Como comprar roupas de qualidade sem gastar uma fortuna? Especialistas dão conselhos e dicas


Segundo profissionais de moda, preços mais altos não necessariamente significam peças melhores. Para economizar sem perder a qualidade, é preciso estar atento à composição do tecido e examinar as roupas pessoalmente; veja orientações

Por Annie Midori Atherton

THE WASHINGTON POST - Os preços das roupas podem ser desconcertantes, e nem sempre fica claro se uma etiqueta de preço está alinhada à qualidade de uma peça. E o que é “qualidade”, afinal?

Até certo ponto, comprar por qualidade significa definir o que isso significa para você. Há a questão da durabilidade (ela se desmanchará rapidamente?); do material (ela é respirável e agradável ao toque?); do ajuste (você se sente confortável e confiante?) e da praticidade (ela requer cuidados especiais?). Além disso, há considerações baseadas em valores, como sustentabilidade ou práticas trabalhistas.

Imagem da loja C&A do Shopping Tamboré na Av. Piracema, 669 - Tamboré, Barueri.  Foto: Tiago Queiroz/Estadão
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Levando tudo isso em conta, conversamos com especialistas em moda sobre como encontrar roupas de qualidade com um orçamento limitado.

Entenda o que está por trás do preço

Quando uma peça de roupa chega às prateleiras, ela geralmente já passou por uma longa e complexa cadeia de produção, começando em uma fábrica no exterior - apenas cerca de 2% das roupas vendidas nos Estados Unidos são fabricadas lá, por exemplo.

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As empresas que fazem a fabricação de fato geralmente operam com margens mínimas, mesmo pagando salários muito baixos, explica Margaret Bishop, professora de várias das principais universidades de moda da cidade de Nova York.

O tecido é o maior fator de custo; fibras de luxo, como seda, caxemira e algodão orgânico, têm um preço mais alto. Em seguida, adicione mão de obra, transporte, taxas de importação e custos de distribuição, que contribuem para as despesas gerais dos fabricantes, que tendem a ter o menor poder de negociação na cadeia de suprimentos.

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As marcas de roupas e os varejistas, por outro lado, podem obter lucros muito maiores ao aumentar significativamente os preços.

Quando uma peça de roupa chega às prateleiras, ela geralmente já passou por uma longa e complexa cadeia de produção, começando em uma fábrica no exterior.  Foto: JF Diorio /Estadão

O setor de moda de alta qualidade normalizou a ideia de que certas etiquetas valem quantias astronômicas por meio de marketing inteligente e posicionamento de marca. “Um conceito errôneo é que se você pagar mais caro por algo, terá uma qualidade melhor”, diz Bishop.

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“Isso não é necessariamente verdade. Você poderia pagar US$ 1,5 mil (R$ 7,4 mil) por uma blusa cujo tecido e cuja construção é de baixa qualidade. Acontece que ela tem uma marca ou um visual pelo qual as pessoas pagam quantias absurdas de dinheiro”, completa.

Certamente é possível encontrar boas peças sem um preço muito alto, mas há limites: um varejista só pode reduzir os custos até certo ponto sem diminuir os padrões. “Se você está pagando US$ 9 (cerca de R$ 44,50) ou US$ 15 (R$ 74) por um vestido, e esse é o preço normal que não foi reduzido várias vezes, não há como se dar ao luxo de ter tecido e construção de boa qualidade”, diz Bishop.

Imagem do Brechó Emigê, no Shopping Center 3, na Avenida Paulista. Foto: João Scheller/Estadão
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Embora não exista uma fórmula mágica para determinar se um item vale seu preço, ela aconselha escolher marcas que “tenham uma reputação a proteger, que não se preocupem tanto em vender o máximo que puderem, o mais rápido que puderem, o mais barato que puderem, mas que se preocupem com sua reputação, com os trabalhadores, com o meio ambiente”.

Seja inteligente com relação ao tecido

As fibras naturais oferecem muitos benefícios - o algodão resiste bem, a lã é aconchegante, mas respirável, o linho é leve e arejado e a seda é, bem, sedosa - e geralmente têm preços adequados. Entretanto, há uma variação significativa entre os tecidos, e o simples fato de ver fibras naturais em uma etiqueta não é uma certeza absoluta.

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No caso do algodão, por exemplo, o tipo de fibra é importante. “Se você usa um algodão de qualidade inferior, a fibra é mais curta, então você não consegue fiar um fio tão fino e tão forte, e o tecido não será tão durável”, diz Bishop.

Isso pode explicar por que uma camiseta de algodão custa US$ 10 (R$ 49,46) e outra US$ 50 (R$247,32). As fibras orgânicas normalmente custam mais caro, assim como variedades como o algodão Supima, que é cultivado nos Estados Unidos e é usado por marcas como a American Giant, que se orgulha da durabilidade (e, aliás, vende uma camiseta de US$ 50).

Especialistas dizem que é importante ser cuidadoso ao escolher o tecido de uma roupa.  Foto: Tiago Queiroz/Estadão

O mesmo princípio se aplica à lã. Para gerenciar os custos, uma empresa pode misturar uma lã mais barata com a lã Merino ou simplesmente usar uma lã de qualidade inferior com uma fibra mais curta, segundo Bishop. Também não é incomum que os itens de caxemira incluam outras fibras. Quanto maior for a porcentagem de lã mais barata, provavelmente menores serão os custos da matéria-prima, enquanto o produto ainda carrega o prestígio da caxemira.

As misturas não são necessariamente uma coisa ruim, mas devem ter um preço mais baixo. Leia as etiquetas e as descrições dos produtos, mas saiba que elas podem não contar a história completa - uma etiqueta pode dizer “100% lã” mesmo que seja uma mistura de lãs. É melhor que você mesmo possa sentir as roupas para avaliar o peso e a maciez.

Seu apetite por manutenção também é importante. “Qualquer tipo de seda que tenha brilho é um desperdício, porque na primeira vez que você derramar algo nela, ela ficará estragada”, diz Lani Inlander, consultora de moda em Washington, D.C. Ela prefere tecidos mais foscos ou seda lavável por esse motivo.

Não descarte (todos) os sintéticos

Às vezes, o poliéster tem uma má reputação, mas isso não é necessariamente justificado. “Muitas de nossas clientes preferem blusas de poliéster às de seda porque não querem se preocupar com a possibilidade de estragar a blusa o tempo todo”, conta Inlander.

“Acho que muitas pessoas têm medo de tecidos tecnológicos, e elas são a favor dos tecidos naturais. No entanto, acho que algo 100% poliéster também pode durar muito tempo. Muito disso tem a ver com o peso do tecido”, diz.

