Cinema, cultura & afins

Opinião|Drama político 'Zé' dá início à 17ª Cine BH


Por Luiz Zanin Oricchio
A sessão do drama político Zé no Cine Theatro Brasil, em Belo Horizonte. Foto de Léo Lara/Divulgação  

BELO HORIZONTE - Com a exibição do drama político Zé, de Rafael Conde, decolou a 17ª Cine BH, cuja novidade, este ano, é a mostra competitiva Território, de filmes latino-americanos. 

O longa de Rafael Conde é baseado na história verídica de José Carlos Novaes da Mata Machado, militante da AP, morto em 1973, aos 27 anos, pelos órgãos de repressão da ditadura militar. 

continua após a publicidade

Antes da sessão aconteceu um fato raro em festivais, mas típico dos nossos tempos de polarização. O ator Caio Horowitz, que interpreta Zé, como era conhecido José Carlos da Mata Machado, explicava o caso à plateia, quando foi interrompido por um grito, vindo público: Mentira! 

A manifestação desencadeou uma intensa reação do público, aos gritos, de fora Bolsonaro e fora, fascistas, até que alguém puxasse um Lula-lá, cantado pela maior parte do público. Não faltaram também gritos de fora Zema, dirigidos ao governador mineiro. Esse era o clima, portanto, na verdade adequado para se assistir a um filme ambientado na época da ditadura e que trata de um dos inúmeros crimes cometidos pelo regime autoritário. 

No conjunto de obras cinematográficas inspiradas nas lutas de resistência à ditadura, Zé ocupa uma posição singular. Em vez de cenas de ação, opta por registro mais intimista. O épico da resistência dá lugar a um momento de dissolução dos grupos diante da brutal repressão montada pelo regime. Não vemos Zé em ação, mas em fuga por vários Estados brasileiros, tentando se ocultar, ele, mulher e dois filhos, das forças que o perseguem. A angústia é o tom predominante e o filme sabe usar seus recursos - luz, som, além da interpretação do elenco - para repassar ao público essa sensação sufocante. 

continua após a publicidade

Usa também técnicas de distanciamento. Por exemplo, quando o protagonista lê as cartas que envia à mãe quando na clandestinidade olhando diretamente para a câmera. Isto é, olho no olho com o espectador. Mudanças na sequência temporal e uso farto de elipses fazem da construção dessa obra algo nada banal. Lhe dão tom reflexivo, com o debate interno da luta armada no confronto da ditadura, a relação dos militantes com o povo e com a classe média, etc. Temas estes até hoje mal resolvidos pela esquerda brasileira. 

No final da sessão, o filme foi muito aplaudido. Mas não foi uma reação consagradora. E nem poderia, pois a obra não é catártica. Induz mais à reflexão que aos estados emocionais. Em termos pessoais, acho um filme dos mais interessantes. E, aproveitando os acontecimentos vividos ontem no Cine Theatro Brasil Vallourec, podemos sugerir que o protofascismo continua bem vivo entre nós. E que filmes como Zé podem ser mais úteis na compreensão deste fenômeno e de com enfrentá-lo do que obras épicas, emocionantes e com heróis bem definidos. 

Hoje começam  as diversas mostras, algumas delas competitivas. Há duas mostras latino-americanas: a Território e a Continente. A primeira é composta por diretores com até três longas no currículo. Pelo Brasil, concorre o doc Toda noite estarei lá. A segunda não prevê essa limitação. 

continua após a publicidade

O festival prossegue até domingo. A programação pode ser conferida no site www.cinebh.com.br

FILMES SELECIONADOS

 

continua após a publicidade

MOSTRA TERRITÓRIO (competitiva):

 

"Llamadas desde Moscu", de  Luis Alejandro Yero (Cuba)

continua após a publicidade

"Moto" , de Gastón  Sahajdacny (Argentina)

"A La Sombra de la Luz" , de Isabel Reyes e Ignacia Merino (Chile)

"Otro Sol , de Francisco Rodriguez Teare (Chile)

continua após a publicidade

"Diogenes", de Leonardo Barbuy (Peru)

"Puentes en el Mar", de Patricia Ayala Ruiz (Colômbia)

"Guapo'y" , de Sofia Paoli Thorne (Paraguai)

"Toda Noite Estarei Lá", de Tati Franklin e Suellen Vasconcelos (Brasil).

 

MOSTRA CONTINENTE (latino-americana, não-competitiva):

 

"El Reino de Dios", de Claudia Sainte-Luce (México)

"El Grossor del Polvo", de Jonathan Hernández, (México)

"Utopia", de Laura Gómez Hinchapié (Colômbia)

"Vieja Viejo", de Ignacio Pavez (Chile)

"Sean Eternxs", de Raúl Perrone (Argentina)

"Las Preñadas", de Pedro Wallace (Argentina/Brasil)

"Tan Inmunda", de Wince Oyarce (Chile)

"Anhell69", de Theo Montoya (Colômbia)

"Nada sobre meu Pai", de Susanna Lira (Brasil)

"Rejeito", de Pedro de Filippis (Brasil)

"Amanhã", de Marcos Pimentel (Brasil)

"Propriedade", de Daniel Bandeira (Brasil)

"O Estranho" (Flora Dias e Juruna Mallon, Brasil)

"A Longa Viagem do Ônibus Amarelo" , de Júlio Bressane e Rodrigo Lima (Brasil)

 

