Coluna quinzenal da jornalista Maria Fernanda Rodrigues com dicas de leitura

Opinião|Um livro por semana: Lucidez em tempos insanos


'O Homem do Casaco Vermelho' é a biografia de Samuel Jean de Pozzi escrita por Julian Barnes, um dos maiores romancistas contemporâneos

Por Maria Fernanda Rodrigues

Você vai a uma exposição, se impressiona com um quadro enorme de uma figura sobre a qual nunca tinha ouvido falar. Depois o esquece. Mais adiante, ao pesquisar histórias de médicos que morreram de forma espetacular, aquele nome esquecido reaparece. 

Foi assim que o médico francês Samuel Jean de Pozzi surgiu na vida do escritor britânico Julian Barnes e virou tema de seu livro mais recente, publicado originalmente em 2019 e este ano no Brasil: O Homem do Casaco Vermelho. Um livro diferente dos outros que ele já escreveu, e desta lista se destacam, para mim, O Sentido de Um Fim e Altos Voos e Quedas Livres, e, ao mesmo tempo igual no que diz respeito à investigação da história e da memória – e o que fica no fim.

Livro de Julian Barnes se passa em Paris, no fim da belle époque Foto: Edmondla/Pixabay
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Dr. Pozzi esteve em todos os cantos, frequentou os círculos literários e artísticos na belle époque parisiense. Foi um médico humanista, um dos primeiros a olhar verdadeiramente para a saúde da mulher. E o que sabemos dele hoje? Talvez ele seja mais conhecido pelos médicos que estudaram a história da Medicina ou que usam a pinça Pozzi. Barnes, profundo conhecedor do período que o ginecologista viveu, de 1846 a 1918, e estudioso da história dos países por onde ele circulou, França e Inglaterra, não sabia nada. E descobriu um personagem riquíssimo.

O Homem do Casaco Vermelho é a biografia de Pozzi, ou a tentativa de biografar um homem que não deixou muitos rastros, e é a biografia de toda uma época. Fim do século 19, um outro mundo. Duelos, exuberância e decadência. Descobertas científicas. O mundo em guerra.

O livro começa com uma viagem, no verão de 1885, quando três franceses chegaram a Londres para fazer “compras intelectuais e decorativas”: um príncipe, um conde e um plebeu – nosso personagem aqui, então com 35 anos. Seu quadro, o que Barnes viu na National Portrait Gallery em 2015, havia sido pintado um pouco antes, em 1881, por John Singer Sargent. Pozzi, nas palavras de Barnes, foi um homem lúcido vivendo tempos insanos. Um homem da ciência. Uma figura extravagante e discreta. Uma pessoa para quem o chauvinismo era a pior forma de ignorância.

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Neste livro elegantemente escrito, Julian Barnes nos leva aos hospitais, às festas, aos bastidores da vida cultural francesa, à guerra, aos duelos marcados para resolver qualquer tipo de problema, ao Instituto Butantan em 1912, à intimidade de uma família problemática, às então novas questões de saúde mental e ao encontro com figuras que, ao contrário do biografado, não caíram no esquecimento – como Oscar Wilde, Alfred Dreyfus e Sarah Bernhardt. 

O Homem do Casaco Vermelho

Autor: Julian Barnes Editora: Rocco (272 págs.; R$ 79,90; R$ 39,90 o e-book)

Você vai a uma exposição, se impressiona com um quadro enorme de uma figura sobre a qual nunca tinha ouvido falar. Depois o esquece. Mais adiante, ao pesquisar histórias de médicos que morreram de forma espetacular, aquele nome esquecido reaparece. 

Foi assim que o médico francês Samuel Jean de Pozzi surgiu na vida do escritor britânico Julian Barnes e virou tema de seu livro mais recente, publicado originalmente em 2019 e este ano no Brasil: O Homem do Casaco Vermelho. Um livro diferente dos outros que ele já escreveu, e desta lista se destacam, para mim, O Sentido de Um Fim e Altos Voos e Quedas Livres, e, ao mesmo tempo igual no que diz respeito à investigação da história e da memória – e o que fica no fim.

Livro de Julian Barnes se passa em Paris, no fim da belle époque Foto: Edmondla/Pixabay

Dr. Pozzi esteve em todos os cantos, frequentou os círculos literários e artísticos na belle époque parisiense. Foi um médico humanista, um dos primeiros a olhar verdadeiramente para a saúde da mulher. E o que sabemos dele hoje? Talvez ele seja mais conhecido pelos médicos que estudaram a história da Medicina ou que usam a pinça Pozzi. Barnes, profundo conhecedor do período que o ginecologista viveu, de 1846 a 1918, e estudioso da história dos países por onde ele circulou, França e Inglaterra, não sabia nada. E descobriu um personagem riquíssimo.

O Homem do Casaco Vermelho é a biografia de Pozzi, ou a tentativa de biografar um homem que não deixou muitos rastros, e é a biografia de toda uma época. Fim do século 19, um outro mundo. Duelos, exuberância e decadência. Descobertas científicas. O mundo em guerra.

