Coluna quinzenal da jornalista Maria Fernanda Rodrigues com dicas de leitura

Opinião|Um livro por semana: Pagu em Paris, uma gota no oceano


Romance 'Pagu no Metrô', de Adriana Armony, investiga o que aconteceu com Patrícia Galvão entre 1934 e 1935, em Paris

Por Maria Fernanda Rodrigues

Adriana Armony sabe, e diz isso no começo de sua história, que poderia escrever muitos livros sobre Pagu, de muitas maneiras diferentes. Começando por várias partes. Pagu no Metrô, lançamento da editora Nós, é, de certa forma, a história de uma busca. 

Tudo começa com uma pesquisa de pós-doutorado. Em 2019, a autora partiu para uma temporada de um ano em Paris. Sua ideia era tentar descobrir o que aconteceu com Patrícia Galvão (1910-1962) entre 1934 e 1935, quando a escritora viveu lá como militante, foi presa e ferida. Da pesquisa e da busca por Pagu pelas ruas e entrelinhas nasceu este romance.

Pagu, em imagem da exposição da Casa das Rosas que celebrou seu centenário em 2010 Foto: Ayrton Vignola/Estadão
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Ao longo das 144 páginas do livro, acompanhamos as idas e vindas da pesquisadora a arquivos da polícia, de hospitais, de bibliotecas e de qualquer lugar que pudesse mostrar alguma pista sobre Pagu, ou Léonie Boucher, nome que ela usava em Paris nos seus 20 e poucos anos. Presenciamos as alegrias das descobertas e as frustrações do percurso. 

É romance, é autoficção e é um livro de viagem, mas Pagu no Metrô é também uma rica fonte de revelações sobre a escritora que deixou para trás a vida no Brasil e seu filho pequeno para se juntar à luta contra o fascismo na França – depois de fazer um périplo pelo mundo por recomendação do Partido Comunista. 

Há pouca informação sobre esta fase da vida de Pagu, e Adriana estranha que ela não tenha mencionado esses anos (e especula se ela não mencionou mesmo ou se essa parte foi queimada) na “carta-confissão” que escreve ao marido Geraldo Ferraz em 1940, na prisão – transformada depois no livro Paixão Pagu que, reeditado em 2020, ganhou o título Pagu: Autobiografia Precoce e foi tema desta coluna. 

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É interessante ver os paralelos que a autora faz ao longo de sua obra – com sua própria trajetória e sua estada na cidade tantos anos depois de sua personagem, com o que sente e o que imagina que Pagu sentiu, com a biografia anterior e posterior do escritora, com as lutas dos anos 1930 e as de hoje. 

Interessante também ver as coincidências. Enquanto esteve em Paris naquele 2019 pré-pandêmico, ela pôde viver um pouco da agitação das ruas que marcou a passagem de Pagu pela cidade 85 anos antes. Desta vez, eram os "gilets jaunes", os coletes amarelos, que estavam protestando e enfrentando a polícia.

Adriana, que a certa altura questiona como um ano desaparece na vida de uma pessoa, consegue preencher muitas lacunas – e vai além: compartilha com o leitor uma descoberta importante sobre outra experiência de Pagu em Paris, já perto da morte. 

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Pagu no Metrô

Autora: Adriana Armony Editora: Nós (144 págs.; R$ 62)

Adriana Armony sabe, e diz isso no começo de sua história, que poderia escrever muitos livros sobre Pagu, de muitas maneiras diferentes. Começando por várias partes. Pagu no Metrô, lançamento da editora Nós, é, de certa forma, a história de uma busca. 

Tudo começa com uma pesquisa de pós-doutorado. Em 2019, a autora partiu para uma temporada de um ano em Paris. Sua ideia era tentar descobrir o que aconteceu com Patrícia Galvão (1910-1962) entre 1934 e 1935, quando a escritora viveu lá como militante, foi presa e ferida. Da pesquisa e da busca por Pagu pelas ruas e entrelinhas nasceu este romance.

Pagu, em imagem da exposição da Casa das Rosas que celebrou seu centenário em 2010 Foto: Ayrton Vignola/Estadão

Ao longo das 144 páginas do livro, acompanhamos as idas e vindas da pesquisadora a arquivos da polícia, de hospitais, de bibliotecas e de qualquer lugar que pudesse mostrar alguma pista sobre Pagu, ou Léonie Boucher, nome que ela usava em Paris nos seus 20 e poucos anos. Presenciamos as alegrias das descobertas e as frustrações do percurso. 

É romance, é autoficção e é um livro de viagem, mas Pagu no Metrô é também uma rica fonte de revelações sobre a escritora que deixou para trás a vida no Brasil e seu filho pequeno para se juntar à luta contra o fascismo na França – depois de fazer um périplo pelo mundo por recomendação do Partido Comunista. 

Há pouca informação sobre esta fase da vida de Pagu, e Adriana estranha que ela não tenha mencionado esses anos (e especula se ela não mencionou mesmo ou se essa parte foi queimada) na “carta-confissão” que escreve ao marido Geraldo Ferraz em 1940, na prisão – transformada depois no livro Paixão Pagu que, reeditado em 2020, ganhou o título Pagu: Autobiografia Precoce e foi tema desta coluna. 

