Jogos Olímpicos guiam a coleção de alta-costura da Dior


Maria Grazia Chiuri, diretora criativa da maison, reforça o poder feminino e o esporte na nova temporada

Por Alice Ferraz

Em setembro de 2016, a italiana Maria Grazia Chiuri desfilou sua aguardada coleção de estreia para a maison francesa Dior. Chiuri foi a primeira mulher a assumir o cargo de diretora criativa da grife e, em seu début, não poupou palavras, literalmente, para dizer que, sim, um dos temas da “nova Dior” seria o poder feminino.

Os drapeados vistos nas esculturas gregas dos museus dão o tom à temporada em peças de seda que caem sobre o corpo com fluidez.  Foto: Dior/Divulgação

Ela fez isso em uma camiseta branca, na qual estampou a frase “We should all be feminists” (todos deveríamos ser feministas, em tradução livre), um de seus primeiros hits, que deu o tom, com consistência, a tudo o que viria a seguir. Anos depois, no desfile de alta-costura de outono/inverno 2024 da Dior - que ocorreu em Paris na última semana -, esse ímpeto feminista, apesar de não vir por escrito, se mostrou tão claro quanto na frase da primeira apresentação.

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Há relação também entre os temas escolhidos para as coleções. Em 2016, Maria Grazia Chiuri iniciou seu capítulo na Dior com uma jaqueta inspirada nos uniformes de esgrima, um esporte que, segundo entrevista concedida na época pela diretora a Sarah Mower, do portal Vogue Runway, “usa a mente e o coração ao mesmo tempo, algo muito feminino”. Anos depois, em junho de 2024, a mulher forte se mantém e é também representada por meio do esporte, que vem sob uma narrativa motivada pelos Jogos Olímpicos - que ocorrem daqui a 20 dias na capital francesa -, uma escolha contemporânea e conectada com o momento.

Com foco no presente, a marca também olhou para a história e buscou referências na sociedade que viveu o início dos jogos, na Grécia antiga, e assim formou a narrativa de sua estação. Passado clássico e atualidade foram costurados de uma forma que é característica da diretora, cuja moda aborda assuntos atuais.

Contemporânea

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As peças do desfile de Chiuri para a Dior Couture que cruzaram a passarela passam longe do lugar de conforto no qual são construídas as peças de alta-costura da maior parte das marcas que desfilam na semana e que ressaltam as hipérboles oníricas dos “vestidos de princesa”. A Dior aposta em uma roupagem de estética purista, que é fortalecida por construções complexas e escolhas objetivas para uma mulher contemporânea. Ao fazê-lo, a marca arrisca frustrar quem espera vestidos de uma fantasia coletiva a respeito do que é alta-costura. A alta-costura de Chiuri para Dior nos guia gentilmente por entre espaços contemporâneos, com escolhas que fazem sentido para a mulher dos dias de hoje.

Os drapeados vistos nas esculturas gregas dos museus dão o tom à temporada, em vestidos, blusas e saias de seda. Na passarela, as peças caem sobre o corpo com fluidez, em ondulações e movimentos aquosos e aparentemente sem esforços. “A alta-costura criada no corpo”, diz Maria Grazia no texto da coleção.

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Os maiôs couture também foram protagonistas da coleção, com modelagens que evidenciam o decote nadador, em que a marca faz referência aos Jogos Olímpicos, trazendo para as suas roupas um estilo de design criado com objetivos técnicos e de performance, mas que se encaixam com perfeição na moda da Dior, que evidencia a liberdade do corpo feminino. Os “maiôs” que cruzam a passarela em sua versão couture surgem bordados e brilhantes, cobertos por folhas douradas, cristais e paetês, materiais que priorizam o brilho e a sofisticação das roupas de festa.

A imagem que define com perfeição a mulher Dior da estação é a de força, suavidade e poder. Está principalmente em blusas ajustadas ao corpo, bordadas, brilhantes, transparentes e com decotes estilo nadador - mais uma referência direta ao esporte. Uma “campeã” que busca a beleza do brilho - com sedas, jacquards bordados e microlantejoulas - e das formas - com silhuetas coluna, peças acinturadas e fechos envelopados. E também exalta sua própria beleza, com modelos que complementam a forma feminina. Ao mesmo tempo que é bela e delicada, é forte, dinâmica e traz algo de rebeldia. Além das blusas, chegam as peças de alfaiataria - como sempre muito afiada, precisa e nada restritiva -, as hot pants e outros.

