Coluna quinzenal da jornalista Maria Fernanda Rodrigues com dicas de leitura

Opinião|‘Quando Eu Voltar a Ser Criança’, de Janusz Korczak, faz um convite urgente aos adultos


Ficção do pedagogo que morreu em campo de concentração nazista com 200 internos de seu orfanato é leitura obrigatória para quem convive com crianças

Por 1 Livro Por Semana
Atualização:

Um livro que é um convite a um ‘novo’ modo de ver uma criança, de estar e de se comunicar com ela. Em Quando Eu Voltar a Ser Criança, um professor desencantado com sua vida de adulto e a névoa que encobre seu olhar e o faz ser uma pessoa triste, está deitado na cama se lembrando dos planos que fazia quando era pequeno. Sente saudade. Dá um suspiro. Tudo se apaga e um gnomo lhe concede um desejo.

Num passe de mágica ele está de volta à casa da infância, esperando sua mãe cortar o pão e respondendo se já fez o dever. É um ponto de partida singelo, mas o resultado é profundo e pode ser transformador, se você quiser ouvir.

Publicado originalmente em 1926, o livro toca em um tema que é tão urgente hoje como era quase um século atrás: os direitos das crianças.

continua após a publicidade

Na apresentação, Janusz Korczak (1878-1942) escreve que a obra é uma “tentativa de novela psicológica” e diz: “O assunto deste relato é aquilo que acontece na alma do homem: o que ele pensa, o que ele sente”.

E ele era um profundo conhecedor da alma humana. Da alma do homem enquanto menino. Quando publicou esta ficção, ele já tinha fundado o orfanato Dom Sierot: A República Democrática das Crianças, em Varsóvia, e era um renomado pediatra, pedagogo, jornalista e ativista das causa das infâncias.

No texto de Tatiana Belinky (1919-2013) que acompanha o volume brasileiro, que chega à sua 18.ª edição revista, justamente no momento em que é lançada uma biografia do polonês, por Sarita Mucinic Sarue, ambos pela Summus, a escritora diz que ele foi o “maior amigo” das crianças.

continua após a publicidade

Foi. Viveu por elas e com elas. E não as abandonou na hora da morte – porque ele poderia ter se salvado, mas seguiu ao lado de 200 crianças de seu orfanato para o campo de concentração de Treblinka, em 1942 – e, com elas, foi assassinado pelos nazistas, nas câmaras de gás, há exatamente 80 anos.

Estátua em homenagem ao pedagogo Janusz Korczak em Israel Foto: Izabela Rutkowska/Pixabay

Então, quando leva seu protagonista de volta ao ambiente de sua infância, ele tem algo sério a nos dizer – e é o menino que nos conta, em primeira pessoa, como é ser criança, como ele se sente, o que pensa e por que se cala. Como se relaciona com a família, os professores e os amigos. Como funcionam a ética e a solidariedade infantil. Sobretudo, o que os adultos deviam fazer ou deixar de fazer em nome de uma relação mais respeitosa e de confiança, em que a criança é vista como uma pessoa com sentimentos, ideias, medos, dúvidas, certezas, sua sabedoria e seu jeito de ser.

continua após a publicidade

Como escreveu Tatiana Belinky, Korczak nos coloca diante de um “espelho impiedoso” – e cabe a nós fazer alguma coisa.

Quando Eu Voltar a Ser Criança

Autor: Janusz Korczak

continua após a publicidade

Editora: Summus (200 págs.; R$ 74,70; R$ 44,90 o e-book)

Um livro que é um convite a um ‘novo’ modo de ver uma criança, de estar e de se comunicar com ela. Em Quando Eu Voltar a Ser Criança, um professor desencantado com sua vida de adulto e a névoa que encobre seu olhar e o faz ser uma pessoa triste, está deitado na cama se lembrando dos planos que fazia quando era pequeno. Sente saudade. Dá um suspiro. Tudo se apaga e um gnomo lhe concede um desejo.

Num passe de mágica ele está de volta à casa da infância, esperando sua mãe cortar o pão e respondendo se já fez o dever. É um ponto de partida singelo, mas o resultado é profundo e pode ser transformador, se você quiser ouvir.