MOSTRA CURTAS (brasileiros):

 

"Big Bang", Carlos Segundo (Uberlândia, MG)

"Febre", de Márcio Abreu (MG)

"Lombrado", de Ítalo Almeida (MG)

"Minha Vó Viajou prá Fora", de João Pedro Diniz (MG)

"Não Há Coincidência Ocupando esta Carne", de Júlia Elisa (MG)

"Sala de Espera", de Paula Santos (MG)

"Temos Muito Tempo para Envelhecer", de Bruna Shelb Corrêa (MG)

"Remendo", de Roger Ghil (ES)

"Até a Luz Voltar", de Alana Ferreira (GO)

"Deixa", de Mariana Jaspe (RJ)

"Casa Segura", de Allan Ribeiro (RJ)

"Mecanismo", de Isaac Morais, Gabriel Lima e Maria Beatriz (CE)

"Thuë Pihi Kuuwi - Uma Mulher Pensando", de Aida Harikariyona, Edmar Tokorino e Roseanne Yanomami

 

MOSTRA HOMENAGEM (a Rafael Conde e Yara de Novaes):

 

"Samba Canção" (longa, Conde, 2002)

"Fronteira" (longa, Conde,  2008)

"A Hora Vagabunda" (curta, Conde, 1998)

"Françoise" (curta, Conde, 2001)

"Rua da Amargura" (curta, Conde, 2003)

"A Chuva nos Telhados Antigos" (curta, 2006)

"Depois a Louca Sou Eu" (2021), longa de Julia Rezende (com Yara de Novaes no elenco)

 

DIÁLOGOS HISTÓRICOS (José Celso Martinez Corrêa - 1937-2023, ator, roteirista ou diretor):

 

"Prata Palomares", de André Faria (1970)

"O Rei da Vela", de Zé Celso e Noilton Nunes (1982)

"Fedro", de Marcelo Sebá (2021)

 

MOSTRA CINEMUNDI

 

"Mato Seco em Chamas", de Joana Pimenta e Adirley Queirós (DF)

"Paterno", de Marcelo Lordello (PE)

"Tia Virgínia", de Fábio Meira (RJ)

 

MOSTRA PRAÇA

 

"Andança - Encontros e Memórias de Beth Carvalho", de Pedro Bronz  (longa, 2023)

"Lô Borges - Toda Essa Água", de Rodrigo de Oliveira (longa, 2023)

"Gerais da Pedra", de Diego Zanotti (longa, 2023)

"Senhores de Aruanda - Umbanda e Resistência", de Caio Barroso, e "Folia dos Anjos", de Kdu dos Anjos (curtas)

 

MOSTRINHA DE CINEMA

 

"Placa Mãe", de Igor Bastos  (animação, Divinópolis-MG)

"Chef Jack, O Cozinheiro Aventureiro", de Guilherme Fiúza Zenha (animação, BH-MG)

 

A CIDADE EM MOVIMENTO ("Olhar o Horizonte"):

 

Compõe-se com 16 filmes realizados em Belo Horizonte e região metropolitana, com pouco ou nenhum recurso financeiro, divididos em cinco sessões, seguidas de rodas de conversa com convidados especiais sobre os assuntos dos filmes selecionados.

 

SESSÕES CINE-ESCOLA

 

Programa "Cine-Expressão - A Escola vai ao Cinema", composto com 13 filmes brasileiros  (divididos em seis sessões destinadas a crianças, adolescentes e educadores da rede pública).

A sessão do drama político Zé no Cine Theatro Brasil, em Belo Horizonte. Foto de Léo Lara/Divulgação  

BELO HORIZONTE - Com a exibição do drama político Zé, de Rafael Conde, decolou a 17ª Cine BH, cuja novidade, este ano, é a mostra competitiva Território, de filmes latino-americanos. 

O longa de Rafael Conde é baseado na história verídica de José Carlos Novaes da Mata Machado, militante da AP, morto em 1973, aos 27 anos, pelos órgãos de repressão da ditadura militar. 

Antes da sessão aconteceu um fato raro em festivais, mas típico dos nossos tempos de polarização. O ator Caio Horowitz, que interpreta Zé, como era conhecido José Carlos da Mata Machado, explicava o caso à plateia, quando foi interrompido por um grito, vindo público: Mentira! 

A manifestação desencadeou uma intensa reação do público, aos gritos, de fora Bolsonaro e fora, fascistas, até que alguém puxasse um Lula-lá, cantado pela maior parte do público. Não faltaram também gritos de fora Zema, dirigidos ao governador mineiro. Esse era o clima, portanto, na verdade adequado para se assistir a um filme ambientado na época da ditadura e que trata de um dos inúmeros crimes cometidos pelo regime autoritário. 

No conjunto de obras cinematográficas inspiradas nas lutas de resistência à ditadura, Zé ocupa uma posição singular. Em vez de cenas de ação, opta por registro mais intimista. O épico da resistência dá lugar a um momento de dissolução dos grupos diante da brutal repressão montada pelo regime. Não vemos Zé em ação, mas em fuga por vários Estados brasileiros, tentando se ocultar, ele, mulher e dois filhos, das forças que o perseguem. A angústia é o tom predominante e o filme sabe usar seus recursos - luz, som, além da interpretação do elenco - para repassar ao público essa sensação sufocante. 