Para especialistas, poliéster é uma boa opção de tecido sintético. Na imagem, uma loja da C&A noo Shopping Tamboré na Av. Piracema, 669 - Tamboré, Barueri.  Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Ela indica uma blusa de crepe da marca NYDJ, que vem em uma variedade de cores e padrões, e uma blusa de mangas com babados da Vince Camuto, ambas por menos de US$ 100 (por volta de R$494) e um “bom preço pela qualidade”.

Um tecido que vários especialistas evitam: o raiom. “Não é uma fibra muito durável e geralmente precisa ser lavada a seco”, diz Bishop. Ela acrescenta que o raiom feito de bambu pode parecer mais sustentável, mas não é, por causa de “todo o processamento químico que temos de fazer para torná-lo uma fibra agradável, macia e maleável”.

Examine as roupas pessoalmente

As compras podem ter se tornado em grande parte virtuais, mas não há como substituir o ato de sentir as peças pessoalmente. Ao examinar as roupas, observe os seguintes fatores:

  • Tecido: Segure e estique suavemente o tecido. “Se ele se distorcer facilmente, geralmente é um tecido de baixa qualidade”, diz Bishop. Tecidos muito finos e frágeis geralmente não se sustentam tão bem quanto aqueles que têm mais peso. Malhas soltas ou tecidos bordados também são arriscados; mesmo os bem feitos podem rasgar facilmente ou ficar presos em superfícies como ganchos de roupas ou velcro.
  • Costuras: As costuras devem ser bem feitas. Você pode até contar os pontos para avaliar a qualidade. “Oito a dez pontos por polegada resultam em uma costura de melhor qualidade e mais durável do que um número menor, como seis pontos por polegada”, diz Bishop.
  • Bainha: “Se a bainha parecer um pouco torcida, isso é algo chamado roping”, diz Bishop. “Além disso, se você vir uma bainha irregular, isso é um sinal de má qualidade.
  • Ferragens: Há um zíper de metal liso ou um de plástico que já está emperrando? Os botões estão bem costurados? Inlander diz que não é incomum que os botões estejam soltos, mesmo em itens bem feitos. Ela não acha que botões soltos sejam necessariamente um motivo para descartar uma compra, mas às vezes ela manda reforçar os botões de uma blusa com um alfaiate antes de usá-la.

Compre menos, compre melhor

Esse conselho se tornou clichê porque é verdadeiro. “Meus alunos às vezes dizem: “Não tenho dinheiro para comprar melhor””, diz Bishop. “Eu diria que você pode, mesmo com o orçamento de um estudante. Compre algumas peças que sejam atemporais, de boa qualidade, que lhe sirvam bem e que você adore.” Com bons cuidados, os itens de qualidade podem durar anos e, no final das contas, custar menos dinheiro por uso do que os itens mais baratos, que se deterioram mais cedo.

Vitrine da loja de roupas femininas em promoção no Shopping Center Norte.  Foto: JF Diorio/Estadão

Para esticar ainda mais o orçamento, Bishop recomenda considerar uma estratégia de cores ao montar um guarda-roupa, para permitir que as peças se misturem mais facilmente. O guarda-roupa dela é baseado no preto.

Algumas marcas recomendadas por especialistas nos EUA

  • Quince: ”Tivemos de convencer uma cliente que normalmente faz compras de alto padrão de que não estávamos enviando roupas baratas para ela”, diz Inlander. ”Ela adorou, e funcionou completamente.” Você pode encontrar blusas e vestidos de seda laváveis por menos de US$ 100 no site da marca.
  • Everlane
  • Uniqlo
  • COS
  • H&M (às vezes). Inlander diz que já encontrou boas peças na H&M, principalmente as feitas de algodão e linho. “Sempre brincamos em meu escritório que, se você comprar as peças caras na H&M, elas durarão 10 anos”, diz Inlander, “e isso não é fast fashion”.
  • Universal Standard: Parte da qualidade é o ajuste, e Inlander gosta do fato de a Universal Standard oferecer tamanhos de 00 a 40 e mostrar fotos que refletem essa variedade. Seu Iconic Geneva Dress, por exemplo, é mostrado em 11 modelos de tamanhos diferentes.
  • Zuri. A marca de roupas femininas prioriza condições de trabalho éticas para os trabalhadores do Quênia e é conhecida por seus vestidos com estampas ousadas.
  • Land’s End
  • Para crianças: Primary e a linha Cat & Jack da Target.

Este conteúdo foi traduzido com o auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial e revisado por nossa equipe editorial. Saiba mais em nossa Política de IA.

THE WASHINGTON POST - Os preços das roupas podem ser desconcertantes, e nem sempre fica claro se uma etiqueta de preço está alinhada à qualidade de uma peça. E o que é “qualidade”, afinal?

Até certo ponto, comprar por qualidade significa definir o que isso significa para você. Há a questão da durabilidade (ela se desmanchará rapidamente?); do material (ela é respirável e agradável ao toque?); do ajuste (você se sente confortável e confiante?) e da praticidade (ela requer cuidados especiais?). Além disso, há considerações baseadas em valores, como sustentabilidade ou práticas trabalhistas.

Imagem da loja C&A do Shopping Tamboré na Av. Piracema, 669 - Tamboré, Barueri.  Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Levando tudo isso em conta, conversamos com especialistas em moda sobre como encontrar roupas de qualidade com um orçamento limitado.

Entenda o que está por trás do preço

Quando uma peça de roupa chega às prateleiras, ela geralmente já passou por uma longa e complexa cadeia de produção, começando em uma fábrica no exterior - apenas cerca de 2% das roupas vendidas nos Estados Unidos são fabricadas lá, por exemplo.

As empresas que fazem a fabricação de fato geralmente operam com margens mínimas, mesmo pagando salários muito baixos, explica Margaret Bishop, professora de várias das principais universidades de moda da cidade de Nova York.

O tecido é o maior fator de custo; fibras de luxo, como seda, caxemira e algodão orgânico, têm um preço mais alto. Em seguida, adicione mão de obra, transporte, taxas de importação e custos de distribuição, que contribuem para as despesas gerais dos fabricantes, que tendem a ter o menor poder de negociação na cadeia de suprimentos.

As marcas de roupas e os varejistas, por outro lado, podem obter lucros muito maiores ao aumentar significativamente os preços.

Quando uma peça de roupa chega às prateleiras, ela geralmente já passou por uma longa e complexa cadeia de produção, começando em uma fábrica no exterior.  Foto: JF Diorio /Estadão

O setor de moda de alta qualidade normalizou a ideia de que certas etiquetas valem quantias astronômicas por meio de marketing inteligente e posicionamento de marca. “Um conceito errôneo é que se você pagar mais caro por algo, terá uma qualidade melhor”, diz Bishop.

