Modelo Giulia Dias luta para que mercado da moda ignore suas cicatrizes


Bem-sucedida, moça de 25 anos traz no corpo marcas de acidente antigo e quer representar outros padrões de beleza

Por Gabriela Piva
Atualização:
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Giulia Dias, de 25 anos, é uma modelo bem-sucedida, com trabalhos na São Paulo Fashion Week (SPFW) e na Avon, que traz à moda um pedido de mudança urgente. Isso porque, ainda criança, ela sofreu um acidente de carro que deixou cicatrizes em seu rosto e corpo.

No início, mesmo sem acreditar em seu potencial para ser modelo, Giulia ouviu os conselhos do irmão, João Arthur, e do namorado, e apostou na carreira. “Eu falava: ‘Tenho uma cicatriz, ninguém vai me querer’”, disse ao Estadão.

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Andrea Damiani, proprietária da Gas Models e conhecida de sua mãe, já agenciava seu irmão. Foi quando Giulia a procurou para falar de seu interesse em ser modelo - e contrariando as próprias expectativas, conseguiu diversos trabalhos. O que não previu foi que as marcas a convidassem justamente pelas cicatrizes - o que lhe causou certa frustração.

Modelo desfilou pela SPFW e até estampou campanhas Foto: Jr Becker

As tatuagens, avisa, são o maior empecilho na disputa por novas campanhas. “É um pouco frustrante. Eu queria estar em mais campanhas e trabalhando mais do que hoje.” E se pergunta: “Alguma coisa de errado? Sou feia? Preciso tirar a tatuagem?”. Apesar disso, escolhe olhar pelo lado positivo. “Tem de se agarrar nele para poder seguir. Caso contrário, a gente vai se lamentar sempre”, completa.

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Após o acidente, a modelo enfrentou olhares enviesados na escola - mas nunca se abalou com a opinião alheia. Ela escondia a cicatriz do rosto com um cabelo longo. Isso mudou quando namorado e irmão rasparam a cabeça. Inspirada, decidiu imitá-los e fez o mesmo. “Foi a melhor coisa que fiz, consegui me libertar da amarra que o cabelo tinha”, contou.

ACIDENTE

Foi aos 13 anos, numa viagem entre Curitiba e Florianópolis que seu drama aconteceu. Num sério acidente de carro, ela sofreu hemorragias na região do intestino e seu rosto foi atingido pela mola de dentro do banco do passageiro. Os cortes foram tão profundos que uma parte de seu cérebro ficou exposta. A sorte da modelo foi que um médico atendeu a família enquanto o Samu não chegava.

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No hospital, a estudante ficou duas semanas em coma por causa de um coágulo que se formou em seu cérebro. Depois de acordar, olhou-se no espelho pela primeira vez - e, segundo conta, não ficou surpresa com a nova aparência.

Giulia Dias sofreu um acidente de carro, no qual quase morreu e ficou em coma por 15 dias Foto: Jr Becker

“Após o acidente, quando já estava no quarto do hospital, a minha mãe entrou antes de mim no banheiro, eu fui atrás e aí ela ficou parada em frente à porta, me olhando com uma cara meio apavorada. Quando eu me vi no espelho e vi a cicatriz, levantei o ombro e fui tomar meu banho, e ela também não falou nada. Não tocou no assunto.”

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Hoje, Giulia ressignifica a sua experiência de quase morte com seu trabalho na moda - atualmente, ela também faz parte da agência Way Model. Com os relatos que recebe, percebe a importante diferença que faz representar outros padrões de beleza além dos habituais.

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Giulia Dias, de 25 anos, é uma modelo bem-sucedida, com trabalhos na São Paulo Fashion Week (SPFW) e na Avon, que traz à moda um pedido de mudança urgente. Isso porque, ainda criança, ela sofreu um acidente de carro que deixou cicatrizes em seu rosto e corpo.

No início, mesmo sem acreditar em seu potencial para ser modelo, Giulia ouviu os conselhos do irmão, João Arthur, e do namorado, e apostou na carreira. “Eu falava: ‘Tenho uma cicatriz, ninguém vai me querer’”, disse ao Estadão.

Andrea Damiani, proprietária da Gas Models e conhecida de sua mãe, já agenciava seu irmão. Foi quando Giulia a procurou para falar de seu interesse em ser modelo - e contrariando as próprias expectativas, conseguiu diversos trabalhos. O que não previu foi que as marcas a convidassem justamente pelas cicatrizes - o que lhe causou certa frustração.

Modelo desfilou pela SPFW e até estampou campanhas Foto: Jr Becker

As tatuagens, avisa, são o maior empecilho na disputa por novas campanhas. “É um pouco frustrante. Eu queria estar em mais campanhas e trabalhando mais do que hoje.” E se pergunta: “Alguma coisa de errado? Sou feia? Preciso tirar a tatuagem?”. Apesar disso, escolhe olhar pelo lado positivo. “Tem de se agarrar nele para poder seguir. Caso contrário, a gente vai se lamentar sempre”, completa.