Arte

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A celebração do feminino na Dior vem também na ambientação das salas onde acontecem os desfiles. Fiel ao que se propõe, a diretora tem como tradição destacar o trabalho de artistas mulheres, com cenografias que são exposições que emolduram a passarela. Nesta estação, foi a vez de Faith Ringgold (1930-2024). Artista, pintora e escultora americana ficou conhecida por retratar questões sociais de forma impactante e “super-realista”. Faith era uma feminista, ativista e educadora que, por meio de sua arte, ao longo de quase sete décadas, fez importantes críticas, desafiou e questionou as percepções da identidade afro-americana e a desigualdade de gênero. Ringgold costurava suas histórias em colchas, em um trabalho tanto autobiográfico quanto artístico.

Mais de 45 coleções vieram depois do lançamento da icônica camiseta com “we should all be feminists”, mas a essência da proposta permanece de forma indissociável no trabalho de Maria Grazia Chiuri na Dior. Uma história que desenvolve criações por um caminho de sofisticação e complexidade estética, como mostram os vestidos drapeados usados com tops estilo nadador, sem perder a convicção da mensagem de força feminina, como visto nas obras de Ringgold.

Em setembro de 2016, a italiana Maria Grazia Chiuri desfilou sua aguardada coleção de estreia para a maison francesa Dior. Chiuri foi a primeira mulher a assumir o cargo de diretora criativa da grife e, em seu début, não poupou palavras, literalmente, para dizer que, sim, um dos temas da “nova Dior” seria o poder feminino.

Os drapeados vistos nas esculturas gregas dos museus dão o tom à temporada em peças de seda que caem sobre o corpo com fluidez.  Foto: Dior/Divulgação

Ela fez isso em uma camiseta branca, na qual estampou a frase “We should all be feminists” (todos deveríamos ser feministas, em tradução livre), um de seus primeiros hits, que deu o tom, com consistência, a tudo o que viria a seguir. Anos depois, no desfile de alta-costura de outono/inverno 2024 da Dior - que ocorreu em Paris na última semana -, esse ímpeto feminista, apesar de não vir por escrito, se mostrou tão claro quanto na frase da primeira apresentação.

Há relação também entre os temas escolhidos para as coleções. Em 2016, Maria Grazia Chiuri iniciou seu capítulo na Dior com uma jaqueta inspirada nos uniformes de esgrima, um esporte que, segundo entrevista concedida na época pela diretora a Sarah Mower, do portal Vogue Runway, “usa a mente e o coração ao mesmo tempo, algo muito feminino”. Anos depois, em junho de 2024, a mulher forte se mantém e é também representada por meio do esporte, que vem sob uma narrativa motivada pelos Jogos Olímpicos - que ocorrem daqui a 20 dias na capital francesa -, uma escolha contemporânea e conectada com o momento.

Com foco no presente, a marca também olhou para a história e buscou referências na sociedade que viveu o início dos jogos, na Grécia antiga, e assim formou a narrativa de sua estação. Passado clássico e atualidade foram costurados de uma forma que é característica da diretora, cuja moda aborda assuntos atuais.

Contemporânea

As peças do desfile de Chiuri para a Dior Couture que cruzaram a passarela passam longe do lugar de conforto no qual são construídas as peças de alta-costura da maior parte das marcas que desfilam na semana e que ressaltam as hipérboles oníricas dos “vestidos de princesa”. A Dior aposta em uma roupagem de estética purista, que é fortalecida por construções complexas e escolhas objetivas para uma mulher contemporânea. Ao fazê-lo, a marca arrisca frustrar quem espera vestidos de uma fantasia coletiva a respeito do que é alta-costura. A alta-costura de Chiuri para Dior nos guia gentilmente por entre espaços contemporâneos, com escolhas que fazem sentido para a mulher dos dias de hoje.

Os drapeados vistos nas esculturas gregas dos museus dão o tom à temporada, em vestidos, blusas e saias de seda. Na passarela, as peças caem sobre o corpo com fluidez, em ondulações e movimentos aquosos e aparentemente sem esforços. “A alta-costura criada no corpo”, diz Maria Grazia no texto da coleção.

