Games e arte digital são temas de debate e exposição


Artista Gabriel Massan inaugura ‘A Dimensão Descoberta’, na Pina Contemporânea, após discutir tecnologia na SP-Arte Rotas Brasileiras

Por Alice Ferraz

Um espaço preenchido por telas de TV, furos, tomadas, luzes e aparelhos celulares ligados. Caótico e inabitável, tal ambiente foi denominado pelo filósofo checo-brasileiro Vilém Flusser (1920-1991) como a terceira catástrofe do homem: as duas primeiras foram o bipedismo e a sedentarização.

Tal tríade foi reunida em uma de suas reflexões sobre o nomadismo: a nova mobilidade do ser humano acontece, paradoxalmente, quando ele está imóvel, diante de toda essa vida virtual que se descortina ante seus olhos. E assim também estarão os visitantes na exposição Terceiro Mundo - A Dimensão Descoberta, do artista multidisciplinar Gabriel Massan, que abre as portas neste sábado, 31, na Pina Contemporânea.

Obras Terceiro Mundo – a dimensão descoberta e Guerreiro do Divino Amor. Foto: Cortesia do artista Gabriel Massan e Serpentine/Galeria Marília Razuk
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Concebido a partir de uma perspectiva decolonial, de teorias queer e de estratégias descentralizadas em tecnologia, o artista - que vive e trabalha atualmente na Alemanha - constrói um jogo de videogame ambientado em um universo fantástico que, a partir de uma narrativa colaborativa, desafia o conceito colonial de exploração e convoca o público a repensar suas ações no mundo.

A mostra, com curadoria de Lorraine Mendes e Tamar Clarke-Brown, chega revisitada ao Brasil, depois de ser encomendada e produzida pela Serpentine Arts Technologies, de Londres, e exibida em uma das galerias da cidade. Endossada por um dos nomes mais incensados da cena artística mundial, o historiador e diretor artístico da Serpentine, o suíço Hans Ulrich Obrist, a exposição volta a jogar luz sobre a presença da tecnologia na arte e seu papel transformador.

Novas mídias

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“Desde sempre, criativos ao redor do globo buscaram novas mídias para desenvolver suas ideias. Isso faz parte da história da arte mundial. Entre alguns exemplos emblemáticos está a chegada do xerox, uma revolução para a produção de inúmeros artistas”, relembra Felipe Molitor, responsável pelos setores de curadoria e programas públicos da SP-Arte, maior feira de arte da América Latina, que apresenta até este domingo, 1.º, em São Paulo, o Rotas Brasileiras, terceira edição do evento que tem como foco os desdobramentos da arte contemporânea nacional.

A programação contou com um bate-papo de Massan com outro artista conhecido por sua profunda pesquisa digital, o suíço-brasileiro Guerreiro do Divino Amor, representante do Pavilhão Suíço na atual Bienal de Veneza. “O mercado é focado em patrimônio, por isso trabalhos que unem arte e tecnologia acabam acontecendo com mais força no meio institucional”, explica Guerreiro. “Projetos no segmento envolvem não só um conceito artístico, mas também uma variedade de linguagens e sistemas que requerem um conhecimento técnico, algo que ainda é muito novo no meio artístico”, diz Massan.

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“A arte precisa abrir mão um pouco do ego, algo herdado dos próprios artistas, para entrar na era em que se divide espaço com o aparato tecnológico. Existe um esforço descomunal e em comunidade para que experiências artísticas tecnológicas aconteçam”, completa.

Moda

A produção colaborativa faz parte da linguagem de Massan não só na arte como também em outras esferas, como a moda. Sua primeira parceria no segmento aconteceu em 2019, junto a Lucas Leão, com quem desenvolveu cerca de 70 looks para o desfile do estilista na São Paulo Fashion Week.

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Mais recentemente, em 2023, ele foi escolhido pela Bulgari para uma colaboração especial em torno dos 75 anos da grife, que se desdobrou em experiências imersivas. Na atual exposição na Pina Contemporânea, a moda também se faz presente. As head stations (cabeças, como são chamadas pelos gamers brasileiros) presentes na obra interativa Continuity Flaws (Falhas de Continuidade) foram feitas em parceria com o estilista chinês radicado em Londres Oscar Ouyang, que faz um trabalho tanto na moda quanto na arte, usando a lã como matéria-prima primordial.

