Pequenas neuroses contemporâneas

Opinião|Independência: um mau negócio


D. Pedro deu sobrevida à dinastia dos Bourbons no Brasil por mais 67 anos. E tudo continuou na mesma

Por Marcelo Rubens Paiva

E se d. Pedro não tivesse proclamado a Independência? O Brasil seria outro. Ou melhor, a América Portuguesa. Basta ver o que aconteceu com a colega América Espanhola. 

Não existe “se” em História. Mas abusamos da conjunção na crônica. O absolutismo entrou em crise com o avanço do iluminismo. Em 1776, começou a Revolução Americana. A Inconfidência Mineira, em 1789, chegou a se corresponder com Thomas Jefferson, pedindo apoio. O líder americano achava melhor os brasileiros agirem por si. 

A derrubada do império colonial começou em 1791 na Revolução Haitiana, dos escravizados da grande plantação de cana francesa. O movimento inspirou outras revoltas e, especialmente, o fim do comércio negreiro por lá. 

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Detalhe do quadro Independência ou Morte, de Pedro Américo Foto: Monalisa Lins/ Estadão

A Europa estava sentada num barril de pólvora. O rei da Prússia, ocupada por franceses, se escondeu. O regente dos Países Baixos se refugiou em Londres. O rei das Sicílias se exilou em Nápoles. O rei de Piemonte e as dinastias de Parma e Toscana foram depostos. A Escandinávia se ajoelhou diante de Napoleão. 

A França, com o maior exército, e a Inglaterra, com a maior frota, redesenharam mapas. O espanhol Felipe VII foi deposto na invasão francesa em 1807. D. João, entre se aliar aos franceses, que cobiçavam os navios, sob ameaça de bombardeio inglês, transferiu a Corte para o Brasil. 

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A chantagem inglesa: ou se mudem para o Brasil, o grande exportador de commodities - açúcar, café, couro, tabaco, minério, algodão -, ou o tomaremos. Já pensou sermos súditos da rainha Elizabeth II? Poderíamos hoje ser do Commonwealth, Canadá, Austrália. Ou não. Índia, Jamaica?

Os Braganças partiram do Tejo escoltados por ingleses. Pararam em Salvador, abriram os portos, exigência dos novos aliados, e desembarcaram no Rio 30 dias depois.

Em 1817, republicanos de Bolívar tomaram a Venezuela. Nova Granada (Colômbia, Venezuela e Equador) declarou independência. General San Martin venceu as forças espanholas no Rio da Prata e Chile. Caiu Quito. Por último, o Peru. A independência do México veio em 1821. 

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A independência brasileira, há 200 anos, foi um golpe de mestre. O reino tropical não teria nada a ver com aqueles decadentes da Europa. Aliado aos escravocratas, que negociavam o bem mais valorizado do Atlântico, o negro, d. Pedro deu sobrevida à dinastia dos Bourbons no Brasil por mais 67 anos. E tudo continuou na mesma.

Se não fosse a independência, o Brasil se fragmentaria em várias repúblicas, como a AL, ou Estados autônomos, como os EUA. A independência teria sido feita de verdade, de baixo pra cima, e a escravidão abolida na marra.

E se d. Pedro não tivesse proclamado a Independência? O Brasil seria outro. Ou melhor, a América Portuguesa. Basta ver o que aconteceu com a colega América Espanhola. 

Não existe “se” em História. Mas abusamos da conjunção na crônica. O absolutismo entrou em crise com o avanço do iluminismo. Em 1776, começou a Revolução Americana. A Inconfidência Mineira, em 1789, chegou a se corresponder com Thomas Jefferson, pedindo apoio. O líder americano achava melhor os brasileiros agirem por si. 

A derrubada do império colonial começou em 1791 na Revolução Haitiana, dos escravizados da grande plantação de cana francesa. O movimento inspirou outras revoltas e, especialmente, o fim do comércio negreiro por lá. 

Detalhe do quadro Independência ou Morte, de Pedro Américo Foto: Monalisa Lins/ Estadão

A Europa estava sentada num barril de pólvora. O rei da Prússia, ocupada por franceses, se escondeu. O regente dos Países Baixos se refugiou em Londres. O rei das Sicílias se exilou em Nápoles. O rei de Piemonte e as dinastias de Parma e Toscana foram depostos. A Escandinávia se ajoelhou diante de Napoleão. 

A França, com o maior exército, e a Inglaterra, com a maior frota, redesenharam mapas. O espanhol Felipe VII foi deposto na invasão francesa em 1807. D. João, entre se aliar aos franceses, que cobiçavam os navios, sob ameaça de bombardeio inglês, transferiu a Corte para o Brasil. 

A chantagem inglesa: ou se mudem para o Brasil, o grande exportador de commodities - açúcar, café, couro, tabaco, minério, algodão -, ou o tomaremos. Já pensou sermos súditos da rainha Elizabeth II? Poderíamos hoje ser do Commonwealth, Canadá, Austrália. Ou não. Índia, Jamaica?

