Coluna quinzenal da jornalista Maria Fernanda Rodrigues com dicas de leitura

Opinião|Com Cortázar no Arouche


Em 'Vivos na Memória', Leyla Perrone-Moisés relembra seus encontros com grandes escritores

Por Maria Fernanda Rodrigues

Paris, dezembro de 1968. Com um pacote de livros na mão, que Haroldo de Campos estava mandando para um amigo, Leyla Perrone-Moisés sobe as escadas de um prédio charmoso, toca a campainha e o que ela vê à porta é um homem muito muito alto, vestindo um pulôver bordado com âncoras e barquinhos. Atrás dele, um pôster do Snoopy com a clássica imagem do cãozinho em sua máquina de escrever e os dizeres “Era una noche oscura y tormentosa...”. 

Esta foi a primeira vez que a crítica literária brasileira esteve com Julio Cortázar (1914-1984) e a lembrança desse e dos encontros seguintes é resgatada em Vivos na Memória, que ela lançou em junho com textos escritos “a partir de seus afetos”. Ao longo de sua vida de leitora, pesquisadora e professora, Leyla conviveu, como ela coloca na apresentação, com muitas pessoas notáveis e que eram, também, indivíduos “extraordinários no cotidiano”.

O escritorJulio Cortázar Foto: colombiaaprende.edu.co
continua após a publicidade

Não era sua ideia fazer, aqui, minibiografias dessas grandes figuras, mas, sim, contar histórias que ela viveu com essas pessoas – e a invejável lista vai de Roland Barthes e Derrida a José Saramago, Eduardo Lourenço, Lévi-Strauss, Gilles Lapouge, Wally Salomão e Leminski. E segue. 

Mas voltando a Cortázar. Leyla conta sobre a convivência em Paris e sobre a vinda dele, em 1975, a São Paulo – porque não podia ir para a Argentina, ele encontrou a mãe e a irmã em Campos do Jordão. Em seu texto, a autora comenta a tensão daquele momento e relembra os passeios descontraídos que ela, Haroldo de Campos e Boris Schnaiderman fizeram com o ilustre visitante, incluindo um almoço no Bexiga e um aperitivo no Arouche, antes da partida repentina do escritor.

São 25 textos e alguns “flashes” reunidos no final. Em suas memórias com Saramago, ela fala sobre a crítica que fez de O Evangelho Segundo Jesus Cristo e reproduz a carta que recebeu do escritor. Conta ainda sobre um encontro num lugar improvável: o Canadá. E de um jantar em São Paulo, quando teve seu momento tiete. Ela estava num sofá, sentada ao lado de Raduan Nassar, e Saramago parou para conversar com eles. Leyla não teve dúvida: tirou a maquininha da bolsa e pediu para alguém que estava passando (e essa é outra boa história que ela conta) registrar o momento. 

continua após a publicidade

Com os textos de Leyla, viajamos ao México com Wally Salomão, vamos à casa de Paulo Leminski e Alice Ruiz, conhecemos o escritório caótico de Lapouge em Paris. Participamos de momentos, conversas, jantares. Conhecemos um pouco mais suas vidas, histórias, alegrias e angústias, sua humanidade. 

Vivos na Memória Autora: Leyla Perrone-Moisés Editora: Companhia das Letras (256 págs.; R$ 69,90; R$ 39,90 o e-book)

* JORNALISTA ESPECIALIZADA EM LITERATURA

Paris, dezembro de 1968. Com um pacote de livros na mão, que Haroldo de Campos estava mandando para um amigo, Leyla Perrone-Moisés sobe as escadas de um prédio charmoso, toca a campainha e o que ela vê à porta é um homem muito muito alto, vestindo um pulôver bordado com âncoras e barquinhos. Atrás dele, um pôster do Snoopy com a clássica imagem do cãozinho em sua máquina de escrever e os dizeres “Era una noche oscura y tormentosa...”. 

