Opinião|Alice Ferraz: Você trabalha demais?


Sem o trabalho vem à tona em mim a sensação de um vazio, uma falta de motivo, mesmo que seja ‘aproveitando’ a fase

Por Alice Ferraz

“Alice trabalha demais” deve ter sido a frase que mais ouvi na vida. Dita como uma crítica “construtiva” normalmente por quem gostaria de me abrir os olhos para espaços que mereciam mais a minha atenção. Era importante namorar e sair com amigas para aproveitar o momento, era hora de dar mais atenção ao casamento que começava, à maternidade, à família, aos amigos novos e antigos. E, principalmente, era hora de ter tempo pra mim, diziam, como se o trabalho fosse quase uma mania inoportuna que me tirasse os prazeres e roubasse momentos de vida. Tive um namorado que impôs o horário que eu deveria acordar para trabalhar, como se fosse errado acordar cedo animada para meus fazeres. Meus compromissos profissionais o incomodavam, talvez por ele ter tão pouca vontade de realizar.

Essa semana, conversando com um amigo, ouvi a mesma pergunta, mas feita em tom de curiosidade genuína: “Alice, você acha que trabalha demais?”. Sim. Acho que trabalho mais do que é considerado normal na sociedade em que vivo de acordo com meu gênero e possibilidades. Para uma mulher da minha geração, nascida no ambiente em que nasci, era esperado que eu tivesse outros interesses.

'Sei que em tempos onde a palavra equilíbrio é considerada mantra e solução para todos os males, o excesso de trabalho deve ser tratado em terapia', escreve Alice Ferraz. Foto: asyl/Adobe Stock
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Comecei a trabalhar vendendo pulseiras de miçanga na rua de casa, meu pais acharam graça mas eu levei a sério a empreitada. Uma vizinha mais jeitosa era responsável pela montagem e eu vendia - não sem antes meter meu nariz na criação, insistindo para que fossem feitas não só peças aleatórias, mas conjuntos da mesma cor que podiam ser vendidos juntos. Nascia na menina de 10 anos a vontade de fazer, realizar, que integra até hoje minha personalidade.

Sem o trabalho vem à tona em mim a sensação de um vazio, uma falta de motivo, mesmo que seja “aproveitando” a fase. Sei que em tempos onde a palavra equilíbrio é considerada mantra e solução para todos os males, o excesso de trabalho deve ser tratado em terapia. Bem, no meu caso, convivendo com essa balança que pende sempre para o mesmo lado, vivi uma vida de trabalho misturada com prazeres. O prazer do namoro, do casamento, da maternidade, sempre envolvido com a realização do fazer, do pensar, do construir. Conversas sobre projetos de trabalho fazem parte do dia a dia das minhas relações mais próximas. O trabalho visto por quem convive comigo, não como fuga, como esconderijo, mas como crença na vida.

Na fase da vida em que estou, com energia a mil, sem filho pequeno e com uma relação estável na qual trabalhamos juntos, ouço que era hora de aproveitar o que construí. Normalmente, aceito sem contestar e mudo de assunto, mas voltando à pergunta do meu amigo vem a resposta formal. Aproveito muito a vida através desse fio condutor que me conecta com novas pessoas, espaços, realidades diversas e me desafia a estar sempre em transformação. Alguns chamam isso de trabalho, eu chamo de vida.

“Alice trabalha demais” deve ter sido a frase que mais ouvi na vida. Dita como uma crítica “construtiva” normalmente por quem gostaria de me abrir os olhos para espaços que mereciam mais a minha atenção. Era importante namorar e sair com amigas para aproveitar o momento, era hora de dar mais atenção ao casamento que começava, à maternidade, à família, aos amigos novos e antigos. E, principalmente, era hora de ter tempo pra mim, diziam, como se o trabalho fosse quase uma mania inoportuna que me tirasse os prazeres e roubasse momentos de vida. Tive um namorado que impôs o horário que eu deveria acordar para trabalhar, como se fosse errado acordar cedo animada para meus fazeres. Meus compromissos profissionais o incomodavam, talvez por ele ter tão pouca vontade de realizar.

