A bossa nova, sempre ela, aproximou Tony Bennett do Brasil


Cantor americano queria cantar com João Gilberto, era amigo de Leny Andrade e gravou clássicos de Tom Jobim

Por Danilo Casaletti

A proximidade da bossa nova com o jazz americano é algo inconteste. Para os ouvidos de grandes cantores de jazz, como Tony Bennett, que morreu nesta sexta-feira, 21 de julho, aos 96 anos, a música criada por João Gilberto, Tom Jobim e o pessoal da zona sul carioca soava especial por trazer também em sua fórmula o samba brasileiro, sintetizado na famosa batida do violão de João.

Algo totalmente novo. E nisso está o fator de encantamento não só para Bennett, mas também para outros cantores e músicos de jazz, como Frank Sinatra, Ella Fitzgerald, Sarah Vaughan, Miles Davis e, mais recentemente, Samara Joy, a grande revelação do gênero nos últimos anos.

Bennett se apresentou no Brasil pela primeira vez em 1959, antes mesmo da bossa chegar aos palcos dos Estados Unidos no controverso concerto no Carnegie Hall, em 1962. Já havia ouvido falar de João Gilberto - e nessa altura o brasileiro ainda nem tinha gravado o lendário disco Getz/Gilberto, ao lado do saxofonista norte-americano Stan Getz.

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O cantor Tony Bennett gravou clássicos de Tom Jobim Foto: Lucas Jackson|Reuters

Foi João e sua mulher, a cantora Astrud Gilberto, quem apresentaram Bennett a outro grande músico brasileiro, Tom Jobim. Em uma entrevista à revista Rolling Stone, em 2009, Bennett disse que, ao retornar aos Estados Unidos, não parava de falar para todos como a bossa nova era maravilhosa.

Não era papo furado. Em 1963, gravou no álbum I Wanna Be Around a canção Quiet Nights of Quiet Stars, a versão em inglês de Corcovado, um dos maiores sucessos de Tom Jobim. O vocalise que Bennett faz na introdução da gravação, dialogando com o instrumental, é algo verdadeiramente especial, e que talvez nenhum cantor brasileiro tenha feito. Em 1965, gravou How Insensitive, versão de Insensatez, de Tom e Vinicius de Moraes.

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Tinha uma ligação especial com a cantora brasileira Leny Andrade, uma das vozes da bossa nova. Quando Leny se apresentava nos Estados Unidos, Bennett tinha o costume de ir assisti-la.

Bennett ao lado da cantora brasileira Leny Andrade (ao centro) Foto: Reprodução/ Instagram @lenyandradeoficial

Quando esteve no Brasil em 1994, para um show ao ar livre no Rio de Janeiro, Bennett disse em uma entrevista coletiva que gostaria de cantar ao lado de João Gilberto, seu cantor predileto, embora declarasse ter em Frank Sinatra um grande mestre. A produção de Bennett americano andou atrás de João, e, claro, não o encontrou.

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Bennett se apresentou no Brasil por diversas vezes. Além de 1994, esteve por aqui em 1980, 1986, 2009 e 2012. Em uma entrevista ao apresentador Jô Soares, na passagem de 2009, falou mais uma vez sobre João Gilberto.

“O João Gilberto, pra mim, ele é meu cantor favorito. Eu o vi em um show ao ar livre na Itália. Ele canta tão suave e correto que podíamos até ouvir os grilos ali... No fim, foi aplaudido por dois minutos de pé. É um grande artista. Precisa ser muito afinado. É um cantor muito honesto”, disse, na ocasião.

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Em 2012, em seu terceiro álbum de duetos, Viva Duets, convidou as cantoras brasileiras Maria Gadú e Ana Carolina para participarem ao lado de outros nomes latinos, como Thalia e Gloria Stefan. Juntos cantaram, respectivamente, Blue Velvet e The Very Thought of You, clássicos do jazz.

Entretanto, para o cantor que primava pela afinação, e avesso a qualquer exagero - Bennett apontava Elvis Presley como responsável por ter acabado com a era de ouro da música americana - suas melhores lembranças do Brasil, certamente, até o fim de seus dias, devem ter sido a voz afinada e as melodias modernas que só João, mesmo insensível aos seus apelos por um dueto, foi capaz de tirar de seu violão.