“Isso não é necessariamente verdade. Você poderia pagar US$ 1,5 mil (R$ 7,4 mil) por uma blusa cujo tecido e cuja construção é de baixa qualidade. Acontece que ela tem uma marca ou um visual pelo qual as pessoas pagam quantias absurdas de dinheiro”, completa.

Certamente é possível encontrar boas peças sem um preço muito alto, mas há limites: um varejista só pode reduzir os custos até certo ponto sem diminuir os padrões. “Se você está pagando US$ 9 (cerca de R$ 44,50) ou US$ 15 (R$ 74) por um vestido, e esse é o preço normal que não foi reduzido várias vezes, não há como se dar ao luxo de ter tecido e construção de boa qualidade”, diz Bishop.

Imagem do Brechó Emigê, no Shopping Center 3, na Avenida Paulista. Foto: João Scheller/Estadão

Embora não exista uma fórmula mágica para determinar se um item vale seu preço, ela aconselha escolher marcas que “tenham uma reputação a proteger, que não se preocupem tanto em vender o máximo que puderem, o mais rápido que puderem, o mais barato que puderem, mas que se preocupem com sua reputação, com os trabalhadores, com o meio ambiente”.

Seja inteligente com relação ao tecido

As fibras naturais oferecem muitos benefícios - o algodão resiste bem, a lã é aconchegante, mas respirável, o linho é leve e arejado e a seda é, bem, sedosa - e geralmente têm preços adequados. Entretanto, há uma variação significativa entre os tecidos, e o simples fato de ver fibras naturais em uma etiqueta não é uma certeza absoluta.

No caso do algodão, por exemplo, o tipo de fibra é importante. “Se você usa um algodão de qualidade inferior, a fibra é mais curta, então você não consegue fiar um fio tão fino e tão forte, e o tecido não será tão durável”, diz Bishop.

Isso pode explicar por que uma camiseta de algodão custa US$ 10 (R$ 49,46) e outra US$ 50 (R$247,32). As fibras orgânicas normalmente custam mais caro, assim como variedades como o algodão Supima, que é cultivado nos Estados Unidos e é usado por marcas como a American Giant, que se orgulha da durabilidade (e, aliás, vende uma camiseta de US$ 50).

Especialistas dizem que é importante ser cuidadoso ao escolher o tecido de uma roupa.  Foto: Tiago Queiroz/Estadão

O mesmo princípio se aplica à lã. Para gerenciar os custos, uma empresa pode misturar uma lã mais barata com a lã Merino ou simplesmente usar uma lã de qualidade inferior com uma fibra mais curta, segundo Bishop. Também não é incomum que os itens de caxemira incluam outras fibras. Quanto maior for a porcentagem de lã mais barata, provavelmente menores serão os custos da matéria-prima, enquanto o produto ainda carrega o prestígio da caxemira.

As misturas não são necessariamente uma coisa ruim, mas devem ter um preço mais baixo. Leia as etiquetas e as descrições dos produtos, mas saiba que elas podem não contar a história completa - uma etiqueta pode dizer “100% lã” mesmo que seja uma mistura de lãs. É melhor que você mesmo possa sentir as roupas para avaliar o peso e a maciez.

Seu apetite por manutenção também é importante. “Qualquer tipo de seda que tenha brilho é um desperdício, porque na primeira vez que você derramar algo nela, ela ficará estragada”, diz Lani Inlander, consultora de moda em Washington, D.C. Ela prefere tecidos mais foscos ou seda lavável por esse motivo.

Não descarte (todos) os sintéticos

Às vezes, o poliéster tem uma má reputação, mas isso não é necessariamente justificado. “Muitas de nossas clientes preferem blusas de poliéster às de seda porque não querem se preocupar com a possibilidade de estragar a blusa o tempo todo”, conta Inlander.

“Acho que muitas pessoas têm medo de tecidos tecnológicos, e elas são a favor dos tecidos naturais. No entanto, acho que algo 100% poliéster também pode durar muito tempo. Muito disso tem a ver com o peso do tecido”, diz.

Para especialistas, poliéster é uma boa opção de tecido sintético. Na imagem, uma loja da C&A noo Shopping Tamboré na Av. Piracema, 669 - Tamboré, Barueri.  Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Ela indica uma blusa de crepe da marca NYDJ, que vem em uma variedade de cores e padrões, e uma blusa de mangas com babados da Vince Camuto, ambas por menos de US$ 100 (por volta de R$494) e um “bom preço pela qualidade”.

Um tecido que vários especialistas evitam: o raiom. “Não é uma fibra muito durável e geralmente precisa ser lavada a seco”, diz Bishop. Ela acrescenta que o raiom feito de bambu pode parecer mais sustentável, mas não é, por causa de “todo o processamento químico que temos de fazer para torná-lo uma fibra agradável, macia e maleável”.

Examine as roupas pessoalmente

As compras podem ter se tornado em grande parte virtuais, mas não há como substituir o ato de sentir as peças pessoalmente. Ao examinar as roupas, observe os seguintes fatores:

  • Tecido: Segure e estique suavemente o tecido. “Se ele se distorcer facilmente, geralmente é um tecido de baixa qualidade”, diz Bishop. Tecidos muito finos e frágeis geralmente não se sustentam tão bem quanto aqueles que têm mais peso. Malhas soltas ou tecidos bordados também são arriscados; mesmo os bem feitos podem rasgar facilmente ou ficar presos em superfícies como ganchos de roupas ou velcro.
  • Costuras: As costuras devem ser bem feitas. Você pode até contar os pontos para avaliar a qualidade. “Oito a dez pontos por polegada resultam em uma costura de melhor qualidade e mais durável do que um número menor, como seis pontos por polegada”, diz Bishop.
  • Bainha: “Se a bainha parecer um pouco torcida, isso é algo chamado roping”, diz Bishop. “Além disso, se você vir uma bainha irregular, isso é um sinal de má qualidade.
  • Ferragens: Há um zíper de metal liso ou um de plástico que já está emperrando? Os botões estão bem costurados? Inlander diz que não é incomum que os botões estejam soltos, mesmo em itens bem feitos. Ela não acha que botões soltos sejam necessariamente um motivo para descartar uma compra, mas às vezes ela manda reforçar os botões de uma blusa com um alfaiate antes de usá-la.

Compre menos, compre melhor

Esse conselho se tornou clichê porque é verdadeiro. “Meus alunos às vezes dizem: “Não tenho dinheiro para comprar melhor””, diz Bishop. “Eu diria que você pode, mesmo com o orçamento de um estudante. Compre algumas peças que sejam atemporais, de boa qualidade, que lhe sirvam bem e que você adore.” Com bons cuidados, os itens de qualidade podem durar anos e, no final das contas, custar menos dinheiro por uso do que os itens mais baratos, que se deterioram mais cedo.