Essa semana, conversando com um amigo, ouvi a mesma pergunta, mas feita em tom de curiosidade genuína: “Alice, você acha que trabalha demais?”. Sim. Acho que trabalho mais do que é considerado normal na sociedade em que vivo de acordo com meu gênero e possibilidades. Para uma mulher da minha geração, nascida no ambiente em que nasci, era esperado que eu tivesse outros interesses.

'Sei que em tempos onde a palavra equilíbrio é considerada mantra e solução para todos os males, o excesso de trabalho deve ser tratado em terapia', escreve Alice Ferraz. Foto: asyl/Adobe Stock

Comecei a trabalhar vendendo pulseiras de miçanga na rua de casa, meu pais acharam graça mas eu levei a sério a empreitada. Uma vizinha mais jeitosa era responsável pela montagem e eu vendia - não sem antes meter meu nariz na criação, insistindo para que fossem feitas não só peças aleatórias, mas conjuntos da mesma cor que podiam ser vendidos juntos. Nascia na menina de 10 anos a vontade de fazer, realizar, que integra até hoje minha personalidade.

Sem o trabalho vem à tona em mim a sensação de um vazio, uma falta de motivo, mesmo que seja “aproveitando” a fase. Sei que em tempos onde a palavra equilíbrio é considerada mantra e solução para todos os males, o excesso de trabalho deve ser tratado em terapia. Bem, no meu caso, convivendo com essa balança que pende sempre para o mesmo lado, vivi uma vida de trabalho misturada com prazeres. O prazer do namoro, do casamento, da maternidade, sempre envolvido com a realização do fazer, do pensar, do construir. Conversas sobre projetos de trabalho fazem parte do dia a dia das minhas relações mais próximas. O trabalho visto por quem convive comigo, não como fuga, como esconderijo, mas como crença na vida.

Na fase da vida em que estou, com energia a mil, sem filho pequeno e com uma relação estável na qual trabalhamos juntos, ouço que era hora de aproveitar o que construí. Normalmente, aceito sem contestar e mudo de assunto, mas voltando à pergunta do meu amigo vem a resposta formal. Aproveito muito a vida através desse fio condutor que me conecta com novas pessoas, espaços, realidades diversas e me desafia a estar sempre em transformação. Alguns chamam isso de trabalho, eu chamo de vida.

“Alice trabalha demais” deve ter sido a frase que mais ouvi na vida. Dita como uma crítica “construtiva” normalmente por quem gostaria de me abrir os olhos para espaços que mereciam mais a minha atenção. Era importante namorar e sair com amigas para aproveitar o momento, era hora de dar mais atenção ao casamento que começava, à maternidade, à família, aos amigos novos e antigos. E, principalmente, era hora de ter tempo pra mim, diziam, como se o trabalho fosse quase uma mania inoportuna que me tirasse os prazeres e roubasse momentos de vida. Tive um namorado que impôs o horário que eu deveria acordar para trabalhar, como se fosse errado acordar cedo animada para meus fazeres. Meus compromissos profissionais o incomodavam, talvez por ele ter tão pouca vontade de realizar.

Essa semana, conversando com um amigo, ouvi a mesma pergunta, mas feita em tom de curiosidade genuína: “Alice, você acha que trabalha demais?”. Sim. Acho que trabalho mais do que é considerado normal na sociedade em que vivo de acordo com meu gênero e possibilidades. Para uma mulher da minha geração, nascida no ambiente em que nasci, era esperado que eu tivesse outros interesses.