Em entrevista ao Estadão em 1995, ele definiu seu conceito de crooner, gênero que ele ajudou a consolidar. “Um crooner segura o microfone na mão e canta, em voz baixa, a respeito de coisas que são importantes na vida das pessoas. Tira proveito da proximidade. Como se dissesse: “chegue mais perto, vou te contar uma história”.

A proximidade da bossa nova com o jazz americano é algo inconteste. Para os ouvidos de grandes cantores de jazz, como Tony Bennett, que morreu nesta sexta-feira, 21 de julho, aos 96 anos, a música criada por João Gilberto, Tom Jobim e o pessoal da zona sul carioca soava especial por trazer também em sua fórmula o samba brasileiro, sintetizado na famosa batida do violão de João.

Algo totalmente novo. E nisso está o fator de encantamento não só para Bennett, mas também para outros cantores e músicos de jazz, como Frank Sinatra, Ella Fitzgerald, Sarah Vaughan, Miles Davis e, mais recentemente, Samara Joy, a grande revelação do gênero nos últimos anos.

Bennett se apresentou no Brasil pela primeira vez em 1959, antes mesmo da bossa chegar aos palcos dos Estados Unidos no controverso concerto no Carnegie Hall, em 1962. Já havia ouvido falar de João Gilberto - e nessa altura o brasileiro ainda nem tinha gravado o lendário disco Getz/Gilberto, ao lado do saxofonista norte-americano Stan Getz.

O cantor Tony Bennett gravou clássicos de Tom Jobim Foto: Lucas Jackson|Reuters

Foi João e sua mulher, a cantora Astrud Gilberto, quem apresentaram Bennett a outro grande músico brasileiro, Tom Jobim. Em uma entrevista à revista Rolling Stone, em 2009, Bennett disse que, ao retornar aos Estados Unidos, não parava de falar para todos como a bossa nova era maravilhosa.

Não era papo furado. Em 1963, gravou no álbum I Wanna Be Around a canção Quiet Nights of Quiet Stars, a versão em inglês de Corcovado, um dos maiores sucessos de Tom Jobim. O vocalise que Bennett faz na introdução da gravação, dialogando com o instrumental, é algo verdadeiramente especial, e que talvez nenhum cantor brasileiro tenha feito. Em 1965, gravou How Insensitive, versão de Insensatez, de Tom e Vinicius de Moraes.

Tinha uma ligação especial com a cantora brasileira Leny Andrade, uma das vozes da bossa nova. Quando Leny se apresentava nos Estados Unidos, Bennett tinha o costume de ir assisti-la.

Bennett ao lado da cantora brasileira Leny Andrade (ao centro) Foto: Reprodução/ Instagram @lenyandradeoficial

Quando esteve no Brasil em 1994, para um show ao ar livre no Rio de Janeiro, Bennett disse em uma entrevista coletiva que gostaria de cantar ao lado de João Gilberto, seu cantor predileto, embora declarasse ter em Frank Sinatra um grande mestre. A produção de Bennett americano andou atrás de João, e, claro, não o encontrou.

Bennett se apresentou no Brasil por diversas vezes. Além de 1994, esteve por aqui em 1980, 1986, 2009 e 2012. Em uma entrevista ao apresentador Jô Soares, na passagem de 2009, falou mais uma vez sobre João Gilberto.

“O João Gilberto, pra mim, ele é meu cantor favorito. Eu o vi em um show ao ar livre na Itália. Ele canta tão suave e correto que podíamos até ouvir os grilos ali... No fim, foi aplaudido por dois minutos de pé. É um grande artista. Precisa ser muito afinado. É um cantor muito honesto”, disse, na ocasião.

Em 2012, em seu terceiro álbum de duetos, Viva Duets, convidou as cantoras brasileiras Maria Gadú e Ana Carolina para participarem ao lado de outros nomes latinos, como Thalia e Gloria Stefan. Juntos cantaram, respectivamente, Blue Velvet e The Very Thought of You, clássicos do jazz.

Entretanto, para o cantor que primava pela afinação, e avesso a qualquer exagero - Bennett apontava Elvis Presley como responsável por ter acabado com a era de ouro da música americana - suas melhores lembranças do Brasil, certamente, até o fim de seus dias, devem ter sido a voz afinada e as melodias modernas que só João, mesmo insensível aos seus apelos por um dueto, foi capaz de tirar de seu violão.

Em entrevista ao Estadão em 1995, ele definiu seu conceito de crooner, gênero que ele ajudou a consolidar. “Um crooner segura o microfone na mão e canta, em voz baixa, a respeito de coisas que são importantes na vida das pessoas. Tira proveito da proximidade. Como se dissesse: “chegue mais perto, vou te contar uma história”.