Usa também técnicas de distanciamento. Por exemplo, quando o protagonista lê as cartas que envia à mãe quando na clandestinidade olhando diretamente para a câmera. Isto é, olho no olho com o espectador. Mudanças na sequência temporal e uso farto de elipses fazem da construção dessa obra algo nada banal. Lhe dão tom reflexivo, com o debate interno da luta armada no confronto da ditadura, a relação dos militantes com o povo e com a classe média, etc. Temas estes até hoje mal resolvidos pela esquerda brasileira. 

No final da sessão, o filme foi muito aplaudido. Mas não foi uma reação consagradora. E nem poderia, pois a obra não é catártica. Induz mais à reflexão que aos estados emocionais. Em termos pessoais, acho um filme dos mais interessantes. E, aproveitando os acontecimentos vividos ontem no Cine Theatro Brasil Vallourec, podemos sugerir que o protofascismo continua bem vivo entre nós. E que filmes como Zé podem ser mais úteis na compreensão deste fenômeno e de com enfrentá-lo do que obras épicas, emocionantes e com heróis bem definidos. 

Hoje começam  as diversas mostras, algumas delas competitivas. Há duas mostras latino-americanas: a Território e a Continente. A primeira é composta por diretores com até três longas no currículo. Pelo Brasil, concorre o doc Toda noite estarei lá. A segunda não prevê essa limitação. 

O festival prossegue até domingo. A programação pode ser conferida no site www.cinebh.com.br

FILMES SELECIONADOS

 

MOSTRA TERRITÓRIO (competitiva):

 

"Llamadas desde Moscu", de  Luis Alejandro Yero (Cuba)

"Moto" , de Gastón  Sahajdacny (Argentina)

"A La Sombra de la Luz" , de Isabel Reyes e Ignacia Merino (Chile)

"Otro Sol , de Francisco Rodriguez Teare (Chile)

"Diogenes", de Leonardo Barbuy (Peru)

"Puentes en el Mar", de Patricia Ayala Ruiz (Colômbia)

"Guapo'y" , de Sofia Paoli Thorne (Paraguai)

"Toda Noite Estarei Lá", de Tati Franklin e Suellen Vasconcelos (Brasil).

 

MOSTRA CONTINENTE (latino-americana, não-competitiva):

 

"El Reino de Dios", de Claudia Sainte-Luce (México)

"El Grossor del Polvo", de Jonathan Hernández, (México)

"Utopia", de Laura Gómez Hinchapié (Colômbia)

"Vieja Viejo", de Ignacio Pavez (Chile)

"Sean Eternxs", de Raúl Perrone (Argentina)

"Las Preñadas", de Pedro Wallace (Argentina/Brasil)

"Tan Inmunda", de Wince Oyarce (Chile)

"Anhell69", de Theo Montoya (Colômbia)

"Nada sobre meu Pai", de Susanna Lira (Brasil)

"Rejeito", de Pedro de Filippis (Brasil)

"Amanhã", de Marcos Pimentel (Brasil)

"Propriedade", de Daniel Bandeira (Brasil)

"O Estranho" (Flora Dias e Juruna Mallon, Brasil)

"A Longa Viagem do Ônibus Amarelo" , de Júlio Bressane e Rodrigo Lima (Brasil)

 

MOSTRA CURTAS (brasileiros):

 

"Big Bang", Carlos Segundo (Uberlândia, MG)

"Febre", de Márcio Abreu (MG)

"Lombrado", de Ítalo Almeida (MG)

"Minha Vó Viajou prá Fora", de João Pedro Diniz (MG)

"Não Há Coincidência Ocupando esta Carne", de Júlia Elisa (MG)

"Sala de Espera", de Paula Santos (MG)

"Temos Muito Tempo para Envelhecer", de Bruna Shelb Corrêa (MG)

"Remendo", de Roger Ghil (ES)

"Até a Luz Voltar", de Alana Ferreira (GO)

"Deixa", de Mariana Jaspe (RJ)

"Casa Segura", de Allan Ribeiro (RJ)

"Mecanismo", de Isaac Morais, Gabriel Lima e Maria Beatriz (CE)

"Thuë Pihi Kuuwi - Uma Mulher Pensando", de Aida Harikariyona, Edmar Tokorino e Roseanne Yanomami

 

MOSTRA HOMENAGEM (a Rafael Conde e Yara de Novaes):

 

"Samba Canção" (longa, Conde, 2002)

"Fronteira" (longa, Conde,  2008)

"A Hora Vagabunda" (curta, Conde, 1998)

"Françoise" (curta, Conde, 2001)

"Rua da Amargura" (curta, Conde, 2003)

"A Chuva nos Telhados Antigos" (curta, 2006)

"Depois a Louca Sou Eu" (2021), longa de Julia Rezende (com Yara de Novaes no elenco)

 

DIÁLOGOS HISTÓRICOS (José Celso Martinez Corrêa - 1937-2023, ator, roteirista ou diretor):

 

"Prata Palomares", de André Faria (1970)

"O Rei da Vela", de Zé Celso e Noilton Nunes (1982)

"Fedro", de Marcelo Sebá (2021)

 

MOSTRA CINEMUNDI

 

"Mato Seco em Chamas", de Joana Pimenta e Adirley Queirós (DF)

"Paterno", de Marcelo Lordello (PE)

"Tia Virgínia", de Fábio Meira (RJ)

 

MOSTRA PRAÇA

 

"Andança - Encontros e Memórias de Beth Carvalho", de Pedro Bronz  (longa, 2023)

