Cinema, cultura & afins

Opinião|Gramado 2024: 'Barba Ensopada de Sangue' fecha com brilho a competição


Por Luiz Zanin Oricchio
 

Gramado - Aly Muritiba volta pela segunda vez ao palco de Gramado. Na primeira, apresentou sua série Cidade de Deus - A Luta Continua, espécie de desdobramento, 22 anos depois, do polêmico e referencial filme de Fernando Meirelles. Na segunda, para defender seu novo trabalho, Barba Ensopada de Sangue, adaptado do livro homônimo de Daniel Galera, que compete na mostra de longas-metragens. 

O papel principal fica com Gabriel Leone. Ele é Gabriel, que chega à localidade pesqueira de Armação, no litoral catarinense, para descobrir o que aconteceu com o avô, desaparecido misteriosamente. Ele chega também para tomar posse da casa do avô, que está abandonada. Ele e seu irmão têm planos de vendê-la. 

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Ao chegar, alguém diz a ele: "Você nunca vai sair daqui. Armação é o paraíso na terra." Mas não é bem a experiência de Gabriel, hostilizado pela população local depois de começar a perguntar por Gaudério, seu avô. Ao que parece, Gaudério era o próprio demônio, mas nem sempre as aparências se confirmam, ainda mais quando se está no registro do suspense, no qual máscaras devem cair para que a verdade apareça. Por sorte, Gabriel conhece uma moça, uma jovem guia turística vivida por Thainá Duarte. 

Há o enredo amoroso, mas em especial o mistério sobre aquele local, que viveu da pesca da baleia antes de tal atividade ser proibida nos anos 1970. Como todo ambiente caído em decadência, também este contém suas doses de violência e hostilidade aos estranhos. Gabriel deverá experimentar tudo isso.

Há algo de misterioso nessa comunidade que procura esquecer traços do seu passado. Um estranho esqueleto de baleia parece simbolizar tudo, assim como um velho farol que parece mal assombrado, um lugar-tabu ao qual ninguém deve ir. 

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A direção mistura esses ingredientes com competência. A fotografia, de Inti Briones, é soturna. Céu sempre nublado. Águas que se adivinham como frias e perigosas. Mas, nas quais Gabriel, um professor de natação, se aventura. 

Tudo isso faz um bom thriller.

O Festival de Gramado se encaminha para o fim. Hoje à noite haverá a homenagem a Jorge Furtado com o troféu Eduardo Abelin. Em seguida, será exibido, fora de concurso, seu novo trabalho (em parceria com Yasmin Thayná), Virgínia e Adelaide, pondo em cena pioneiras da psicanálise no Brasil. Num festival bastante centrado no protagonismo feminino, não poderia haver fecho mais apropriado. 

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Na expectativa deste crítico, Oeste Outra Vez continua na ponta. Não sei se tem muita chance nos dias atuais, muito presos a mensagens e causas urgentes. Alusões não valem mais, metáforas muito menos. Cidade; Campo tem qualidades com sua mistura fina de engajamento mesclado ao fantástico. O Clube das Mulheres de Negócios é paradoxal. Em sua primeira metade parece mais óbvio; mas contradiz essa obviedade na segunda, de pegada desconstrutiva e termina em grande estilo. Pasárgada é uma ótima estreia.

Amanhã, saem os premiados, com transmissão direta pelo Canal Brasil a partir de 20h50.Esperamos que os júris estejam à altura da bela seleção de filmes apresentada em Gramado.

 

 

Gramado - Aly Muritiba volta pela segunda vez ao palco de Gramado. Na primeira, apresentou sua série Cidade de Deus - A Luta Continua, espécie de desdobramento, 22 anos depois, do polêmico e referencial filme de Fernando Meirelles. Na segunda, para defender seu novo trabalho, Barba Ensopada de Sangue, adaptado do livro homônimo de Daniel Galera, que compete na mostra de longas-metragens. 

O papel principal fica com Gabriel Leone. Ele é Gabriel, que chega à localidade pesqueira de Armação, no litoral catarinense, para descobrir o que aconteceu com o avô, desaparecido misteriosamente. Ele chega também para tomar posse da casa do avô, que está abandonada. Ele e seu irmão têm planos de vendê-la. 