'Sei que em tempos onde a palavra equilíbrio é considerada mantra e solução para todos os males, o excesso de trabalho deve ser tratado em terapia', escreve Alice Ferraz. Foto: asyl/Adobe Stock

Comecei a trabalhar vendendo pulseiras de miçanga na rua de casa, meu pais acharam graça mas eu levei a sério a empreitada. Uma vizinha mais jeitosa era responsável pela montagem e eu vendia - não sem antes meter meu nariz na criação, insistindo para que fossem feitas não só peças aleatórias, mas conjuntos da mesma cor que podiam ser vendidos juntos. Nascia na menina de 10 anos a vontade de fazer, realizar, que integra até hoje minha personalidade.

Sem o trabalho vem à tona em mim a sensação de um vazio, uma falta de motivo, mesmo que seja “aproveitando” a fase. Sei que em tempos onde a palavra equilíbrio é considerada mantra e solução para todos os males, o excesso de trabalho deve ser tratado em terapia. Bem, no meu caso, convivendo com essa balança que pende sempre para o mesmo lado, vivi uma vida de trabalho misturada com prazeres. O prazer do namoro, do casamento, da maternidade, sempre envolvido com a realização do fazer, do pensar, do construir. Conversas sobre projetos de trabalho fazem parte do dia a dia das minhas relações mais próximas. O trabalho visto por quem convive comigo, não como fuga, como esconderijo, mas como crença na vida.

Na fase da vida em que estou, com energia a mil, sem filho pequeno e com uma relação estável na qual trabalhamos juntos, ouço que era hora de aproveitar o que construí. Normalmente, aceito sem contestar e mudo de assunto, mas voltando à pergunta do meu amigo vem a resposta formal. Aproveito muito a vida através desse fio condutor que me conecta com novas pessoas, espaços, realidades diversas e me desafia a estar sempre em transformação. Alguns chamam isso de trabalho, eu chamo de vida.

“Alice trabalha demais” deve ter sido a frase que mais ouvi na vida. Dita como uma crítica “construtiva” normalmente por quem gostaria de me abrir os olhos para espaços que mereciam mais a minha atenção. Era importante namorar e sair com amigas para aproveitar o momento, era hora de dar mais atenção ao casamento que começava, à maternidade, à família, aos amigos novos e antigos. E, principalmente, era hora de ter tempo pra mim, diziam, como se o trabalho fosse quase uma mania inoportuna que me tirasse os prazeres e roubasse momentos de vida. Tive um namorado que impôs o horário que eu deveria acordar para trabalhar, como se fosse errado acordar cedo animada para meus fazeres. Meus compromissos profissionais o incomodavam, talvez por ele ter tão pouca vontade de realizar.

Essa semana, conversando com um amigo, ouvi a mesma pergunta, mas feita em tom de curiosidade genuína: “Alice, você acha que trabalha demais?”. Sim. Acho que trabalho mais do que é considerado normal na sociedade em que vivo de acordo com meu gênero e possibilidades. Para uma mulher da minha geração, nascida no ambiente em que nasci, era esperado que eu tivesse outros interesses.

'Sei que em tempos onde a palavra equilíbrio é considerada mantra e solução para todos os males, o excesso de trabalho deve ser tratado em terapia', escreve Alice Ferraz. Foto: asyl/Adobe Stock

Comecei a trabalhar vendendo pulseiras de miçanga na rua de casa, meu pais acharam graça mas eu levei a sério a empreitada. Uma vizinha mais jeitosa era responsável pela montagem e eu vendia - não sem antes meter meu nariz na criação, insistindo para que fossem feitas não só peças aleatórias, mas conjuntos da mesma cor que podiam ser vendidos juntos. Nascia na menina de 10 anos a vontade de fazer, realizar, que integra até hoje minha personalidade.

Sem o trabalho vem à tona em mim a sensação de um vazio, uma falta de motivo, mesmo que seja “aproveitando” a fase. Sei que em tempos onde a palavra equilíbrio é considerada mantra e solução para todos os males, o excesso de trabalho deve ser tratado em terapia. Bem, no meu caso, convivendo com essa balança que pende sempre para o mesmo lado, vivi uma vida de trabalho misturada com prazeres. O prazer do namoro, do casamento, da maternidade, sempre envolvido com a realização do fazer, do pensar, do construir. Conversas sobre projetos de trabalho fazem parte do dia a dia das minhas relações mais próximas. O trabalho visto por quem convive comigo, não como fuga, como esconderijo, mas como crença na vida.