Os Braganças partiram do Tejo escoltados por ingleses. Pararam em Salvador, abriram os portos, exigência dos novos aliados, e desembarcaram no Rio 30 dias depois.

Em 1817, republicanos de Bolívar tomaram a Venezuela. Nova Granada (Colômbia, Venezuela e Equador) declarou independência. General San Martin venceu as forças espanholas no Rio da Prata e Chile. Caiu Quito. Por último, o Peru. A independência do México veio em 1821. 

A independência brasileira, há 200 anos, foi um golpe de mestre. O reino tropical não teria nada a ver com aqueles decadentes da Europa. Aliado aos escravocratas, que negociavam o bem mais valorizado do Atlântico, o negro, d. Pedro deu sobrevida à dinastia dos Bourbons no Brasil por mais 67 anos. E tudo continuou na mesma.

Se não fosse a independência, o Brasil se fragmentaria em várias repúblicas, como a AL, ou Estados autônomos, como os EUA. A independência teria sido feita de verdade, de baixo pra cima, e a escravidão abolida na marra.

E se d. Pedro não tivesse proclamado a Independência? O Brasil seria outro. Ou melhor, a América Portuguesa. Basta ver o que aconteceu com a colega América Espanhola. 

Não existe “se” em História. Mas abusamos da conjunção na crônica. O absolutismo entrou em crise com o avanço do iluminismo. Em 1776, começou a Revolução Americana. A Inconfidência Mineira, em 1789, chegou a se corresponder com Thomas Jefferson, pedindo apoio. O líder americano achava melhor os brasileiros agirem por si. 

A derrubada do império colonial começou em 1791 na Revolução Haitiana, dos escravizados da grande plantação de cana francesa. O movimento inspirou outras revoltas e, especialmente, o fim do comércio negreiro por lá. 

Detalhe do quadro Independência ou Morte, de Pedro Américo Foto: Monalisa Lins/ Estadão

A Europa estava sentada num barril de pólvora. O rei da Prússia, ocupada por franceses, se escondeu. O regente dos Países Baixos se refugiou em Londres. O rei das Sicílias se exilou em Nápoles. O rei de Piemonte e as dinastias de Parma e Toscana foram depostos. A Escandinávia se ajoelhou diante de Napoleão. 

A França, com o maior exército, e a Inglaterra, com a maior frota, redesenharam mapas. O espanhol Felipe VII foi deposto na invasão francesa em 1807. D. João, entre se aliar aos franceses, que cobiçavam os navios, sob ameaça de bombardeio inglês, transferiu a Corte para o Brasil. 

A chantagem inglesa: ou se mudem para o Brasil, o grande exportador de commodities - açúcar, café, couro, tabaco, minério, algodão -, ou o tomaremos. Já pensou sermos súditos da rainha Elizabeth II? Poderíamos hoje ser do Commonwealth, Canadá, Austrália. Ou não. Índia, Jamaica?

Os Braganças partiram do Tejo escoltados por ingleses. Pararam em Salvador, abriram os portos, exigência dos novos aliados, e desembarcaram no Rio 30 dias depois.

Em 1817, republicanos de Bolívar tomaram a Venezuela. Nova Granada (Colômbia, Venezuela e Equador) declarou independência. General San Martin venceu as forças espanholas no Rio da Prata e Chile. Caiu Quito. Por último, o Peru. A independência do México veio em 1821. 

A independência brasileira, há 200 anos, foi um golpe de mestre. O reino tropical não teria nada a ver com aqueles decadentes da Europa. Aliado aos escravocratas, que negociavam o bem mais valorizado do Atlântico, o negro, d. Pedro deu sobrevida à dinastia dos Bourbons no Brasil por mais 67 anos. E tudo continuou na mesma.

Se não fosse a independência, o Brasil se fragmentaria em várias repúblicas, como a AL, ou Estados autônomos, como os EUA. A independência teria sido feita de verdade, de baixo pra cima, e a escravidão abolida na marra.

E se d. Pedro não tivesse proclamado a Independência? O Brasil seria outro. Ou melhor, a América Portuguesa. Basta ver o que aconteceu com a colega América Espanhola. 

Não existe “se” em História. Mas abusamos da conjunção na crônica. O absolutismo entrou em crise com o avanço do iluminismo. Em 1776, começou a Revolução Americana. A Inconfidência Mineira, em 1789, chegou a se corresponder com Thomas Jefferson, pedindo apoio. O líder americano achava melhor os brasileiros agirem por si. 

A derrubada do império colonial começou em 1791 na Revolução Haitiana, dos escravizados da grande plantação de cana francesa. O movimento inspirou outras revoltas e, especialmente, o fim do comércio negreiro por lá. 

