Coluna quinzenal da jornalista Maria Fernanda Rodrigues com dicas de leitura

Opinião|Por isso escrevo: 20 cartas de amor literárias


'Correio Amoroso' foi organizado por Henrique Rodrigues e traz cartas de 20 autores, como João Anzanello Carrascoza, Natalia Borges Polesso e Edney Silvestre

Por Maria Fernanda Rodrigues

Quando foi a última vez que você escreveu uma carta de amor? O que queria dizer ali que não foi capaz de falar pessoalmente? Ela foi mandada? Para quem foi? Ou: quando foi a última vez que recebeu uma, leu com calma, releu, rasgou ou guardou no fundo do armário?

Pensando em como seriam essas cartas de amor hoje, nesses tempos de mensagens apressadas que se perdem na rotina ou num backup falho, e partindo de um dos versos mais conhecidos da língua portuguesa – Todas as cartas de amor são ridículas, de Fernando Pessoa (ou Álvaro de Campos) –, Henrique Rodrigues convidou outros 19 escritores de todo o País para escreverem cartas literárias. Ou contos-cartas. 

'Correio Amoroso' traz 20 cartas escritas por escritores brasileiros Foto: ninita_7/Pixabay
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O resultado é interessante, e vai além da forma. Mas não espere encontrar grandes declarações “ridículas” de amor, de um amor idealizado, em Correio Amoroso: 20 Cartas Sobre Paixões, Encontros e Despedidas. Até há, mas não mais do que acertos de contas, mea-culpa, confissões, cobranças, rancor, frustração e saudade. 

São cartas escritas no calor da hora ou 20 anos depois, para o outro, mas também para quem escreve – diante do papel, do documento em branco ou da tela do celular, organizam as ideias, os pensamentos e os sentimentos. Tentam compreender o momento, as mudanças, o amor. Conseguem dizer o que evitam quando estão ou estiveram cara a cara. São cartas que terminam com “Nunca vou te perdoar” ou “Com amor”.

Há cartas para o amante que está ali ou já se foi, para o pai ausente, para o suicida, para o algoritmo e para a perna. E até para o Brasil.

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Tem a carta da menina para a avó que mora nas estrelas, no texto de Marcelo Moutinho. De um pai para sua filha que perdeu a mãe e sente a falta dela – mesmo que, pequenininha, ainda não saiba expressar isso –, na sensível carta que João Anzanello Carrascoza chamou de Adendo ao Caderno de um Ausente (romance que também vale a leitura). E também de uma filha para um pai que ressurge em Direito de Resposta, de Paula Gicovate.

É bonito o texto de Natalia Timerman, A Sua Voz, como é o de Natalia Borges Polesso, Oi, tu. Sorvete com cobertura, de Clotilde Tavares, que abre o volume e mostra um casal que, apesar dos desencontros do dia a dia, não se perde de vista, traz um pouco de esperança. 

Escrevem, ainda, Marcela Dantés, Edney Silvestre, Bruno Ribeiro, Jacques Fux, Jessé Andarilho, Ana Pessoa, Cristiane Sobral, Luiza Mussnich, Mateus Baldi, Renata Belmonte, Taylane Cruz, Mário Rodrigues, o próprio Henrique e Olivia Nicoletti – que nos diz, em Azul moderno: “no final do amor também está o amor”. 

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Correio Amoroso

Org.: Henrique Rodrigues Editora: Oficina Raquel (133 págs.; R$ 64,90; R$ 48 o e-book)

Quando foi a última vez que você escreveu uma carta de amor? O que queria dizer ali que não foi capaz de falar pessoalmente? Ela foi mandada? Para quem foi? Ou: quando foi a última vez que recebeu uma, leu com calma, releu, rasgou ou guardou no fundo do armário?

Pensando em como seriam essas cartas de amor hoje, nesses tempos de mensagens apressadas que se perdem na rotina ou num backup falho, e partindo de um dos versos mais conhecidos da língua portuguesa – Todas as cartas de amor são ridículas, de Fernando Pessoa (ou Álvaro de Campos) –, Henrique Rodrigues convidou outros 19 escritores de todo o País para escreverem cartas literárias. Ou contos-cartas. 

