Pequenas neuroses contemporâneas

Opinião|Desvendando Miles Davis


Por Marcelo Rubens Paiva

Miles Davis era um gênio? Yes, sir...

Existe a era antes e depois de Miles Davis? Yep.

Por quê?

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Um documentário da Netflix (Birth of the Cool) desvenda em duas horas o enigma Miles Davis. Aliás, por ele mesmo, já que ouvimos em off trechos da sua autobiografia.

Desvendamos o trompetista que nasceu de uma família rica, virou figurante de uma banda com Charlie Bird Parker e Dizzy Gillespie, na explosão dos clubes de jazz da Rua 52, viciou-se em heroína e, curado, numa exibição no festival de jazz de Newport, mudou o bebop, o mundo do jazz, da música.

Ele fez uma música para ser contemplada de olhos fechados, como os mestres eruditos que estudou em Nova York na Julliard School.

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Fez uma música para ser sentida, que invadia a alma, alterava a frequência cardíaca. Virou sinônimo de chique. Fez sucesso na Europa. Conviveu com Picasso e Sartre. Penetrou no difícil público branco norte-americano.

Inventou o cool jazz e o jeito cool de ser. Fez uma música introspectiva, para dentro. Obrigou o público a se sentar e ouvir. Inventou o jazz modal.

Sua revolução não parou aí.

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Ao mudar de gravadora, Columbia, precisava entregar às pressas quatro álbuns para a antiga, Prestige. Em três dias. Entregou quatro obras-primas. Estava inventada a jam session: música como um fluxo da consciência.

Fez o disco de jazz que mais vendeu na história: Kind of Blue.

Sempre se cercou de jovens talentos, a quem dava asas: Chick Corea, Herbie Hancock, John Coltrane, Wayne Shorter, Thelonious Monk, George Coleman, Kenny Garrett, o baterista Tony Williams, Gil Evans e o guitarrista John McLaughlin. Os vivos falaram no documentário.

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Foi para a França e compôs a trilha do filme Ascenseur pour l'échafaud de Louis Malle, com músicos franceses: improvisavam diante da tela, enquanto Jeanne Moreau caminhava perdida pelas ruas de Paris; queria traduzir o sentimento da personagem. O disco fez tanto sucesso quanto o filme.

Inspirado por um show de música flamenca que viu em Barcelona, passou a fazer do trompete uma voz humana. Depois, incluiu batidas indianas.

Mudou radicalmente o estilo depois dos turbulentos anos de 1968-69. Fundiu o jazz com o funk. Inventou o fusion.

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Lotava shows. Seus discos vendiam muito. E, sobretudo, era um ídolo da comunidade negra, pois peitava os brancos, vestia-se magistralmente, estiloso, casado com a mulher negra mais desejada, a dançarina Francis, e sempre dirigia uma Ferrari.

Fica provado: Miles é um semideus.

Miles Davis era um gênio? Yes, sir...

Existe a era antes e depois de Miles Davis? Yep.

Por quê?

Um documentário da Netflix (Birth of the Cool) desvenda em duas horas o enigma Miles Davis. Aliás, por ele mesmo, já que ouvimos em off trechos da sua autobiografia.

Desvendamos o trompetista que nasceu de uma família rica, virou figurante de uma banda com Charlie Bird Parker e Dizzy Gillespie, na explosão dos clubes de jazz da Rua 52, viciou-se em heroína e, curado, numa exibição no festival de jazz de Newport, mudou o bebop, o mundo do jazz, da música.

Ele fez uma música para ser contemplada de olhos fechados, como os mestres eruditos que estudou em Nova York na Julliard School.

Fez uma música para ser sentida, que invadia a alma, alterava a frequência cardíaca. Virou sinônimo de chique. Fez sucesso na Europa. Conviveu com Picasso e Sartre. Penetrou no difícil público branco norte-americano.

Inventou o cool jazz e o jeito cool de ser. Fez uma música introspectiva, para dentro. Obrigou o público a se sentar e ouvir. Inventou o jazz modal.

Sua revolução não parou aí.

Ao mudar de gravadora, Columbia, precisava entregar às pressas quatro álbuns para a antiga, Prestige. Em três dias. Entregou quatro obras-primas. Estava inventada a jam session: música como um fluxo da consciência.