Esta foi a primeira vez que a crítica literária brasileira esteve com Julio Cortázar (1914-1984) e a lembrança desse e dos encontros seguintes é resgatada em Vivos na Memória, que ela lançou em junho com textos escritos “a partir de seus afetos”. Ao longo de sua vida de leitora, pesquisadora e professora, Leyla conviveu, como ela coloca na apresentação, com muitas pessoas notáveis e que eram, também, indivíduos “extraordinários no cotidiano”.

O escritorJulio Cortázar Foto: colombiaaprende.edu.co

Não era sua ideia fazer, aqui, minibiografias dessas grandes figuras, mas, sim, contar histórias que ela viveu com essas pessoas – e a invejável lista vai de Roland Barthes e Derrida a José Saramago, Eduardo Lourenço, Lévi-Strauss, Gilles Lapouge, Wally Salomão e Leminski. E segue. 

Mas voltando a Cortázar. Leyla conta sobre a convivência em Paris e sobre a vinda dele, em 1975, a São Paulo – porque não podia ir para a Argentina, ele encontrou a mãe e a irmã em Campos do Jordão. Em seu texto, a autora comenta a tensão daquele momento e relembra os passeios descontraídos que ela, Haroldo de Campos e Boris Schnaiderman fizeram com o ilustre visitante, incluindo um almoço no Bexiga e um aperitivo no Arouche, antes da partida repentina do escritor.

São 25 textos e alguns “flashes” reunidos no final. Em suas memórias com Saramago, ela fala sobre a crítica que fez de O Evangelho Segundo Jesus Cristo e reproduz a carta que recebeu do escritor. Conta ainda sobre um encontro num lugar improvável: o Canadá. E de um jantar em São Paulo, quando teve seu momento tiete. Ela estava num sofá, sentada ao lado de Raduan Nassar, e Saramago parou para conversar com eles. Leyla não teve dúvida: tirou a maquininha da bolsa e pediu para alguém que estava passando (e essa é outra boa história que ela conta) registrar o momento. 

Com os textos de Leyla, viajamos ao México com Wally Salomão, vamos à casa de Paulo Leminski e Alice Ruiz, conhecemos o escritório caótico de Lapouge em Paris. Participamos de momentos, conversas, jantares. Conhecemos um pouco mais suas vidas, histórias, alegrias e angústias, sua humanidade. 

Vivos na Memória Autora: Leyla Perrone-Moisés Editora: Companhia das Letras (256 págs.; R$ 69,90; R$ 39,90 o e-book)

* JORNALISTA ESPECIALIZADA EM LITERATURA

Paris, dezembro de 1968. Com um pacote de livros na mão, que Haroldo de Campos estava mandando para um amigo, Leyla Perrone-Moisés sobe as escadas de um prédio charmoso, toca a campainha e o que ela vê à porta é um homem muito muito alto, vestindo um pulôver bordado com âncoras e barquinhos. Atrás dele, um pôster do Snoopy com a clássica imagem do cãozinho em sua máquina de escrever e os dizeres “Era una noche oscura y tormentosa...”. 

Esta foi a primeira vez que a crítica literária brasileira esteve com Julio Cortázar (1914-1984) e a lembrança desse e dos encontros seguintes é resgatada em Vivos na Memória, que ela lançou em junho com textos escritos “a partir de seus afetos”. Ao longo de sua vida de leitora, pesquisadora e professora, Leyla conviveu, como ela coloca na apresentação, com muitas pessoas notáveis e que eram, também, indivíduos “extraordinários no cotidiano”.

O escritorJulio Cortázar Foto: colombiaaprende.edu.co

Não era sua ideia fazer, aqui, minibiografias dessas grandes figuras, mas, sim, contar histórias que ela viveu com essas pessoas – e a invejável lista vai de Roland Barthes e Derrida a José Saramago, Eduardo Lourenço, Lévi-Strauss, Gilles Lapouge, Wally Salomão e Leminski. E segue. 