Publicado originalmente em 1926, o livro toca em um tema que é tão urgente hoje como era quase um século atrás: os direitos das crianças.

Na apresentação, Janusz Korczak (1878-1942) escreve que a obra é uma “tentativa de novela psicológica” e diz: “O assunto deste relato é aquilo que acontece na alma do homem: o que ele pensa, o que ele sente”.

E ele era um profundo conhecedor da alma humana. Da alma do homem enquanto menino. Quando publicou esta ficção, ele já tinha fundado o orfanato Dom Sierot: A República Democrática das Crianças, em Varsóvia, e era um renomado pediatra, pedagogo, jornalista e ativista das causa das infâncias.

No texto de Tatiana Belinky (1919-2013) que acompanha o volume brasileiro, que chega à sua 18.ª edição revista, justamente no momento em que é lançada uma biografia do polonês, por Sarita Mucinic Sarue, ambos pela Summus, a escritora diz que ele foi o “maior amigo” das crianças.

Foi. Viveu por elas e com elas. E não as abandonou na hora da morte – porque ele poderia ter se salvado, mas seguiu ao lado de 200 crianças de seu orfanato para o campo de concentração de Treblinka, em 1942 – e, com elas, foi assassinado pelos nazistas, nas câmaras de gás, há exatamente 80 anos.

Estátua em homenagem ao pedagogo Janusz Korczak em Israel Foto: Izabela Rutkowska/Pixabay

Então, quando leva seu protagonista de volta ao ambiente de sua infância, ele tem algo sério a nos dizer – e é o menino que nos conta, em primeira pessoa, como é ser criança, como ele se sente, o que pensa e por que se cala. Como se relaciona com a família, os professores e os amigos. Como funcionam a ética e a solidariedade infantil. Sobretudo, o que os adultos deviam fazer ou deixar de fazer em nome de uma relação mais respeitosa e de confiança, em que a criança é vista como uma pessoa com sentimentos, ideias, medos, dúvidas, certezas, sua sabedoria e seu jeito de ser.

Como escreveu Tatiana Belinky, Korczak nos coloca diante de um “espelho impiedoso” – e cabe a nós fazer alguma coisa.

Quando Eu Voltar a Ser Criança

Autor: Janusz Korczak

Editora: Summus (200 págs.; R$ 74,70; R$ 44,90 o e-book)

Um livro que é um convite a um ‘novo’ modo de ver uma criança, de estar e de se comunicar com ela. Em Quando Eu Voltar a Ser Criança, um professor desencantado com sua vida de adulto e a névoa que encobre seu olhar e o faz ser uma pessoa triste, está deitado na cama se lembrando dos planos que fazia quando era pequeno. Sente saudade. Dá um suspiro. Tudo se apaga e um gnomo lhe concede um desejo.

Num passe de mágica ele está de volta à casa da infância, esperando sua mãe cortar o pão e respondendo se já fez o dever. É um ponto de partida singelo, mas o resultado é profundo e pode ser transformador, se você quiser ouvir.

Publicado originalmente em 1926, o livro toca em um tema que é tão urgente hoje como era quase um século atrás: os direitos das crianças.

Na apresentação, Janusz Korczak (1878-1942) escreve que a obra é uma “tentativa de novela psicológica” e diz: “O assunto deste relato é aquilo que acontece na alma do homem: o que ele pensa, o que ele sente”.

E ele era um profundo conhecedor da alma humana. Da alma do homem enquanto menino. Quando publicou esta ficção, ele já tinha fundado o orfanato Dom Sierot: A República Democrática das Crianças, em Varsóvia, e era um renomado pediatra, pedagogo, jornalista e ativista das causa das infâncias.

No texto de Tatiana Belinky (1919-2013) que acompanha o volume brasileiro, que chega à sua 18.ª edição revista, justamente no momento em que é lançada uma biografia do polonês, por Sarita Mucinic Sarue, ambos pela Summus, a escritora diz que ele foi o “maior amigo” das crianças.

Foi. Viveu por elas e com elas. E não as abandonou na hora da morte – porque ele poderia ter se salvado, mas seguiu ao lado de 200 crianças de seu orfanato para o campo de concentração de Treblinka, em 1942 – e, com elas, foi assassinado pelos nazistas, nas câmaras de gás, há exatamente 80 anos.