É interessante ver os paralelos que a autora faz ao longo de sua obra – com sua própria trajetória e sua estada na cidade tantos anos depois de sua personagem, com o que sente e o que imagina que Pagu sentiu, com a biografia anterior e posterior do escritora, com as lutas dos anos 1930 e as de hoje. 

Interessante também ver as coincidências. Enquanto esteve em Paris naquele 2019 pré-pandêmico, ela pôde viver um pouco da agitação das ruas que marcou a passagem de Pagu pela cidade 85 anos antes. Desta vez, eram os "gilets jaunes", os coletes amarelos, que estavam protestando e enfrentando a polícia.

Adriana, que a certa altura questiona como um ano desaparece na vida de uma pessoa, consegue preencher muitas lacunas – e vai além: compartilha com o leitor uma descoberta importante sobre outra experiência de Pagu em Paris, já perto da morte. 

Pagu no Metrô

Autora: Adriana Armony Editora: Nós (144 págs.; R$ 62)

Adriana Armony sabe, e diz isso no começo de sua história, que poderia escrever muitos livros sobre Pagu, de muitas maneiras diferentes. Começando por várias partes. Pagu no Metrô, lançamento da editora Nós, é, de certa forma, a história de uma busca. 

Tudo começa com uma pesquisa de pós-doutorado. Em 2019, a autora partiu para uma temporada de um ano em Paris. Sua ideia era tentar descobrir o que aconteceu com Patrícia Galvão (1910-1962) entre 1934 e 1935, quando a escritora viveu lá como militante, foi presa e ferida. Da pesquisa e da busca por Pagu pelas ruas e entrelinhas nasceu este romance.

Pagu, em imagem da exposição da Casa das Rosas que celebrou seu centenário em 2010 Foto: Ayrton Vignola/Estadão

Ao longo das 144 páginas do livro, acompanhamos as idas e vindas da pesquisadora a arquivos da polícia, de hospitais, de bibliotecas e de qualquer lugar que pudesse mostrar alguma pista sobre Pagu, ou Léonie Boucher, nome que ela usava em Paris nos seus 20 e poucos anos. Presenciamos as alegrias das descobertas e as frustrações do percurso. 

É romance, é autoficção e é um livro de viagem, mas Pagu no Metrô é também uma rica fonte de revelações sobre a escritora que deixou para trás a vida no Brasil e seu filho pequeno para se juntar à luta contra o fascismo na França – depois de fazer um périplo pelo mundo por recomendação do Partido Comunista. 

Há pouca informação sobre esta fase da vida de Pagu, e Adriana estranha que ela não tenha mencionado esses anos (e especula se ela não mencionou mesmo ou se essa parte foi queimada) na “carta-confissão” que escreve ao marido Geraldo Ferraz em 1940, na prisão – transformada depois no livro Paixão Pagu que, reeditado em 2020, ganhou o título Pagu: Autobiografia Precoce e foi tema desta coluna. 

É interessante ver os paralelos que a autora faz ao longo de sua obra – com sua própria trajetória e sua estada na cidade tantos anos depois de sua personagem, com o que sente e o que imagina que Pagu sentiu, com a biografia anterior e posterior do escritora, com as lutas dos anos 1930 e as de hoje. 

Interessante também ver as coincidências. Enquanto esteve em Paris naquele 2019 pré-pandêmico, ela pôde viver um pouco da agitação das ruas que marcou a passagem de Pagu pela cidade 85 anos antes. Desta vez, eram os "gilets jaunes", os coletes amarelos, que estavam protestando e enfrentando a polícia.

Adriana, que a certa altura questiona como um ano desaparece na vida de uma pessoa, consegue preencher muitas lacunas – e vai além: compartilha com o leitor uma descoberta importante sobre outra experiência de Pagu em Paris, já perto da morte. 

Pagu no Metrô

Autora: Adriana Armony Editora: Nós (144 págs.; R$ 62)

Adriana Armony sabe, e diz isso no começo de sua história, que poderia escrever muitos livros sobre Pagu, de muitas maneiras diferentes. Começando por várias partes. Pagu no Metrô, lançamento da editora Nós, é, de certa forma, a história de uma busca. 

Tudo começa com uma pesquisa de pós-doutorado. Em 2019, a autora partiu para uma temporada de um ano em Paris. Sua ideia era tentar descobrir o que aconteceu com Patrícia Galvão (1910-1962) entre 1934 e 1935, quando a escritora viveu lá como militante, foi presa e ferida. Da pesquisa e da busca por Pagu pelas ruas e entrelinhas nasceu este romance.

