Coluna quinzenal da jornalista Maria Fernanda Rodrigues com dicas de leitura

Opinião|Psicanálise fora do consultório: Como as ideias de Freud ajudam a aprofundar a leitura


Em ‘Visitas às Casas de Freud e Outras Viagens’, Sérgio Telles analisa livros, filmes e quadros à luz dos conceitos da psicanálise

Por Maria Fernanda Rodrigues
Atualização:

Quando Freud fundou a psicanálise, ele disse que escritores eram aliados importantes da nova ciência porque conheciam profundamente a alma humana e antecipavam saberes que pesquisadores tardariam a nomear. E que eram capazes de se exprimir em obras de arte, e não por meio de sintomas psíquicos, como a maioria de nós.

Grande leitor – de Sófocles a Goethe, passando por Shakespeare, Schiller e Schnitzler – ele trata dessa questão em dois textos: Delírios e Sonhos na Gradiva de Jensen (quem quiser ler o livro que deu origem ao artigo de Freud, a dica é procurar a recente edição da 100/cabeças com tradução de Claudio Willer) e Escritores Criativos e Devaneios.

A literatura ajudou Freud a entender melhor os caminhos tortuosos da mente humana, e a psicanálise oferece recursos para um mergulho mais profundo na leitura – de um livro, de uma obra de arte, do mundo.

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Nesse sentido, Visitas às Casas de Freud e Outras Viagens, de Sérgio Telles, que ganha nova edição, é uma interessante companhia – para leigos ou não.

Sigmund Freud em foto de 1929 Foto: Library of Congress

Em 19 textos, alguns deles publicados no Estadão e no Jornal da Tarde, o psicanalista analisa produções culturais, notícias e comportamentos com base em conceitos psicanalíticos.

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Na abertura, Telles escreve sobre Van Gogh. E resgata o que David Sweetman, biógrafo do pintor, disse sobre seu suicídio – ele atribui a responsabilidade ao médico que devia acolhê-lo em Auvers-sur-Oie, onde ele morreu.

Mas o que chamou mais a atenção do autor foi a menção que o biógrafo faz a uma carta enviada pelo irmão Theo dizendo que o sobrinho de Van Gogh, Vincent como o tio, estava muito doente. O nome remete a um outro Vincent, que seria o irmão mais velho do artista e nasceu morto. Telles então aborda questões como conflito de identidade, desejo materno-paterno (o “material constitutivo do núcleo mais inacessível de seus inconscientes”) e a necessidade de destruir, com ajuda da análise, esse desejo dos pais para assumir os próprios e viver sua vida.

De Van Gogh ele segue por Chekhov e analisa o conto Do Diário de um Auxiliar de Guarda-livros à luz da compulsão à repetição, e continua por Guy de Maupassant e seu O Horlá, conto fantástico de 1886 que “previu” o inconsciente. Fala sobre Esaú e Jacó e de Memorial do Aires, de Machado, e da importância da psicanálise de família e da questão da culpa em Dom Casmurro. Trata de esportes e sublimação, analisa filmes, uma tela de Munch, o impacto de fotos de tortura no Iraque.

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Uma leitura interessante para quem quer aprender a ler e ver além.

Visita às Casas de Freud e Outras Viagens

  • Autor: Sérgio Telles
  • Editora: Blucher (230 págs., R$ 80; R$ 54,99 o e-book)
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Quando Freud fundou a psicanálise, ele disse que escritores eram aliados importantes da nova ciência porque conheciam profundamente a alma humana e antecipavam saberes que pesquisadores tardariam a nomear. E que eram capazes de se exprimir em obras de arte, e não por meio de sintomas psíquicos, como a maioria de nós.

Grande leitor – de Sófocles a Goethe, passando por Shakespeare, Schiller e Schnitzler – ele trata dessa questão em dois textos: Delírios e Sonhos na Gradiva de Jensen (quem quiser ler o livro que deu origem ao artigo de Freud, a dica é procurar a recente edição da 100/cabeças com tradução de Claudio Willer) e Escritores Criativos e Devaneios.

A literatura ajudou Freud a entender melhor os caminhos tortuosos da mente humana, e a psicanálise oferece recursos para um mergulho mais profundo na leitura – de um livro, de uma obra de arte, do mundo.

Nesse sentido, Visitas às Casas de Freud e Outras Viagens, de Sérgio Telles, que ganha nova edição, é uma interessante companhia – para leigos ou não.

Sigmund Freud em foto de 1929 Foto: Library of Congress

Em 19 textos, alguns deles publicados no Estadão e no Jornal da Tarde, o psicanalista analisa produções culturais, notícias e comportamentos com base em conceitos psicanalíticos.

Na abertura, Telles escreve sobre Van Gogh. E resgata o que David Sweetman, biógrafo do pintor, disse sobre seu suicídio – ele atribui a responsabilidade ao médico que devia acolhê-lo em Auvers-sur-Oie, onde ele morreu.