Mas voltando a Cortázar. Leyla conta sobre a convivência em Paris e sobre a vinda dele, em 1975, a São Paulo – porque não podia ir para a Argentina, ele encontrou a mãe e a irmã em Campos do Jordão. Em seu texto, a autora comenta a tensão daquele momento e relembra os passeios descontraídos que ela, Haroldo de Campos e Boris Schnaiderman fizeram com o ilustre visitante, incluindo um almoço no Bexiga e um aperitivo no Arouche, antes da partida repentina do escritor.

São 25 textos e alguns “flashes” reunidos no final. Em suas memórias com Saramago, ela fala sobre a crítica que fez de O Evangelho Segundo Jesus Cristo e reproduz a carta que recebeu do escritor. Conta ainda sobre um encontro num lugar improvável: o Canadá. E de um jantar em São Paulo, quando teve seu momento tiete. Ela estava num sofá, sentada ao lado de Raduan Nassar, e Saramago parou para conversar com eles. Leyla não teve dúvida: tirou a maquininha da bolsa e pediu para alguém que estava passando (e essa é outra boa história que ela conta) registrar o momento. 

Com os textos de Leyla, viajamos ao México com Wally Salomão, vamos à casa de Paulo Leminski e Alice Ruiz, conhecemos o escritório caótico de Lapouge em Paris. Participamos de momentos, conversas, jantares. Conhecemos um pouco mais suas vidas, histórias, alegrias e angústias, sua humanidade. 

Vivos na Memória Autora: Leyla Perrone-Moisés Editora: Companhia das Letras (256 págs.; R$ 69,90; R$ 39,90 o e-book)

* JORNALISTA ESPECIALIZADA EM LITERATURA

Paris, dezembro de 1968. Com um pacote de livros na mão, que Haroldo de Campos estava mandando para um amigo, Leyla Perrone-Moisés sobe as escadas de um prédio charmoso, toca a campainha e o que ela vê à porta é um homem muito muito alto, vestindo um pulôver bordado com âncoras e barquinhos. Atrás dele, um pôster do Snoopy com a clássica imagem do cãozinho em sua máquina de escrever e os dizeres “Era una noche oscura y tormentosa...”. 

Esta foi a primeira vez que a crítica literária brasileira esteve com Julio Cortázar (1914-1984) e a lembrança desse e dos encontros seguintes é resgatada em Vivos na Memória, que ela lançou em junho com textos escritos “a partir de seus afetos”. Ao longo de sua vida de leitora, pesquisadora e professora, Leyla conviveu, como ela coloca na apresentação, com muitas pessoas notáveis e que eram, também, indivíduos “extraordinários no cotidiano”.

O escritorJulio Cortázar Foto: colombiaaprende.edu.co

Não era sua ideia fazer, aqui, minibiografias dessas grandes figuras, mas, sim, contar histórias que ela viveu com essas pessoas – e a invejável lista vai de Roland Barthes e Derrida a José Saramago, Eduardo Lourenço, Lévi-Strauss, Gilles Lapouge, Wally Salomão e Leminski. E segue. 

Mas voltando a Cortázar. Leyla conta sobre a convivência em Paris e sobre a vinda dele, em 1975, a São Paulo – porque não podia ir para a Argentina, ele encontrou a mãe e a irmã em Campos do Jordão. Em seu texto, a autora comenta a tensão daquele momento e relembra os passeios descontraídos que ela, Haroldo de Campos e Boris Schnaiderman fizeram com o ilustre visitante, incluindo um almoço no Bexiga e um aperitivo no Arouche, antes da partida repentina do escritor.

São 25 textos e alguns “flashes” reunidos no final. Em suas memórias com Saramago, ela fala sobre a crítica que fez de O Evangelho Segundo Jesus Cristo e reproduz a carta que recebeu do escritor. Conta ainda sobre um encontro num lugar improvável: o Canadá. E de um jantar em São Paulo, quando teve seu momento tiete. Ela estava num sofá, sentada ao lado de Raduan Nassar, e Saramago parou para conversar com eles. Leyla não teve dúvida: tirou a maquininha da bolsa e pediu para alguém que estava passando (e essa é outra boa história que ela conta) registrar o momento. 