Vitrine da loja de roupas femininas em promoção no Shopping Center Norte.  Foto: JF Diorio/Estadão

Para esticar ainda mais o orçamento, Bishop recomenda considerar uma estratégia de cores ao montar um guarda-roupa, para permitir que as peças se misturem mais facilmente. O guarda-roupa dela é baseado no preto.

Algumas marcas recomendadas por especialistas nos EUA

  • Quince: ”Tivemos de convencer uma cliente que normalmente faz compras de alto padrão de que não estávamos enviando roupas baratas para ela”, diz Inlander. ”Ela adorou, e funcionou completamente.” Você pode encontrar blusas e vestidos de seda laváveis por menos de US$ 100 no site da marca.
  • Everlane
  • Uniqlo
  • COS
  • H&M (às vezes). Inlander diz que já encontrou boas peças na H&M, principalmente as feitas de algodão e linho. “Sempre brincamos em meu escritório que, se você comprar as peças caras na H&M, elas durarão 10 anos”, diz Inlander, “e isso não é fast fashion”.
  • Universal Standard: Parte da qualidade é o ajuste, e Inlander gosta do fato de a Universal Standard oferecer tamanhos de 00 a 40 e mostrar fotos que refletem essa variedade. Seu Iconic Geneva Dress, por exemplo, é mostrado em 11 modelos de tamanhos diferentes.
  • Zuri. A marca de roupas femininas prioriza condições de trabalho éticas para os trabalhadores do Quênia e é conhecida por seus vestidos com estampas ousadas.
  • Land’s End
  • Para crianças: Primary e a linha Cat & Jack da Target.

Este conteúdo foi traduzido com o auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial e revisado por nossa equipe editorial. Saiba mais em nossa Política de IA.

THE WASHINGTON POST - Os preços das roupas podem ser desconcertantes, e nem sempre fica claro se uma etiqueta de preço está alinhada à qualidade de uma peça. E o que é “qualidade”, afinal?

Até certo ponto, comprar por qualidade significa definir o que isso significa para você. Há a questão da durabilidade (ela se desmanchará rapidamente?); do material (ela é respirável e agradável ao toque?); do ajuste (você se sente confortável e confiante?) e da praticidade (ela requer cuidados especiais?). Além disso, há considerações baseadas em valores, como sustentabilidade ou práticas trabalhistas.

Imagem da loja C&A do Shopping Tamboré na Av. Piracema, 669 - Tamboré, Barueri.  Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Levando tudo isso em conta, conversamos com especialistas em moda sobre como encontrar roupas de qualidade com um orçamento limitado.

Entenda o que está por trás do preço

Quando uma peça de roupa chega às prateleiras, ela geralmente já passou por uma longa e complexa cadeia de produção, começando em uma fábrica no exterior - apenas cerca de 2% das roupas vendidas nos Estados Unidos são fabricadas lá, por exemplo.

As empresas que fazem a fabricação de fato geralmente operam com margens mínimas, mesmo pagando salários muito baixos, explica Margaret Bishop, professora de várias das principais universidades de moda da cidade de Nova York.

O tecido é o maior fator de custo; fibras de luxo, como seda, caxemira e algodão orgânico, têm um preço mais alto. Em seguida, adicione mão de obra, transporte, taxas de importação e custos de distribuição, que contribuem para as despesas gerais dos fabricantes, que tendem a ter o menor poder de negociação na cadeia de suprimentos.

As marcas de roupas e os varejistas, por outro lado, podem obter lucros muito maiores ao aumentar significativamente os preços.

Quando uma peça de roupa chega às prateleiras, ela geralmente já passou por uma longa e complexa cadeia de produção, começando em uma fábrica no exterior.  Foto: JF Diorio /Estadão

O setor de moda de alta qualidade normalizou a ideia de que certas etiquetas valem quantias astronômicas por meio de marketing inteligente e posicionamento de marca. “Um conceito errôneo é que se você pagar mais caro por algo, terá uma qualidade melhor”, diz Bishop.

“Isso não é necessariamente verdade. Você poderia pagar US$ 1,5 mil (R$ 7,4 mil) por uma blusa cujo tecido e cuja construção é de baixa qualidade. Acontece que ela tem uma marca ou um visual pelo qual as pessoas pagam quantias absurdas de dinheiro”, completa.

Certamente é possível encontrar boas peças sem um preço muito alto, mas há limites: um varejista só pode reduzir os custos até certo ponto sem diminuir os padrões. “Se você está pagando US$ 9 (cerca de R$ 44,50) ou US$ 15 (R$ 74) por um vestido, e esse é o preço normal que não foi reduzido várias vezes, não há como se dar ao luxo de ter tecido e construção de boa qualidade”, diz Bishop.

Imagem do Brechó Emigê, no Shopping Center 3, na Avenida Paulista. Foto: João Scheller/Estadão

Embora não exista uma fórmula mágica para determinar se um item vale seu preço, ela aconselha escolher marcas que “tenham uma reputação a proteger, que não se preocupem tanto em vender o máximo que puderem, o mais rápido que puderem, o mais barato que puderem, mas que se preocupem com sua reputação, com os trabalhadores, com o meio ambiente”.

Seja inteligente com relação ao tecido

As fibras naturais oferecem muitos benefícios - o algodão resiste bem, a lã é aconchegante, mas respirável, o linho é leve e arejado e a seda é, bem, sedosa - e geralmente têm preços adequados. Entretanto, há uma variação significativa entre os tecidos, e o simples fato de ver fibras naturais em uma etiqueta não é uma certeza absoluta.

No caso do algodão, por exemplo, o tipo de fibra é importante. “Se você usa um algodão de qualidade inferior, a fibra é mais curta, então você não consegue fiar um fio tão fino e tão forte, e o tecido não será tão durável”, diz Bishop.

Isso pode explicar por que uma camiseta de algodão custa US$ 10 (R$ 49,46) e outra US$ 50 (R$247,32). As fibras orgânicas normalmente custam mais caro, assim como variedades como o algodão Supima, que é cultivado nos Estados Unidos e é usado por marcas como a American Giant, que se orgulha da durabilidade (e, aliás, vende uma camiseta de US$ 50).

Especialistas dizem que é importante ser cuidadoso ao escolher o tecido de uma roupa.  Foto: Tiago Queiroz/Estadão

O mesmo princípio se aplica à lã. Para gerenciar os custos, uma empresa pode misturar uma lã mais barata com a lã Merino ou simplesmente usar uma lã de qualidade inferior com uma fibra mais curta, segundo Bishop. Também não é incomum que os itens de caxemira incluam outras fibras. Quanto maior for a porcentagem de lã mais barata, provavelmente menores serão os custos da matéria-prima, enquanto o produto ainda carrega o prestígio da caxemira.

