Morre o ator Rubens Caribé aos 56 anos


Artista, que participou de produções como 'Fera Ferida' e 'Anos Rebeldes', enfrentava um câncer na língua nos últimos tempos

Por Redação
Atualização:

O ator Rubens Caribé morreu neste domingo, 5, aos 56 anos de idade. Ele sofreu uma parada cardíaca ao realizar um procedimento cirúrgico. Nos últimos tempos, lutava contra um câncer na língua.

Rubens Caribé em foto de novembro de 2019, na ocasião da estreia do espetáculo 'Frida Kahlo - Viva La Vida', no Sesc Pinheiros. Ator morreu em 5 de junho de 2022, aos 56 anos de idade. Foto: Silvana Garzaro/Estadão

Recentemente, Caribé esteve no elenco de Cidade Invisível, série da Netflix que faz uma releitura sobre o folclore brasileiro, interpretando Afonso, dono de uma construtora. Ele também estrela Cano Serrado, filme que vem sendo exibido em festivais como o do Rio e o de Havana desde 2018, mas ainda não estreou em circuito comercial.

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Montagem de 'A Megera Domada' dirigida por Cacá Rosset contou com atuação de Rubens Caribé no Teatro Sérgio Cardoso, em 2008. Foto: Nilton Fukuda/Estadão

Em seu blog no Estadão, o crítico Rodrigo Fonseca elogiou a atuação de Rubens Caribé, que, "devastadora, abrilhanta o longa": "Tem algo de inusitado na composição da asquerosa, porém magnética figura do Sargento Sebastião que parece não pertencer ao léxico habitual do cinema brasileiro. Há um tempo de distensão de espera nas falas, uma sensação quase brechtiana de distanciamento em seu olhar, um ar de fragilidade à moda Iago (de Othelo), disfarçado de velhacaria. É algo que havia na composição do Corisco de Othon Bastos, um filho de Brecht, e na guerrilheira encarnada por Dina Sfat em Macunaíma – paramos por aí. Caribé não afirma, ele sugere, insinua."

Rubens Caribé com Carla Regina, Monica Carvalho e Leonardo Bricio em cena da novela Cidadão Brasileiro, de Lauro Cesar Muniz, exibida pela Record, em 2007. Foto: Record TV/Divulgação
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O ator fez diversos trabalhos no teatro, em especial com o Grupo Ornitorrinco, do qual fez parte. Entre as peças, A Bela Adormecida (1987), Boy Meets Boys (1987), O Doente Imaginário (1989), Sonho de Uma Noite de Verão (1991) e O Melhor do Homem (1995), Pedras nos Bolsos (2006), A Megera Domada (2008), Fim de Partida (2016), Ricardo III ou Cenas da Vida de Meierhold (2019) e Mulheres de Areia (2020).

Na televisão, viveu seu auge nos anos 1990, quando esteve em produções da Globo como Fera Ferida (1993) e Anos Rebeldes (1992), além da novela Sangue do Meu Sangue (1995), do SBT. Na década seguinte, participou de novelas como Pícara Sonhadora (2001), no SBT, e Cidadão Brasileiro (2007), na Record. 

Em entrevista ao Estadão, em julho de 1993, falava sobre como se deu sua transição dos palcos à TV: "Rolou um teste para a minissérie Anos Rebeldes e me chamaram do Rio. Foi na época em que eu estava no Grupo Ornitorrinco. Tínhamos acabado de estrear em Curitiba e eu não queria largar a companhia."

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"Aí o Gilberto [Braga, autor], que estava no meu teste junto com o Denis Carvalho, falou que ia escrever um papel menor pra mim, porque queria que eu participasse. Acho que ele gostou dessa minha vibração meio tensa. Sou ansioso. Ele queria isso na minissérie. O Marcelo [seu personagem na trama] era um guerrilheiro e a situação histórica era tensa."

Rubens Caribé com Marco Antonio Pâmio na comédia 'Pedras nos Bolsos', em 2006 Foto: Jeferson Pancieri/Divulgação

O ator Rubens Caribé morreu neste domingo, 5, aos 56 anos de idade. Ele sofreu uma parada cardíaca ao realizar um procedimento cirúrgico. Nos últimos tempos, lutava contra um câncer na língua.

Rubens Caribé em foto de novembro de 2019, na ocasião da estreia do espetáculo 'Frida Kahlo - Viva La Vida', no Sesc Pinheiros. Ator morreu em 5 de junho de 2022, aos 56 anos de idade. Foto: Silvana Garzaro/Estadão

Recentemente, Caribé esteve no elenco de Cidade Invisível, série da Netflix que faz uma releitura sobre o folclore brasileiro, interpretando Afonso, dono de uma construtora. Ele também estrela Cano Serrado, filme que vem sendo exibido em festivais como o do Rio e o de Havana desde 2018, mas ainda não estreou em circuito comercial.

Montagem de 'A Megera Domada' dirigida por Cacá Rosset contou com atuação de Rubens Caribé no Teatro Sérgio Cardoso, em 2008. Foto: Nilton Fukuda/Estadão

Em seu blog no Estadão, o crítico Rodrigo Fonseca elogiou a atuação de Rubens Caribé, que, "devastadora, abrilhanta o longa": "Tem algo de inusitado na composição da asquerosa, porém magnética figura do Sargento Sebastião que parece não pertencer ao léxico habitual do cinema brasileiro. Há um tempo de distensão de espera nas falas, uma sensação quase brechtiana de distanciamento em seu olhar, um ar de fragilidade à moda Iago (de Othelo), disfarçado de velhacaria. É algo que havia na composição do Corisco de Othon Bastos, um filho de Brecht, e na guerrilheira encarnada por Dina Sfat em Macunaíma – paramos por aí. Caribé não afirma, ele sugere, insinua."