Mas o que chamou mais a atenção do autor foi a menção que o biógrafo faz a uma carta enviada pelo irmão Theo dizendo que o sobrinho de Van Gogh, Vincent como o tio, estava muito doente. O nome remete a um outro Vincent, que seria o irmão mais velho do artista e nasceu morto. Telles então aborda questões como conflito de identidade, desejo materno-paterno (o “material constitutivo do núcleo mais inacessível de seus inconscientes”) e a necessidade de destruir, com ajuda da análise, esse desejo dos pais para assumir os próprios e viver sua vida.

De Van Gogh ele segue por Chekhov e analisa o conto Do Diário de um Auxiliar de Guarda-livros à luz da compulsão à repetição, e continua por Guy de Maupassant e seu O Horlá, conto fantástico de 1886 que “previu” o inconsciente. Fala sobre Esaú e Jacó e de Memorial do Aires, de Machado, e da importância da psicanálise de família e da questão da culpa em Dom Casmurro. Trata de esportes e sublimação, analisa filmes, uma tela de Munch, o impacto de fotos de tortura no Iraque.

Uma leitura interessante para quem quer aprender a ler e ver além.

Visita às Casas de Freud e Outras Viagens

  • Autor: Sérgio Telles
  • Editora: Blucher (230 págs., R$ 80; R$ 54,99 o e-book)

Quando Freud fundou a psicanálise, ele disse que escritores eram aliados importantes da nova ciência porque conheciam profundamente a alma humana e antecipavam saberes que pesquisadores tardariam a nomear. E que eram capazes de se exprimir em obras de arte, e não por meio de sintomas psíquicos, como a maioria de nós.

Grande leitor – de Sófocles a Goethe, passando por Shakespeare, Schiller e Schnitzler – ele trata dessa questão em dois textos: Delírios e Sonhos na Gradiva de Jensen (quem quiser ler o livro que deu origem ao artigo de Freud, a dica é procurar a recente edição da 100/cabeças com tradução de Claudio Willer) e Escritores Criativos e Devaneios.

A literatura ajudou Freud a entender melhor os caminhos tortuosos da mente humana, e a psicanálise oferece recursos para um mergulho mais profundo na leitura – de um livro, de uma obra de arte, do mundo.

Nesse sentido, Visitas às Casas de Freud e Outras Viagens, de Sérgio Telles, que ganha nova edição, é uma interessante companhia – para leigos ou não.

Sigmund Freud em foto de 1929 Foto: Library of Congress

Em 19 textos, alguns deles publicados no Estadão e no Jornal da Tarde, o psicanalista analisa produções culturais, notícias e comportamentos com base em conceitos psicanalíticos.

Na abertura, Telles escreve sobre Van Gogh. E resgata o que David Sweetman, biógrafo do pintor, disse sobre seu suicídio – ele atribui a responsabilidade ao médico que devia acolhê-lo em Auvers-sur-Oie, onde ele morreu.

Mas o que chamou mais a atenção do autor foi a menção que o biógrafo faz a uma carta enviada pelo irmão Theo dizendo que o sobrinho de Van Gogh, Vincent como o tio, estava muito doente. O nome remete a um outro Vincent, que seria o irmão mais velho do artista e nasceu morto. Telles então aborda questões como conflito de identidade, desejo materno-paterno (o “material constitutivo do núcleo mais inacessível de seus inconscientes”) e a necessidade de destruir, com ajuda da análise, esse desejo dos pais para assumir os próprios e viver sua vida.

De Van Gogh ele segue por Chekhov e analisa o conto Do Diário de um Auxiliar de Guarda-livros à luz da compulsão à repetição, e continua por Guy de Maupassant e seu O Horlá, conto fantástico de 1886 que “previu” o inconsciente. Fala sobre Esaú e Jacó e de Memorial do Aires, de Machado, e da importância da psicanálise de família e da questão da culpa em Dom Casmurro. Trata de esportes e sublimação, analisa filmes, uma tela de Munch, o impacto de fotos de tortura no Iraque.

Uma leitura interessante para quem quer aprender a ler e ver além.

Visita às Casas de Freud e Outras Viagens

  • Autor: Sérgio Telles
  • Editora: Blucher (230 págs., R$ 80; R$ 54,99 o e-book)

Quando Freud fundou a psicanálise, ele disse que escritores eram aliados importantes da nova ciência porque conheciam profundamente a alma humana e antecipavam saberes que pesquisadores tardariam a nomear. E que eram capazes de se exprimir em obras de arte, e não por meio de sintomas psíquicos, como a maioria de nós.

Grande leitor – de Sófocles a Goethe, passando por Shakespeare, Schiller e Schnitzler – ele trata dessa questão em dois textos: Delírios e Sonhos na Gradiva de Jensen (quem quiser ler o livro que deu origem ao artigo de Freud, a dica é procurar a recente edição da 100/cabeças com tradução de Claudio Willer) e Escritores Criativos e Devaneios.

A literatura ajudou Freud a entender melhor os caminhos tortuosos da mente humana, e a psicanálise oferece recursos para um mergulho mais profundo na leitura – de um livro, de uma obra de arte, do mundo.

