Dando continuidade ao pensamento olímpico, Dior mostra coleção voltada ao esporte e físico feminino


A diretora criativa Maria Grazia Chiuri coloca o corpo e a atitude da mulher contemporânea em evidência em recortes e decotes para a nova temporada

Por Alice Ferraz

Na última terça-feira, 24, em Paris, enquanto as luzes da sala de desfile que a grife francesa Dior montou nos jardins do Museu Rodin se acendiam para apresentar sua nova coleção prêt-à-porter, uma imagem aguçou a curiosidade da audiência. A responsável pela cena de abertura do desfile foi a atleta e artista multidisciplinar SAAG Napoli, que cruzou a passarela com seu arco e flecha, entrou em uma estrutura de vidro no centro do salão e disparou um de seus projéteis em direção a um alvo distante, em uma performance artística e esportiva inédita e que sintetizou com precisão a mensagem da diretora criativa Maria Grazia Chiuri para a temporada. A próxima estação traz novas propostas para a moda de Maria Grazia, com foco no físico feminino.

No centro da imagem, SAAG Napoli, arqueira e multiartista que abriu o desfile da Dior. Ao seu redor, looks da coleção. Foto: Dior/Divulgação

O olhar da diretora para questões femininas e o respeito pelo heritage de Christian Dior se mantêm, as novidades ficaram por conta das modelagens, recortes e decotes, que, dessa vez, trouxeram o corpo em evidência máxima. As mentes e os feitos de grandes mulheres da história, artistas com vozes potentes e questionamentos sobre o papel social da mulher na sociedade, se encontram na Dior atual, que evolui, a cada temporada, a conversa sobre questões ligadas ao feminismo. O olhar para a potência da forma física ligada ao esporte chega, desde as Olimpíadas, como um próximo passo a esta narrativa. A temporada traz, é claro, referências dos arquivos da marca, especificamente o vestido Amazone, idealizado por Christian Dior para a coleção Outono-Inverno 1951-1952 mas une a história ao olhar sensível para o mundo dos esportes e também a símbolos, significados e padrões culturais da Grécia antiga, berço das Olimpíadas e uma das paixões assumidas de Maria Grazia. Na coleção, a representatividade grega fica explícita em linguagem de moda, que se expressa principalmente pelos decotes com mangas de um ombro só, que vem em grande parte da coleção, em referência direta à imagem da toga - vestimenta típica da época - além dos vestidos plissados. Imagens inseridas com perfeição no universo Dior agregado do léxico de sportswear.

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O resultado são roupas que vêm em perfeito alinhamento com a visão de SAAG que parte da ideia de usar “a moda como um atributo visual, uma afirmação de sua forma atlética”, como conta a marca sobre sua “amazona moderna”, que, com a performance, parece se aproximar do ideal da mulher Dior desta temporada. Uma estação que utiliza as inúmeras referências, técnicas, estilos e propostas para buscar o que a diretora define como “a moda volta às suas origens”. Para enfatizar a relação que conecta o corpo e aquilo que o veste, entre intenção e função”.

O corpo feminino em destaque

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Deste ponto de partida, a primeira leva de looks do desfile evidenciou o corpo de forma direta: mostrando a pele. Uma sequência de peças totalmente ajustadas ao corpo, com recortes, decotes e curvas dinâmicas que trazem ao olhar referências imediatas ao mundo dos esportes. Entre elas, maiôs, que ora vieram em preto, cor proeminente da coleção, e ora recobertos por franjas e cristais que reluziam ao cruzar a passarela, e tops, estes em sobreposições e sob transparências, todos feitos com tecidos de malha elástica.

Dos esportes também vêm as listras, que traduzem em imagem o fluxo e ritmo, acompanhado por parkas, calças de pernas amplas e os grafismos. A ideia era exaltar o corpo em movimento e ditar o ritmo da coleção. São propostas que “atestam o foco indelével no movimento sem restrições”. Para os sapatos, tal intenção se apresentou também de forma simples e clara: pés no chão.

O destaque fica para os tênis, que surgiram em várias propostas e ganham com os modelos de cano altíssimo o posto de modelo de calçado mais emblemático da temporada Dior. As sandálias de estilo gladiador, que trouxeram a inspiração grega - expressa também pelos drapeados e mangas assimétricas de um ombro só, ambos elementos característicos da toga, vestimenta típica do período - e as sapatilhas de bico fino, que chegam como ótimas representantes da elegância clássica, também vieram com solados totalmente flat. A rara exceção ficou por conta de um único modelo de kitten heel; o clássico salto mais procurado pela cliente Dior veio baixíssimo na nova estação. Os fechamentos que variam entre amarrações, zíperes e velcros também chamam atenção.