'Correio Amoroso' traz 20 cartas escritas por escritores brasileiros Foto: ninita_7/Pixabay

O resultado é interessante, e vai além da forma. Mas não espere encontrar grandes declarações “ridículas” de amor, de um amor idealizado, em Correio Amoroso: 20 Cartas Sobre Paixões, Encontros e Despedidas. Até há, mas não mais do que acertos de contas, mea-culpa, confissões, cobranças, rancor, frustração e saudade. 

São cartas escritas no calor da hora ou 20 anos depois, para o outro, mas também para quem escreve – diante do papel, do documento em branco ou da tela do celular, organizam as ideias, os pensamentos e os sentimentos. Tentam compreender o momento, as mudanças, o amor. Conseguem dizer o que evitam quando estão ou estiveram cara a cara. São cartas que terminam com “Nunca vou te perdoar” ou “Com amor”.

Há cartas para o amante que está ali ou já se foi, para o pai ausente, para o suicida, para o algoritmo e para a perna. E até para o Brasil.

Tem a carta da menina para a avó que mora nas estrelas, no texto de Marcelo Moutinho. De um pai para sua filha que perdeu a mãe e sente a falta dela – mesmo que, pequenininha, ainda não saiba expressar isso –, na sensível carta que João Anzanello Carrascoza chamou de Adendo ao Caderno de um Ausente (romance que também vale a leitura). E também de uma filha para um pai que ressurge em Direito de Resposta, de Paula Gicovate.

É bonito o texto de Natalia Timerman, A Sua Voz, como é o de Natalia Borges Polesso, Oi, tu. Sorvete com cobertura, de Clotilde Tavares, que abre o volume e mostra um casal que, apesar dos desencontros do dia a dia, não se perde de vista, traz um pouco de esperança. 

Escrevem, ainda, Marcela Dantés, Edney Silvestre, Bruno Ribeiro, Jacques Fux, Jessé Andarilho, Ana Pessoa, Cristiane Sobral, Luiza Mussnich, Mateus Baldi, Renata Belmonte, Taylane Cruz, Mário Rodrigues, o próprio Henrique e Olivia Nicoletti – que nos diz, em Azul moderno: “no final do amor também está o amor”. 

Correio Amoroso

Org.: Henrique Rodrigues Editora: Oficina Raquel (133 págs.; R$ 64,90; R$ 48 o e-book)

Quando foi a última vez que você escreveu uma carta de amor? O que queria dizer ali que não foi capaz de falar pessoalmente? Ela foi mandada? Para quem foi? Ou: quando foi a última vez que recebeu uma, leu com calma, releu, rasgou ou guardou no fundo do armário?

Pensando em como seriam essas cartas de amor hoje, nesses tempos de mensagens apressadas que se perdem na rotina ou num backup falho, e partindo de um dos versos mais conhecidos da língua portuguesa – Todas as cartas de amor são ridículas, de Fernando Pessoa (ou Álvaro de Campos) –, Henrique Rodrigues convidou outros 19 escritores de todo o País para escreverem cartas literárias. Ou contos-cartas. 

'Correio Amoroso' traz 20 cartas escritas por escritores brasileiros Foto: ninita_7/Pixabay

O resultado é interessante, e vai além da forma. Mas não espere encontrar grandes declarações “ridículas” de amor, de um amor idealizado, em Correio Amoroso: 20 Cartas Sobre Paixões, Encontros e Despedidas. Até há, mas não mais do que acertos de contas, mea-culpa, confissões, cobranças, rancor, frustração e saudade. 

São cartas escritas no calor da hora ou 20 anos depois, para o outro, mas também para quem escreve – diante do papel, do documento em branco ou da tela do celular, organizam as ideias, os pensamentos e os sentimentos. Tentam compreender o momento, as mudanças, o amor. Conseguem dizer o que evitam quando estão ou estiveram cara a cara. São cartas que terminam com “Nunca vou te perdoar” ou “Com amor”.

Há cartas para o amante que está ali ou já se foi, para o pai ausente, para o suicida, para o algoritmo e para a perna. E até para o Brasil.

Tem a carta da menina para a avó que mora nas estrelas, no texto de Marcelo Moutinho. De um pai para sua filha que perdeu a mãe e sente a falta dela – mesmo que, pequenininha, ainda não saiba expressar isso –, na sensível carta que João Anzanello Carrascoza chamou de Adendo ao Caderno de um Ausente (romance que também vale a leitura). E também de uma filha para um pai que ressurge em Direito de Resposta, de Paula Gicovate.