Ao chegar, alguém diz a ele: "Você nunca vai sair daqui. Armação é o paraíso na terra." Mas não é bem a experiência de Gabriel, hostilizado pela população local depois de começar a perguntar por Gaudério, seu avô. Ao que parece, Gaudério era o próprio demônio, mas nem sempre as aparências se confirmam, ainda mais quando se está no registro do suspense, no qual máscaras devem cair para que a verdade apareça. Por sorte, Gabriel conhece uma moça, uma jovem guia turística vivida por Thainá Duarte. 

Há o enredo amoroso, mas em especial o mistério sobre aquele local, que viveu da pesca da baleia antes de tal atividade ser proibida nos anos 1970. Como todo ambiente caído em decadência, também este contém suas doses de violência e hostilidade aos estranhos. Gabriel deverá experimentar tudo isso.

Há algo de misterioso nessa comunidade que procura esquecer traços do seu passado. Um estranho esqueleto de baleia parece simbolizar tudo, assim como um velho farol que parece mal assombrado, um lugar-tabu ao qual ninguém deve ir. 

A direção mistura esses ingredientes com competência. A fotografia, de Inti Briones, é soturna. Céu sempre nublado. Águas que se adivinham como frias e perigosas. Mas, nas quais Gabriel, um professor de natação, se aventura. 

Tudo isso faz um bom thriller.

O Festival de Gramado se encaminha para o fim. Hoje à noite haverá a homenagem a Jorge Furtado com o troféu Eduardo Abelin. Em seguida, será exibido, fora de concurso, seu novo trabalho (em parceria com Yasmin Thayná), Virgínia e Adelaide, pondo em cena pioneiras da psicanálise no Brasil. Num festival bastante centrado no protagonismo feminino, não poderia haver fecho mais apropriado. 

Na expectativa deste crítico, Oeste Outra Vez continua na ponta. Não sei se tem muita chance nos dias atuais, muito presos a mensagens e causas urgentes. Alusões não valem mais, metáforas muito menos. Cidade; Campo tem qualidades com sua mistura fina de engajamento mesclado ao fantástico. O Clube das Mulheres de Negócios é paradoxal. Em sua primeira metade parece mais óbvio; mas contradiz essa obviedade na segunda, de pegada desconstrutiva e termina em grande estilo. Pasárgada é uma ótima estreia.

Amanhã, saem os premiados, com transmissão direta pelo Canal Brasil a partir de 20h50.Esperamos que os júris estejam à altura da bela seleção de filmes apresentada em Gramado.

 

 

Gramado - Aly Muritiba volta pela segunda vez ao palco de Gramado. Na primeira, apresentou sua série Cidade de Deus - A Luta Continua, espécie de desdobramento, 22 anos depois, do polêmico e referencial filme de Fernando Meirelles. Na segunda, para defender seu novo trabalho, Barba Ensopada de Sangue, adaptado do livro homônimo de Daniel Galera, que compete na mostra de longas-metragens. 

O papel principal fica com Gabriel Leone. Ele é Gabriel, que chega à localidade pesqueira de Armação, no litoral catarinense, para descobrir o que aconteceu com o avô, desaparecido misteriosamente. Ele chega também para tomar posse da casa do avô, que está abandonada. Ele e seu irmão têm planos de vendê-la. 

Ao chegar, alguém diz a ele: "Você nunca vai sair daqui. Armação é o paraíso na terra." Mas não é bem a experiência de Gabriel, hostilizado pela população local depois de começar a perguntar por Gaudério, seu avô. Ao que parece, Gaudério era o próprio demônio, mas nem sempre as aparências se confirmam, ainda mais quando se está no registro do suspense, no qual máscaras devem cair para que a verdade apareça. Por sorte, Gabriel conhece uma moça, uma jovem guia turística vivida por Thainá Duarte. 

Há o enredo amoroso, mas em especial o mistério sobre aquele local, que viveu da pesca da baleia antes de tal atividade ser proibida nos anos 1970. Como todo ambiente caído em decadência, também este contém suas doses de violência e hostilidade aos estranhos. Gabriel deverá experimentar tudo isso.

Há algo de misterioso nessa comunidade que procura esquecer traços do seu passado. Um estranho esqueleto de baleia parece simbolizar tudo, assim como um velho farol que parece mal assombrado, um lugar-tabu ao qual ninguém deve ir. 

A direção mistura esses ingredientes com competência. A fotografia, de Inti Briones, é soturna. Céu sempre nublado. Águas que se adivinham como frias e perigosas. Mas, nas quais Gabriel, um professor de natação, se aventura. 

Tudo isso faz um bom thriller.