"Lô Borges - Toda Essa Água", de Rodrigo de Oliveira (longa, 2023)

"Gerais da Pedra", de Diego Zanotti (longa, 2023)

"Senhores de Aruanda - Umbanda e Resistência", de Caio Barroso, e "Folia dos Anjos", de Kdu dos Anjos (curtas)

 

MOSTRINHA DE CINEMA

 

"Placa Mãe", de Igor Bastos  (animação, Divinópolis-MG)

"Chef Jack, O Cozinheiro Aventureiro", de Guilherme Fiúza Zenha (animação, BH-MG)

 

A CIDADE EM MOVIMENTO ("Olhar o Horizonte"):

 

Compõe-se com 16 filmes realizados em Belo Horizonte e região metropolitana, com pouco ou nenhum recurso financeiro, divididos em cinco sessões, seguidas de rodas de conversa com convidados especiais sobre os assuntos dos filmes selecionados.

 

SESSÕES CINE-ESCOLA

 

Programa "Cine-Expressão - A Escola vai ao Cinema", composto com 13 filmes brasileiros  (divididos em seis sessões destinadas a crianças, adolescentes e educadores da rede pública).

A sessão do drama político Zé no Cine Theatro Brasil, em Belo Horizonte. Foto de Léo Lara/Divulgação  

BELO HORIZONTE - Com a exibição do drama político Zé, de Rafael Conde, decolou a 17ª Cine BH, cuja novidade, este ano, é a mostra competitiva Território, de filmes latino-americanos. 

O longa de Rafael Conde é baseado na história verídica de José Carlos Novaes da Mata Machado, militante da AP, morto em 1973, aos 27 anos, pelos órgãos de repressão da ditadura militar. 

Antes da sessão aconteceu um fato raro em festivais, mas típico dos nossos tempos de polarização. O ator Caio Horowitz, que interpreta Zé, como era conhecido José Carlos da Mata Machado, explicava o caso à plateia, quando foi interrompido por um grito, vindo público: Mentira! 

A manifestação desencadeou uma intensa reação do público, aos gritos, de fora Bolsonaro e fora, fascistas, até que alguém puxasse um Lula-lá, cantado pela maior parte do público. Não faltaram também gritos de fora Zema, dirigidos ao governador mineiro. Esse era o clima, portanto, na verdade adequado para se assistir a um filme ambientado na época da ditadura e que trata de um dos inúmeros crimes cometidos pelo regime autoritário. 

No conjunto de obras cinematográficas inspiradas nas lutas de resistência à ditadura, Zé ocupa uma posição singular. Em vez de cenas de ação, opta por registro mais intimista. O épico da resistência dá lugar a um momento de dissolução dos grupos diante da brutal repressão montada pelo regime. Não vemos Zé em ação, mas em fuga por vários Estados brasileiros, tentando se ocultar, ele, mulher e dois filhos, das forças que o perseguem. A angústia é o tom predominante e o filme sabe usar seus recursos - luz, som, além da interpretação do elenco - para repassar ao público essa sensação sufocante. 

Usa também técnicas de distanciamento. Por exemplo, quando o protagonista lê as cartas que envia à mãe quando na clandestinidade olhando diretamente para a câmera. Isto é, olho no olho com o espectador. Mudanças na sequência temporal e uso farto de elipses fazem da construção dessa obra algo nada banal. Lhe dão tom reflexivo, com o debate interno da luta armada no confronto da ditadura, a relação dos militantes com o povo e com a classe média, etc. Temas estes até hoje mal resolvidos pela esquerda brasileira. 

No final da sessão, o filme foi muito aplaudido. Mas não foi uma reação consagradora. E nem poderia, pois a obra não é catártica. Induz mais à reflexão que aos estados emocionais. Em termos pessoais, acho um filme dos mais interessantes. E, aproveitando os acontecimentos vividos ontem no Cine Theatro Brasil Vallourec, podemos sugerir que o protofascismo continua bem vivo entre nós. E que filmes como Zé podem ser mais úteis na compreensão deste fenômeno e de com enfrentá-lo do que obras épicas, emocionantes e com heróis bem definidos. 

Hoje começam  as diversas mostras, algumas delas competitivas. Há duas mostras latino-americanas: a Território e a Continente. A primeira é composta por diretores com até três longas no currículo. Pelo Brasil, concorre o doc Toda noite estarei lá. A segunda não prevê essa limitação. 

O festival prossegue até domingo. A programação pode ser conferida no site www.cinebh.com.br

FILMES SELECIONADOS

 

MOSTRA TERRITÓRIO (competitiva):

 

"Llamadas desde Moscu", de  Luis Alejandro Yero (Cuba)

"Moto" , de Gastón  Sahajdacny (Argentina)

"A La Sombra de la Luz" , de Isabel Reyes e Ignacia Merino (Chile)

"Otro Sol , de Francisco Rodriguez Teare (Chile)

"Diogenes", de Leonardo Barbuy (Peru)

"Puentes en el Mar", de Patricia Ayala Ruiz (Colômbia)

"Guapo'y" , de Sofia Paoli Thorne (Paraguai)

"Toda Noite Estarei Lá", de Tati Franklin e Suellen Vasconcelos (Brasil).

