Mario Frias critica uso da palavra 'todes' por Museu da Língua Portuguesa


Secretário especial de Cultura de Bolsonaro definiu uso de gênero neutro como 'pirueta ideológica'; instituição considera que discussão sobre linguagem neutra 'toca aspectos importantes sobre cidadania, inclusão e diversidade'

Por Redação
Atualização:

Mario Frias, secretário especial de Cultura do governo de Jair Bolsonaro, usou seu Twitter para criticar o uso da palavra "todes" pelo perfil oficial do Museu da Língua Portuguesa, que reabre no próximo dia 31 de julho.

Mario Frias, secretário Especial de Cultura Foto: Instagram/@mariofriasoficial

"O Governo Federal investiu 56 milhões de reais nas obras do Museu da Língua Portuguesa para preservarmos o nosso patrimônio cultural, que depende da preservação da nossa língua. Não aceitarei que esse investimento sirva para que agentes públicos brinquem de revolução. Tomarei medidas para impedir que usem o dinheiro público federal para suas piruetas ideológicas. Se o governo paulista se comporta como militante, vandalizando nossa cultura, não o fará com verba federal", escreveu Frias na sexta-feira, 23.

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A nova forma neutra de gênero gramatical, sem definição de gênero (masculino e feminino), que busca a inclusão de pessoas não-binárias, dividiu opiniões e recebeu críticas desde que a postagem foi feita, em 12 de julho, ganhando mais repercussão nas redes sociais dias depois. Nela, a instituição fala sobre sua reabertura como um "espaço aberto à reflexão, inclusão e um chamamento para todas, todos e todes os falantes, ou não, do nosso idioma".

Em comunicado divulgado na última sexta-feira, 23, o museu chegou a se posicionar sobre o tema: "Desde sua fundação, em 2006, o Museu da Língua Portuguesa se propôs a ser um espaço para a discussão do idioma, suas variações e mudanças incorporadas ao longo do tempo. Sempre na perspectiva de valorizar os falares do cotidiano e observar como eles se relacionam com aspectos socioculturais, sem a pretensão de atuar como instância normatizadora. Nesse sentido, o Museu está aberto a debater todas as questões relacionadas à língua portuguesa, incluindo a linguagem neutra, cuja discussão toca aspectos importantes sobre cidadania, inclusão e diversidade".

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Estadão, buscou novo contato com a assessoria do Museu, mas não recebeu retorno até a publicação desta reportagem. A Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo se manifestou por meio de comunicado enviado por sua assessoria neste domingo, 25, destacando que "o museu é um espaço democrático e não tem nenhuma pretensão de atuar como instância normatizadora. Portanto, está permanentemente aberto a debater todas as questões relacionadas à língua portuguesa". Confira a íntegra abaixo: 

"Ao tentar fomentar polêmicas infundadas sobre o Museu da Língua Portuguesa, a Secretaria Especial de Cultura do Governo Federaltenta se apropriar de uma obra capitaneada integralmente pelo Governo do Estado de São Paulo, um projeto vitorioso, para o qual contribuiu apenas indiretamente por meio da Lei Rouanet, mecanismo de incentivo fiscal que o Governo Federal paralisou e não cansa de demonstrar desprezo. O novo Museu da Língua Portuguesa é um equipamento cultural do Governo do Estado de São Paulo, que arca com o seu custeio e coordenou, em parceria com a Fundação Roberto Marinho, a captação de recursos junto a patrocinadores e a realização do projeto de restauro, ampliação e renovação de conteúdo da instituição cujo valor total foi de R$ 85,5 milhões, dos quais cerca de 40% não são oriundos da Lei Rouanet. Agora, a Secretaria Especial de Cultura tenta roubar os holofotes com a discussão sobre um post nas redes sociais do Museu. Talvez seja difícil para o Governo Federal compreender que o museu é um espaço democrático e não tem nenhuma pretensão de atuar como instância normatizadora. Portanto, está permanentemente aberto a debater todas as questões relacionadas à língua portuguesa."

Confira as postagens de Mario Frias abaixo:

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Mario Frias, secretário especial de Cultura do governo de Jair Bolsonaro, usou seu Twitter para criticar o uso da palavra "todes" pelo perfil oficial do Museu da Língua Portuguesa, que reabre no próximo dia 31 de julho.

Mario Frias, secretário Especial de Cultura Foto: Instagram/@mariofriasoficial

"O Governo Federal investiu 56 milhões de reais nas obras do Museu da Língua Portuguesa para preservarmos o nosso patrimônio cultural, que depende da preservação da nossa língua. Não aceitarei que esse investimento sirva para que agentes públicos brinquem de revolução. Tomarei medidas para impedir que usem o dinheiro público federal para suas piruetas ideológicas. Se o governo paulista se comporta como militante, vandalizando nossa cultura, não o fará com verba federal", escreveu Frias na sexta-feira, 23.

A nova forma neutra de gênero gramatical, sem definição de gênero (masculino e feminino), que busca a inclusão de pessoas não-binárias, dividiu opiniões e recebeu críticas desde que a postagem foi feita, em 12 de julho, ganhando mais repercussão nas redes sociais dias depois. Nela, a instituição fala sobre sua reabertura como um "espaço aberto à reflexão, inclusão e um chamamento para todas, todos e todes os falantes, ou não, do nosso idioma".

Em comunicado divulgado na última sexta-feira, 23, o museu chegou a se posicionar sobre o tema: "Desde sua fundação, em 2006, o Museu da Língua Portuguesa se propôs a ser um espaço para a discussão do idioma, suas variações e mudanças incorporadas ao longo do tempo. Sempre na perspectiva de valorizar os falares do cotidiano e observar como eles se relacionam com aspectos socioculturais, sem a pretensão de atuar como instância normatizadora. Nesse sentido, o Museu está aberto a debater todas as questões relacionadas à língua portuguesa, incluindo a linguagem neutra, cuja discussão toca aspectos importantes sobre cidadania, inclusão e diversidade".