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Maria Grazia introduz suas novas ideias gradativamente ao universo Dior, por meio de pequenas subversões em propostas já conhecidas pelo seu público. O que mudou nesta temporada foi o nível de intervenções nos clássicos. A alfaiataria ultra elegante Dior ainda se faz presente, mas vem desconstruída, descolada do corpo e nada restritiva; nessa categoria, as camisas ganham destaque, com assimetrias e novos pontos de interesse. Nos casacos, os conhecidos caquis da marca dão lugar ao preto e branco. Já no clássico, o visual ladylike de Christian Dior se mescla ao sportswear e a um toque de ousadia extremamente contemporânea; alguns vestidos vêm com uma das alças caídas, outros com decotes profundos, e a cintura marcada do clássico “new look” que Monsieur Dior lançou em 1947 agora arremata o styling de jaquetas pesadas, coletes utilitários e chemises.

Na última terça-feira, 24, em Paris, enquanto as luzes da sala de desfile que a grife francesa Dior montou nos jardins do Museu Rodin se acendiam para apresentar sua nova coleção prêt-à-porter, uma imagem aguçou a curiosidade da audiência. A responsável pela cena de abertura do desfile foi a atleta e artista multidisciplinar SAAG Napoli, que cruzou a passarela com seu arco e flecha, entrou em uma estrutura de vidro no centro do salão e disparou um de seus projéteis em direção a um alvo distante, em uma performance artística e esportiva inédita e que sintetizou com precisão a mensagem da diretora criativa Maria Grazia Chiuri para a temporada. A próxima estação traz novas propostas para a moda de Maria Grazia, com foco no físico feminino.

No centro da imagem, SAAG Napoli, arqueira e multiartista que abriu o desfile da Dior. Ao seu redor, looks da coleção. Foto: Dior/Divulgação

O olhar da diretora para questões femininas e o respeito pelo heritage de Christian Dior se mantêm, as novidades ficaram por conta das modelagens, recortes e decotes, que, dessa vez, trouxeram o corpo em evidência máxima. As mentes e os feitos de grandes mulheres da história, artistas com vozes potentes e questionamentos sobre o papel social da mulher na sociedade, se encontram na Dior atual, que evolui, a cada temporada, a conversa sobre questões ligadas ao feminismo. O olhar para a potência da forma física ligada ao esporte chega, desde as Olimpíadas, como um próximo passo a esta narrativa. A temporada traz, é claro, referências dos arquivos da marca, especificamente o vestido Amazone, idealizado por Christian Dior para a coleção Outono-Inverno 1951-1952 mas une a história ao olhar sensível para o mundo dos esportes e também a símbolos, significados e padrões culturais da Grécia antiga, berço das Olimpíadas e uma das paixões assumidas de Maria Grazia. Na coleção, a representatividade grega fica explícita em linguagem de moda, que se expressa principalmente pelos decotes com mangas de um ombro só, que vem em grande parte da coleção, em referência direta à imagem da toga - vestimenta típica da época - além dos vestidos plissados. Imagens inseridas com perfeição no universo Dior agregado do léxico de sportswear.

O resultado são roupas que vêm em perfeito alinhamento com a visão de SAAG que parte da ideia de usar “a moda como um atributo visual, uma afirmação de sua forma atlética”, como conta a marca sobre sua “amazona moderna”, que, com a performance, parece se aproximar do ideal da mulher Dior desta temporada. Uma estação que utiliza as inúmeras referências, técnicas, estilos e propostas para buscar o que a diretora define como “a moda volta às suas origens”. Para enfatizar a relação que conecta o corpo e aquilo que o veste, entre intenção e função”.

O corpo feminino em destaque

Deste ponto de partida, a primeira leva de looks do desfile evidenciou o corpo de forma direta: mostrando a pele. Uma sequência de peças totalmente ajustadas ao corpo, com recortes, decotes e curvas dinâmicas que trazem ao olhar referências imediatas ao mundo dos esportes. Entre elas, maiôs, que ora vieram em preto, cor proeminente da coleção, e ora recobertos por franjas e cristais que reluziam ao cruzar a passarela, e tops, estes em sobreposições e sob transparências, todos feitos com tecidos de malha elástica.