Pagu, em imagem da exposição da Casa das Rosas que celebrou seu centenário em 2010 Foto: Ayrton Vignola/Estadão

Ao longo das 144 páginas do livro, acompanhamos as idas e vindas da pesquisadora a arquivos da polícia, de hospitais, de bibliotecas e de qualquer lugar que pudesse mostrar alguma pista sobre Pagu, ou Léonie Boucher, nome que ela usava em Paris nos seus 20 e poucos anos. Presenciamos as alegrias das descobertas e as frustrações do percurso. 

É romance, é autoficção e é um livro de viagem, mas Pagu no Metrô é também uma rica fonte de revelações sobre a escritora que deixou para trás a vida no Brasil e seu filho pequeno para se juntar à luta contra o fascismo na França – depois de fazer um périplo pelo mundo por recomendação do Partido Comunista. 

Há pouca informação sobre esta fase da vida de Pagu, e Adriana estranha que ela não tenha mencionado esses anos (e especula se ela não mencionou mesmo ou se essa parte foi queimada) na “carta-confissão” que escreve ao marido Geraldo Ferraz em 1940, na prisão – transformada depois no livro Paixão Pagu que, reeditado em 2020, ganhou o título Pagu: Autobiografia Precoce e foi tema desta coluna. 

É interessante ver os paralelos que a autora faz ao longo de sua obra – com sua própria trajetória e sua estada na cidade tantos anos depois de sua personagem, com o que sente e o que imagina que Pagu sentiu, com a biografia anterior e posterior do escritora, com as lutas dos anos 1930 e as de hoje. 

Interessante também ver as coincidências. Enquanto esteve em Paris naquele 2019 pré-pandêmico, ela pôde viver um pouco da agitação das ruas que marcou a passagem de Pagu pela cidade 85 anos antes. Desta vez, eram os "gilets jaunes", os coletes amarelos, que estavam protestando e enfrentando a polícia.

Adriana, que a certa altura questiona como um ano desaparece na vida de uma pessoa, consegue preencher muitas lacunas – e vai além: compartilha com o leitor uma descoberta importante sobre outra experiência de Pagu em Paris, já perto da morte. 

Pagu no Metrô

Autora: Adriana Armony Editora: Nós (144 págs.; R$ 62)

Adriana Armony sabe, e diz isso no começo de sua história, que poderia escrever muitos livros sobre Pagu, de muitas maneiras diferentes. Começando por várias partes. Pagu no Metrô, lançamento da editora Nós, é, de certa forma, a história de uma busca. 

Tudo começa com uma pesquisa de pós-doutorado. Em 2019, a autora partiu para uma temporada de um ano em Paris. Sua ideia era tentar descobrir o que aconteceu com Patrícia Galvão (1910-1962) entre 1934 e 1935, quando a escritora viveu lá como militante, foi presa e ferida. Da pesquisa e da busca por Pagu pelas ruas e entrelinhas nasceu este romance.

Pagu, em imagem da exposição da Casa das Rosas que celebrou seu centenário em 2010 Foto: Ayrton Vignola/Estadão

Ao longo das 144 páginas do livro, acompanhamos as idas e vindas da pesquisadora a arquivos da polícia, de hospitais, de bibliotecas e de qualquer lugar que pudesse mostrar alguma pista sobre Pagu, ou Léonie Boucher, nome que ela usava em Paris nos seus 20 e poucos anos. Presenciamos as alegrias das descobertas e as frustrações do percurso. 

É romance, é autoficção e é um livro de viagem, mas Pagu no Metrô é também uma rica fonte de revelações sobre a escritora que deixou para trás a vida no Brasil e seu filho pequeno para se juntar à luta contra o fascismo na França – depois de fazer um périplo pelo mundo por recomendação do Partido Comunista. 

Há pouca informação sobre esta fase da vida de Pagu, e Adriana estranha que ela não tenha mencionado esses anos (e especula se ela não mencionou mesmo ou se essa parte foi queimada) na “carta-confissão” que escreve ao marido Geraldo Ferraz em 1940, na prisão – transformada depois no livro Paixão Pagu que, reeditado em 2020, ganhou o título Pagu: Autobiografia Precoce e foi tema desta coluna. 

É interessante ver os paralelos que a autora faz ao longo de sua obra – com sua própria trajetória e sua estada na cidade tantos anos depois de sua personagem, com o que sente e o que imagina que Pagu sentiu, com a biografia anterior e posterior do escritora, com as lutas dos anos 1930 e as de hoje. 

Interessante também ver as coincidências. Enquanto esteve em Paris naquele 2019 pré-pandêmico, ela pôde viver um pouco da agitação das ruas que marcou a passagem de Pagu pela cidade 85 anos antes. Desta vez, eram os "gilets jaunes", os coletes amarelos, que estavam protestando e enfrentando a polícia.

Adriana, que a certa altura questiona como um ano desaparece na vida de uma pessoa, consegue preencher muitas lacunas – e vai além: compartilha com o leitor uma descoberta importante sobre outra experiência de Pagu em Paris, já perto da morte. 

Pagu no Metrô

Autora: Adriana Armony Editora: Nós (144 págs.; R$ 62)

Opinião por Maria Fernanda Rodrigues

Editora de Cultura e jornalista especializada em literatura e mercado editorial

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