O Festival de Gramado se encaminha para o fim. Hoje à noite haverá a homenagem a Jorge Furtado com o troféu Eduardo Abelin. Em seguida, será exibido, fora de concurso, seu novo trabalho (em parceria com Yasmin Thayná), Virgínia e Adelaide, pondo em cena pioneiras da psicanálise no Brasil. Num festival bastante centrado no protagonismo feminino, não poderia haver fecho mais apropriado. 

Na expectativa deste crítico, Oeste Outra Vez continua na ponta. Não sei se tem muita chance nos dias atuais, muito presos a mensagens e causas urgentes. Alusões não valem mais, metáforas muito menos. Cidade; Campo tem qualidades com sua mistura fina de engajamento mesclado ao fantástico. O Clube das Mulheres de Negócios é paradoxal. Em sua primeira metade parece mais óbvio; mas contradiz essa obviedade na segunda, de pegada desconstrutiva e termina em grande estilo. Pasárgada é uma ótima estreia.

Amanhã, saem os premiados, com transmissão direta pelo Canal Brasil a partir de 20h50.Esperamos que os júris estejam à altura da bela seleção de filmes apresentada em Gramado.

 

 

Gramado - Aly Muritiba volta pela segunda vez ao palco de Gramado. Na primeira, apresentou sua série Cidade de Deus - A Luta Continua, espécie de desdobramento, 22 anos depois, do polêmico e referencial filme de Fernando Meirelles. Na segunda, para defender seu novo trabalho, Barba Ensopada de Sangue, adaptado do livro homônimo de Daniel Galera, que compete na mostra de longas-metragens. 

O papel principal fica com Gabriel Leone. Ele é Gabriel, que chega à localidade pesqueira de Armação, no litoral catarinense, para descobrir o que aconteceu com o avô, desaparecido misteriosamente. Ele chega também para tomar posse da casa do avô, que está abandonada. Ele e seu irmão têm planos de vendê-la. 

Ao chegar, alguém diz a ele: "Você nunca vai sair daqui. Armação é o paraíso na terra." Mas não é bem a experiência de Gabriel, hostilizado pela população local depois de começar a perguntar por Gaudério, seu avô. Ao que parece, Gaudério era o próprio demônio, mas nem sempre as aparências se confirmam, ainda mais quando se está no registro do suspense, no qual máscaras devem cair para que a verdade apareça. Por sorte, Gabriel conhece uma moça, uma jovem guia turística vivida por Thainá Duarte. 

Há o enredo amoroso, mas em especial o mistério sobre aquele local, que viveu da pesca da baleia antes de tal atividade ser proibida nos anos 1970. Como todo ambiente caído em decadência, também este contém suas doses de violência e hostilidade aos estranhos. Gabriel deverá experimentar tudo isso.

Há algo de misterioso nessa comunidade que procura esquecer traços do seu passado. Um estranho esqueleto de baleia parece simbolizar tudo, assim como um velho farol que parece mal assombrado, um lugar-tabu ao qual ninguém deve ir. 

A direção mistura esses ingredientes com competência. A fotografia, de Inti Briones, é soturna. Céu sempre nublado. Águas que se adivinham como frias e perigosas. Mas, nas quais Gabriel, um professor de natação, se aventura. 

Tudo isso faz um bom thriller.

O Festival de Gramado se encaminha para o fim. Hoje à noite haverá a homenagem a Jorge Furtado com o troféu Eduardo Abelin. Em seguida, será exibido, fora de concurso, seu novo trabalho (em parceria com Yasmin Thayná), Virgínia e Adelaide, pondo em cena pioneiras da psicanálise no Brasil. Num festival bastante centrado no protagonismo feminino, não poderia haver fecho mais apropriado. 

Na expectativa deste crítico, Oeste Outra Vez continua na ponta. Não sei se tem muita chance nos dias atuais, muito presos a mensagens e causas urgentes. Alusões não valem mais, metáforas muito menos. Cidade; Campo tem qualidades com sua mistura fina de engajamento mesclado ao fantástico. O Clube das Mulheres de Negócios é paradoxal. Em sua primeira metade parece mais óbvio; mas contradiz essa obviedade na segunda, de pegada desconstrutiva e termina em grande estilo. Pasárgada é uma ótima estreia.

Amanhã, saem os premiados, com transmissão direta pelo Canal Brasil a partir de 20h50.Esperamos que os júris estejam à altura da bela seleção de filmes apresentada em Gramado.

 

Opinião por Luiz Zanin Oricchio

É jornalista, psicanalista e crítico de cinema

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