 

MOSTRA CONTINENTE (latino-americana, não-competitiva):

 

"El Reino de Dios", de Claudia Sainte-Luce (México)

"El Grossor del Polvo", de Jonathan Hernández, (México)

"Utopia", de Laura Gómez Hinchapié (Colômbia)

"Vieja Viejo", de Ignacio Pavez (Chile)

"Sean Eternxs", de Raúl Perrone (Argentina)

"Las Preñadas", de Pedro Wallace (Argentina/Brasil)

"Tan Inmunda", de Wince Oyarce (Chile)

"Anhell69", de Theo Montoya (Colômbia)

"Nada sobre meu Pai", de Susanna Lira (Brasil)

"Rejeito", de Pedro de Filippis (Brasil)

"Amanhã", de Marcos Pimentel (Brasil)

"Propriedade", de Daniel Bandeira (Brasil)

"O Estranho" (Flora Dias e Juruna Mallon, Brasil)

"A Longa Viagem do Ônibus Amarelo" , de Júlio Bressane e Rodrigo Lima (Brasil)

 

MOSTRA CURTAS (brasileiros):

 

"Big Bang", Carlos Segundo (Uberlândia, MG)

"Febre", de Márcio Abreu (MG)

"Lombrado", de Ítalo Almeida (MG)

"Minha Vó Viajou prá Fora", de João Pedro Diniz (MG)

"Não Há Coincidência Ocupando esta Carne", de Júlia Elisa (MG)

"Sala de Espera", de Paula Santos (MG)

"Temos Muito Tempo para Envelhecer", de Bruna Shelb Corrêa (MG)

"Remendo", de Roger Ghil (ES)

"Até a Luz Voltar", de Alana Ferreira (GO)

"Deixa", de Mariana Jaspe (RJ)

"Casa Segura", de Allan Ribeiro (RJ)

"Mecanismo", de Isaac Morais, Gabriel Lima e Maria Beatriz (CE)

"Thuë Pihi Kuuwi - Uma Mulher Pensando", de Aida Harikariyona, Edmar Tokorino e Roseanne Yanomami

 

MOSTRA HOMENAGEM (a Rafael Conde e Yara de Novaes):

 

"Samba Canção" (longa, Conde, 2002)

"Fronteira" (longa, Conde,  2008)

"A Hora Vagabunda" (curta, Conde, 1998)

"Françoise" (curta, Conde, 2001)

"Rua da Amargura" (curta, Conde, 2003)

"A Chuva nos Telhados Antigos" (curta, 2006)

"Depois a Louca Sou Eu" (2021), longa de Julia Rezende (com Yara de Novaes no elenco)

 

DIÁLOGOS HISTÓRICOS (José Celso Martinez Corrêa - 1937-2023, ator, roteirista ou diretor):

 

"Prata Palomares", de André Faria (1970)

"O Rei da Vela", de Zé Celso e Noilton Nunes (1982)

"Fedro", de Marcelo Sebá (2021)

 

MOSTRA CINEMUNDI

 

"Mato Seco em Chamas", de Joana Pimenta e Adirley Queirós (DF)

"Paterno", de Marcelo Lordello (PE)

"Tia Virgínia", de Fábio Meira (RJ)

 

MOSTRA PRAÇA

 

"Andança - Encontros e Memórias de Beth Carvalho", de Pedro Bronz  (longa, 2023)

"Lô Borges - Toda Essa Água", de Rodrigo de Oliveira (longa, 2023)

"Gerais da Pedra", de Diego Zanotti (longa, 2023)

"Senhores de Aruanda - Umbanda e Resistência", de Caio Barroso, e "Folia dos Anjos", de Kdu dos Anjos (curtas)

 

MOSTRINHA DE CINEMA

 

"Placa Mãe", de Igor Bastos  (animação, Divinópolis-MG)

"Chef Jack, O Cozinheiro Aventureiro", de Guilherme Fiúza Zenha (animação, BH-MG)

 

A CIDADE EM MOVIMENTO ("Olhar o Horizonte"):

 

Compõe-se com 16 filmes realizados em Belo Horizonte e região metropolitana, com pouco ou nenhum recurso financeiro, divididos em cinco sessões, seguidas de rodas de conversa com convidados especiais sobre os assuntos dos filmes selecionados.

 

SESSÕES CINE-ESCOLA

 

Programa "Cine-Expressão - A Escola vai ao Cinema", composto com 13 filmes brasileiros  (divididos em seis sessões destinadas a crianças, adolescentes e educadores da rede pública).

A sessão do drama político Zé no Cine Theatro Brasil, em Belo Horizonte. Foto de Léo Lara/Divulgação  

BELO HORIZONTE - Com a exibição do drama político Zé, de Rafael Conde, decolou a 17ª Cine BH, cuja novidade, este ano, é a mostra competitiva Território, de filmes latino-americanos. 

O longa de Rafael Conde é baseado na história verídica de José Carlos Novaes da Mata Machado, militante da AP, morto em 1973, aos 27 anos, pelos órgãos de repressão da ditadura militar. 

Antes da sessão aconteceu um fato raro em festivais, mas típico dos nossos tempos de polarização. O ator Caio Horowitz, que interpreta Zé, como era conhecido José Carlos da Mata Machado, explicava o caso à plateia, quando foi interrompido por um grito, vindo público: Mentira! 