Com os textos de Leyla, viajamos ao México com Wally Salomão, vamos à casa de Paulo Leminski e Alice Ruiz, conhecemos o escritório caótico de Lapouge em Paris. Participamos de momentos, conversas, jantares. Conhecemos um pouco mais suas vidas, histórias, alegrias e angústias, sua humanidade. 

Vivos na Memória Autora: Leyla Perrone-Moisés Editora: Companhia das Letras (256 págs.; R$ 69,90; R$ 39,90 o e-book)

* JORNALISTA ESPECIALIZADA EM LITERATURA

Paris, dezembro de 1968. Com um pacote de livros na mão, que Haroldo de Campos estava mandando para um amigo, Leyla Perrone-Moisés sobe as escadas de um prédio charmoso, toca a campainha e o que ela vê à porta é um homem muito muito alto, vestindo um pulôver bordado com âncoras e barquinhos. Atrás dele, um pôster do Snoopy com a clássica imagem do cãozinho em sua máquina de escrever e os dizeres “Era una noche oscura y tormentosa...”. 

Esta foi a primeira vez que a crítica literária brasileira esteve com Julio Cortázar (1914-1984) e a lembrança desse e dos encontros seguintes é resgatada em Vivos na Memória, que ela lançou em junho com textos escritos “a partir de seus afetos”. Ao longo de sua vida de leitora, pesquisadora e professora, Leyla conviveu, como ela coloca na apresentação, com muitas pessoas notáveis e que eram, também, indivíduos “extraordinários no cotidiano”.

O escritorJulio Cortázar Foto: colombiaaprende.edu.co

Não era sua ideia fazer, aqui, minibiografias dessas grandes figuras, mas, sim, contar histórias que ela viveu com essas pessoas – e a invejável lista vai de Roland Barthes e Derrida a José Saramago, Eduardo Lourenço, Lévi-Strauss, Gilles Lapouge, Wally Salomão e Leminski. E segue. 

Mas voltando a Cortázar. Leyla conta sobre a convivência em Paris e sobre a vinda dele, em 1975, a São Paulo – porque não podia ir para a Argentina, ele encontrou a mãe e a irmã em Campos do Jordão. Em seu texto, a autora comenta a tensão daquele momento e relembra os passeios descontraídos que ela, Haroldo de Campos e Boris Schnaiderman fizeram com o ilustre visitante, incluindo um almoço no Bexiga e um aperitivo no Arouche, antes da partida repentina do escritor.

São 25 textos e alguns “flashes” reunidos no final. Em suas memórias com Saramago, ela fala sobre a crítica que fez de O Evangelho Segundo Jesus Cristo e reproduz a carta que recebeu do escritor. Conta ainda sobre um encontro num lugar improvável: o Canadá. E de um jantar em São Paulo, quando teve seu momento tiete. Ela estava num sofá, sentada ao lado de Raduan Nassar, e Saramago parou para conversar com eles. Leyla não teve dúvida: tirou a maquininha da bolsa e pediu para alguém que estava passando (e essa é outra boa história que ela conta) registrar o momento. 

Com os textos de Leyla, viajamos ao México com Wally Salomão, vamos à casa de Paulo Leminski e Alice Ruiz, conhecemos o escritório caótico de Lapouge em Paris. Participamos de momentos, conversas, jantares. Conhecemos um pouco mais suas vidas, histórias, alegrias e angústias, sua humanidade. 

Vivos na Memória Autora: Leyla Perrone-Moisés Editora: Companhia das Letras (256 págs.; R$ 69,90; R$ 39,90 o e-book)

* JORNALISTA ESPECIALIZADA EM LITERATURA

Opinião por Maria Fernanda Rodrigues

Editora de Cultura e jornalista especializada em literatura e mercado editorial

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.