Neriage traz a multiplicidade da mulher contemporânea em nova coleção


Em parceria com a artista Regina Silveira, a grife reforça sua ligação com a arte

Por Alice Ferraz

“Não existe mais uma mulher Neriage”, escreve Rafaella Caniello, fundadora e diretora criativa da marca paulistana no texto de 19 páginas que explica conceitualmente sua nova temporada. “Existem várias [mulheres]. E podemos ser algumas ou todas elas”. Não procure uma coleção como as outras, com ideias centrais e coesas, porque não tem. E a ideia é justamente essa”, ressalta.

No alto, à esquerda, Rafaella Caniello e Regina Silveira; à direita, a modelo Carol Trentini com look estampado com obra da artista e a obra Abyssal, 2010, de Regina Silveira, um dos trabalhos licenciados para a nova coleção da Neriage.  Foto: Regina Silveira/Neriage/Zé Takahashi/Divulgação

Na última segunda-feira, 5, Caniello e sua sócia, Laura Cerqueira Leite, reuniram imprensa e convidados para a apresentação da coleção Andrômeda, que aconteceu na praça das centenárias oliveiras do hotel Rosewood, na bela vista, em São Paulo. Sob a sombra dessas árvores, a Neriage desfilou uma coleção, assim como descreveu em seu texto, múltipla em propostas e estilos. A poesia, graça e sofisticação urbana, predicados que fazem parte da essência da marca desde sua criação, não foram deixados de lado, mas acompanham agora um amadurecimento que garante liberdade e acesso a mais mulheres.

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A definição de um arquétipo-alvo – o cliente idealizado que personifica todos os valores de uma grife – é uma estratégia comum entre marcas e criadores. Mas libertar-se deste arquétipo, que ajuda a nortear sua criatividade, é fundamental para o próximo passo de uma marca de moda. Um passo que requer confiança e convicção para expandir horizontes e enriquecer a moda. Neste cenário, o nome da coleção, Andrômeda, é perfeito. É este o nome da galáxia espiral que está mais próxima da nossa Via Láctea – onde está a Terra – e que tem mais do que o dobro de seu tamanho. Rafaella, inclusive, faz questão de pontuar que a população de estrelas da galáxia vizinha é consideravelmente maior: são 1 trilhão de corpos celestes contra um número que figura entre 200 e 400 bilhões. Com a escolha do nome, a Neriage fala sobre expansão. Andrômeda, também é um nome que aparece na mitologia grega e sua história é símbolo de beleza e resistência.

Os plissados, que são característicos da marca desde sua fundação, surgiram poéticos, harmoniosos e fluidos, como já estamos acostumados a ver nos desfiles da marca, trazendo a bem-vinda feminilidade, movimento e linhas arquitetônicas às peças. Mas a técnica de construção de moda nessa coleção surgiu também em materiais como o couro, algo fresco ao universo estético da Neriage – ou melhor, em sua galáxia – e veio como elemento estruturador de propostas como a blusa cropped com mangas extra volumosas e marcadas. Tais inovações adicionam novos toques de ousadia à moda da Neriage, que chega também com muitos recortes e vestidos cuja silhueta destaca as curvas do corpo trazendo uma nova sensualidade. Os vários cintos adicionam um peso que contrapõe os tecidos fluidos e enfatizam força à imagem geral da estação.

Andrômeda passou a ser desenvolvida a partir de um encontro entre Rafaella Caniello e Regina Silveira, uma das maiores artistas contemporâneas do Brasil. Regina é aclamada por sua experimentação e expansão de limites com sua arte, seja em técnicas, materiais ou conceitos, e é referência no cenário artístico atual do mundo.

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O processo de criação da coleção contou com diversas visitas da diretora criativa ao ateliê da artista, um encontro com reflexos marcantes na estação. Tanto em expressões físicas — algumas obras de Silveira, como Abyssal e Anamorfa VI, foram licenciadas para a coleção e surgiram gráficas em tecidos vaporosos com transparências e jacquards — quanto conceitualmente. Sobre isso, Caniello comenta, “sempre pensei muito em movimentos, em encontrar texturas, unir formas e preencher esses vazios. Mas nunca havia trabalhado com eles de forma a escutá-los, torná-los o território principal da criação”. “Ter o privilégio de ter trocas poéticas com uma das maiores artistas do nosso país e do mundo me fez entender as geometrias dessa forma. Ao invés de delimitar, elas tornam o objeto infinito. Permitem a imaginação fluir, criam um movimento muito próprio — mais estrutural, atemporal.”

Segundo a própria Regina Silveira, que conheceu a diretora criativa há menos de um ano, “Rafaella olhou para o meu trabalho com profundidade, conseguiu usar fundamentos poéticos. A sombra e a luz que são constantes na minha obra e se transformaram em roupas onde a luz estava refletida. Rafaela trouxe uma abordagem própria com muita liberdade e escolheu obras que tinham caminhos para vestir pessoas”.