O livro começa com uma viagem, no verão de 1885, quando três franceses chegaram a Londres para fazer “compras intelectuais e decorativas”: um príncipe, um conde e um plebeu – nosso personagem aqui, então com 35 anos. Seu quadro, o que Barnes viu na National Portrait Gallery em 2015, havia sido pintado um pouco antes, em 1881, por John Singer Sargent. Pozzi, nas palavras de Barnes, foi um homem lúcido vivendo tempos insanos. Um homem da ciência. Uma figura extravagante e discreta. Uma pessoa para quem o chauvinismo era a pior forma de ignorância.

Neste livro elegantemente escrito, Julian Barnes nos leva aos hospitais, às festas, aos bastidores da vida cultural francesa, à guerra, aos duelos marcados para resolver qualquer tipo de problema, ao Instituto Butantan em 1912, à intimidade de uma família problemática, às então novas questões de saúde mental e ao encontro com figuras que, ao contrário do biografado, não caíram no esquecimento – como Oscar Wilde, Alfred Dreyfus e Sarah Bernhardt. 

O Homem do Casaco Vermelho

Autor: Julian Barnes Editora: Rocco (272 págs.; R$ 79,90; R$ 39,90 o e-book)

Você vai a uma exposição, se impressiona com um quadro enorme de uma figura sobre a qual nunca tinha ouvido falar. Depois o esquece. Mais adiante, ao pesquisar histórias de médicos que morreram de forma espetacular, aquele nome esquecido reaparece. 

Foi assim que o médico francês Samuel Jean de Pozzi surgiu na vida do escritor britânico Julian Barnes e virou tema de seu livro mais recente, publicado originalmente em 2019 e este ano no Brasil: O Homem do Casaco Vermelho. Um livro diferente dos outros que ele já escreveu, e desta lista se destacam, para mim, O Sentido de Um Fim e Altos Voos e Quedas Livres, e, ao mesmo tempo igual no que diz respeito à investigação da história e da memória – e o que fica no fim.

Livro de Julian Barnes se passa em Paris, no fim da belle époque Foto: Edmondla/Pixabay

Dr. Pozzi esteve em todos os cantos, frequentou os círculos literários e artísticos na belle époque parisiense. Foi um médico humanista, um dos primeiros a olhar verdadeiramente para a saúde da mulher. E o que sabemos dele hoje? Talvez ele seja mais conhecido pelos médicos que estudaram a história da Medicina ou que usam a pinça Pozzi. Barnes, profundo conhecedor do período que o ginecologista viveu, de 1846 a 1918, e estudioso da história dos países por onde ele circulou, França e Inglaterra, não sabia nada. E descobriu um personagem riquíssimo.

O Homem do Casaco Vermelho é a biografia de Pozzi, ou a tentativa de biografar um homem que não deixou muitos rastros, e é a biografia de toda uma época. Fim do século 19, um outro mundo. Duelos, exuberância e decadência. Descobertas científicas. O mundo em guerra.

O livro começa com uma viagem, no verão de 1885, quando três franceses chegaram a Londres para fazer “compras intelectuais e decorativas”: um príncipe, um conde e um plebeu – nosso personagem aqui, então com 35 anos. Seu quadro, o que Barnes viu na National Portrait Gallery em 2015, havia sido pintado um pouco antes, em 1881, por John Singer Sargent. Pozzi, nas palavras de Barnes, foi um homem lúcido vivendo tempos insanos. Um homem da ciência. Uma figura extravagante e discreta. Uma pessoa para quem o chauvinismo era a pior forma de ignorância.

Neste livro elegantemente escrito, Julian Barnes nos leva aos hospitais, às festas, aos bastidores da vida cultural francesa, à guerra, aos duelos marcados para resolver qualquer tipo de problema, ao Instituto Butantan em 1912, à intimidade de uma família problemática, às então novas questões de saúde mental e ao encontro com figuras que, ao contrário do biografado, não caíram no esquecimento – como Oscar Wilde, Alfred Dreyfus e Sarah Bernhardt. 

O Homem do Casaco Vermelho

Autor: Julian Barnes Editora: Rocco (272 págs.; R$ 79,90; R$ 39,90 o e-book)

Você vai a uma exposição, se impressiona com um quadro enorme de uma figura sobre a qual nunca tinha ouvido falar. Depois o esquece. Mais adiante, ao pesquisar histórias de médicos que morreram de forma espetacular, aquele nome esquecido reaparece. 

Foi assim que o médico francês Samuel Jean de Pozzi surgiu na vida do escritor britânico Julian Barnes e virou tema de seu livro mais recente, publicado originalmente em 2019 e este ano no Brasil: O Homem do Casaco Vermelho. Um livro diferente dos outros que ele já escreveu, e desta lista se destacam, para mim, O Sentido de Um Fim e Altos Voos e Quedas Livres, e, ao mesmo tempo igual no que diz respeito à investigação da história e da memória – e o que fica no fim.

