Diretor de longas como Perigo no Coração, de 1985, e O Dossiê 51, de 1979, Michel Deville ficou conhecido por adaptar obras literárias ao cinema, como o romance Águas Profundas, de Patrícia Highsmith, rebatizado nas telonas como Vítima por Testemunha, com Isabelle Huppert e Jean-Louis Tritignant como protagonistas.
O diretor francês tinha 91 anos e morreu de “velhice”, segundo a mulher. Ele foi sepultado no cemitério de Boulogne-Billancourt, “a sua cidade”, perto de Paris. “Anunciamos hoje porque queríamos nos encontrar na privacidade de nossa família e Michel odiava cerimônias”, disse sua esposa e colaboradora Rosalinde Deville.
Deville dirigiu cerca de trinta longas-metragens e recebeu dois prêmios César do Cinema Francês por Dossier 51 (1979, melhor roteiro) e por Péril en la demeure (1986, melhor diretor). Quase todos os seus filmes foram baseados em obras literárias que ele mesmo adaptou, como O Leitor (1988) ou As Confissões do Doutor Sachs (1999), estrelado por Albert Dupontel, uma adaptação do romance de Martin Winckler.
Michel Deville nasceu em abril de 1931 e aprendeu o ofício de cineasta com seu mentor Henri Decoin. Em 1970 dirigiu Brigitte Bardot na comédia A Boneca e o Bruto, um dos últimos filmes da estrela francesa. Deville também filmou com estrelas como Romy Schneider, Jane Birkin e Jean-Pierre Cassel, no clássico Escalada ao Poder, de 1974, que conta as desventuras de um homem tímido que, de repente, começa a arrasar corações pelas ruas de Paris (e se mete em confusões com seu mentor).
(com informações da AFP)