Coluna quinzenal da jornalista Maria Fernanda Rodrigues com dicas de leitura

Opinião|Um livro por semana: Tudo passa ('Tudo é Rio')


'Tudo é Rio', de Carla Madeira, foi um dos livros mais vendidos de 2021 no Brasil

Por Maria Fernanda Rodrigues

Quem vê de fora faz arranjos melhores, mas é dentro, bem no lugar que a gente não vê, que o não dar conta ocupa tudo. O narrador de Tudo É Rio, romance da publicitária mineira Carla Madeira, nos faz esse alerta ao falar sobre Dalva, sobre suas razões para ter feito o que fez – ou para não ter feito o que achamos que ela podia fazer. 

Dalva tinha o que achava ser uma vida perfeita: uma família acolhedora, um grande amor correspondido. Desse amor nasceu um filho. E então uma grande tragédia a silenciou. Dalva deu conta de sua dor se alimentando dela, nem perdoando e nem se vingando.

'Tudo é Rio' é o livro de estreia de Carla Madeira que se tornou best-seller em 2021 Foto: Engin Akyurtherb/Pixabay
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“O que dói tanto?”, ela ouve de Lucy ao passar, como sempre fazia, dia após dia, na frente do bordel da cidade indo sabe-se lá para onde. Lucy é a prostituta mais requisitada da cidade, uma mulher forte e decidida, órfã desde criança. Tem vida e desejo, e consegue tudo o que quer. Até que um dia é rejeitada por Venâncio, “um homem morto num corpo vivo”, o marido de Dalva e motivo de toda a sua tristeza, e fica obcecada por ele. Venâncio é um marceneiro que sofreu com a rejeição do pai, que vai causar a mesma dor de que foi vítima – e outras piores. Um homem ciumento, violento, apaixonado pela mulher e corroído pelo remorso.

Tudo É Rio vai e volta no tempo para nos apresentar a história desses três personagens que, a partir desse capricho de Lucy, e para a salvação de Dalva (e por que não também de Venâncio?), terão suas vidas ligadas para sempre.

Ao longo da leitura, conhecemos suas dores e alegrias, as histórias que os antecederam e os definiram, seus encontros e desencontros. Tudo se passa numa cidade pequena, sem nome e num tempo indefinido.

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Lançado originalmente em 2014 pela Quixote, de Belo Horizonte, Tudo É Rio teve uma bela trajetória inicial, com 10 mil exemplares vendidos. No ano passado, ele foi descoberto e relançado pela Record. A distribuição aumentou consideravelmente, novos leitores foram descobrindo a obra e o boca a boca começou. Resultado: o romance de estreia de Carla Madeira foi a segunda ficção de um autor brasileiro mais vendida de 2021, com 40 mil exemplares comercializados, segundo a editora, perdendo apenas para Torto Arado.

A expectativa agora é de que o livro seja adaptado para uma série. Tem todos os elementos para dar certo: uma história de amor e sexo, de rejeição e violência, de compaixão e redenção, com reviravoltas, final feliz e o recado de que “tudo passa” e de que “a vida dá um jeito de manter a gente vivo mesmo quando a gente morre de dor”. 

Tudo é Rio Autora: Carla Madeira Editora: Record (210 págs.; R$ 49,90; R$ 34,90 o e-book)

Quem vê de fora faz arranjos melhores, mas é dentro, bem no lugar que a gente não vê, que o não dar conta ocupa tudo. O narrador de Tudo É Rio, romance da publicitária mineira Carla Madeira, nos faz esse alerta ao falar sobre Dalva, sobre suas razões para ter feito o que fez – ou para não ter feito o que achamos que ela podia fazer. 

Dalva tinha o que achava ser uma vida perfeita: uma família acolhedora, um grande amor correspondido. Desse amor nasceu um filho. E então uma grande tragédia a silenciou. Dalva deu conta de sua dor se alimentando dela, nem perdoando e nem se vingando.

'Tudo é Rio' é o livro de estreia de Carla Madeira que se tornou best-seller em 2021 Foto: Engin Akyurtherb/Pixabay

“O que dói tanto?”, ela ouve de Lucy ao passar, como sempre fazia, dia após dia, na frente do bordel da cidade indo sabe-se lá para onde. Lucy é a prostituta mais requisitada da cidade, uma mulher forte e decidida, órfã desde criança. Tem vida e desejo, e consegue tudo o que quer. Até que um dia é rejeitada por Venâncio, “um homem morto num corpo vivo”, o marido de Dalva e motivo de toda a sua tristeza, e fica obcecada por ele. Venâncio é um marceneiro que sofreu com a rejeição do pai, que vai causar a mesma dor de que foi vítima – e outras piores. Um homem ciumento, violento, apaixonado pela mulher e corroído pelo remorso.

