Janeiro em São Paulo pode ser um bom momento para novas descobertas e experiências. A cidade surpreende e, apesar da pandemia, está aberta e cheia de novidades. Para amantes da arte, uma nova forma de contato com esse universo aparece em espaços do novíssimo Hotel Rosewood, no bairro da Bela Vista. “Criar um lugar para que as pessoas possam vivenciar uma imersão prazerosa na arte, na água, na riqueza da fauna e flora brasileiros” é a definição da artista Sandra Cinto sobre o espaço criado por ela no hotel, uma majestosa piscina no rooftop do endereço.
A renomada artista brasileira uniu sua produção com as águas pela primeira vez quando foi convidada em 2011 pelo Sesc Santo André para criar uma instalação na piscina coberta da instituição. “Foi uma alegria enorme pensar em uma obra pública, na qual mais pessoas poderiam conviver com a arte”, conta sobre o grandioso painel de 150 m² criado em azulejos serigrafados com esmalte.
A obra Céu e Mar Para Presente traz elementos da natureza, como o céu e o mar em uma representação gráfica, inspirada nos origamis orientais e na azulejaria portuguesa.
RELAÇÕES. Sandra explica que pensa sua arte com base em um tripé: desenho, arquitetura e observador. “Essa é uma relação muito importante e que faz parte da própria arte brasileira”, reflete. A artista refere-se à transição da tela para o espaço ambiental, relevos e cita o movimento neoconcreto brasileiro e nomes como Hélio Oiticica e Lygia Clark como precursores desse caminho. “A diferença entre as duas obras é que agora, na piscina do Rosewood, o observador está literalmente imerso na arte por todos os lados”, completa.
Segundo Fernanda Feitosa, diretora da SP-Arte, maior feira de arte da América Latina, “interagir e experimentar a arte nesse convívio íntimo é uma proposta de transformá-la em mais do que elemento decorativo, propondo um mergulho na alma do artista”. Outra estrela das artes que está presente nessa experiência é Regina Silveira. É de sua autoria a enorme tapeçaria instalada no lobby do hotel e que sugere caminhos para todos os ambientes em um degradê de cores que evoca as estações do ano. São oito superfícies em que a artista distribui uma invasão imaginária de insetos, como libélulas, borboletas e formigas.
Fazer tapeçarias traz um grau de permanência. Nesse trabalho, enquanto você caminha sobre ela, existe um emaranhado de insetos que se modificam pelas sombras e pelo olhar do observador. São obras que revestem espaços e criam uma outra leitura e narrativa”, completa. O gênero será protagonista de sua próxima exposição na Luciana Brito Galeria, em São Paulo, confirmando a retomada tendência imersiva das artes. Bom mergulho!