“O público busca experiências que correspondam ao contemporâneo”, defende Massan. “As instituições ao redor do mundo têm percebido que a arte atrelada à tecnologia consegue reunir uma quantidade maior de pessoas e de grupos sociais de uma forma mais democrática.” / COLABOROU ANA CAROLINA RALSTON

Um espaço preenchido por telas de TV, furos, tomadas, luzes e aparelhos celulares ligados. Caótico e inabitável, tal ambiente foi denominado pelo filósofo checo-brasileiro Vilém Flusser (1920-1991) como a terceira catástrofe do homem: as duas primeiras foram o bipedismo e a sedentarização.

Tal tríade foi reunida em uma de suas reflexões sobre o nomadismo: a nova mobilidade do ser humano acontece, paradoxalmente, quando ele está imóvel, diante de toda essa vida virtual que se descortina ante seus olhos. E assim também estarão os visitantes na exposição Terceiro Mundo - A Dimensão Descoberta, do artista multidisciplinar Gabriel Massan, que abre as portas neste sábado, 31, na Pina Contemporânea.

Obras Terceiro Mundo – a dimensão descoberta e Guerreiro do Divino Amor. Foto: Cortesia do artista Gabriel Massan e Serpentine/Galeria Marília Razuk

Concebido a partir de uma perspectiva decolonial, de teorias queer e de estratégias descentralizadas em tecnologia, o artista - que vive e trabalha atualmente na Alemanha - constrói um jogo de videogame ambientado em um universo fantástico que, a partir de uma narrativa colaborativa, desafia o conceito colonial de exploração e convoca o público a repensar suas ações no mundo.

A mostra, com curadoria de Lorraine Mendes e Tamar Clarke-Brown, chega revisitada ao Brasil, depois de ser encomendada e produzida pela Serpentine Arts Technologies, de Londres, e exibida em uma das galerias da cidade. Endossada por um dos nomes mais incensados da cena artística mundial, o historiador e diretor artístico da Serpentine, o suíço Hans Ulrich Obrist, a exposição volta a jogar luz sobre a presença da tecnologia na arte e seu papel transformador.

Novas mídias

“Desde sempre, criativos ao redor do globo buscaram novas mídias para desenvolver suas ideias. Isso faz parte da história da arte mundial. Entre alguns exemplos emblemáticos está a chegada do xerox, uma revolução para a produção de inúmeros artistas”, relembra Felipe Molitor, responsável pelos setores de curadoria e programas públicos da SP-Arte, maior feira de arte da América Latina, que apresenta até este domingo, 1.º, em São Paulo, o Rotas Brasileiras, terceira edição do evento que tem como foco os desdobramentos da arte contemporânea nacional.

A programação contou com um bate-papo de Massan com outro artista conhecido por sua profunda pesquisa digital, o suíço-brasileiro Guerreiro do Divino Amor, representante do Pavilhão Suíço na atual Bienal de Veneza. “O mercado é focado em patrimônio, por isso trabalhos que unem arte e tecnologia acabam acontecendo com mais força no meio institucional”, explica Guerreiro. “Projetos no segmento envolvem não só um conceito artístico, mas também uma variedade de linguagens e sistemas que requerem um conhecimento técnico, algo que ainda é muito novo no meio artístico”, diz Massan.

“A arte precisa abrir mão um pouco do ego, algo herdado dos próprios artistas, para entrar na era em que se divide espaço com o aparato tecnológico. Existe um esforço descomunal e em comunidade para que experiências artísticas tecnológicas aconteçam”, completa.

Moda

A produção colaborativa faz parte da linguagem de Massan não só na arte como também em outras esferas, como a moda. Sua primeira parceria no segmento aconteceu em 2019, junto a Lucas Leão, com quem desenvolveu cerca de 70 looks para o desfile do estilista na São Paulo Fashion Week.

Mais recentemente, em 2023, ele foi escolhido pela Bulgari para uma colaboração especial em torno dos 75 anos da grife, que se desdobrou em experiências imersivas. Na atual exposição na Pina Contemporânea, a moda também se faz presente. As head stations (cabeças, como são chamadas pelos gamers brasileiros) presentes na obra interativa Continuity Flaws (Falhas de Continuidade) foram feitas em parceria com o estilista chinês radicado em Londres Oscar Ouyang, que faz um trabalho tanto na moda quanto na arte, usando a lã como matéria-prima primordial.