As misturas não são necessariamente uma coisa ruim, mas devem ter um preço mais baixo. Leia as etiquetas e as descrições dos produtos, mas saiba que elas podem não contar a história completa - uma etiqueta pode dizer “100% lã” mesmo que seja uma mistura de lãs. É melhor que você mesmo possa sentir as roupas para avaliar o peso e a maciez.

Seu apetite por manutenção também é importante. “Qualquer tipo de seda que tenha brilho é um desperdício, porque na primeira vez que você derramar algo nela, ela ficará estragada”, diz Lani Inlander, consultora de moda em Washington, D.C. Ela prefere tecidos mais foscos ou seda lavável por esse motivo.

Não descarte (todos) os sintéticos

Às vezes, o poliéster tem uma má reputação, mas isso não é necessariamente justificado. “Muitas de nossas clientes preferem blusas de poliéster às de seda porque não querem se preocupar com a possibilidade de estragar a blusa o tempo todo”, conta Inlander.

“Acho que muitas pessoas têm medo de tecidos tecnológicos, e elas são a favor dos tecidos naturais. No entanto, acho que algo 100% poliéster também pode durar muito tempo. Muito disso tem a ver com o peso do tecido”, diz.

Para especialistas, poliéster é uma boa opção de tecido sintético. Na imagem, uma loja da C&A noo Shopping Tamboré na Av. Piracema, 669 - Tamboré, Barueri.  Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Ela indica uma blusa de crepe da marca NYDJ, que vem em uma variedade de cores e padrões, e uma blusa de mangas com babados da Vince Camuto, ambas por menos de US$ 100 (por volta de R$494) e um “bom preço pela qualidade”.

Um tecido que vários especialistas evitam: o raiom. “Não é uma fibra muito durável e geralmente precisa ser lavada a seco”, diz Bishop. Ela acrescenta que o raiom feito de bambu pode parecer mais sustentável, mas não é, por causa de “todo o processamento químico que temos de fazer para torná-lo uma fibra agradável, macia e maleável”.

Examine as roupas pessoalmente

As compras podem ter se tornado em grande parte virtuais, mas não há como substituir o ato de sentir as peças pessoalmente. Ao examinar as roupas, observe os seguintes fatores:

  • Tecido: Segure e estique suavemente o tecido. “Se ele se distorcer facilmente, geralmente é um tecido de baixa qualidade”, diz Bishop. Tecidos muito finos e frágeis geralmente não se sustentam tão bem quanto aqueles que têm mais peso. Malhas soltas ou tecidos bordados também são arriscados; mesmo os bem feitos podem rasgar facilmente ou ficar presos em superfícies como ganchos de roupas ou velcro.
  • Costuras: As costuras devem ser bem feitas. Você pode até contar os pontos para avaliar a qualidade. “Oito a dez pontos por polegada resultam em uma costura de melhor qualidade e mais durável do que um número menor, como seis pontos por polegada”, diz Bishop.
  • Bainha: “Se a bainha parecer um pouco torcida, isso é algo chamado roping”, diz Bishop. “Além disso, se você vir uma bainha irregular, isso é um sinal de má qualidade.
  • Ferragens: Há um zíper de metal liso ou um de plástico que já está emperrando? Os botões estão bem costurados? Inlander diz que não é incomum que os botões estejam soltos, mesmo em itens bem feitos. Ela não acha que botões soltos sejam necessariamente um motivo para descartar uma compra, mas às vezes ela manda reforçar os botões de uma blusa com um alfaiate antes de usá-la.

Compre menos, compre melhor

Esse conselho se tornou clichê porque é verdadeiro. “Meus alunos às vezes dizem: “Não tenho dinheiro para comprar melhor””, diz Bishop. “Eu diria que você pode, mesmo com o orçamento de um estudante. Compre algumas peças que sejam atemporais, de boa qualidade, que lhe sirvam bem e que você adore.” Com bons cuidados, os itens de qualidade podem durar anos e, no final das contas, custar menos dinheiro por uso do que os itens mais baratos, que se deterioram mais cedo.

Vitrine da loja de roupas femininas em promoção no Shopping Center Norte.  Foto: JF Diorio/Estadão

Para esticar ainda mais o orçamento, Bishop recomenda considerar uma estratégia de cores ao montar um guarda-roupa, para permitir que as peças se misturem mais facilmente. O guarda-roupa dela é baseado no preto.

Algumas marcas recomendadas por especialistas nos EUA

  • Quince: ”Tivemos de convencer uma cliente que normalmente faz compras de alto padrão de que não estávamos enviando roupas baratas para ela”, diz Inlander. ”Ela adorou, e funcionou completamente.” Você pode encontrar blusas e vestidos de seda laváveis por menos de US$ 100 no site da marca.
  • Everlane
  • Uniqlo
  • COS
  • H&M (às vezes). Inlander diz que já encontrou boas peças na H&M, principalmente as feitas de algodão e linho. “Sempre brincamos em meu escritório que, se você comprar as peças caras na H&M, elas durarão 10 anos”, diz Inlander, “e isso não é fast fashion”.
  • Universal Standard: Parte da qualidade é o ajuste, e Inlander gosta do fato de a Universal Standard oferecer tamanhos de 00 a 40 e mostrar fotos que refletem essa variedade. Seu Iconic Geneva Dress, por exemplo, é mostrado em 11 modelos de tamanhos diferentes.
  • Zuri. A marca de roupas femininas prioriza condições de trabalho éticas para os trabalhadores do Quênia e é conhecida por seus vestidos com estampas ousadas.
  • Land’s End
  • Para crianças: Primary e a linha Cat & Jack da Target.

Este conteúdo foi traduzido com o auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial e revisado por nossa equipe editorial. Saiba mais em nossa Política de IA.

THE WASHINGTON POST - Os preços das roupas podem ser desconcertantes, e nem sempre fica claro se uma etiqueta de preço está alinhada à qualidade de uma peça. E o que é “qualidade”, afinal?

Até certo ponto, comprar por qualidade significa definir o que isso significa para você. Há a questão da durabilidade (ela se desmanchará rapidamente?); do material (ela é respirável e agradável ao toque?); do ajuste (você se sente confortável e confiante?) e da praticidade (ela requer cuidados especiais?). Além disso, há considerações baseadas em valores, como sustentabilidade ou práticas trabalhistas.

Imagem da loja C&A do Shopping Tamboré na Av. Piracema, 669 - Tamboré, Barueri.  Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Levando tudo isso em conta, conversamos com especialistas em moda sobre como encontrar roupas de qualidade com um orçamento limitado.

Entenda o que está por trás do preço

Quando uma peça de roupa chega às prateleiras, ela geralmente já passou por uma longa e complexa cadeia de produção, começando em uma fábrica no exterior - apenas cerca de 2% das roupas vendidas nos Estados Unidos são fabricadas lá, por exemplo.