Na fase da vida em que estou, com energia a mil, sem filho pequeno e com uma relação estável na qual trabalhamos juntos, ouço que era hora de aproveitar o que construí. Normalmente, aceito sem contestar e mudo de assunto, mas voltando à pergunta do meu amigo vem a resposta formal. Aproveito muito a vida através desse fio condutor que me conecta com novas pessoas, espaços, realidades diversas e me desafia a estar sempre em transformação. Alguns chamam isso de trabalho, eu chamo de vida.

“Alice trabalha demais” deve ter sido a frase que mais ouvi na vida. Dita como uma crítica “construtiva” normalmente por quem gostaria de me abrir os olhos para espaços que mereciam mais a minha atenção. Era importante namorar e sair com amigas para aproveitar o momento, era hora de dar mais atenção ao casamento que começava, à maternidade, à família, aos amigos novos e antigos. E, principalmente, era hora de ter tempo pra mim, diziam, como se o trabalho fosse quase uma mania inoportuna que me tirasse os prazeres e roubasse momentos de vida. Tive um namorado que impôs o horário que eu deveria acordar para trabalhar, como se fosse errado acordar cedo animada para meus fazeres. Meus compromissos profissionais o incomodavam, talvez por ele ter tão pouca vontade de realizar.

Essa semana, conversando com um amigo, ouvi a mesma pergunta, mas feita em tom de curiosidade genuína: “Alice, você acha que trabalha demais?”. Sim. Acho que trabalho mais do que é considerado normal na sociedade em que vivo de acordo com meu gênero e possibilidades. Para uma mulher da minha geração, nascida no ambiente em que nasci, era esperado que eu tivesse outros interesses.

'Sei que em tempos onde a palavra equilíbrio é considerada mantra e solução para todos os males, o excesso de trabalho deve ser tratado em terapia', escreve Alice Ferraz. Foto: asyl/Adobe Stock

Comecei a trabalhar vendendo pulseiras de miçanga na rua de casa, meu pais acharam graça mas eu levei a sério a empreitada. Uma vizinha mais jeitosa era responsável pela montagem e eu vendia - não sem antes meter meu nariz na criação, insistindo para que fossem feitas não só peças aleatórias, mas conjuntos da mesma cor que podiam ser vendidos juntos. Nascia na menina de 10 anos a vontade de fazer, realizar, que integra até hoje minha personalidade.

Sem o trabalho vem à tona em mim a sensação de um vazio, uma falta de motivo, mesmo que seja “aproveitando” a fase. Sei que em tempos onde a palavra equilíbrio é considerada mantra e solução para todos os males, o excesso de trabalho deve ser tratado em terapia. Bem, no meu caso, convivendo com essa balança que pende sempre para o mesmo lado, vivi uma vida de trabalho misturada com prazeres. O prazer do namoro, do casamento, da maternidade, sempre envolvido com a realização do fazer, do pensar, do construir. Conversas sobre projetos de trabalho fazem parte do dia a dia das minhas relações mais próximas. O trabalho visto por quem convive comigo, não como fuga, como esconderijo, mas como crença na vida.

Na fase da vida em que estou, com energia a mil, sem filho pequeno e com uma relação estável na qual trabalhamos juntos, ouço que era hora de aproveitar o que construí. Normalmente, aceito sem contestar e mudo de assunto, mas voltando à pergunta do meu amigo vem a resposta formal. Aproveito muito a vida através desse fio condutor que me conecta com novas pessoas, espaços, realidades diversas e me desafia a estar sempre em transformação. Alguns chamam isso de trabalho, eu chamo de vida.

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Opinião por Alice Ferraz

É especialista em marketing de influência e escritora, autora de 'Moda à Brasileira'

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