Dos esportes também vêm as listras, que traduzem em imagem o fluxo e ritmo, acompanhado por parkas, calças de pernas amplas e os grafismos. A ideia era exaltar o corpo em movimento e ditar o ritmo da coleção. São propostas que “atestam o foco indelével no movimento sem restrições”. Para os sapatos, tal intenção se apresentou também de forma simples e clara: pés no chão.

O destaque fica para os tênis, que surgiram em várias propostas e ganham com os modelos de cano altíssimo o posto de modelo de calçado mais emblemático da temporada Dior. As sandálias de estilo gladiador, que trouxeram a inspiração grega - expressa também pelos drapeados e mangas assimétricas de um ombro só, ambos elementos característicos da toga, vestimenta típica do período - e as sapatilhas de bico fino, que chegam como ótimas representantes da elegância clássica, também vieram com solados totalmente flat. A rara exceção ficou por conta de um único modelo de kitten heel; o clássico salto mais procurado pela cliente Dior veio baixíssimo na nova estação. Os fechamentos que variam entre amarrações, zíperes e velcros também chamam atenção.

Maria Grazia introduz suas novas ideias gradativamente ao universo Dior, por meio de pequenas subversões em propostas já conhecidas pelo seu público. O que mudou nesta temporada foi o nível de intervenções nos clássicos. A alfaiataria ultra elegante Dior ainda se faz presente, mas vem desconstruída, descolada do corpo e nada restritiva; nessa categoria, as camisas ganham destaque, com assimetrias e novos pontos de interesse. Nos casacos, os conhecidos caquis da marca dão lugar ao preto e branco. Já no clássico, o visual ladylike de Christian Dior se mescla ao sportswear e a um toque de ousadia extremamente contemporânea; alguns vestidos vêm com uma das alças caídas, outros com decotes profundos, e a cintura marcada do clássico “new look” que Monsieur Dior lançou em 1947 agora arremata o styling de jaquetas pesadas, coletes utilitários e chemises.

Na última terça-feira, 24, em Paris, enquanto as luzes da sala de desfile que a grife francesa Dior montou nos jardins do Museu Rodin se acendiam para apresentar sua nova coleção prêt-à-porter, uma imagem aguçou a curiosidade da audiência. A responsável pela cena de abertura do desfile foi a atleta e artista multidisciplinar SAAG Napoli, que cruzou a passarela com seu arco e flecha, entrou em uma estrutura de vidro no centro do salão e disparou um de seus projéteis em direção a um alvo distante, em uma performance artística e esportiva inédita e que sintetizou com precisão a mensagem da diretora criativa Maria Grazia Chiuri para a temporada. A próxima estação traz novas propostas para a moda de Maria Grazia, com foco no físico feminino.

No centro da imagem, SAAG Napoli, arqueira e multiartista que abriu o desfile da Dior. Ao seu redor, looks da coleção. Foto: Dior/Divulgação

O olhar da diretora para questões femininas e o respeito pelo heritage de Christian Dior se mantêm, as novidades ficaram por conta das modelagens, recortes e decotes, que, dessa vez, trouxeram o corpo em evidência máxima. As mentes e os feitos de grandes mulheres da história, artistas com vozes potentes e questionamentos sobre o papel social da mulher na sociedade, se encontram na Dior atual, que evolui, a cada temporada, a conversa sobre questões ligadas ao feminismo. O olhar para a potência da forma física ligada ao esporte chega, desde as Olimpíadas, como um próximo passo a esta narrativa. A temporada traz, é claro, referências dos arquivos da marca, especificamente o vestido Amazone, idealizado por Christian Dior para a coleção Outono-Inverno 1951-1952 mas une a história ao olhar sensível para o mundo dos esportes e também a símbolos, significados e padrões culturais da Grécia antiga, berço das Olimpíadas e uma das paixões assumidas de Maria Grazia. Na coleção, a representatividade grega fica explícita em linguagem de moda, que se expressa principalmente pelos decotes com mangas de um ombro só, que vem em grande parte da coleção, em referência direta à imagem da toga - vestimenta típica da época - além dos vestidos plissados. Imagens inseridas com perfeição no universo Dior agregado do léxico de sportswear.

O resultado são roupas que vêm em perfeito alinhamento com a visão de SAAG que parte da ideia de usar “a moda como um atributo visual, uma afirmação de sua forma atlética”, como conta a marca sobre sua “amazona moderna”, que, com a performance, parece se aproximar do ideal da mulher Dior desta temporada. Uma estação que utiliza as inúmeras referências, técnicas, estilos e propostas para buscar o que a diretora define como “a moda volta às suas origens”. Para enfatizar a relação que conecta o corpo e aquilo que o veste, entre intenção e função”.