As empresas que fazem a fabricação de fato geralmente operam com margens mínimas, mesmo pagando salários muito baixos, explica Margaret Bishop, professora de várias das principais universidades de moda da cidade de Nova York.

O tecido é o maior fator de custo; fibras de luxo, como seda, caxemira e algodão orgânico, têm um preço mais alto. Em seguida, adicione mão de obra, transporte, taxas de importação e custos de distribuição, que contribuem para as despesas gerais dos fabricantes, que tendem a ter o menor poder de negociação na cadeia de suprimentos.

As marcas de roupas e os varejistas, por outro lado, podem obter lucros muito maiores ao aumentar significativamente os preços.

Quando uma peça de roupa chega às prateleiras, ela geralmente já passou por uma longa e complexa cadeia de produção, começando em uma fábrica no exterior.  Foto: JF Diorio /Estadão

O setor de moda de alta qualidade normalizou a ideia de que certas etiquetas valem quantias astronômicas por meio de marketing inteligente e posicionamento de marca. “Um conceito errôneo é que se você pagar mais caro por algo, terá uma qualidade melhor”, diz Bishop.

“Isso não é necessariamente verdade. Você poderia pagar US$ 1,5 mil (R$ 7,4 mil) por uma blusa cujo tecido e cuja construção é de baixa qualidade. Acontece que ela tem uma marca ou um visual pelo qual as pessoas pagam quantias absurdas de dinheiro”, completa.

Certamente é possível encontrar boas peças sem um preço muito alto, mas há limites: um varejista só pode reduzir os custos até certo ponto sem diminuir os padrões. “Se você está pagando US$ 9 (cerca de R$ 44,50) ou US$ 15 (R$ 74) por um vestido, e esse é o preço normal que não foi reduzido várias vezes, não há como se dar ao luxo de ter tecido e construção de boa qualidade”, diz Bishop.

Imagem do Brechó Emigê, no Shopping Center 3, na Avenida Paulista. Foto: João Scheller/Estadão

Embora não exista uma fórmula mágica para determinar se um item vale seu preço, ela aconselha escolher marcas que “tenham uma reputação a proteger, que não se preocupem tanto em vender o máximo que puderem, o mais rápido que puderem, o mais barato que puderem, mas que se preocupem com sua reputação, com os trabalhadores, com o meio ambiente”.

Seja inteligente com relação ao tecido

As fibras naturais oferecem muitos benefícios - o algodão resiste bem, a lã é aconchegante, mas respirável, o linho é leve e arejado e a seda é, bem, sedosa - e geralmente têm preços adequados. Entretanto, há uma variação significativa entre os tecidos, e o simples fato de ver fibras naturais em uma etiqueta não é uma certeza absoluta.

No caso do algodão, por exemplo, o tipo de fibra é importante. “Se você usa um algodão de qualidade inferior, a fibra é mais curta, então você não consegue fiar um fio tão fino e tão forte, e o tecido não será tão durável”, diz Bishop.

Isso pode explicar por que uma camiseta de algodão custa US$ 10 (R$ 49,46) e outra US$ 50 (R$247,32). As fibras orgânicas normalmente custam mais caro, assim como variedades como o algodão Supima, que é cultivado nos Estados Unidos e é usado por marcas como a American Giant, que se orgulha da durabilidade (e, aliás, vende uma camiseta de US$ 50).

Especialistas dizem que é importante ser cuidadoso ao escolher o tecido de uma roupa.  Foto: Tiago Queiroz/Estadão

O mesmo princípio se aplica à lã. Para gerenciar os custos, uma empresa pode misturar uma lã mais barata com a lã Merino ou simplesmente usar uma lã de qualidade inferior com uma fibra mais curta, segundo Bishop. Também não é incomum que os itens de caxemira incluam outras fibras. Quanto maior for a porcentagem de lã mais barata, provavelmente menores serão os custos da matéria-prima, enquanto o produto ainda carrega o prestígio da caxemira.

As misturas não são necessariamente uma coisa ruim, mas devem ter um preço mais baixo. Leia as etiquetas e as descrições dos produtos, mas saiba que elas podem não contar a história completa - uma etiqueta pode dizer “100% lã” mesmo que seja uma mistura de lãs. É melhor que você mesmo possa sentir as roupas para avaliar o peso e a maciez.

Seu apetite por manutenção também é importante. “Qualquer tipo de seda que tenha brilho é um desperdício, porque na primeira vez que você derramar algo nela, ela ficará estragada”, diz Lani Inlander, consultora de moda em Washington, D.C. Ela prefere tecidos mais foscos ou seda lavável por esse motivo.

Não descarte (todos) os sintéticos

Às vezes, o poliéster tem uma má reputação, mas isso não é necessariamente justificado. “Muitas de nossas clientes preferem blusas de poliéster às de seda porque não querem se preocupar com a possibilidade de estragar a blusa o tempo todo”, conta Inlander.

“Acho que muitas pessoas têm medo de tecidos tecnológicos, e elas são a favor dos tecidos naturais. No entanto, acho que algo 100% poliéster também pode durar muito tempo. Muito disso tem a ver com o peso do tecido”, diz.

Para especialistas, poliéster é uma boa opção de tecido sintético. Na imagem, uma loja da C&A noo Shopping Tamboré na Av. Piracema, 669 - Tamboré, Barueri.  Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Ela indica uma blusa de crepe da marca NYDJ, que vem em uma variedade de cores e padrões, e uma blusa de mangas com babados da Vince Camuto, ambas por menos de US$ 100 (por volta de R$494) e um “bom preço pela qualidade”.

Um tecido que vários especialistas evitam: o raiom. “Não é uma fibra muito durável e geralmente precisa ser lavada a seco”, diz Bishop. Ela acrescenta que o raiom feito de bambu pode parecer mais sustentável, mas não é, por causa de “todo o processamento químico que temos de fazer para torná-lo uma fibra agradável, macia e maleável”.

Examine as roupas pessoalmente

As compras podem ter se tornado em grande parte virtuais, mas não há como substituir o ato de sentir as peças pessoalmente. Ao examinar as roupas, observe os seguintes fatores:

  • Tecido: Segure e estique suavemente o tecido. “Se ele se distorcer facilmente, geralmente é um tecido de baixa qualidade”, diz Bishop. Tecidos muito finos e frágeis geralmente não se sustentam tão bem quanto aqueles que têm mais peso. Malhas soltas ou tecidos bordados também são arriscados; mesmo os bem feitos podem rasgar facilmente ou ficar presos em superfícies como ganchos de roupas ou velcro.
  • Costuras: As costuras devem ser bem feitas. Você pode até contar os pontos para avaliar a qualidade. “Oito a dez pontos por polegada resultam em uma costura de melhor qualidade e mais durável do que um número menor, como seis pontos por polegada”, diz Bishop.
  • Bainha: “Se a bainha parecer um pouco torcida, isso é algo chamado roping”, diz Bishop. “Além disso, se você vir uma bainha irregular, isso é um sinal de má qualidade.
  • Ferragens: Há um zíper de metal liso ou um de plástico que já está emperrando? Os botões estão bem costurados? Inlander diz que não é incomum que os botões estejam soltos, mesmo em itens bem feitos. Ela não acha que botões soltos sejam necessariamente um motivo para descartar uma compra, mas às vezes ela manda reforçar os botões de uma blusa com um alfaiate antes de usá-la.