“Não existe mais uma mulher Neriage”, escreve Rafaella Caniello, fundadora e diretora criativa da marca paulistana no texto de 19 páginas que explica conceitualmente sua nova temporada. “Existem várias [mulheres]. E podemos ser algumas ou todas elas”. Não procure uma coleção como as outras, com ideias centrais e coesas, porque não tem. E a ideia é justamente essa”, ressalta.

No alto, à esquerda, Rafaella Caniello e Regina Silveira; à direita, a modelo Carol Trentini com look estampado com obra da artista e a obra Abyssal, 2010, de Regina Silveira, um dos trabalhos licenciados para a nova coleção da Neriage.  Foto: Regina Silveira/Neriage/Zé Takahashi/Divulgação

Na última segunda-feira, 5, Caniello e sua sócia, Laura Cerqueira Leite, reuniram imprensa e convidados para a apresentação da coleção Andrômeda, que aconteceu na praça das centenárias oliveiras do hotel Rosewood, na bela vista, em São Paulo. Sob a sombra dessas árvores, a Neriage desfilou uma coleção, assim como descreveu em seu texto, múltipla em propostas e estilos. A poesia, graça e sofisticação urbana, predicados que fazem parte da essência da marca desde sua criação, não foram deixados de lado, mas acompanham agora um amadurecimento que garante liberdade e acesso a mais mulheres.

A definição de um arquétipo-alvo – o cliente idealizado que personifica todos os valores de uma grife – é uma estratégia comum entre marcas e criadores. Mas libertar-se deste arquétipo, que ajuda a nortear sua criatividade, é fundamental para o próximo passo de uma marca de moda. Um passo que requer confiança e convicção para expandir horizontes e enriquecer a moda. Neste cenário, o nome da coleção, Andrômeda, é perfeito. É este o nome da galáxia espiral que está mais próxima da nossa Via Láctea – onde está a Terra – e que tem mais do que o dobro de seu tamanho. Rafaella, inclusive, faz questão de pontuar que a população de estrelas da galáxia vizinha é consideravelmente maior: são 1 trilhão de corpos celestes contra um número que figura entre 200 e 400 bilhões. Com a escolha do nome, a Neriage fala sobre expansão. Andrômeda, também é um nome que aparece na mitologia grega e sua história é símbolo de beleza e resistência.

Os plissados, que são característicos da marca desde sua fundação, surgiram poéticos, harmoniosos e fluidos, como já estamos acostumados a ver nos desfiles da marca, trazendo a bem-vinda feminilidade, movimento e linhas arquitetônicas às peças. Mas a técnica de construção de moda nessa coleção surgiu também em materiais como o couro, algo fresco ao universo estético da Neriage – ou melhor, em sua galáxia – e veio como elemento estruturador de propostas como a blusa cropped com mangas extra volumosas e marcadas. Tais inovações adicionam novos toques de ousadia à moda da Neriage, que chega também com muitos recortes e vestidos cuja silhueta destaca as curvas do corpo trazendo uma nova sensualidade. Os vários cintos adicionam um peso que contrapõe os tecidos fluidos e enfatizam força à imagem geral da estação.

Andrômeda passou a ser desenvolvida a partir de um encontro entre Rafaella Caniello e Regina Silveira, uma das maiores artistas contemporâneas do Brasil. Regina é aclamada por sua experimentação e expansão de limites com sua arte, seja em técnicas, materiais ou conceitos, e é referência no cenário artístico atual do mundo.

O processo de criação da coleção contou com diversas visitas da diretora criativa ao ateliê da artista, um encontro com reflexos marcantes na estação. Tanto em expressões físicas — algumas obras de Silveira, como Abyssal e Anamorfa VI, foram licenciadas para a coleção e surgiram gráficas em tecidos vaporosos com transparências e jacquards — quanto conceitualmente. Sobre isso, Caniello comenta, “sempre pensei muito em movimentos, em encontrar texturas, unir formas e preencher esses vazios. Mas nunca havia trabalhado com eles de forma a escutá-los, torná-los o território principal da criação”. “Ter o privilégio de ter trocas poéticas com uma das maiores artistas do nosso país e do mundo me fez entender as geometrias dessa forma. Ao invés de delimitar, elas tornam o objeto infinito. Permitem a imaginação fluir, criam um movimento muito próprio — mais estrutural, atemporal.”

Segundo a própria Regina Silveira, que conheceu a diretora criativa há menos de um ano, “Rafaella olhou para o meu trabalho com profundidade, conseguiu usar fundamentos poéticos. A sombra e a luz que são constantes na minha obra e se transformaram em roupas onde a luz estava refletida. Rafaela trouxe uma abordagem própria com muita liberdade e escolheu obras que tinham caminhos para vestir pessoas”.