“O público busca experiências que correspondam ao contemporâneo”, defende Massan. “As instituições ao redor do mundo têm percebido que a arte atrelada à tecnologia consegue reunir uma quantidade maior de pessoas e de grupos sociais de uma forma mais democrática.” / COLABOROU ANA CAROLINA RALSTON

Um espaço preenchido por telas de TV, furos, tomadas, luzes e aparelhos celulares ligados. Caótico e inabitável, tal ambiente foi denominado pelo filósofo checo-brasileiro Vilém Flusser (1920-1991) como a terceira catástrofe do homem: as duas primeiras foram o bipedismo e a sedentarização.

Tal tríade foi reunida em uma de suas reflexões sobre o nomadismo: a nova mobilidade do ser humano acontece, paradoxalmente, quando ele está imóvel, diante de toda essa vida virtual que se descortina ante seus olhos. E assim também estarão os visitantes na exposição Terceiro Mundo - A Dimensão Descoberta, do artista multidisciplinar Gabriel Massan, que abre as portas neste sábado, 31, na Pina Contemporânea.

Obras Terceiro Mundo – a dimensão descoberta e Guerreiro do Divino Amor. Foto: Cortesia do artista Gabriel Massan e Serpentine/Galeria Marília Razuk

Concebido a partir de uma perspectiva decolonial, de teorias queer e de estratégias descentralizadas em tecnologia, o artista - que vive e trabalha atualmente na Alemanha - constrói um jogo de videogame ambientado em um universo fantástico que, a partir de uma narrativa colaborativa, desafia o conceito colonial de exploração e convoca o público a repensar suas ações no mundo.

A mostra, com curadoria de Lorraine Mendes e Tamar Clarke-Brown, chega revisitada ao Brasil, depois de ser encomendada e produzida pela Serpentine Arts Technologies, de Londres, e exibida em uma das galerias da cidade. Endossada por um dos nomes mais incensados da cena artística mundial, o historiador e diretor artístico da Serpentine, o suíço Hans Ulrich Obrist, a exposição volta a jogar luz sobre a presença da tecnologia na arte e seu papel transformador.

Novas mídias

“Desde sempre, criativos ao redor do globo buscaram novas mídias para desenvolver suas ideias. Isso faz parte da história da arte mundial. Entre alguns exemplos emblemáticos está a chegada do xerox, uma revolução para a produção de inúmeros artistas”, relembra Felipe Molitor, responsável pelos setores de curadoria e programas públicos da SP-Arte, maior feira de arte da América Latina, que apresenta até este domingo, 1.º, em São Paulo, o Rotas Brasileiras, terceira edição do evento que tem como foco os desdobramentos da arte contemporânea nacional.

A programação contou com um bate-papo de Massan com outro artista conhecido por sua profunda pesquisa digital, o suíço-brasileiro Guerreiro do Divino Amor, representante do Pavilhão Suíço na atual Bienal de Veneza. “O mercado é focado em patrimônio, por isso trabalhos que unem arte e tecnologia acabam acontecendo com mais força no meio institucional”, explica Guerreiro. “Projetos no segmento envolvem não só um conceito artístico, mas também uma variedade de linguagens e sistemas que requerem um conhecimento técnico, algo que ainda é muito novo no meio artístico”, diz Massan.

“A arte precisa abrir mão um pouco do ego, algo herdado dos próprios artistas, para entrar na era em que se divide espaço com o aparato tecnológico. Existe um esforço descomunal e em comunidade para que experiências artísticas tecnológicas aconteçam”, completa.

Moda

A produção colaborativa faz parte da linguagem de Massan não só na arte como também em outras esferas, como a moda. Sua primeira parceria no segmento aconteceu em 2019, junto a Lucas Leão, com quem desenvolveu cerca de 70 looks para o desfile do estilista na São Paulo Fashion Week.

Mais recentemente, em 2023, ele foi escolhido pela Bulgari para uma colaboração especial em torno dos 75 anos da grife, que se desdobrou em experiências imersivas. Na atual exposição na Pina Contemporânea, a moda também se faz presente. As head stations (cabeças, como são chamadas pelos gamers brasileiros) presentes na obra interativa Continuity Flaws (Falhas de Continuidade) foram feitas em parceria com o estilista chinês radicado em Londres Oscar Ouyang, que faz um trabalho tanto na moda quanto na arte, usando a lã como matéria-prima primordial.