Detalhe do quadro Independência ou Morte, de Pedro Américo Foto: Monalisa Lins/ Estadão

A Europa estava sentada num barril de pólvora. O rei da Prússia, ocupada por franceses, se escondeu. O regente dos Países Baixos se refugiou em Londres. O rei das Sicílias se exilou em Nápoles. O rei de Piemonte e as dinastias de Parma e Toscana foram depostos. A Escandinávia se ajoelhou diante de Napoleão. 

A França, com o maior exército, e a Inglaterra, com a maior frota, redesenharam mapas. O espanhol Felipe VII foi deposto na invasão francesa em 1807. D. João, entre se aliar aos franceses, que cobiçavam os navios, sob ameaça de bombardeio inglês, transferiu a Corte para o Brasil. 

A chantagem inglesa: ou se mudem para o Brasil, o grande exportador de commodities - açúcar, café, couro, tabaco, minério, algodão -, ou o tomaremos. Já pensou sermos súditos da rainha Elizabeth II? Poderíamos hoje ser do Commonwealth, Canadá, Austrália. Ou não. Índia, Jamaica?

Os Braganças partiram do Tejo escoltados por ingleses. Pararam em Salvador, abriram os portos, exigência dos novos aliados, e desembarcaram no Rio 30 dias depois.

Em 1817, republicanos de Bolívar tomaram a Venezuela. Nova Granada (Colômbia, Venezuela e Equador) declarou independência. General San Martin venceu as forças espanholas no Rio da Prata e Chile. Caiu Quito. Por último, o Peru. A independência do México veio em 1821. 

A independência brasileira, há 200 anos, foi um golpe de mestre. O reino tropical não teria nada a ver com aqueles decadentes da Europa. Aliado aos escravocratas, que negociavam o bem mais valorizado do Atlântico, o negro, d. Pedro deu sobrevida à dinastia dos Bourbons no Brasil por mais 67 anos. E tudo continuou na mesma.

Se não fosse a independência, o Brasil se fragmentaria em várias repúblicas, como a AL, ou Estados autônomos, como os EUA. A independência teria sido feita de verdade, de baixo pra cima, e a escravidão abolida na marra.

E se d. Pedro não tivesse proclamado a Independência? O Brasil seria outro. Ou melhor, a América Portuguesa. Basta ver o que aconteceu com a colega América Espanhola. 

Não existe “se” em História. Mas abusamos da conjunção na crônica. O absolutismo entrou em crise com o avanço do iluminismo. Em 1776, começou a Revolução Americana. A Inconfidência Mineira, em 1789, chegou a se corresponder com Thomas Jefferson, pedindo apoio. O líder americano achava melhor os brasileiros agirem por si. 

A derrubada do império colonial começou em 1791 na Revolução Haitiana, dos escravizados da grande plantação de cana francesa. O movimento inspirou outras revoltas e, especialmente, o fim do comércio negreiro por lá. 

Detalhe do quadro Independência ou Morte, de Pedro Américo Foto: Monalisa Lins/ Estadão

A Europa estava sentada num barril de pólvora. O rei da Prússia, ocupada por franceses, se escondeu. O regente dos Países Baixos se refugiou em Londres. O rei das Sicílias se exilou em Nápoles. O rei de Piemonte e as dinastias de Parma e Toscana foram depostos. A Escandinávia se ajoelhou diante de Napoleão. 

A França, com o maior exército, e a Inglaterra, com a maior frota, redesenharam mapas. O espanhol Felipe VII foi deposto na invasão francesa em 1807. D. João, entre se aliar aos franceses, que cobiçavam os navios, sob ameaça de bombardeio inglês, transferiu a Corte para o Brasil. 

A chantagem inglesa: ou se mudem para o Brasil, o grande exportador de commodities - açúcar, café, couro, tabaco, minério, algodão -, ou o tomaremos. Já pensou sermos súditos da rainha Elizabeth II? Poderíamos hoje ser do Commonwealth, Canadá, Austrália. Ou não. Índia, Jamaica?

Os Braganças partiram do Tejo escoltados por ingleses. Pararam em Salvador, abriram os portos, exigência dos novos aliados, e desembarcaram no Rio 30 dias depois.

Em 1817, republicanos de Bolívar tomaram a Venezuela. Nova Granada (Colômbia, Venezuela e Equador) declarou independência. General San Martin venceu as forças espanholas no Rio da Prata e Chile. Caiu Quito. Por último, o Peru. A independência do México veio em 1821. 

A independência brasileira, há 200 anos, foi um golpe de mestre. O reino tropical não teria nada a ver com aqueles decadentes da Europa. Aliado aos escravocratas, que negociavam o bem mais valorizado do Atlântico, o negro, d. Pedro deu sobrevida à dinastia dos Bourbons no Brasil por mais 67 anos. E tudo continuou na mesma.

Se não fosse a independência, o Brasil se fragmentaria em várias repúblicas, como a AL, ou Estados autônomos, como os EUA. A independência teria sido feita de verdade, de baixo pra cima, e a escravidão abolida na marra.

Opinião por Marcelo Rubens Paiva

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