O corpo feminino em destaque

Deste ponto de partida, a primeira leva de looks do desfile evidenciou o corpo de forma direta: mostrando a pele. Uma sequência de peças totalmente ajustadas ao corpo, com recortes, decotes e curvas dinâmicas que trazem ao olhar referências imediatas ao mundo dos esportes. Entre elas, maiôs, que ora vieram em preto, cor proeminente da coleção, e ora recobertos por franjas e cristais que reluziam ao cruzar a passarela, e tops, estes em sobreposições e sob transparências, todos feitos com tecidos de malha elástica.

Dos esportes também vêm as listras, que traduzem em imagem o fluxo e ritmo, acompanhado por parkas, calças de pernas amplas e os grafismos. A ideia era exaltar o corpo em movimento e ditar o ritmo da coleção. São propostas que “atestam o foco indelével no movimento sem restrições”. Para os sapatos, tal intenção se apresentou também de forma simples e clara: pés no chão.

O destaque fica para os tênis, que surgiram em várias propostas e ganham com os modelos de cano altíssimo o posto de modelo de calçado mais emblemático da temporada Dior. As sandálias de estilo gladiador, que trouxeram a inspiração grega - expressa também pelos drapeados e mangas assimétricas de um ombro só, ambos elementos característicos da toga, vestimenta típica do período - e as sapatilhas de bico fino, que chegam como ótimas representantes da elegância clássica, também vieram com solados totalmente flat. A rara exceção ficou por conta de um único modelo de kitten heel; o clássico salto mais procurado pela cliente Dior veio baixíssimo na nova estação. Os fechamentos que variam entre amarrações, zíperes e velcros também chamam atenção.

Maria Grazia introduz suas novas ideias gradativamente ao universo Dior, por meio de pequenas subversões em propostas já conhecidas pelo seu público. O que mudou nesta temporada foi o nível de intervenções nos clássicos. A alfaiataria ultra elegante Dior ainda se faz presente, mas vem desconstruída, descolada do corpo e nada restritiva; nessa categoria, as camisas ganham destaque, com assimetrias e novos pontos de interesse. Nos casacos, os conhecidos caquis da marca dão lugar ao preto e branco. Já no clássico, o visual ladylike de Christian Dior se mescla ao sportswear e a um toque de ousadia extremamente contemporânea; alguns vestidos vêm com uma das alças caídas, outros com decotes profundos, e a cintura marcada do clássico “new look” que Monsieur Dior lançou em 1947 agora arremata o styling de jaquetas pesadas, coletes utilitários e chemises.

Na última terça-feira, 24, em Paris, enquanto as luzes da sala de desfile que a grife francesa Dior montou nos jardins do Museu Rodin se acendiam para apresentar sua nova coleção prêt-à-porter, uma imagem aguçou a curiosidade da audiência. A responsável pela cena de abertura do desfile foi a atleta e artista multidisciplinar SAAG Napoli, que cruzou a passarela com seu arco e flecha, entrou em uma estrutura de vidro no centro do salão e disparou um de seus projéteis em direção a um alvo distante, em uma performance artística e esportiva inédita e que sintetizou com precisão a mensagem da diretora criativa Maria Grazia Chiuri para a temporada. A próxima estação traz novas propostas para a moda de Maria Grazia, com foco no físico feminino.

No centro da imagem, SAAG Napoli, arqueira e multiartista que abriu o desfile da Dior. Ao seu redor, looks da coleção. Foto: Dior/Divulgação

O olhar da diretora para questões femininas e o respeito pelo heritage de Christian Dior se mantêm, as novidades ficaram por conta das modelagens, recortes e decotes, que, dessa vez, trouxeram o corpo em evidência máxima. As mentes e os feitos de grandes mulheres da história, artistas com vozes potentes e questionamentos sobre o papel social da mulher na sociedade, se encontram na Dior atual, que evolui, a cada temporada, a conversa sobre questões ligadas ao feminismo. O olhar para a potência da forma física ligada ao esporte chega, desde as Olimpíadas, como um próximo passo a esta narrativa. A temporada traz, é claro, referências dos arquivos da marca, especificamente o vestido Amazone, idealizado por Christian Dior para a coleção Outono-Inverno 1951-1952 mas une a história ao olhar sensível para o mundo dos esportes e também a símbolos, significados e padrões culturais da Grécia antiga, berço das Olimpíadas e uma das paixões assumidas de Maria Grazia. Na coleção, a representatividade grega fica explícita em linguagem de moda, que se expressa principalmente pelos decotes com mangas de um ombro só, que vem em grande parte da coleção, em referência direta à imagem da toga - vestimenta típica da época - além dos vestidos plissados. Imagens inseridas com perfeição no universo Dior agregado do léxico de sportswear.