Estadão, buscou novo contato com a assessoria do Museu, mas não recebeu retorno até a publicação desta reportagem. A Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo se manifestou por meio de comunicado enviado por sua assessoria neste domingo, 25, destacando que "o museu é um espaço democrático e não tem nenhuma pretensão de atuar como instância normatizadora. Portanto, está permanentemente aberto a debater todas as questões relacionadas à língua portuguesa". Confira a íntegra abaixo: 

"Ao tentar fomentar polêmicas infundadas sobre o Museu da Língua Portuguesa, a Secretaria Especial de Cultura do Governo Federaltenta se apropriar de uma obra capitaneada integralmente pelo Governo do Estado de São Paulo, um projeto vitorioso, para o qual contribuiu apenas indiretamente por meio da Lei Rouanet, mecanismo de incentivo fiscal que o Governo Federal paralisou e não cansa de demonstrar desprezo. O novo Museu da Língua Portuguesa é um equipamento cultural do Governo do Estado de São Paulo, que arca com o seu custeio e coordenou, em parceria com a Fundação Roberto Marinho, a captação de recursos junto a patrocinadores e a realização do projeto de restauro, ampliação e renovação de conteúdo da instituição cujo valor total foi de R$ 85,5 milhões, dos quais cerca de 40% não são oriundos da Lei Rouanet. Agora, a Secretaria Especial de Cultura tenta roubar os holofotes com a discussão sobre um post nas redes sociais do Museu. Talvez seja difícil para o Governo Federal compreender que o museu é um espaço democrático e não tem nenhuma pretensão de atuar como instância normatizadora. Portanto, está permanentemente aberto a debater todas as questões relacionadas à língua portuguesa."

Confira as postagens de Mario Frias abaixo:

Mario Frias, secretário especial de Cultura do governo de Jair Bolsonaro, usou seu Twitter para criticar o uso da palavra "todes" pelo perfil oficial do Museu da Língua Portuguesa, que reabre no próximo dia 31 de julho.

Mario Frias, secretário Especial de Cultura Foto: Instagram/@mariofriasoficial

"O Governo Federal investiu 56 milhões de reais nas obras do Museu da Língua Portuguesa para preservarmos o nosso patrimônio cultural, que depende da preservação da nossa língua. Não aceitarei que esse investimento sirva para que agentes públicos brinquem de revolução. Tomarei medidas para impedir que usem o dinheiro público federal para suas piruetas ideológicas. Se o governo paulista se comporta como militante, vandalizando nossa cultura, não o fará com verba federal", escreveu Frias na sexta-feira, 23.

A nova forma neutra de gênero gramatical, sem definição de gênero (masculino e feminino), que busca a inclusão de pessoas não-binárias, dividiu opiniões e recebeu críticas desde que a postagem foi feita, em 12 de julho, ganhando mais repercussão nas redes sociais dias depois. Nela, a instituição fala sobre sua reabertura como um "espaço aberto à reflexão, inclusão e um chamamento para todas, todos e todes os falantes, ou não, do nosso idioma".

Em comunicado divulgado na última sexta-feira, 23, o museu chegou a se posicionar sobre o tema: "Desde sua fundação, em 2006, o Museu da Língua Portuguesa se propôs a ser um espaço para a discussão do idioma, suas variações e mudanças incorporadas ao longo do tempo. Sempre na perspectiva de valorizar os falares do cotidiano e observar como eles se relacionam com aspectos socioculturais, sem a pretensão de atuar como instância normatizadora. Nesse sentido, o Museu está aberto a debater todas as questões relacionadas à língua portuguesa, incluindo a linguagem neutra, cuja discussão toca aspectos importantes sobre cidadania, inclusão e diversidade".

Estadão, buscou novo contato com a assessoria do Museu, mas não recebeu retorno até a publicação desta reportagem. A Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo se manifestou por meio de comunicado enviado por sua assessoria neste domingo, 25, destacando que "o museu é um espaço democrático e não tem nenhuma pretensão de atuar como instância normatizadora. Portanto, está permanentemente aberto a debater todas as questões relacionadas à língua portuguesa". Confira a íntegra abaixo: 

"Ao tentar fomentar polêmicas infundadas sobre o Museu da Língua Portuguesa, a Secretaria Especial de Cultura do Governo Federaltenta se apropriar de uma obra capitaneada integralmente pelo Governo do Estado de São Paulo, um projeto vitorioso, para o qual contribuiu apenas indiretamente por meio da Lei Rouanet, mecanismo de incentivo fiscal que o Governo Federal paralisou e não cansa de demonstrar desprezo. O novo Museu da Língua Portuguesa é um equipamento cultural do Governo do Estado de São Paulo, que arca com o seu custeio e coordenou, em parceria com a Fundação Roberto Marinho, a captação de recursos junto a patrocinadores e a realização do projeto de restauro, ampliação e renovação de conteúdo da instituição cujo valor total foi de R$ 85,5 milhões, dos quais cerca de 40% não são oriundos da Lei Rouanet. Agora, a Secretaria Especial de Cultura tenta roubar os holofotes com a discussão sobre um post nas redes sociais do Museu. Talvez seja difícil para o Governo Federal compreender que o museu é um espaço democrático e não tem nenhuma pretensão de atuar como instância normatizadora. Portanto, está permanentemente aberto a debater todas as questões relacionadas à língua portuguesa."

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