A manifestação desencadeou uma intensa reação do público, aos gritos, de fora Bolsonaro e fora, fascistas, até que alguém puxasse um Lula-lá, cantado pela maior parte do público. Não faltaram também gritos de fora Zema, dirigidos ao governador mineiro. Esse era o clima, portanto, na verdade adequado para se assistir a um filme ambientado na época da ditadura e que trata de um dos inúmeros crimes cometidos pelo regime autoritário. 

No conjunto de obras cinematográficas inspiradas nas lutas de resistência à ditadura, Zé ocupa uma posição singular. Em vez de cenas de ação, opta por registro mais intimista. O épico da resistência dá lugar a um momento de dissolução dos grupos diante da brutal repressão montada pelo regime. Não vemos Zé em ação, mas em fuga por vários Estados brasileiros, tentando se ocultar, ele, mulher e dois filhos, das forças que o perseguem. A angústia é o tom predominante e o filme sabe usar seus recursos - luz, som, além da interpretação do elenco - para repassar ao público essa sensação sufocante. 

Usa também técnicas de distanciamento. Por exemplo, quando o protagonista lê as cartas que envia à mãe quando na clandestinidade olhando diretamente para a câmera. Isto é, olho no olho com o espectador. Mudanças na sequência temporal e uso farto de elipses fazem da construção dessa obra algo nada banal. Lhe dão tom reflexivo, com o debate interno da luta armada no confronto da ditadura, a relação dos militantes com o povo e com a classe média, etc. Temas estes até hoje mal resolvidos pela esquerda brasileira. 

No final da sessão, o filme foi muito aplaudido. Mas não foi uma reação consagradora. E nem poderia, pois a obra não é catártica. Induz mais à reflexão que aos estados emocionais. Em termos pessoais, acho um filme dos mais interessantes. E, aproveitando os acontecimentos vividos ontem no Cine Theatro Brasil Vallourec, podemos sugerir que o protofascismo continua bem vivo entre nós. E que filmes como Zé podem ser mais úteis na compreensão deste fenômeno e de com enfrentá-lo do que obras épicas, emocionantes e com heróis bem definidos. 

Hoje começam  as diversas mostras, algumas delas competitivas. Há duas mostras latino-americanas: a Território e a Continente. A primeira é composta por diretores com até três longas no currículo. Pelo Brasil, concorre o doc Toda noite estarei lá. A segunda não prevê essa limitação. 

O festival prossegue até domingo. A programação pode ser conferida no site www.cinebh.com.br

FILMES SELECIONADOS

 

MOSTRA TERRITÓRIO (competitiva):

 

"Llamadas desde Moscu", de  Luis Alejandro Yero (Cuba)

"Moto" , de Gastón  Sahajdacny (Argentina)

"A La Sombra de la Luz" , de Isabel Reyes e Ignacia Merino (Chile)

"Otro Sol , de Francisco Rodriguez Teare (Chile)

"Diogenes", de Leonardo Barbuy (Peru)

"Puentes en el Mar", de Patricia Ayala Ruiz (Colômbia)

"Guapo'y" , de Sofia Paoli Thorne (Paraguai)

"Toda Noite Estarei Lá", de Tati Franklin e Suellen Vasconcelos (Brasil).

 

MOSTRA CONTINENTE (latino-americana, não-competitiva):

 

"El Reino de Dios", de Claudia Sainte-Luce (México)

"El Grossor del Polvo", de Jonathan Hernández, (México)

"Utopia", de Laura Gómez Hinchapié (Colômbia)

"Vieja Viejo", de Ignacio Pavez (Chile)

"Sean Eternxs", de Raúl Perrone (Argentina)

"Las Preñadas", de Pedro Wallace (Argentina/Brasil)

"Tan Inmunda", de Wince Oyarce (Chile)

"Anhell69", de Theo Montoya (Colômbia)

"Nada sobre meu Pai", de Susanna Lira (Brasil)

"Rejeito", de Pedro de Filippis (Brasil)

"Amanhã", de Marcos Pimentel (Brasil)

"Propriedade", de Daniel Bandeira (Brasil)

"O Estranho" (Flora Dias e Juruna Mallon, Brasil)

"A Longa Viagem do Ônibus Amarelo" , de Júlio Bressane e Rodrigo Lima (Brasil)

 

MOSTRA CURTAS (brasileiros):

 

"Big Bang", Carlos Segundo (Uberlândia, MG)

"Febre", de Márcio Abreu (MG)

"Lombrado", de Ítalo Almeida (MG)

"Minha Vó Viajou prá Fora", de João Pedro Diniz (MG)

"Não Há Coincidência Ocupando esta Carne", de Júlia Elisa (MG)

"Sala de Espera", de Paula Santos (MG)

"Temos Muito Tempo para Envelhecer", de Bruna Shelb Corrêa (MG)

"Remendo", de Roger Ghil (ES)

"Até a Luz Voltar", de Alana Ferreira (GO)

"Deixa", de Mariana Jaspe (RJ)

"Casa Segura", de Allan Ribeiro (RJ)

"Mecanismo", de Isaac Morais, Gabriel Lima e Maria Beatriz (CE)

"Thuë Pihi Kuuwi - Uma Mulher Pensando", de Aida Harikariyona, Edmar Tokorino e Roseanne Yanomami

 

MOSTRA HOMENAGEM (a Rafael Conde e Yara de Novaes):

 

"Samba Canção" (longa, Conde, 2002)

"Fronteira" (longa, Conde,  2008)

"A Hora Vagabunda" (curta, Conde, 1998)

"Françoise" (curta, Conde, 2001)