Nesse sentido, Visitas às Casas de Freud e Outras Viagens, de Sérgio Telles, que ganha nova edição, é uma interessante companhia – para leigos ou não.

Sigmund Freud em foto de 1929 Foto: Library of Congress

Em 19 textos, alguns deles publicados no Estadão e no Jornal da Tarde, o psicanalista analisa produções culturais, notícias e comportamentos com base em conceitos psicanalíticos.

Na abertura, Telles escreve sobre Van Gogh. E resgata o que David Sweetman, biógrafo do pintor, disse sobre seu suicídio – ele atribui a responsabilidade ao médico que devia acolhê-lo em Auvers-sur-Oie, onde ele morreu.

Mas o que chamou mais a atenção do autor foi a menção que o biógrafo faz a uma carta enviada pelo irmão Theo dizendo que o sobrinho de Van Gogh, Vincent como o tio, estava muito doente. O nome remete a um outro Vincent, que seria o irmão mais velho do artista e nasceu morto. Telles então aborda questões como conflito de identidade, desejo materno-paterno (o “material constitutivo do núcleo mais inacessível de seus inconscientes”) e a necessidade de destruir, com ajuda da análise, esse desejo dos pais para assumir os próprios e viver sua vida.

De Van Gogh ele segue por Chekhov e analisa o conto Do Diário de um Auxiliar de Guarda-livros à luz da compulsão à repetição, e continua por Guy de Maupassant e seu O Horlá, conto fantástico de 1886 que “previu” o inconsciente. Fala sobre Esaú e Jacó e de Memorial do Aires, de Machado, e da importância da psicanálise de família e da questão da culpa em Dom Casmurro. Trata de esportes e sublimação, analisa filmes, uma tela de Munch, o impacto de fotos de tortura no Iraque.

Uma leitura interessante para quem quer aprender a ler e ver além.

Visita às Casas de Freud e Outras Viagens

  • Autor: Sérgio Telles
  • Editora: Blucher (230 págs., R$ 80; R$ 54,99 o e-book)

Quando Freud fundou a psicanálise, ele disse que escritores eram aliados importantes da nova ciência porque conheciam profundamente a alma humana e antecipavam saberes que pesquisadores tardariam a nomear. E que eram capazes de se exprimir em obras de arte, e não por meio de sintomas psíquicos, como a maioria de nós.

Grande leitor – de Sófocles a Goethe, passando por Shakespeare, Schiller e Schnitzler – ele trata dessa questão em dois textos: Delírios e Sonhos na Gradiva de Jensen (quem quiser ler o livro que deu origem ao artigo de Freud, a dica é procurar a recente edição da 100/cabeças com tradução de Claudio Willer) e Escritores Criativos e Devaneios.

A literatura ajudou Freud a entender melhor os caminhos tortuosos da mente humana, e a psicanálise oferece recursos para um mergulho mais profundo na leitura – de um livro, de uma obra de arte, do mundo.

Nesse sentido, Visitas às Casas de Freud e Outras Viagens, de Sérgio Telles, que ganha nova edição, é uma interessante companhia – para leigos ou não.

Sigmund Freud em foto de 1929 Foto: Library of Congress

Em 19 textos, alguns deles publicados no Estadão e no Jornal da Tarde, o psicanalista analisa produções culturais, notícias e comportamentos com base em conceitos psicanalíticos.

Na abertura, Telles escreve sobre Van Gogh. E resgata o que David Sweetman, biógrafo do pintor, disse sobre seu suicídio – ele atribui a responsabilidade ao médico que devia acolhê-lo em Auvers-sur-Oie, onde ele morreu.

Mas o que chamou mais a atenção do autor foi a menção que o biógrafo faz a uma carta enviada pelo irmão Theo dizendo que o sobrinho de Van Gogh, Vincent como o tio, estava muito doente. O nome remete a um outro Vincent, que seria o irmão mais velho do artista e nasceu morto. Telles então aborda questões como conflito de identidade, desejo materno-paterno (o “material constitutivo do núcleo mais inacessível de seus inconscientes”) e a necessidade de destruir, com ajuda da análise, esse desejo dos pais para assumir os próprios e viver sua vida.

De Van Gogh ele segue por Chekhov e analisa o conto Do Diário de um Auxiliar de Guarda-livros à luz da compulsão à repetição, e continua por Guy de Maupassant e seu O Horlá, conto fantástico de 1886 que “previu” o inconsciente. Fala sobre Esaú e Jacó e de Memorial do Aires, de Machado, e da importância da psicanálise de família e da questão da culpa em Dom Casmurro. Trata de esportes e sublimação, analisa filmes, uma tela de Munch, o impacto de fotos de tortura no Iraque.

Uma leitura interessante para quem quer aprender a ler e ver além.

Visita às Casas de Freud e Outras Viagens

  • Autor: Sérgio Telles
  • Editora: Blucher (230 págs., R$ 80; R$ 54,99 o e-book)
Opinião por Maria Fernanda Rodrigues

Editora de Cultura e jornalista especializada em literatura e mercado editorial

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