A proximidade da bossa nova com o jazz americano é algo inconteste. Para os ouvidos de grandes cantores de jazz, como Tony Bennett, que morreu nesta sexta-feira, 21 de julho, aos 96 anos, a música criada por João Gilberto, Tom Jobim e o pessoal da zona sul carioca soava especial por trazer também em sua fórmula o samba brasileiro, sintetizado na famosa batida do violão de João.

Algo totalmente novo. E nisso está o fator de encantamento não só para Bennett, mas também para outros cantores e músicos de jazz, como Frank Sinatra, Ella Fitzgerald, Sarah Vaughan, Miles Davis e, mais recentemente, Samara Joy, a grande revelação do gênero nos últimos anos.

Bennett se apresentou no Brasil pela primeira vez em 1959, antes mesmo da bossa chegar aos palcos dos Estados Unidos no controverso concerto no Carnegie Hall, em 1962. Já havia ouvido falar de João Gilberto - e nessa altura o brasileiro ainda nem tinha gravado o lendário disco Getz/Gilberto, ao lado do saxofonista norte-americano Stan Getz.

O cantor Tony Bennett gravou clássicos de Tom Jobim Foto: Lucas Jackson|Reuters

Foi João e sua mulher, a cantora Astrud Gilberto, quem apresentaram Bennett a outro grande músico brasileiro, Tom Jobim. Em uma entrevista à revista Rolling Stone, em 2009, Bennett disse que, ao retornar aos Estados Unidos, não parava de falar para todos como a bossa nova era maravilhosa.

Não era papo furado. Em 1963, gravou no álbum I Wanna Be Around a canção Quiet Nights of Quiet Stars, a versão em inglês de Corcovado, um dos maiores sucessos de Tom Jobim. O vocalise que Bennett faz na introdução da gravação, dialogando com o instrumental, é algo verdadeiramente especial, e que talvez nenhum cantor brasileiro tenha feito. Em 1965, gravou How Insensitive, versão de Insensatez, de Tom e Vinicius de Moraes.

Tinha uma ligação especial com a cantora brasileira Leny Andrade, uma das vozes da bossa nova. Quando Leny se apresentava nos Estados Unidos, Bennett tinha o costume de ir assisti-la.

Bennett ao lado da cantora brasileira Leny Andrade (ao centro) Foto: Reprodução/ Instagram @lenyandradeoficial

Quando esteve no Brasil em 1994, para um show ao ar livre no Rio de Janeiro, Bennett disse em uma entrevista coletiva que gostaria de cantar ao lado de João Gilberto, seu cantor predileto, embora declarasse ter em Frank Sinatra um grande mestre. A produção de Bennett americano andou atrás de João, e, claro, não o encontrou.

Bennett se apresentou no Brasil por diversas vezes. Além de 1994, esteve por aqui em 1980, 1986, 2009 e 2012. Em uma entrevista ao apresentador Jô Soares, na passagem de 2009, falou mais uma vez sobre João Gilberto.

“O João Gilberto, pra mim, ele é meu cantor favorito. Eu o vi em um show ao ar livre na Itália. Ele canta tão suave e correto que podíamos até ouvir os grilos ali... No fim, foi aplaudido por dois minutos de pé. É um grande artista. Precisa ser muito afinado. É um cantor muito honesto”, disse, na ocasião.

Em 2012, em seu terceiro álbum de duetos, Viva Duets, convidou as cantoras brasileiras Maria Gadú e Ana Carolina para participarem ao lado de outros nomes latinos, como Thalia e Gloria Stefan. Juntos cantaram, respectivamente, Blue Velvet e The Very Thought of You, clássicos do jazz.

Entretanto, para o cantor que primava pela afinação, e avesso a qualquer exagero - Bennett apontava Elvis Presley como responsável por ter acabado com a era de ouro da música americana - suas melhores lembranças do Brasil, certamente, até o fim de seus dias, devem ter sido a voz afinada e as melodias modernas que só João, mesmo insensível aos seus apelos por um dueto, foi capaz de tirar de seu violão.

Em entrevista ao Estadão em 1995, ele definiu seu conceito de crooner, gênero que ele ajudou a consolidar. “Um crooner segura o microfone na mão e canta, em voz baixa, a respeito de coisas que são importantes na vida das pessoas. Tira proveito da proximidade. Como se dissesse: “chegue mais perto, vou te contar uma história”.