O resultado são roupas que vêm em perfeito alinhamento com a visão de SAAG que parte da ideia de usar “a moda como um atributo visual, uma afirmação de sua forma atlética”, como conta a marca sobre sua “amazona moderna”, que, com a performance, parece se aproximar do ideal da mulher Dior desta temporada. Uma estação que utiliza as inúmeras referências, técnicas, estilos e propostas para buscar o que a diretora define como “a moda volta às suas origens”. Para enfatizar a relação que conecta o corpo e aquilo que o veste, entre intenção e função”.

O corpo feminino em destaque

Deste ponto de partida, a primeira leva de looks do desfile evidenciou o corpo de forma direta: mostrando a pele. Uma sequência de peças totalmente ajustadas ao corpo, com recortes, decotes e curvas dinâmicas que trazem ao olhar referências imediatas ao mundo dos esportes. Entre elas, maiôs, que ora vieram em preto, cor proeminente da coleção, e ora recobertos por franjas e cristais que reluziam ao cruzar a passarela, e tops, estes em sobreposições e sob transparências, todos feitos com tecidos de malha elástica.

Dos esportes também vêm as listras, que traduzem em imagem o fluxo e ritmo, acompanhado por parkas, calças de pernas amplas e os grafismos. A ideia era exaltar o corpo em movimento e ditar o ritmo da coleção. São propostas que “atestam o foco indelével no movimento sem restrições”. Para os sapatos, tal intenção se apresentou também de forma simples e clara: pés no chão.

O destaque fica para os tênis, que surgiram em várias propostas e ganham com os modelos de cano altíssimo o posto de modelo de calçado mais emblemático da temporada Dior. As sandálias de estilo gladiador, que trouxeram a inspiração grega - expressa também pelos drapeados e mangas assimétricas de um ombro só, ambos elementos característicos da toga, vestimenta típica do período - e as sapatilhas de bico fino, que chegam como ótimas representantes da elegância clássica, também vieram com solados totalmente flat. A rara exceção ficou por conta de um único modelo de kitten heel; o clássico salto mais procurado pela cliente Dior veio baixíssimo na nova estação. Os fechamentos que variam entre amarrações, zíperes e velcros também chamam atenção.

Maria Grazia introduz suas novas ideias gradativamente ao universo Dior, por meio de pequenas subversões em propostas já conhecidas pelo seu público. O que mudou nesta temporada foi o nível de intervenções nos clássicos. A alfaiataria ultra elegante Dior ainda se faz presente, mas vem desconstruída, descolada do corpo e nada restritiva; nessa categoria, as camisas ganham destaque, com assimetrias e novos pontos de interesse. Nos casacos, os conhecidos caquis da marca dão lugar ao preto e branco. Já no clássico, o visual ladylike de Christian Dior se mescla ao sportswear e a um toque de ousadia extremamente contemporânea; alguns vestidos vêm com uma das alças caídas, outros com decotes profundos, e a cintura marcada do clássico “new look” que Monsieur Dior lançou em 1947 agora arremata o styling de jaquetas pesadas, coletes utilitários e chemises.

Na última terça-feira, 24, em Paris, enquanto as luzes da sala de desfile que a grife francesa Dior montou nos jardins do Museu Rodin se acendiam para apresentar sua nova coleção prêt-à-porter, uma imagem aguçou a curiosidade da audiência. A responsável pela cena de abertura do desfile foi a atleta e artista multidisciplinar SAAG Napoli, que cruzou a passarela com seu arco e flecha, entrou em uma estrutura de vidro no centro do salão e disparou um de seus projéteis em direção a um alvo distante, em uma performance artística e esportiva inédita e que sintetizou com precisão a mensagem da diretora criativa Maria Grazia Chiuri para a temporada. A próxima estação traz novas propostas para a moda de Maria Grazia, com foco no físico feminino.