Livro de Julian Barnes se passa em Paris, no fim da belle époque Foto: Edmondla/Pixabay

Dr. Pozzi esteve em todos os cantos, frequentou os círculos literários e artísticos na belle époque parisiense. Foi um médico humanista, um dos primeiros a olhar verdadeiramente para a saúde da mulher. E o que sabemos dele hoje? Talvez ele seja mais conhecido pelos médicos que estudaram a história da Medicina ou que usam a pinça Pozzi. Barnes, profundo conhecedor do período que o ginecologista viveu, de 1846 a 1918, e estudioso da história dos países por onde ele circulou, França e Inglaterra, não sabia nada. E descobriu um personagem riquíssimo.

O Homem do Casaco Vermelho é a biografia de Pozzi, ou a tentativa de biografar um homem que não deixou muitos rastros, e é a biografia de toda uma época. Fim do século 19, um outro mundo. Duelos, exuberância e decadência. Descobertas científicas. O mundo em guerra.

O livro começa com uma viagem, no verão de 1885, quando três franceses chegaram a Londres para fazer “compras intelectuais e decorativas”: um príncipe, um conde e um plebeu – nosso personagem aqui, então com 35 anos. Seu quadro, o que Barnes viu na National Portrait Gallery em 2015, havia sido pintado um pouco antes, em 1881, por John Singer Sargent. Pozzi, nas palavras de Barnes, foi um homem lúcido vivendo tempos insanos. Um homem da ciência. Uma figura extravagante e discreta. Uma pessoa para quem o chauvinismo era a pior forma de ignorância.

Neste livro elegantemente escrito, Julian Barnes nos leva aos hospitais, às festas, aos bastidores da vida cultural francesa, à guerra, aos duelos marcados para resolver qualquer tipo de problema, ao Instituto Butantan em 1912, à intimidade de uma família problemática, às então novas questões de saúde mental e ao encontro com figuras que, ao contrário do biografado, não caíram no esquecimento – como Oscar Wilde, Alfred Dreyfus e Sarah Bernhardt. 

O Homem do Casaco Vermelho

Autor: Julian Barnes Editora: Rocco (272 págs.; R$ 79,90; R$ 39,90 o e-book)

Você vai a uma exposição, se impressiona com um quadro enorme de uma figura sobre a qual nunca tinha ouvido falar. Depois o esquece. Mais adiante, ao pesquisar histórias de médicos que morreram de forma espetacular, aquele nome esquecido reaparece. 

Foi assim que o médico francês Samuel Jean de Pozzi surgiu na vida do escritor britânico Julian Barnes e virou tema de seu livro mais recente, publicado originalmente em 2019 e este ano no Brasil: O Homem do Casaco Vermelho. Um livro diferente dos outros que ele já escreveu, e desta lista se destacam, para mim, O Sentido de Um Fim e Altos Voos e Quedas Livres, e, ao mesmo tempo igual no que diz respeito à investigação da história e da memória – e o que fica no fim.

Livro de Julian Barnes se passa em Paris, no fim da belle époque Foto: Edmondla/Pixabay

Dr. Pozzi esteve em todos os cantos, frequentou os círculos literários e artísticos na belle époque parisiense. Foi um médico humanista, um dos primeiros a olhar verdadeiramente para a saúde da mulher. E o que sabemos dele hoje? Talvez ele seja mais conhecido pelos médicos que estudaram a história da Medicina ou que usam a pinça Pozzi. Barnes, profundo conhecedor do período que o ginecologista viveu, de 1846 a 1918, e estudioso da história dos países por onde ele circulou, França e Inglaterra, não sabia nada. E descobriu um personagem riquíssimo.

O Homem do Casaco Vermelho é a biografia de Pozzi, ou a tentativa de biografar um homem que não deixou muitos rastros, e é a biografia de toda uma época. Fim do século 19, um outro mundo. Duelos, exuberância e decadência. Descobertas científicas. O mundo em guerra.

O livro começa com uma viagem, no verão de 1885, quando três franceses chegaram a Londres para fazer “compras intelectuais e decorativas”: um príncipe, um conde e um plebeu – nosso personagem aqui, então com 35 anos. Seu quadro, o que Barnes viu na National Portrait Gallery em 2015, havia sido pintado um pouco antes, em 1881, por John Singer Sargent. Pozzi, nas palavras de Barnes, foi um homem lúcido vivendo tempos insanos. Um homem da ciência. Uma figura extravagante e discreta. Uma pessoa para quem o chauvinismo era a pior forma de ignorância.

Neste livro elegantemente escrito, Julian Barnes nos leva aos hospitais, às festas, aos bastidores da vida cultural francesa, à guerra, aos duelos marcados para resolver qualquer tipo de problema, ao Instituto Butantan em 1912, à intimidade de uma família problemática, às então novas questões de saúde mental e ao encontro com figuras que, ao contrário do biografado, não caíram no esquecimento – como Oscar Wilde, Alfred Dreyfus e Sarah Bernhardt. 

O Homem do Casaco Vermelho

Autor: Julian Barnes Editora: Rocco (272 págs.; R$ 79,90; R$ 39,90 o e-book)

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Editora de Cultura e jornalista especializada em literatura e mercado editorial

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