - uma espécie de panorama do cinema de animação no Brasil, dos pioneiros aos contemporâneos.

Tivemos também uma ótima sessão com exemplares da coleção da Cineteca Nacional do Chile, com preciosidades como A Transmissão do Cargo, de 1921, obras experimentais como Tango Mortal (1988) e Massa (2010), de Tomás Weiss.

Cereja no bolo, o média (65 minutos) O Hussardo da Morte (1925), narra as peripécias da independência chilena, tendo como protagonista o guerrilheiro Manuel Rodríguez, patriota e idealista, sacrificado, no fim da luta, em nome da Realpolitik. Ou seja, da política das classes dominantes, sempre temerosos de que a luta "desande" para a autonomia popular.

O Hussardo da Morte foi restaurado em 2020 e ganhou um banho de loja com trilha sonora contemporânea, puxada para o rock e o jazz. Empolgante.

 

 

OURO PRETO - Já na 19ª Cine OP, o festival da cidade colonial mineira, joia arquitetônica brasileira e patrimônio mundial. Este é um festival diferente: não tem competição. É dedicado a três esferas da produção cinematográfica - a restauração, a história e a educação. Quer dizer, é um evento civilizatório.

O homenageado deste ano é o animador Alê Abreu, que ganhou o Festival de Annecy, na França, o mais importante dedicado aos desenhos animados, com seu longa O Menino e o Mundo. Por algum motivo, Alê não veio a Ouro Preto, o que foi frustrante tanto para os jornalistas quanto, imagino, para a organização do festival. Não me lembro de outro homenageado que tenha faltado à sua homenagem - a não ser por algum motivo de força maior que ignoramos.

Em todo caso, o festival começou, como de costume, com grande festa na Praça Tiradentes, o coração da cidade. Houve, como de hábito, música, brincantes, discursos de autoridades (o prefeito estava presente), da diretora do festival, Rachel Hallack, muita festa e animação. Fazia frio e a praça estava lotada.

No telão, o público assistiu a seis curtas-metragens que ajudam a compor um breve painel do nosso cinema de animação: "Passo" (Alê Abreu, 2007), "Respeitável Público" (Irmãos Wagner, 1987), "A Saga da Asa Branca" (Lula Gonzaga, 1979), "Até a China" (Marão, 2015), "Novela" (Otto Guerra, 1992) e "Castelos de Vento" (Tania Anaya, 1999). É o tema deste ano: o cinema de animação.

São 153 filmes, de sete países, a serem exibidos durante o evento, tanto nas sessões noturnas da Praça Tiradentes quanto no Cine Teatro do Centro de Convenções. Cerca de 60 deles estarão disponíveis online no site cineop.com.br até o dia 28.6. É só entrar, conferir, escolher e assistir.

O festival tem muito filme mas também é pródigo em debates. Um deles foi prestigiado pela Ministra Carmem Lúcia, do STF, que participou de encontro sobre preservação audiovisual. Na sequência, integrantes do MinC discutiram as políticas públicas para o patrimônio e a preservação do audiovisual:  Daniela Fernandes, Fernanda Coelho, Graziela Santana e Jéssica Paulino.

Na segunda-feira, haverá um grande seminário com alguns dos maiores animadores do Brasil. Deve ser uma espécie de "estado das coisas" do cinema de animação do Brasil, com seus problemas, impasses e virtudes. Entre as quais, se sabe, destaca-se a criatividade de cineastas dedicados a esse gênero tão difícil e, muitas vezes, pouco valorizado.

Houve outros assuntos de interesse, que bordejam a animação mas não se limitam a esse gênero cinematográfico. Por exemplo, assistia a uma interessante mesa com o tema: "Inteligência artificial e o futuro da preservação audiovisual: questões contemporâneas". Participaram Almir Almas, Eduardo Calvet, Esther Hambúrguer. Vinicius Laureto. Mediação de Maria Byington. De questões éticas aos mistérios do algoritmo, deu para vislumbrar o quanto ainda teremos de ralar para compreender o que está para acontecer com nossas vidas digitais. Nosso pensamento ainda é analógico.

Como tantas outras mesas, essa teve um viés acadêmico. A maioria dos participantes são professores universitários e trouxeram seus papers expositivos. Calvet era o solitário cineasta nessa mesa de acadêmicos. Aliás, Calvet havia apresentado, no dia anterior, seu belo longa-metragem Luz, Anima, Ação - uma espécie de panorama do cinema de animação no Brasil, dos pioneiros aos contemporâneos.

Tivemos também uma ótima sessão com exemplares da coleção da Cineteca Nacional do Chile, com preciosidades como A Transmissão do Cargo, de 1921, obras experimentais como Tango Mortal (1988) e Massa (2010), de Tomás Weiss.

Cereja no bolo, o média (65 minutos) O Hussardo da Morte (1925), narra as peripécias da independência chilena, tendo como protagonista o guerrilheiro Manuel Rodríguez, patriota e idealista, sacrificado, no fim da luta, em nome da Realpolitik. Ou seja, da política das classes dominantes, sempre temerosos de que a luta "desande" para a autonomia popular.

O Hussardo da Morte foi restaurado em 2020 e ganhou um banho de loja com trilha sonora contemporânea, puxada para o rock e o jazz. Empolgante.

Opinião por Luiz Zanin Oricchio

É jornalista, psicanalista e crítico de cinema

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