Tudo É Rio vai e volta no tempo para nos apresentar a história desses três personagens que, a partir desse capricho de Lucy, e para a salvação de Dalva (e por que não também de Venâncio?), terão suas vidas ligadas para sempre.

Ao longo da leitura, conhecemos suas dores e alegrias, as histórias que os antecederam e os definiram, seus encontros e desencontros. Tudo se passa numa cidade pequena, sem nome e num tempo indefinido.

Lançado originalmente em 2014 pela Quixote, de Belo Horizonte, Tudo É Rio teve uma bela trajetória inicial, com 10 mil exemplares vendidos. No ano passado, ele foi descoberto e relançado pela Record. A distribuição aumentou consideravelmente, novos leitores foram descobrindo a obra e o boca a boca começou. Resultado: o romance de estreia de Carla Madeira foi a segunda ficção de um autor brasileiro mais vendida de 2021, com 40 mil exemplares comercializados, segundo a editora, perdendo apenas para Torto Arado.

A expectativa agora é de que o livro seja adaptado para uma série. Tem todos os elementos para dar certo: uma história de amor e sexo, de rejeição e violência, de compaixão e redenção, com reviravoltas, final feliz e o recado de que “tudo passa” e de que “a vida dá um jeito de manter a gente vivo mesmo quando a gente morre de dor”. 

Tudo é Rio Autora: Carla Madeira Editora: Record (210 págs.; R$ 49,90; R$ 34,90 o e-book)

Quem vê de fora faz arranjos melhores, mas é dentro, bem no lugar que a gente não vê, que o não dar conta ocupa tudo. O narrador de Tudo É Rio, romance da publicitária mineira Carla Madeira, nos faz esse alerta ao falar sobre Dalva, sobre suas razões para ter feito o que fez – ou para não ter feito o que achamos que ela podia fazer. 

Dalva tinha o que achava ser uma vida perfeita: uma família acolhedora, um grande amor correspondido. Desse amor nasceu um filho. E então uma grande tragédia a silenciou. Dalva deu conta de sua dor se alimentando dela, nem perdoando e nem se vingando.

'Tudo é Rio' é o livro de estreia de Carla Madeira que se tornou best-seller em 2021 Foto: Engin Akyurtherb/Pixabay

“O que dói tanto?”, ela ouve de Lucy ao passar, como sempre fazia, dia após dia, na frente do bordel da cidade indo sabe-se lá para onde. Lucy é a prostituta mais requisitada da cidade, uma mulher forte e decidida, órfã desde criança. Tem vida e desejo, e consegue tudo o que quer. Até que um dia é rejeitada por Venâncio, “um homem morto num corpo vivo”, o marido de Dalva e motivo de toda a sua tristeza, e fica obcecada por ele. Venâncio é um marceneiro que sofreu com a rejeição do pai, que vai causar a mesma dor de que foi vítima – e outras piores. Um homem ciumento, violento, apaixonado pela mulher e corroído pelo remorso.

Tudo É Rio vai e volta no tempo para nos apresentar a história desses três personagens que, a partir desse capricho de Lucy, e para a salvação de Dalva (e por que não também de Venâncio?), terão suas vidas ligadas para sempre.

Ao longo da leitura, conhecemos suas dores e alegrias, as histórias que os antecederam e os definiram, seus encontros e desencontros. Tudo se passa numa cidade pequena, sem nome e num tempo indefinido.

Lançado originalmente em 2014 pela Quixote, de Belo Horizonte, Tudo É Rio teve uma bela trajetória inicial, com 10 mil exemplares vendidos. No ano passado, ele foi descoberto e relançado pela Record. A distribuição aumentou consideravelmente, novos leitores foram descobrindo a obra e o boca a boca começou. Resultado: o romance de estreia de Carla Madeira foi a segunda ficção de um autor brasileiro mais vendida de 2021, com 40 mil exemplares comercializados, segundo a editora, perdendo apenas para Torto Arado.

A expectativa agora é de que o livro seja adaptado para uma série. Tem todos os elementos para dar certo: uma história de amor e sexo, de rejeição e violência, de compaixão e redenção, com reviravoltas, final feliz e o recado de que “tudo passa” e de que “a vida dá um jeito de manter a gente vivo mesmo quando a gente morre de dor”. 

Tudo é Rio Autora: Carla Madeira Editora: Record (210 págs.; R$ 49,90; R$ 34,90 o e-book)

Opinião por Maria Fernanda Rodrigues

Editora de Cultura e jornalista especializada em literatura e mercado editorial

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