Os maiôs couture também foram protagonistas da coleção, com modelagens que evidenciam o decote nadador, em que a marca faz referência aos Jogos Olímpicos, trazendo para as suas roupas um estilo de design criado com objetivos técnicos e de performance, mas que se encaixam com perfeição na moda da Dior, que evidencia a liberdade do corpo feminino. Os “maiôs” que cruzam a passarela em sua versão couture surgem bordados e brilhantes, cobertos por folhas douradas, cristais e paetês, materiais que priorizam o brilho e a sofisticação das roupas de festa.

A imagem que define com perfeição a mulher Dior da estação é a de força, suavidade e poder. Está principalmente em blusas ajustadas ao corpo, bordadas, brilhantes, transparentes e com decotes estilo nadador - mais uma referência direta ao esporte. Uma “campeã” que busca a beleza do brilho - com sedas, jacquards bordados e microlantejoulas - e das formas - com silhuetas coluna, peças acinturadas e fechos envelopados. E também exalta sua própria beleza, com modelos que complementam a forma feminina. Ao mesmo tempo que é bela e delicada, é forte, dinâmica e traz algo de rebeldia. Além das blusas, chegam as peças de alfaiataria - como sempre muito afiada, precisa e nada restritiva -, as hot pants e outros.

Arte

A celebração do feminino na Dior vem também na ambientação das salas onde acontecem os desfiles. Fiel ao que se propõe, a diretora tem como tradição destacar o trabalho de artistas mulheres, com cenografias que são exposições que emolduram a passarela. Nesta estação, foi a vez de Faith Ringgold (1930-2024). Artista, pintora e escultora americana ficou conhecida por retratar questões sociais de forma impactante e “super-realista”. Faith era uma feminista, ativista e educadora que, por meio de sua arte, ao longo de quase sete décadas, fez importantes críticas, desafiou e questionou as percepções da identidade afro-americana e a desigualdade de gênero. Ringgold costurava suas histórias em colchas, em um trabalho tanto autobiográfico quanto artístico.

Mais de 45 coleções vieram depois do lançamento da icônica camiseta com “we should all be feminists”, mas a essência da proposta permanece de forma indissociável no trabalho de Maria Grazia Chiuri na Dior. Uma história que desenvolve criações por um caminho de sofisticação e complexidade estética, como mostram os vestidos drapeados usados com tops estilo nadador, sem perder a convicção da mensagem de força feminina, como visto nas obras de Ringgold.

Em setembro de 2016, a italiana Maria Grazia Chiuri desfilou sua aguardada coleção de estreia para a maison francesa Dior. Chiuri foi a primeira mulher a assumir o cargo de diretora criativa da grife e, em seu début, não poupou palavras, literalmente, para dizer que, sim, um dos temas da “nova Dior” seria o poder feminino.

Os drapeados vistos nas esculturas gregas dos museus dão o tom à temporada em peças de seda que caem sobre o corpo com fluidez.  Foto: Dior/Divulgação

Ela fez isso em uma camiseta branca, na qual estampou a frase “We should all be feminists” (todos deveríamos ser feministas, em tradução livre), um de seus primeiros hits, que deu o tom, com consistência, a tudo o que viria a seguir. Anos depois, no desfile de alta-costura de outono/inverno 2024 da Dior - que ocorreu em Paris na última semana -, esse ímpeto feminista, apesar de não vir por escrito, se mostrou tão claro quanto na frase da primeira apresentação.

Há relação também entre os temas escolhidos para as coleções. Em 2016, Maria Grazia Chiuri iniciou seu capítulo na Dior com uma jaqueta inspirada nos uniformes de esgrima, um esporte que, segundo entrevista concedida na época pela diretora a Sarah Mower, do portal Vogue Runway, “usa a mente e o coração ao mesmo tempo, algo muito feminino”. Anos depois, em junho de 2024, a mulher forte se mantém e é também representada por meio do esporte, que vem sob uma narrativa motivada pelos Jogos Olímpicos - que ocorrem daqui a 20 dias na capital francesa -, uma escolha contemporânea e conectada com o momento.

Com foco no presente, a marca também olhou para a história e buscou referências na sociedade que viveu o início dos jogos, na Grécia antiga, e assim formou a narrativa de sua estação. Passado clássico e atualidade foram costurados de uma forma que é característica da diretora, cuja moda aborda assuntos atuais.