No centro da imagem, SAAG Napoli, arqueira e multiartista que abriu o desfile da Dior. Ao seu redor, looks da coleção. Foto: Dior/Divulgação

O olhar da diretora para questões femininas e o respeito pelo heritage de Christian Dior se mantêm, as novidades ficaram por conta das modelagens, recortes e decotes, que, dessa vez, trouxeram o corpo em evidência máxima. As mentes e os feitos de grandes mulheres da história, artistas com vozes potentes e questionamentos sobre o papel social da mulher na sociedade, se encontram na Dior atual, que evolui, a cada temporada, a conversa sobre questões ligadas ao feminismo. O olhar para a potência da forma física ligada ao esporte chega, desde as Olimpíadas, como um próximo passo a esta narrativa. A temporada traz, é claro, referências dos arquivos da marca, especificamente o vestido Amazone, idealizado por Christian Dior para a coleção Outono-Inverno 1951-1952 mas une a história ao olhar sensível para o mundo dos esportes e também a símbolos, significados e padrões culturais da Grécia antiga, berço das Olimpíadas e uma das paixões assumidas de Maria Grazia. Na coleção, a representatividade grega fica explícita em linguagem de moda, que se expressa principalmente pelos decotes com mangas de um ombro só, que vem em grande parte da coleção, em referência direta à imagem da toga - vestimenta típica da época - além dos vestidos plissados. Imagens inseridas com perfeição no universo Dior agregado do léxico de sportswear.

O resultado são roupas que vêm em perfeito alinhamento com a visão de SAAG que parte da ideia de usar “a moda como um atributo visual, uma afirmação de sua forma atlética”, como conta a marca sobre sua “amazona moderna”, que, com a performance, parece se aproximar do ideal da mulher Dior desta temporada. Uma estação que utiliza as inúmeras referências, técnicas, estilos e propostas para buscar o que a diretora define como “a moda volta às suas origens”. Para enfatizar a relação que conecta o corpo e aquilo que o veste, entre intenção e função”.

O corpo feminino em destaque

Deste ponto de partida, a primeira leva de looks do desfile evidenciou o corpo de forma direta: mostrando a pele. Uma sequência de peças totalmente ajustadas ao corpo, com recortes, decotes e curvas dinâmicas que trazem ao olhar referências imediatas ao mundo dos esportes. Entre elas, maiôs, que ora vieram em preto, cor proeminente da coleção, e ora recobertos por franjas e cristais que reluziam ao cruzar a passarela, e tops, estes em sobreposições e sob transparências, todos feitos com tecidos de malha elástica.

Dos esportes também vêm as listras, que traduzem em imagem o fluxo e ritmo, acompanhado por parkas, calças de pernas amplas e os grafismos. A ideia era exaltar o corpo em movimento e ditar o ritmo da coleção. São propostas que “atestam o foco indelével no movimento sem restrições”. Para os sapatos, tal intenção se apresentou também de forma simples e clara: pés no chão.

O destaque fica para os tênis, que surgiram em várias propostas e ganham com os modelos de cano altíssimo o posto de modelo de calçado mais emblemático da temporada Dior. As sandálias de estilo gladiador, que trouxeram a inspiração grega - expressa também pelos drapeados e mangas assimétricas de um ombro só, ambos elementos característicos da toga, vestimenta típica do período - e as sapatilhas de bico fino, que chegam como ótimas representantes da elegância clássica, também vieram com solados totalmente flat. A rara exceção ficou por conta de um único modelo de kitten heel; o clássico salto mais procurado pela cliente Dior veio baixíssimo na nova estação. Os fechamentos que variam entre amarrações, zíperes e velcros também chamam atenção.

Maria Grazia introduz suas novas ideias gradativamente ao universo Dior, por meio de pequenas subversões em propostas já conhecidas pelo seu público. O que mudou nesta temporada foi o nível de intervenções nos clássicos. A alfaiataria ultra elegante Dior ainda se faz presente, mas vem desconstruída, descolada do corpo e nada restritiva; nessa categoria, as camisas ganham destaque, com assimetrias e novos pontos de interesse. Nos casacos, os conhecidos caquis da marca dão lugar ao preto e branco. Já no clássico, o visual ladylike de Christian Dior se mescla ao sportswear e a um toque de ousadia extremamente contemporânea; alguns vestidos vêm com uma das alças caídas, outros com decotes profundos, e a cintura marcada do clássico “new look” que Monsieur Dior lançou em 1947 agora arremata o styling de jaquetas pesadas, coletes utilitários e chemises.

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