A proximidade da bossa nova com o jazz americano é algo inconteste. Para os ouvidos de grandes cantores de jazz, como Tony Bennett, que morreu nesta sexta-feira, 21 de julho, aos 96 anos, a música criada por João Gilberto, Tom Jobim e o pessoal da zona sul carioca soava especial por trazer também em sua fórmula o samba brasileiro, sintetizado na famosa batida do violão de João.

Algo totalmente novo. E nisso está o fator de encantamento não só para Bennett, mas também para outros cantores e músicos de jazz, como Frank Sinatra, Ella Fitzgerald, Sarah Vaughan, Miles Davis e, mais recentemente, Samara Joy, a grande revelação do gênero nos últimos anos.

Bennett se apresentou no Brasil pela primeira vez em 1959, antes mesmo da bossa chegar aos palcos dos Estados Unidos no controverso concerto no Carnegie Hall, em 1962. Já havia ouvido falar de João Gilberto - e nessa altura o brasileiro ainda nem tinha gravado o lendário disco Getz/Gilberto, ao lado do saxofonista norte-americano Stan Getz.

O cantor Tony Bennett gravou clássicos de Tom Jobim Foto: Lucas Jackson|Reuters

Foi João e sua mulher, a cantora Astrud Gilberto, quem apresentaram Bennett a outro grande músico brasileiro, Tom Jobim. Em uma entrevista à revista Rolling Stone, em 2009, Bennett disse que, ao retornar aos Estados Unidos, não parava de falar para todos como a bossa nova era maravilhosa.

Não era papo furado. Em 1963, gravou no álbum I Wanna Be Around a canção Quiet Nights of Quiet Stars, a versão em inglês de Corcovado, um dos maiores sucessos de Tom Jobim. O vocalise que Bennett faz na introdução da gravação, dialogando com o instrumental, é algo verdadeiramente especial, e que talvez nenhum cantor brasileiro tenha feito. Em 1965, gravou How Insensitive, versão de Insensatez, de Tom e Vinicius de Moraes.

Tinha uma ligação especial com a cantora brasileira Leny Andrade, uma das vozes da bossa nova. Quando Leny se apresentava nos Estados Unidos, Bennett tinha o costume de ir assisti-la.

Bennett ao lado da cantora brasileira Leny Andrade (ao centro) Foto: Reprodução/ Instagram @lenyandradeoficial

Quando esteve no Brasil em 1994, para um show ao ar livre no Rio de Janeiro, Bennett disse em uma entrevista coletiva que gostaria de cantar ao lado de João Gilberto, seu cantor predileto, embora declarasse ter em Frank Sinatra um grande mestre. A produção de Bennett americano andou atrás de João, e, claro, não o encontrou.

Bennett se apresentou no Brasil por diversas vezes. Além de 1994, esteve por aqui em 1980, 1986, 2009 e 2012. Em uma entrevista ao apresentador Jô Soares, na passagem de 2009, falou mais uma vez sobre João Gilberto.

“O João Gilberto, pra mim, ele é meu cantor favorito. Eu o vi em um show ao ar livre na Itália. Ele canta tão suave e correto que podíamos até ouvir os grilos ali... No fim, foi aplaudido por dois minutos de pé. É um grande artista. Precisa ser muito afinado. É um cantor muito honesto”, disse, na ocasião.

Em 2012, em seu terceiro álbum de duetos, Viva Duets, convidou as cantoras brasileiras Maria Gadú e Ana Carolina para participarem ao lado de outros nomes latinos, como Thalia e Gloria Stefan. Juntos cantaram, respectivamente, Blue Velvet e The Very Thought of You, clássicos do jazz.

Entretanto, para o cantor que primava pela afinação, e avesso a qualquer exagero - Bennett apontava Elvis Presley como responsável por ter acabado com a era de ouro da música americana - suas melhores lembranças do Brasil, certamente, até o fim de seus dias, devem ter sido a voz afinada e as melodias modernas que só João, mesmo insensível aos seus apelos por um dueto, foi capaz de tirar de seu violão.

Em entrevista ao Estadão em 1995, ele definiu seu conceito de crooner, gênero que ele ajudou a consolidar. “Um crooner segura o microfone na mão e canta, em voz baixa, a respeito de coisas que são importantes na vida das pessoas. Tira proveito da proximidade. Como se dissesse: “chegue mais perto, vou te contar uma história”.

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