Estátua em homenagem ao pedagogo Janusz Korczak em Israel Foto: Izabela Rutkowska/Pixabay

Então, quando leva seu protagonista de volta ao ambiente de sua infância, ele tem algo sério a nos dizer – e é o menino que nos conta, em primeira pessoa, como é ser criança, como ele se sente, o que pensa e por que se cala. Como se relaciona com a família, os professores e os amigos. Como funcionam a ética e a solidariedade infantil. Sobretudo, o que os adultos deviam fazer ou deixar de fazer em nome de uma relação mais respeitosa e de confiança, em que a criança é vista como uma pessoa com sentimentos, ideias, medos, dúvidas, certezas, sua sabedoria e seu jeito de ser.

Como escreveu Tatiana Belinky, Korczak nos coloca diante de um “espelho impiedoso” – e cabe a nós fazer alguma coisa.

Quando Eu Voltar a Ser Criança

Autor: Janusz Korczak

Editora: Summus (200 págs.; R$ 74,70; R$ 44,90 o e-book)

Um livro que é um convite a um ‘novo’ modo de ver uma criança, de estar e de se comunicar com ela. Em Quando Eu Voltar a Ser Criança, um professor desencantado com sua vida de adulto e a névoa que encobre seu olhar e o faz ser uma pessoa triste, está deitado na cama se lembrando dos planos que fazia quando era pequeno. Sente saudade. Dá um suspiro. Tudo se apaga e um gnomo lhe concede um desejo.

Num passe de mágica ele está de volta à casa da infância, esperando sua mãe cortar o pão e respondendo se já fez o dever. É um ponto de partida singelo, mas o resultado é profundo e pode ser transformador, se você quiser ouvir.

Publicado originalmente em 1926, o livro toca em um tema que é tão urgente hoje como era quase um século atrás: os direitos das crianças.

Na apresentação, Janusz Korczak (1878-1942) escreve que a obra é uma “tentativa de novela psicológica” e diz: “O assunto deste relato é aquilo que acontece na alma do homem: o que ele pensa, o que ele sente”.

E ele era um profundo conhecedor da alma humana. Da alma do homem enquanto menino. Quando publicou esta ficção, ele já tinha fundado o orfanato Dom Sierot: A República Democrática das Crianças, em Varsóvia, e era um renomado pediatra, pedagogo, jornalista e ativista das causa das infâncias.

No texto de Tatiana Belinky (1919-2013) que acompanha o volume brasileiro, que chega à sua 18.ª edição revista, justamente no momento em que é lançada uma biografia do polonês, por Sarita Mucinic Sarue, ambos pela Summus, a escritora diz que ele foi o “maior amigo” das crianças.

Foi. Viveu por elas e com elas. E não as abandonou na hora da morte – porque ele poderia ter se salvado, mas seguiu ao lado de 200 crianças de seu orfanato para o campo de concentração de Treblinka, em 1942 – e, com elas, foi assassinado pelos nazistas, nas câmaras de gás, há exatamente 80 anos.

Estátua em homenagem ao pedagogo Janusz Korczak em Israel Foto: Izabela Rutkowska/Pixabay

Então, quando leva seu protagonista de volta ao ambiente de sua infância, ele tem algo sério a nos dizer – e é o menino que nos conta, em primeira pessoa, como é ser criança, como ele se sente, o que pensa e por que se cala. Como se relaciona com a família, os professores e os amigos. Como funcionam a ética e a solidariedade infantil. Sobretudo, o que os adultos deviam fazer ou deixar de fazer em nome de uma relação mais respeitosa e de confiança, em que a criança é vista como uma pessoa com sentimentos, ideias, medos, dúvidas, certezas, sua sabedoria e seu jeito de ser.

Como escreveu Tatiana Belinky, Korczak nos coloca diante de um “espelho impiedoso” – e cabe a nós fazer alguma coisa.

Quando Eu Voltar a Ser Criança

Autor: Janusz Korczak

Editora: Summus (200 págs.; R$ 74,70; R$ 44,90 o e-book)

Opinião por 1 Livro Por Semana

Maria Fernanda Rodrigues, jornalista especializada em literatura, dá dicas de leitura

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.