É bonito o texto de Natalia Timerman, A Sua Voz, como é o de Natalia Borges Polesso, Oi, tu. Sorvete com cobertura, de Clotilde Tavares, que abre o volume e mostra um casal que, apesar dos desencontros do dia a dia, não se perde de vista, traz um pouco de esperança. 

Escrevem, ainda, Marcela Dantés, Edney Silvestre, Bruno Ribeiro, Jacques Fux, Jessé Andarilho, Ana Pessoa, Cristiane Sobral, Luiza Mussnich, Mateus Baldi, Renata Belmonte, Taylane Cruz, Mário Rodrigues, o próprio Henrique e Olivia Nicoletti – que nos diz, em Azul moderno: “no final do amor também está o amor”. 

Correio Amoroso

Org.: Henrique Rodrigues Editora: Oficina Raquel (133 págs.; R$ 64,90; R$ 48 o e-book)

Quando foi a última vez que você escreveu uma carta de amor? O que queria dizer ali que não foi capaz de falar pessoalmente? Ela foi mandada? Para quem foi? Ou: quando foi a última vez que recebeu uma, leu com calma, releu, rasgou ou guardou no fundo do armário?

Pensando em como seriam essas cartas de amor hoje, nesses tempos de mensagens apressadas que se perdem na rotina ou num backup falho, e partindo de um dos versos mais conhecidos da língua portuguesa – Todas as cartas de amor são ridículas, de Fernando Pessoa (ou Álvaro de Campos) –, Henrique Rodrigues convidou outros 19 escritores de todo o País para escreverem cartas literárias. Ou contos-cartas. 

'Correio Amoroso' traz 20 cartas escritas por escritores brasileiros Foto: ninita_7/Pixabay

O resultado é interessante, e vai além da forma. Mas não espere encontrar grandes declarações “ridículas” de amor, de um amor idealizado, em Correio Amoroso: 20 Cartas Sobre Paixões, Encontros e Despedidas. Até há, mas não mais do que acertos de contas, mea-culpa, confissões, cobranças, rancor, frustração e saudade. 

São cartas escritas no calor da hora ou 20 anos depois, para o outro, mas também para quem escreve – diante do papel, do documento em branco ou da tela do celular, organizam as ideias, os pensamentos e os sentimentos. Tentam compreender o momento, as mudanças, o amor. Conseguem dizer o que evitam quando estão ou estiveram cara a cara. São cartas que terminam com “Nunca vou te perdoar” ou “Com amor”.

Há cartas para o amante que está ali ou já se foi, para o pai ausente, para o suicida, para o algoritmo e para a perna. E até para o Brasil.

Tem a carta da menina para a avó que mora nas estrelas, no texto de Marcelo Moutinho. De um pai para sua filha que perdeu a mãe e sente a falta dela – mesmo que, pequenininha, ainda não saiba expressar isso –, na sensível carta que João Anzanello Carrascoza chamou de Adendo ao Caderno de um Ausente (romance que também vale a leitura). E também de uma filha para um pai que ressurge em Direito de Resposta, de Paula Gicovate.

É bonito o texto de Natalia Timerman, A Sua Voz, como é o de Natalia Borges Polesso, Oi, tu. Sorvete com cobertura, de Clotilde Tavares, que abre o volume e mostra um casal que, apesar dos desencontros do dia a dia, não se perde de vista, traz um pouco de esperança. 

Escrevem, ainda, Marcela Dantés, Edney Silvestre, Bruno Ribeiro, Jacques Fux, Jessé Andarilho, Ana Pessoa, Cristiane Sobral, Luiza Mussnich, Mateus Baldi, Renata Belmonte, Taylane Cruz, Mário Rodrigues, o próprio Henrique e Olivia Nicoletti – que nos diz, em Azul moderno: “no final do amor também está o amor”. 

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Org.: Henrique Rodrigues Editora: Oficina Raquel (133 págs.; R$ 64,90; R$ 48 o e-book)

Opinião por Maria Fernanda Rodrigues

Editora de Cultura e jornalista especializada em literatura e mercado editorial

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