Rubens Caribé com Carla Regina, Monica Carvalho e Leonardo Bricio em cena da novela Cidadão Brasileiro, de Lauro Cesar Muniz, exibida pela Record, em 2007. Foto: Record TV/Divulgação

O ator fez diversos trabalhos no teatro, em especial com o Grupo Ornitorrinco, do qual fez parte. Entre as peças, A Bela Adormecida (1987), Boy Meets Boys (1987), O Doente Imaginário (1989), Sonho de Uma Noite de Verão (1991) e O Melhor do Homem (1995), Pedras nos Bolsos (2006), A Megera Domada (2008), Fim de Partida (2016), Ricardo III ou Cenas da Vida de Meierhold (2019) e Mulheres de Areia (2020).

Na televisão, viveu seu auge nos anos 1990, quando esteve em produções da Globo como Fera Ferida (1993) e Anos Rebeldes (1992), além da novela Sangue do Meu Sangue (1995), do SBT. Na década seguinte, participou de novelas como Pícara Sonhadora (2001), no SBT, e Cidadão Brasileiro (2007), na Record. 

Em entrevista ao Estadão, em julho de 1993, falava sobre como se deu sua transição dos palcos à TV: "Rolou um teste para a minissérie Anos Rebeldes e me chamaram do Rio. Foi na época em que eu estava no Grupo Ornitorrinco. Tínhamos acabado de estrear em Curitiba e eu não queria largar a companhia."

"Aí o Gilberto [Braga, autor], que estava no meu teste junto com o Denis Carvalho, falou que ia escrever um papel menor pra mim, porque queria que eu participasse. Acho que ele gostou dessa minha vibração meio tensa. Sou ansioso. Ele queria isso na minissérie. O Marcelo [seu personagem na trama] era um guerrilheiro e a situação histórica era tensa."

Rubens Caribé com Marco Antonio Pâmio na comédia 'Pedras nos Bolsos', em 2006 Foto: Jeferson Pancieri/Divulgação

O ator Rubens Caribé morreu neste domingo, 5, aos 56 anos de idade. Ele sofreu uma parada cardíaca ao realizar um procedimento cirúrgico. Nos últimos tempos, lutava contra um câncer na língua.

Rubens Caribé em foto de novembro de 2019, na ocasião da estreia do espetáculo 'Frida Kahlo - Viva La Vida', no Sesc Pinheiros. Ator morreu em 5 de junho de 2022, aos 56 anos de idade. Foto: Silvana Garzaro/Estadão

Recentemente, Caribé esteve no elenco de Cidade Invisível, série da Netflix que faz uma releitura sobre o folclore brasileiro, interpretando Afonso, dono de uma construtora. Ele também estrela Cano Serrado, filme que vem sendo exibido em festivais como o do Rio e o de Havana desde 2018, mas ainda não estreou em circuito comercial.

Montagem de 'A Megera Domada' dirigida por Cacá Rosset contou com atuação de Rubens Caribé no Teatro Sérgio Cardoso, em 2008. Foto: Nilton Fukuda/Estadão

Em seu blog no Estadão, o crítico Rodrigo Fonseca elogiou a atuação de Rubens Caribé, que, "devastadora, abrilhanta o longa": "Tem algo de inusitado na composição da asquerosa, porém magnética figura do Sargento Sebastião que parece não pertencer ao léxico habitual do cinema brasileiro. Há um tempo de distensão de espera nas falas, uma sensação quase brechtiana de distanciamento em seu olhar, um ar de fragilidade à moda Iago (de Othelo), disfarçado de velhacaria. É algo que havia na composição do Corisco de Othon Bastos, um filho de Brecht, e na guerrilheira encarnada por Dina Sfat em Macunaíma – paramos por aí. Caribé não afirma, ele sugere, insinua."

Rubens Caribé com Carla Regina, Monica Carvalho e Leonardo Bricio em cena da novela Cidadão Brasileiro, de Lauro Cesar Muniz, exibida pela Record, em 2007. Foto: Record TV/Divulgação

O ator fez diversos trabalhos no teatro, em especial com o Grupo Ornitorrinco, do qual fez parte. Entre as peças, A Bela Adormecida (1987), Boy Meets Boys (1987), O Doente Imaginário (1989), Sonho de Uma Noite de Verão (1991) e O Melhor do Homem (1995), Pedras nos Bolsos (2006), A Megera Domada (2008), Fim de Partida (2016), Ricardo III ou Cenas da Vida de Meierhold (2019) e Mulheres de Areia (2020).

Na televisão, viveu seu auge nos anos 1990, quando esteve em produções da Globo como Fera Ferida (1993) e Anos Rebeldes (1992), além da novela Sangue do Meu Sangue (1995), do SBT. Na década seguinte, participou de novelas como Pícara Sonhadora (2001), no SBT, e Cidadão Brasileiro (2007), na Record. 

Em entrevista ao Estadão, em julho de 1993, falava sobre como se deu sua transição dos palcos à TV: "Rolou um teste para a minissérie Anos Rebeldes e me chamaram do Rio. Foi na época em que eu estava no Grupo Ornitorrinco. Tínhamos acabado de estrear em Curitiba e eu não queria largar a companhia."

"Aí o Gilberto [Braga, autor], que estava no meu teste junto com o Denis Carvalho, falou que ia escrever um papel menor pra mim, porque queria que eu participasse. Acho que ele gostou dessa minha vibração meio tensa. Sou ansioso. Ele queria isso na minissérie. O Marcelo [seu personagem na trama] era um guerrilheiro e a situação histórica era tensa."

Rubens Caribé com Marco Antonio Pâmio na comédia 'Pedras nos Bolsos', em 2006 Foto: Jeferson Pancieri/Divulgação
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