Compre menos, compre melhor

Esse conselho se tornou clichê porque é verdadeiro. “Meus alunos às vezes dizem: “Não tenho dinheiro para comprar melhor””, diz Bishop. “Eu diria que você pode, mesmo com o orçamento de um estudante. Compre algumas peças que sejam atemporais, de boa qualidade, que lhe sirvam bem e que você adore.” Com bons cuidados, os itens de qualidade podem durar anos e, no final das contas, custar menos dinheiro por uso do que os itens mais baratos, que se deterioram mais cedo.

Vitrine da loja de roupas femininas em promoção no Shopping Center Norte.  Foto: JF Diorio/Estadão

Para esticar ainda mais o orçamento, Bishop recomenda considerar uma estratégia de cores ao montar um guarda-roupa, para permitir que as peças se misturem mais facilmente. O guarda-roupa dela é baseado no preto.

Algumas marcas recomendadas por especialistas nos EUA

  • Quince: ”Tivemos de convencer uma cliente que normalmente faz compras de alto padrão de que não estávamos enviando roupas baratas para ela”, diz Inlander. ”Ela adorou, e funcionou completamente.” Você pode encontrar blusas e vestidos de seda laváveis por menos de US$ 100 no site da marca.
  • Everlane
  • Uniqlo
  • COS
  • H&M (às vezes). Inlander diz que já encontrou boas peças na H&M, principalmente as feitas de algodão e linho. “Sempre brincamos em meu escritório que, se você comprar as peças caras na H&M, elas durarão 10 anos”, diz Inlander, “e isso não é fast fashion”.
  • Universal Standard: Parte da qualidade é o ajuste, e Inlander gosta do fato de a Universal Standard oferecer tamanhos de 00 a 40 e mostrar fotos que refletem essa variedade. Seu Iconic Geneva Dress, por exemplo, é mostrado em 11 modelos de tamanhos diferentes.
  • Zuri. A marca de roupas femininas prioriza condições de trabalho éticas para os trabalhadores do Quênia e é conhecida por seus vestidos com estampas ousadas.
  • Land’s End
  • Para crianças: Primary e a linha Cat & Jack da Target.

Este conteúdo foi traduzido com o auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial e revisado por nossa equipe editorial. Saiba mais em nossa Política de IA.

THE WASHINGTON POST - Os preços das roupas podem ser desconcertantes, e nem sempre fica claro se uma etiqueta de preço está alinhada à qualidade de uma peça. E o que é “qualidade”, afinal?

Até certo ponto, comprar por qualidade significa definir o que isso significa para você. Há a questão da durabilidade (ela se desmanchará rapidamente?); do material (ela é respirável e agradável ao toque?); do ajuste (você se sente confortável e confiante?) e da praticidade (ela requer cuidados especiais?). Além disso, há considerações baseadas em valores, como sustentabilidade ou práticas trabalhistas.

Imagem da loja C&A do Shopping Tamboré na Av. Piracema, 669 - Tamboré, Barueri.  Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Levando tudo isso em conta, conversamos com especialistas em moda sobre como encontrar roupas de qualidade com um orçamento limitado.

Entenda o que está por trás do preço

Quando uma peça de roupa chega às prateleiras, ela geralmente já passou por uma longa e complexa cadeia de produção, começando em uma fábrica no exterior - apenas cerca de 2% das roupas vendidas nos Estados Unidos são fabricadas lá, por exemplo.

As empresas que fazem a fabricação de fato geralmente operam com margens mínimas, mesmo pagando salários muito baixos, explica Margaret Bishop, professora de várias das principais universidades de moda da cidade de Nova York.

O tecido é o maior fator de custo; fibras de luxo, como seda, caxemira e algodão orgânico, têm um preço mais alto. Em seguida, adicione mão de obra, transporte, taxas de importação e custos de distribuição, que contribuem para as despesas gerais dos fabricantes, que tendem a ter o menor poder de negociação na cadeia de suprimentos.

As marcas de roupas e os varejistas, por outro lado, podem obter lucros muito maiores ao aumentar significativamente os preços.

Quando uma peça de roupa chega às prateleiras, ela geralmente já passou por uma longa e complexa cadeia de produção, começando em uma fábrica no exterior.  Foto: JF Diorio /Estadão

O setor de moda de alta qualidade normalizou a ideia de que certas etiquetas valem quantias astronômicas por meio de marketing inteligente e posicionamento de marca. “Um conceito errôneo é que se você pagar mais caro por algo, terá uma qualidade melhor”, diz Bishop.

“Isso não é necessariamente verdade. Você poderia pagar US$ 1,5 mil (R$ 7,4 mil) por uma blusa cujo tecido e cuja construção é de baixa qualidade. Acontece que ela tem uma marca ou um visual pelo qual as pessoas pagam quantias absurdas de dinheiro”, completa.

Certamente é possível encontrar boas peças sem um preço muito alto, mas há limites: um varejista só pode reduzir os custos até certo ponto sem diminuir os padrões. “Se você está pagando US$ 9 (cerca de R$ 44,50) ou US$ 15 (R$ 74) por um vestido, e esse é o preço normal que não foi reduzido várias vezes, não há como se dar ao luxo de ter tecido e construção de boa qualidade”, diz Bishop.

Imagem do Brechó Emigê, no Shopping Center 3, na Avenida Paulista. Foto: João Scheller/Estadão

Embora não exista uma fórmula mágica para determinar se um item vale seu preço, ela aconselha escolher marcas que “tenham uma reputação a proteger, que não se preocupem tanto em vender o máximo que puderem, o mais rápido que puderem, o mais barato que puderem, mas que se preocupem com sua reputação, com os trabalhadores, com o meio ambiente”.

Seja inteligente com relação ao tecido

As fibras naturais oferecem muitos benefícios - o algodão resiste bem, a lã é aconchegante, mas respirável, o linho é leve e arejado e a seda é, bem, sedosa - e geralmente têm preços adequados. Entretanto, há uma variação significativa entre os tecidos, e o simples fato de ver fibras naturais em uma etiqueta não é uma certeza absoluta.