Contemporânea

As peças do desfile de Chiuri para a Dior Couture que cruzaram a passarela passam longe do lugar de conforto no qual são construídas as peças de alta-costura da maior parte das marcas que desfilam na semana e que ressaltam as hipérboles oníricas dos “vestidos de princesa”. A Dior aposta em uma roupagem de estética purista, que é fortalecida por construções complexas e escolhas objetivas para uma mulher contemporânea. Ao fazê-lo, a marca arrisca frustrar quem espera vestidos de uma fantasia coletiva a respeito do que é alta-costura. A alta-costura de Chiuri para Dior nos guia gentilmente por entre espaços contemporâneos, com escolhas que fazem sentido para a mulher dos dias de hoje.

Os drapeados vistos nas esculturas gregas dos museus dão o tom à temporada, em vestidos, blusas e saias de seda. Na passarela, as peças caem sobre o corpo com fluidez, em ondulações e movimentos aquosos e aparentemente sem esforços. “A alta-costura criada no corpo”, diz Maria Grazia no texto da coleção.

Os maiôs couture também foram protagonistas da coleção, com modelagens que evidenciam o decote nadador, em que a marca faz referência aos Jogos Olímpicos, trazendo para as suas roupas um estilo de design criado com objetivos técnicos e de performance, mas que se encaixam com perfeição na moda da Dior, que evidencia a liberdade do corpo feminino. Os “maiôs” que cruzam a passarela em sua versão couture surgem bordados e brilhantes, cobertos por folhas douradas, cristais e paetês, materiais que priorizam o brilho e a sofisticação das roupas de festa.

A imagem que define com perfeição a mulher Dior da estação é a de força, suavidade e poder. Está principalmente em blusas ajustadas ao corpo, bordadas, brilhantes, transparentes e com decotes estilo nadador - mais uma referência direta ao esporte. Uma “campeã” que busca a beleza do brilho - com sedas, jacquards bordados e microlantejoulas - e das formas - com silhuetas coluna, peças acinturadas e fechos envelopados. E também exalta sua própria beleza, com modelos que complementam a forma feminina. Ao mesmo tempo que é bela e delicada, é forte, dinâmica e traz algo de rebeldia. Além das blusas, chegam as peças de alfaiataria - como sempre muito afiada, precisa e nada restritiva -, as hot pants e outros.

Arte

A celebração do feminino na Dior vem também na ambientação das salas onde acontecem os desfiles. Fiel ao que se propõe, a diretora tem como tradição destacar o trabalho de artistas mulheres, com cenografias que são exposições que emolduram a passarela. Nesta estação, foi a vez de Faith Ringgold (1930-2024). Artista, pintora e escultora americana ficou conhecida por retratar questões sociais de forma impactante e “super-realista”. Faith era uma feminista, ativista e educadora que, por meio de sua arte, ao longo de quase sete décadas, fez importantes críticas, desafiou e questionou as percepções da identidade afro-americana e a desigualdade de gênero. Ringgold costurava suas histórias em colchas, em um trabalho tanto autobiográfico quanto artístico.

Mais de 45 coleções vieram depois do lançamento da icônica camiseta com “we should all be feminists”, mas a essência da proposta permanece de forma indissociável no trabalho de Maria Grazia Chiuri na Dior. Uma história que desenvolve criações por um caminho de sofisticação e complexidade estética, como mostram os vestidos drapeados usados com tops estilo nadador, sem perder a convicção da mensagem de força feminina, como visto nas obras de Ringgold.

Em setembro de 2016, a italiana Maria Grazia Chiuri desfilou sua aguardada coleção de estreia para a maison francesa Dior. Chiuri foi a primeira mulher a assumir o cargo de diretora criativa da grife e, em seu début, não poupou palavras, literalmente, para dizer que, sim, um dos temas da “nova Dior” seria o poder feminino.

Os drapeados vistos nas esculturas gregas dos museus dão o tom à temporada em peças de seda que caem sobre o corpo com fluidez.  Foto: Dior/Divulgação

Ela fez isso em uma camiseta branca, na qual estampou a frase “We should all be feminists” (todos deveríamos ser feministas, em tradução livre), um de seus primeiros hits, que deu o tom, com consistência, a tudo o que viria a seguir. Anos depois, no desfile de alta-costura de outono/inverno 2024 da Dior - que ocorreu em Paris na última semana -, esse ímpeto feminista, apesar de não vir por escrito, se mostrou tão claro quanto na frase da primeira apresentação.