Fez o disco de jazz que mais vendeu na história: Kind of Blue.

Sempre se cercou de jovens talentos, a quem dava asas: Chick Corea, Herbie Hancock, John Coltrane, Wayne Shorter, Thelonious Monk, George Coleman, Kenny Garrett, o baterista Tony Williams, Gil Evans e o guitarrista John McLaughlin. Os vivos falaram no documentário.

Foi para a França e compôs a trilha do filme Ascenseur pour l'échafaud de Louis Malle, com músicos franceses: improvisavam diante da tela, enquanto Jeanne Moreau caminhava perdida pelas ruas de Paris; queria traduzir o sentimento da personagem. O disco fez tanto sucesso quanto o filme.

Inspirado por um show de música flamenca que viu em Barcelona, passou a fazer do trompete uma voz humana. Depois, incluiu batidas indianas.

Mudou radicalmente o estilo depois dos turbulentos anos de 1968-69. Fundiu o jazz com o funk. Inventou o fusion.

Lotava shows. Seus discos vendiam muito. E, sobretudo, era um ídolo da comunidade negra, pois peitava os brancos, vestia-se magistralmente, estiloso, casado com a mulher negra mais desejada, a dançarina Francis, e sempre dirigia uma Ferrari.

Fica provado: Miles é um semideus.

Miles Davis era um gênio? Yes, sir...

Existe a era antes e depois de Miles Davis? Yep.

Por quê?

Um documentário da Netflix (Birth of the Cool) desvenda em duas horas o enigma Miles Davis. Aliás, por ele mesmo, já que ouvimos em off trechos da sua autobiografia.

Desvendamos o trompetista que nasceu de uma família rica, virou figurante de uma banda com Charlie Bird Parker e Dizzy Gillespie, na explosão dos clubes de jazz da Rua 52, viciou-se em heroína e, curado, numa exibição no festival de jazz de Newport, mudou o bebop, o mundo do jazz, da música.

Ele fez uma música para ser contemplada de olhos fechados, como os mestres eruditos que estudou em Nova York na Julliard School.

Fez uma música para ser sentida, que invadia a alma, alterava a frequência cardíaca. Virou sinônimo de chique. Fez sucesso na Europa. Conviveu com Picasso e Sartre. Penetrou no difícil público branco norte-americano.

Inventou o cool jazz e o jeito cool de ser. Fez uma música introspectiva, para dentro. Obrigou o público a se sentar e ouvir. Inventou o jazz modal.

Sua revolução não parou aí.

Ao mudar de gravadora, Columbia, precisava entregar às pressas quatro álbuns para a antiga, Prestige. Em três dias. Entregou quatro obras-primas. Estava inventada a jam session: música como um fluxo da consciência.

Fez o disco de jazz que mais vendeu na história: Kind of Blue.

Sempre se cercou de jovens talentos, a quem dava asas: Chick Corea, Herbie Hancock, John Coltrane, Wayne Shorter, Thelonious Monk, George Coleman, Kenny Garrett, o baterista Tony Williams, Gil Evans e o guitarrista John McLaughlin. Os vivos falaram no documentário.

Foi para a França e compôs a trilha do filme Ascenseur pour l'échafaud de Louis Malle, com músicos franceses: improvisavam diante da tela, enquanto Jeanne Moreau caminhava perdida pelas ruas de Paris; queria traduzir o sentimento da personagem. O disco fez tanto sucesso quanto o filme.

Inspirado por um show de música flamenca que viu em Barcelona, passou a fazer do trompete uma voz humana. Depois, incluiu batidas indianas.

Mudou radicalmente o estilo depois dos turbulentos anos de 1968-69. Fundiu o jazz com o funk. Inventou o fusion.

Lotava shows. Seus discos vendiam muito. E, sobretudo, era um ídolo da comunidade negra, pois peitava os brancos, vestia-se magistralmente, estiloso, casado com a mulher negra mais desejada, a dançarina Francis, e sempre dirigia uma Ferrari.

Fica provado: Miles é um semideus.

Opinião por Marcelo Rubens Paiva

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