Após o acidente, a modelo enfrentou olhares enviesados na escola - mas nunca se abalou com a opinião alheia. Ela escondia a cicatriz do rosto com um cabelo longo. Isso mudou quando namorado e irmão rasparam a cabeça. Inspirada, decidiu imitá-los e fez o mesmo. “Foi a melhor coisa que fiz, consegui me libertar da amarra que o cabelo tinha”, contou.

ACIDENTE

Foi aos 13 anos, numa viagem entre Curitiba e Florianópolis que seu drama aconteceu. Num sério acidente de carro, ela sofreu hemorragias na região do intestino e seu rosto foi atingido pela mola de dentro do banco do passageiro. Os cortes foram tão profundos que uma parte de seu cérebro ficou exposta. A sorte da modelo foi que um médico atendeu a família enquanto o Samu não chegava.

No hospital, a estudante ficou duas semanas em coma por causa de um coágulo que se formou em seu cérebro. Depois de acordar, olhou-se no espelho pela primeira vez - e, segundo conta, não ficou surpresa com a nova aparência.

Giulia Dias sofreu um acidente de carro, no qual quase morreu e ficou em coma por 15 dias Foto: Jr Becker

“Após o acidente, quando já estava no quarto do hospital, a minha mãe entrou antes de mim no banheiro, eu fui atrás e aí ela ficou parada em frente à porta, me olhando com uma cara meio apavorada. Quando eu me vi no espelho e vi a cicatriz, levantei o ombro e fui tomar meu banho, e ela também não falou nada. Não tocou no assunto.”

Hoje, Giulia ressignifica a sua experiência de quase morte com seu trabalho na moda - atualmente, ela também faz parte da agência Way Model. Com os relatos que recebe, percebe a importante diferença que faz representar outros padrões de beleza além dos habituais.

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Giulia Dias, de 25 anos, é uma modelo bem-sucedida, com trabalhos na São Paulo Fashion Week (SPFW) e na Avon, que traz à moda um pedido de mudança urgente. Isso porque, ainda criança, ela sofreu um acidente de carro que deixou cicatrizes em seu rosto e corpo.

No início, mesmo sem acreditar em seu potencial para ser modelo, Giulia ouviu os conselhos do irmão, João Arthur, e do namorado, e apostou na carreira. “Eu falava: ‘Tenho uma cicatriz, ninguém vai me querer’”, disse ao Estadão.

Andrea Damiani, proprietária da Gas Models e conhecida de sua mãe, já agenciava seu irmão. Foi quando Giulia a procurou para falar de seu interesse em ser modelo - e contrariando as próprias expectativas, conseguiu diversos trabalhos. O que não previu foi que as marcas a convidassem justamente pelas cicatrizes - o que lhe causou certa frustração.

Modelo desfilou pela SPFW e até estampou campanhas Foto: Jr Becker

As tatuagens, avisa, são o maior empecilho na disputa por novas campanhas. “É um pouco frustrante. Eu queria estar em mais campanhas e trabalhando mais do que hoje.” E se pergunta: “Alguma coisa de errado? Sou feia? Preciso tirar a tatuagem?”. Apesar disso, escolhe olhar pelo lado positivo. “Tem de se agarrar nele para poder seguir. Caso contrário, a gente vai se lamentar sempre”, completa.

Após o acidente, a modelo enfrentou olhares enviesados na escola - mas nunca se abalou com a opinião alheia. Ela escondia a cicatriz do rosto com um cabelo longo. Isso mudou quando namorado e irmão rasparam a cabeça. Inspirada, decidiu imitá-los e fez o mesmo. “Foi a melhor coisa que fiz, consegui me libertar da amarra que o cabelo tinha”, contou.

ACIDENTE

Foi aos 13 anos, numa viagem entre Curitiba e Florianópolis que seu drama aconteceu. Num sério acidente de carro, ela sofreu hemorragias na região do intestino e seu rosto foi atingido pela mola de dentro do banco do passageiro. Os cortes foram tão profundos que uma parte de seu cérebro ficou exposta. A sorte da modelo foi que um médico atendeu a família enquanto o Samu não chegava.

No hospital, a estudante ficou duas semanas em coma por causa de um coágulo que se formou em seu cérebro. Depois de acordar, olhou-se no espelho pela primeira vez - e, segundo conta, não ficou surpresa com a nova aparência.

Giulia Dias sofreu um acidente de carro, no qual quase morreu e ficou em coma por 15 dias Foto: Jr Becker

“Após o acidente, quando já estava no quarto do hospital, a minha mãe entrou antes de mim no banheiro, eu fui atrás e aí ela ficou parada em frente à porta, me olhando com uma cara meio apavorada. Quando eu me vi no espelho e vi a cicatriz, levantei o ombro e fui tomar meu banho, e ela também não falou nada. Não tocou no assunto.”

Hoje, Giulia ressignifica a sua experiência de quase morte com seu trabalho na moda - atualmente, ela também faz parte da agência Way Model. Com os relatos que recebe, percebe a importante diferença que faz representar outros padrões de beleza além dos habituais.

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