"Rua da Amargura" (curta, Conde, 2003)

"A Chuva nos Telhados Antigos" (curta, 2006)

"Depois a Louca Sou Eu" (2021), longa de Julia Rezende (com Yara de Novaes no elenco)

 

DIÁLOGOS HISTÓRICOS (José Celso Martinez Corrêa - 1937-2023, ator, roteirista ou diretor):

 

"Prata Palomares", de André Faria (1970)

"O Rei da Vela", de Zé Celso e Noilton Nunes (1982)

"Fedro", de Marcelo Sebá (2021)

 

MOSTRA CINEMUNDI

 

"Mato Seco em Chamas", de Joana Pimenta e Adirley Queirós (DF)

"Paterno", de Marcelo Lordello (PE)

"Tia Virgínia", de Fábio Meira (RJ)

 

MOSTRA PRAÇA

 

"Andança - Encontros e Memórias de Beth Carvalho", de Pedro Bronz  (longa, 2023)

"Lô Borges - Toda Essa Água", de Rodrigo de Oliveira (longa, 2023)

"Gerais da Pedra", de Diego Zanotti (longa, 2023)

"Senhores de Aruanda - Umbanda e Resistência", de Caio Barroso, e "Folia dos Anjos", de Kdu dos Anjos (curtas)

 

MOSTRINHA DE CINEMA

 

"Placa Mãe", de Igor Bastos  (animação, Divinópolis-MG)

"Chef Jack, O Cozinheiro Aventureiro", de Guilherme Fiúza Zenha (animação, BH-MG)

 

A CIDADE EM MOVIMENTO ("Olhar o Horizonte"):

 

Compõe-se com 16 filmes realizados em Belo Horizonte e região metropolitana, com pouco ou nenhum recurso financeiro, divididos em cinco sessões, seguidas de rodas de conversa com convidados especiais sobre os assuntos dos filmes selecionados.

 

SESSÕES CINE-ESCOLA

 

Programa "Cine-Expressão - A Escola vai ao Cinema", composto com 13 filmes brasileiros  (divididos em seis sessões destinadas a crianças, adolescentes e educadores da rede pública).

A sessão do drama político Zé no Cine Theatro Brasil, em Belo Horizonte. Foto de Léo Lara/Divulgação  

BELO HORIZONTE - Com a exibição do drama político Zé, de Rafael Conde, decolou a 17ª Cine BH, cuja novidade, este ano, é a mostra competitiva Território, de filmes latino-americanos. 

O longa de Rafael Conde é baseado na história verídica de José Carlos Novaes da Mata Machado, militante da AP, morto em 1973, aos 27 anos, pelos órgãos de repressão da ditadura militar. 

Antes da sessão aconteceu um fato raro em festivais, mas típico dos nossos tempos de polarização. O ator Caio Horowitz, que interpreta Zé, como era conhecido José Carlos da Mata Machado, explicava o caso à plateia, quando foi interrompido por um grito, vindo público: Mentira! 

A manifestação desencadeou uma intensa reação do público, aos gritos, de fora Bolsonaro e fora, fascistas, até que alguém puxasse um Lula-lá, cantado pela maior parte do público. Não faltaram também gritos de fora Zema, dirigidos ao governador mineiro. Esse era o clima, portanto, na verdade adequado para se assistir a um filme ambientado na época da ditadura e que trata de um dos inúmeros crimes cometidos pelo regime autoritário. 

No conjunto de obras cinematográficas inspiradas nas lutas de resistência à ditadura, Zé ocupa uma posição singular. Em vez de cenas de ação, opta por registro mais intimista. O épico da resistência dá lugar a um momento de dissolução dos grupos diante da brutal repressão montada pelo regime. Não vemos Zé em ação, mas em fuga por vários Estados brasileiros, tentando se ocultar, ele, mulher e dois filhos, das forças que o perseguem. A angústia é o tom predominante e o filme sabe usar seus recursos - luz, som, além da interpretação do elenco - para repassar ao público essa sensação sufocante. 

Usa também técnicas de distanciamento. Por exemplo, quando o protagonista lê as cartas que envia à mãe quando na clandestinidade olhando diretamente para a câmera. Isto é, olho no olho com o espectador. Mudanças na sequência temporal e uso farto de elipses fazem da construção dessa obra algo nada banal. Lhe dão tom reflexivo, com o debate interno da luta armada no confronto da ditadura, a relação dos militantes com o povo e com a classe média, etc. Temas estes até hoje mal resolvidos pela esquerda brasileira. 

No final da sessão, o filme foi muito aplaudido. Mas não foi uma reação consagradora. E nem poderia, pois a obra não é catártica. Induz mais à reflexão que aos estados emocionais. Em termos pessoais, acho um filme dos mais interessantes. E, aproveitando os acontecimentos vividos ontem no Cine Theatro Brasil Vallourec, podemos sugerir que o protofascismo continua bem vivo entre nós. E que filmes como Zé podem ser mais úteis na compreensão deste fenômeno e de com enfrentá-lo do que obras épicas, emocionantes e com heróis bem definidos. 

Hoje começam  as diversas mostras, algumas delas competitivas. Há duas mostras latino-americanas: a Território e a Continente. A primeira é composta por diretores com até três longas no currículo. Pelo Brasil, concorre o doc Toda noite estarei lá. A segunda não prevê essa limitação. 