“Não existe mais uma mulher Neriage”, escreve Rafaella Caniello, fundadora e diretora criativa da marca paulistana no texto de 19 páginas que explica conceitualmente sua nova temporada. “Existem várias [mulheres]. E podemos ser algumas ou todas elas”. Não procure uma coleção como as outras, com ideias centrais e coesas, porque não tem. E a ideia é justamente essa”, ressalta.

No alto, à esquerda, Rafaella Caniello e Regina Silveira; à direita, a modelo Carol Trentini com look estampado com obra da artista e a obra Abyssal, 2010, de Regina Silveira, um dos trabalhos licenciados para a nova coleção da Neriage.  Foto: Regina Silveira/Neriage/Zé Takahashi/Divulgação

Na última segunda-feira, 5, Caniello e sua sócia, Laura Cerqueira Leite, reuniram imprensa e convidados para a apresentação da coleção Andrômeda, que aconteceu na praça das centenárias oliveiras do hotel Rosewood, na bela vista, em São Paulo. Sob a sombra dessas árvores, a Neriage desfilou uma coleção, assim como descreveu em seu texto, múltipla em propostas e estilos. A poesia, graça e sofisticação urbana, predicados que fazem parte da essência da marca desde sua criação, não foram deixados de lado, mas acompanham agora um amadurecimento que garante liberdade e acesso a mais mulheres.

A definição de um arquétipo-alvo – o cliente idealizado que personifica todos os valores de uma grife – é uma estratégia comum entre marcas e criadores. Mas libertar-se deste arquétipo, que ajuda a nortear sua criatividade, é fundamental para o próximo passo de uma marca de moda. Um passo que requer confiança e convicção para expandir horizontes e enriquecer a moda. Neste cenário, o nome da coleção, Andrômeda, é perfeito. É este o nome da galáxia espiral que está mais próxima da nossa Via Láctea – onde está a Terra – e que tem mais do que o dobro de seu tamanho. Rafaella, inclusive, faz questão de pontuar que a população de estrelas da galáxia vizinha é consideravelmente maior: são 1 trilhão de corpos celestes contra um número que figura entre 200 e 400 bilhões. Com a escolha do nome, a Neriage fala sobre expansão. Andrômeda, também é um nome que aparece na mitologia grega e sua história é símbolo de beleza e resistência.

Os plissados, que são característicos da marca desde sua fundação, surgiram poéticos, harmoniosos e fluidos, como já estamos acostumados a ver nos desfiles da marca, trazendo a bem-vinda feminilidade, movimento e linhas arquitetônicas às peças. Mas a técnica de construção de moda nessa coleção surgiu também em materiais como o couro, algo fresco ao universo estético da Neriage – ou melhor, em sua galáxia – e veio como elemento estruturador de propostas como a blusa cropped com mangas extra volumosas e marcadas. Tais inovações adicionam novos toques de ousadia à moda da Neriage, que chega também com muitos recortes e vestidos cuja silhueta destaca as curvas do corpo trazendo uma nova sensualidade. Os vários cintos adicionam um peso que contrapõe os tecidos fluidos e enfatizam força à imagem geral da estação.

Andrômeda passou a ser desenvolvida a partir de um encontro entre Rafaella Caniello e Regina Silveira, uma das maiores artistas contemporâneas do Brasil. Regina é aclamada por sua experimentação e expansão de limites com sua arte, seja em técnicas, materiais ou conceitos, e é referência no cenário artístico atual do mundo.

O processo de criação da coleção contou com diversas visitas da diretora criativa ao ateliê da artista, um encontro com reflexos marcantes na estação. Tanto em expressões físicas — algumas obras de Silveira, como Abyssal e Anamorfa VI, foram licenciadas para a coleção e surgiram gráficas em tecidos vaporosos com transparências e jacquards — quanto conceitualmente. Sobre isso, Caniello comenta, “sempre pensei muito em movimentos, em encontrar texturas, unir formas e preencher esses vazios. Mas nunca havia trabalhado com eles de forma a escutá-los, torná-los o território principal da criação”. “Ter o privilégio de ter trocas poéticas com uma das maiores artistas do nosso país e do mundo me fez entender as geometrias dessa forma. Ao invés de delimitar, elas tornam o objeto infinito. Permitem a imaginação fluir, criam um movimento muito próprio — mais estrutural, atemporal.”

Segundo a própria Regina Silveira, que conheceu a diretora criativa há menos de um ano, “Rafaella olhou para o meu trabalho com profundidade, conseguiu usar fundamentos poéticos. A sombra e a luz que são constantes na minha obra e se transformaram em roupas onde a luz estava refletida. Rafaela trouxe uma abordagem própria com muita liberdade e escolheu obras que tinham caminhos para vestir pessoas”.

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