Há relação também entre os temas escolhidos para as coleções. Em 2016, Maria Grazia Chiuri iniciou seu capítulo na Dior com uma jaqueta inspirada nos uniformes de esgrima, um esporte que, segundo entrevista concedida na época pela diretora a Sarah Mower, do portal Vogue Runway, “usa a mente e o coração ao mesmo tempo, algo muito feminino”. Anos depois, em junho de 2024, a mulher forte se mantém e é também representada por meio do esporte, que vem sob uma narrativa motivada pelos Jogos Olímpicos - que ocorrem daqui a 20 dias na capital francesa -, uma escolha contemporânea e conectada com o momento.

Com foco no presente, a marca também olhou para a história e buscou referências na sociedade que viveu o início dos jogos, na Grécia antiga, e assim formou a narrativa de sua estação. Passado clássico e atualidade foram costurados de uma forma que é característica da diretora, cuja moda aborda assuntos atuais.

Contemporânea

As peças do desfile de Chiuri para a Dior Couture que cruzaram a passarela passam longe do lugar de conforto no qual são construídas as peças de alta-costura da maior parte das marcas que desfilam na semana e que ressaltam as hipérboles oníricas dos “vestidos de princesa”. A Dior aposta em uma roupagem de estética purista, que é fortalecida por construções complexas e escolhas objetivas para uma mulher contemporânea. Ao fazê-lo, a marca arrisca frustrar quem espera vestidos de uma fantasia coletiva a respeito do que é alta-costura. A alta-costura de Chiuri para Dior nos guia gentilmente por entre espaços contemporâneos, com escolhas que fazem sentido para a mulher dos dias de hoje.

Os drapeados vistos nas esculturas gregas dos museus dão o tom à temporada, em vestidos, blusas e saias de seda. Na passarela, as peças caem sobre o corpo com fluidez, em ondulações e movimentos aquosos e aparentemente sem esforços. “A alta-costura criada no corpo”, diz Maria Grazia no texto da coleção.

Os maiôs couture também foram protagonistas da coleção, com modelagens que evidenciam o decote nadador, em que a marca faz referência aos Jogos Olímpicos, trazendo para as suas roupas um estilo de design criado com objetivos técnicos e de performance, mas que se encaixam com perfeição na moda da Dior, que evidencia a liberdade do corpo feminino. Os “maiôs” que cruzam a passarela em sua versão couture surgem bordados e brilhantes, cobertos por folhas douradas, cristais e paetês, materiais que priorizam o brilho e a sofisticação das roupas de festa.

A imagem que define com perfeição a mulher Dior da estação é a de força, suavidade e poder. Está principalmente em blusas ajustadas ao corpo, bordadas, brilhantes, transparentes e com decotes estilo nadador - mais uma referência direta ao esporte. Uma “campeã” que busca a beleza do brilho - com sedas, jacquards bordados e microlantejoulas - e das formas - com silhuetas coluna, peças acinturadas e fechos envelopados. E também exalta sua própria beleza, com modelos que complementam a forma feminina. Ao mesmo tempo que é bela e delicada, é forte, dinâmica e traz algo de rebeldia. Além das blusas, chegam as peças de alfaiataria - como sempre muito afiada, precisa e nada restritiva -, as hot pants e outros.

Arte

A celebração do feminino na Dior vem também na ambientação das salas onde acontecem os desfiles. Fiel ao que se propõe, a diretora tem como tradição destacar o trabalho de artistas mulheres, com cenografias que são exposições que emolduram a passarela. Nesta estação, foi a vez de Faith Ringgold (1930-2024). Artista, pintora e escultora americana ficou conhecida por retratar questões sociais de forma impactante e “super-realista”. Faith era uma feminista, ativista e educadora que, por meio de sua arte, ao longo de quase sete décadas, fez importantes críticas, desafiou e questionou as percepções da identidade afro-americana e a desigualdade de gênero. Ringgold costurava suas histórias em colchas, em um trabalho tanto autobiográfico quanto artístico.

Mais de 45 coleções vieram depois do lançamento da icônica camiseta com “we should all be feminists”, mas a essência da proposta permanece de forma indissociável no trabalho de Maria Grazia Chiuri na Dior. Uma história que desenvolve criações por um caminho de sofisticação e complexidade estética, como mostram os vestidos drapeados usados com tops estilo nadador, sem perder a convicção da mensagem de força feminina, como visto nas obras de Ringgold.

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