O festival prossegue até domingo. A programação pode ser conferida no site www.cinebh.com.br

FILMES SELECIONADOS

 

MOSTRA TERRITÓRIO (competitiva):

 

"Llamadas desde Moscu", de  Luis Alejandro Yero (Cuba)

"Moto" , de Gastón  Sahajdacny (Argentina)

"A La Sombra de la Luz" , de Isabel Reyes e Ignacia Merino (Chile)

"Otro Sol , de Francisco Rodriguez Teare (Chile)

"Diogenes", de Leonardo Barbuy (Peru)

"Puentes en el Mar", de Patricia Ayala Ruiz (Colômbia)

"Guapo'y" , de Sofia Paoli Thorne (Paraguai)

"Toda Noite Estarei Lá", de Tati Franklin e Suellen Vasconcelos (Brasil).

 

MOSTRA CONTINENTE (latino-americana, não-competitiva):

 

"El Reino de Dios", de Claudia Sainte-Luce (México)

"El Grossor del Polvo", de Jonathan Hernández, (México)

"Utopia", de Laura Gómez Hinchapié (Colômbia)

"Vieja Viejo", de Ignacio Pavez (Chile)

"Sean Eternxs", de Raúl Perrone (Argentina)

"Las Preñadas", de Pedro Wallace (Argentina/Brasil)

"Tan Inmunda", de Wince Oyarce (Chile)

"Anhell69", de Theo Montoya (Colômbia)

"Nada sobre meu Pai", de Susanna Lira (Brasil)

"Rejeito", de Pedro de Filippis (Brasil)

"Amanhã", de Marcos Pimentel (Brasil)

"Propriedade", de Daniel Bandeira (Brasil)

"O Estranho" (Flora Dias e Juruna Mallon, Brasil)

"A Longa Viagem do Ônibus Amarelo" , de Júlio Bressane e Rodrigo Lima (Brasil)

 

MOSTRA CURTAS (brasileiros):

 

"Big Bang", Carlos Segundo (Uberlândia, MG)

"Febre", de Márcio Abreu (MG)

"Lombrado", de Ítalo Almeida (MG)

"Minha Vó Viajou prá Fora", de João Pedro Diniz (MG)

"Não Há Coincidência Ocupando esta Carne", de Júlia Elisa (MG)

"Sala de Espera", de Paula Santos (MG)

"Temos Muito Tempo para Envelhecer", de Bruna Shelb Corrêa (MG)

"Remendo", de Roger Ghil (ES)

"Até a Luz Voltar", de Alana Ferreira (GO)

"Deixa", de Mariana Jaspe (RJ)

"Casa Segura", de Allan Ribeiro (RJ)

"Mecanismo", de Isaac Morais, Gabriel Lima e Maria Beatriz (CE)

"Thuë Pihi Kuuwi - Uma Mulher Pensando", de Aida Harikariyona, Edmar Tokorino e Roseanne Yanomami

 

MOSTRA HOMENAGEM (a Rafael Conde e Yara de Novaes):

 

"Samba Canção" (longa, Conde, 2002)

"Fronteira" (longa, Conde,  2008)

"A Hora Vagabunda" (curta, Conde, 1998)

"Françoise" (curta, Conde, 2001)

"Rua da Amargura" (curta, Conde, 2003)

"A Chuva nos Telhados Antigos" (curta, 2006)

"Depois a Louca Sou Eu" (2021), longa de Julia Rezende (com Yara de Novaes no elenco)

 

DIÁLOGOS HISTÓRICOS (José Celso Martinez Corrêa - 1937-2023, ator, roteirista ou diretor):

 

"Prata Palomares", de André Faria (1970)

"O Rei da Vela", de Zé Celso e Noilton Nunes (1982)

"Fedro", de Marcelo Sebá (2021)

 

MOSTRA CINEMUNDI

 

"Mato Seco em Chamas", de Joana Pimenta e Adirley Queirós (DF)

"Paterno", de Marcelo Lordello (PE)

"Tia Virgínia", de Fábio Meira (RJ)

 

MOSTRA PRAÇA

 

"Andança - Encontros e Memórias de Beth Carvalho", de Pedro Bronz  (longa, 2023)

"Lô Borges - Toda Essa Água", de Rodrigo de Oliveira (longa, 2023)

"Gerais da Pedra", de Diego Zanotti (longa, 2023)

"Senhores de Aruanda - Umbanda e Resistência", de Caio Barroso, e "Folia dos Anjos", de Kdu dos Anjos (curtas)

 

MOSTRINHA DE CINEMA

 

"Placa Mãe", de Igor Bastos  (animação, Divinópolis-MG)

"Chef Jack, O Cozinheiro Aventureiro", de Guilherme Fiúza Zenha (animação, BH-MG)

 

A CIDADE EM MOVIMENTO ("Olhar o Horizonte"):

 

Compõe-se com 16 filmes realizados em Belo Horizonte e região metropolitana, com pouco ou nenhum recurso financeiro, divididos em cinco sessões, seguidas de rodas de conversa com convidados especiais sobre os assuntos dos filmes selecionados.

 

SESSÕES CINE-ESCOLA

 

Programa "Cine-Expressão - A Escola vai ao Cinema", composto com 13 filmes brasileiros  (divididos em seis sessões destinadas a crianças, adolescentes e educadores da rede pública).

Opinião por Luiz Zanin Oricchio

É jornalista, psicanalista e crítico de cinema

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.