No caso do algodão, por exemplo, o tipo de fibra é importante. “Se você usa um algodão de qualidade inferior, a fibra é mais curta, então você não consegue fiar um fio tão fino e tão forte, e o tecido não será tão durável”, diz Bishop.

Isso pode explicar por que uma camiseta de algodão custa US$ 10 (R$ 49,46) e outra US$ 50 (R$247,32). As fibras orgânicas normalmente custam mais caro, assim como variedades como o algodão Supima, que é cultivado nos Estados Unidos e é usado por marcas como a American Giant, que se orgulha da durabilidade (e, aliás, vende uma camiseta de US$ 50).

Especialistas dizem que é importante ser cuidadoso ao escolher o tecido de uma roupa.  Foto: Tiago Queiroz/Estadão

O mesmo princípio se aplica à lã. Para gerenciar os custos, uma empresa pode misturar uma lã mais barata com a lã Merino ou simplesmente usar uma lã de qualidade inferior com uma fibra mais curta, segundo Bishop. Também não é incomum que os itens de caxemira incluam outras fibras. Quanto maior for a porcentagem de lã mais barata, provavelmente menores serão os custos da matéria-prima, enquanto o produto ainda carrega o prestígio da caxemira.

As misturas não são necessariamente uma coisa ruim, mas devem ter um preço mais baixo. Leia as etiquetas e as descrições dos produtos, mas saiba que elas podem não contar a história completa - uma etiqueta pode dizer “100% lã” mesmo que seja uma mistura de lãs. É melhor que você mesmo possa sentir as roupas para avaliar o peso e a maciez.

Seu apetite por manutenção também é importante. “Qualquer tipo de seda que tenha brilho é um desperdício, porque na primeira vez que você derramar algo nela, ela ficará estragada”, diz Lani Inlander, consultora de moda em Washington, D.C. Ela prefere tecidos mais foscos ou seda lavável por esse motivo.

Não descarte (todos) os sintéticos

Às vezes, o poliéster tem uma má reputação, mas isso não é necessariamente justificado. “Muitas de nossas clientes preferem blusas de poliéster às de seda porque não querem se preocupar com a possibilidade de estragar a blusa o tempo todo”, conta Inlander.

“Acho que muitas pessoas têm medo de tecidos tecnológicos, e elas são a favor dos tecidos naturais. No entanto, acho que algo 100% poliéster também pode durar muito tempo. Muito disso tem a ver com o peso do tecido”, diz.

Para especialistas, poliéster é uma boa opção de tecido sintético. Na imagem, uma loja da C&A noo Shopping Tamboré na Av. Piracema, 669 - Tamboré, Barueri.  Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Ela indica uma blusa de crepe da marca NYDJ, que vem em uma variedade de cores e padrões, e uma blusa de mangas com babados da Vince Camuto, ambas por menos de US$ 100 (por volta de R$494) e um “bom preço pela qualidade”.

Um tecido que vários especialistas evitam: o raiom. “Não é uma fibra muito durável e geralmente precisa ser lavada a seco”, diz Bishop. Ela acrescenta que o raiom feito de bambu pode parecer mais sustentável, mas não é, por causa de “todo o processamento químico que temos de fazer para torná-lo uma fibra agradável, macia e maleável”.

Examine as roupas pessoalmente

As compras podem ter se tornado em grande parte virtuais, mas não há como substituir o ato de sentir as peças pessoalmente. Ao examinar as roupas, observe os seguintes fatores:

  • Tecido: Segure e estique suavemente o tecido. “Se ele se distorcer facilmente, geralmente é um tecido de baixa qualidade”, diz Bishop. Tecidos muito finos e frágeis geralmente não se sustentam tão bem quanto aqueles que têm mais peso. Malhas soltas ou tecidos bordados também são arriscados; mesmo os bem feitos podem rasgar facilmente ou ficar presos em superfícies como ganchos de roupas ou velcro.
  • Costuras: As costuras devem ser bem feitas. Você pode até contar os pontos para avaliar a qualidade. “Oito a dez pontos por polegada resultam em uma costura de melhor qualidade e mais durável do que um número menor, como seis pontos por polegada”, diz Bishop.
  • Bainha: “Se a bainha parecer um pouco torcida, isso é algo chamado roping”, diz Bishop. “Além disso, se você vir uma bainha irregular, isso é um sinal de má qualidade.
  • Ferragens: Há um zíper de metal liso ou um de plástico que já está emperrando? Os botões estão bem costurados? Inlander diz que não é incomum que os botões estejam soltos, mesmo em itens bem feitos. Ela não acha que botões soltos sejam necessariamente um motivo para descartar uma compra, mas às vezes ela manda reforçar os botões de uma blusa com um alfaiate antes de usá-la.

Compre menos, compre melhor

Esse conselho se tornou clichê porque é verdadeiro. “Meus alunos às vezes dizem: “Não tenho dinheiro para comprar melhor””, diz Bishop. “Eu diria que você pode, mesmo com o orçamento de um estudante. Compre algumas peças que sejam atemporais, de boa qualidade, que lhe sirvam bem e que você adore.” Com bons cuidados, os itens de qualidade podem durar anos e, no final das contas, custar menos dinheiro por uso do que os itens mais baratos, que se deterioram mais cedo.

Vitrine da loja de roupas femininas em promoção no Shopping Center Norte.  Foto: JF Diorio/Estadão

Para esticar ainda mais o orçamento, Bishop recomenda considerar uma estratégia de cores ao montar um guarda-roupa, para permitir que as peças se misturem mais facilmente. O guarda-roupa dela é baseado no preto.

Algumas marcas recomendadas por especialistas nos EUA

  • Quince: ”Tivemos de convencer uma cliente que normalmente faz compras de alto padrão de que não estávamos enviando roupas baratas para ela”, diz Inlander. ”Ela adorou, e funcionou completamente.” Você pode encontrar blusas e vestidos de seda laváveis por menos de US$ 100 no site da marca.
  • Everlane
  • Uniqlo
  • COS
  • H&M (às vezes). Inlander diz que já encontrou boas peças na H&M, principalmente as feitas de algodão e linho. “Sempre brincamos em meu escritório que, se você comprar as peças caras na H&M, elas durarão 10 anos”, diz Inlander, “e isso não é fast fashion”.
  • Universal Standard: Parte da qualidade é o ajuste, e Inlander gosta do fato de a Universal Standard oferecer tamanhos de 00 a 40 e mostrar fotos que refletem essa variedade. Seu Iconic Geneva Dress, por exemplo, é mostrado em 11 modelos de tamanhos diferentes.
  • Zuri. A marca de roupas femininas prioriza condições de trabalho éticas para os trabalhadores do Quênia e é conhecida por seus vestidos com estampas ousadas.
  • Land’s End
  • Para crianças: Primary e a linha Cat & Jack da Target.

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