“O público busca experiências que correspondam ao contemporâneo”, defende Massan. “As instituições ao redor do mundo têm percebido que a arte atrelada à tecnologia consegue reunir uma quantidade maior de pessoas e de grupos sociais de uma forma mais democrática.” / COLABOROU ANA CAROLINA RALSTON

Um espaço preenchido por telas de TV, furos, tomadas, luzes e aparelhos celulares ligados. Caótico e inabitável, tal ambiente foi denominado pelo filósofo checo-brasileiro Vilém Flusser (1920-1991) como a terceira catástrofe do homem: as duas primeiras foram o bipedismo e a sedentarização.

Tal tríade foi reunida em uma de suas reflexões sobre o nomadismo: a nova mobilidade do ser humano acontece, paradoxalmente, quando ele está imóvel, diante de toda essa vida virtual que se descortina ante seus olhos. E assim também estarão os visitantes na exposição Terceiro Mundo - A Dimensão Descoberta, do artista multidisciplinar Gabriel Massan, que abre as portas neste sábado, 31, na Pina Contemporânea.

Obras Terceiro Mundo – a dimensão descoberta e Guerreiro do Divino Amor. Foto: Cortesia do artista Gabriel Massan e Serpentine/Galeria Marília Razuk

Concebido a partir de uma perspectiva decolonial, de teorias queer e de estratégias descentralizadas em tecnologia, o artista - que vive e trabalha atualmente na Alemanha - constrói um jogo de videogame ambientado em um universo fantástico que, a partir de uma narrativa colaborativa, desafia o conceito colonial de exploração e convoca o público a repensar suas ações no mundo.

A mostra, com curadoria de Lorraine Mendes e Tamar Clarke-Brown, chega revisitada ao Brasil, depois de ser encomendada e produzida pela Serpentine Arts Technologies, de Londres, e exibida em uma das galerias da cidade. Endossada por um dos nomes mais incensados da cena artística mundial, o historiador e diretor artístico da Serpentine, o suíço Hans Ulrich Obrist, a exposição volta a jogar luz sobre a presença da tecnologia na arte e seu papel transformador.

Novas mídias

“Desde sempre, criativos ao redor do globo buscaram novas mídias para desenvolver suas ideias. Isso faz parte da história da arte mundial. Entre alguns exemplos emblemáticos está a chegada do xerox, uma revolução para a produção de inúmeros artistas”, relembra Felipe Molitor, responsável pelos setores de curadoria e programas públicos da SP-Arte, maior feira de arte da América Latina, que apresenta até este domingo, 1.º, em São Paulo, o Rotas Brasileiras, terceira edição do evento que tem como foco os desdobramentos da arte contemporânea nacional.

A programação contou com um bate-papo de Massan com outro artista conhecido por sua profunda pesquisa digital, o suíço-brasileiro Guerreiro do Divino Amor, representante do Pavilhão Suíço na atual Bienal de Veneza. “O mercado é focado em patrimônio, por isso trabalhos que unem arte e tecnologia acabam acontecendo com mais força no meio institucional”, explica Guerreiro. “Projetos no segmento envolvem não só um conceito artístico, mas também uma variedade de linguagens e sistemas que requerem um conhecimento técnico, algo que ainda é muito novo no meio artístico”, diz Massan.

“A arte precisa abrir mão um pouco do ego, algo herdado dos próprios artistas, para entrar na era em que se divide espaço com o aparato tecnológico. Existe um esforço descomunal e em comunidade para que experiências artísticas tecnológicas aconteçam”, completa.

Moda

A produção colaborativa faz parte da linguagem de Massan não só na arte como também em outras esferas, como a moda. Sua primeira parceria no segmento aconteceu em 2019, junto a Lucas Leão, com quem desenvolveu cerca de 70 looks para o desfile do estilista na São Paulo Fashion Week.

Mais recentemente, em 2023, ele foi escolhido pela Bulgari para uma colaboração especial em torno dos 75 anos da grife, que se desdobrou em experiências imersivas. Na atual exposição na Pina Contemporânea, a moda também se faz presente. As head stations (cabeças, como são chamadas pelos gamers brasileiros) presentes na obra interativa Continuity Flaws (Falhas de Continuidade) foram feitas em parceria com o estilista chinês radicado em Londres Oscar Ouyang, que faz um trabalho tanto na moda quanto na arte, usando a lã como matéria-prima primordial.

“O público busca experiências que correspondam ao contemporâneo”, defende Massan. “As instituições ao redor do mundo têm percebido que a arte atrelada à tecnologia consegue reunir uma quantidade maior de pessoas e de grupos sociais de uma forma mais democrática.” / COLABOROU ANA CAROLINA RALSTON

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