Análise|Agnaldo Rayol era o último grande barítono da música popular brasileira


Rayol simbolizava uma escola tradicional de canto já em desuso - e esse era seu grande trunfo

Por Danilo Casaletti

Quando a música Mia Gioconda entrou para a trilha sonora da novela O Rei do Gado, de Benedito Ruy Barbosa, exibida pela TV Globo no ano de 1996, Agnaldo Rayol, ou melhor, o estilo de canto que ele representava, o bel canto, já estava em desuso na música popular. Gravada com a participação da dupla sertaneja Chrystian & Ralf, a música tocou na esteira do sucesso da trama e do personagem Geremias Berdinazzi, personagem de Raul Cortez.

Por isso mesmo, naquele momento, apenas Rayol, aqui no Brasil, poderia encarar o desafio de exibir sua técnica vocal e soltar a voz com influência operística exigida pela canção. Rayol, então, voltou aos programas de TV e às paradas de sucesso. Foi apenas mais um de seus renascimentos artísticos - três anos depois, seria a voz de abertura da novela Terra Nostra com Tormento D’Amore, gravada com a então cantora mirim galesa Charlotte Church.

Popular, Agnaldo Rayol atravessou gerações em cena Foto: Iara Morselli/Estadão
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Nascido no bairro de Bom Sucesso, na zona norte do Rio de Janeiro, Rayol, que morreu nesta segunda-feira, 4, aos 86 anos, começou a cantar ainda criança, acompanhado pelo tio. Fez o caminho obrigatório de todas os cantores que iniciavam a carreira nos anos 1940: os programas de calouro do rádio brasileiro. Foi na Rádio Nacional, sob o comando de Renato Murce, que ele deu seus primeiros passos e chamou a atenção de produtores, inclusive de cinema.

Em disco, estreou, como artista solo, em 1958, mesmo ano em que João Gilberto mudou a música brasileira com sua batida diferente no violão e seu cantor baixinho, quase sussurrado, da bossa nova, ou seja, uma antítese do canto de Rayol. Foi o primeiro a ouvir A Noite do Meu Bem, de Dolores Duran, por meio da própria compositora, música que nunca gravou. Mais uma prova de que sua voz interessava a diferentes estilos.

Rayol, com jeito de galã, seguiu em frente, gravando canções românticas e as versões que dominavam as rádios populares do Brasil. Ao contrário da geração anterior à bossa nova, que perdeu espaço na mídia - muitos cantores de rádio morreram esquecidos ou sufocados por problemas de saúde mental -, Rayol seguiu em alta em popularidade e ganhou um programa na TV Record, o Cortê Rayol Show, ao lado de Renato Cortê Real. O show televisivo fazia frente às atrações que se dedicavam à música moderna, como Jovem Guarda e O Fino da Bossa.

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Gravou Tom Jobim e Chico Buarque. Apresentou-se ao lado de Elis Regina. Rayol parecia imune ao carimbo de ultrapassado. Impunha-se com seu voz privilegiada e contava com a simpatia de ser um cantor romântico e popular.

Nos anos 1980, seguiu na TV ao apresentar o programa Festa Baile, na TV Cultura, que contava com orquestra do maestro Sylvio Mazzuca. Um prato cheio para os saudosistas. Vaidoso e bom de mídia, certa vez deu uma entrevista tomando banho nos bastidores do programa, que ficou no ar até o início dos anos 1990.

Além do novo renascimento nos anos 1990 e 2000, com sua inserção nas trilha sonoras das novelas da Globo, Rayol era requisitado para cantar Ave Maria, de Gounod, em casamentos pelo País. A agenda era cheia, era preciso marcar com meses de antecedência.

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Em 2008, gravou CD e DVD em comemoração aos 50 anos de carreira. Relembrou sucessos e chamou convidados para dividir o palco. Cometeu deslizes, como o de chamar o empresário Roberto Justus para cantar I’ve Got You Under My Skin, sucesso de Frank Sinatra. Mesmo assim, o produto foi bem em vendas.

A última gravação de Rayol ocorreu em 2021, para o projeto Vozes da Melhor Idade, do produtor Thiago Marques Luiz. Em um registro em vídeo, ele conta história de sua carreira e canta músicas como Fascinação e Sangrando.

Nos últimos três anos, diminuiu as apresentações, diante de problemas de memória que o incomodavam. Limitava-se a a aparecer em sua perfil no Instagram. Em abril, comunicou a morte da irmã, Marly, que também havia sido cantora. Em agosto, fez postagens em um restaurante em São Paulo, na quais apresentou seus pratos prediletos.

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Teve companheira Maria, a Mariazinha, que, na verdade, era sua secretária. Seu irmão mais novo, Ronaldo, também se dedicou à música. É violonista e trabalhou em shows e gravações de nomes como Cauby Peixoto, Angela Maria e Vania Bastos.

Depois das mortes de Cauby Peixoto (1931-2016) e Agnaldo Timóteo (1936-2021), para ficar em exemplos de artistas que se mantiveram ativos e relevantes no século 21, a saída de cena de Rayol simboliza o fim da era dos cantores românticos, de vozes potentes e com precisão na emissão das notas, como o bel canto representava.

Quando a música Mia Gioconda entrou para a trilha sonora da novela O Rei do Gado, de Benedito Ruy Barbosa, exibida pela TV Globo no ano de 1996, Agnaldo Rayol, ou melhor, o estilo de canto que ele representava, o bel canto, já estava em desuso na música popular. Gravada com a participação da dupla sertaneja Chrystian & Ralf, a música tocou na esteira do sucesso da trama e do personagem Geremias Berdinazzi, personagem de Raul Cortez.

Por isso mesmo, naquele momento, apenas Rayol, aqui no Brasil, poderia encarar o desafio de exibir sua técnica vocal e soltar a voz com influência operística exigida pela canção. Rayol, então, voltou aos programas de TV e às paradas de sucesso. Foi apenas mais um de seus renascimentos artísticos - três anos depois, seria a voz de abertura da novela Terra Nostra com Tormento D’Amore, gravada com a então cantora mirim galesa Charlotte Church.

Popular, Agnaldo Rayol atravessou gerações em cena Foto: Iara Morselli/Estadão

Nascido no bairro de Bom Sucesso, na zona norte do Rio de Janeiro, Rayol, que morreu nesta segunda-feira, 4, aos 86 anos, começou a cantar ainda criança, acompanhado pelo tio. Fez o caminho obrigatório de todas os cantores que iniciavam a carreira nos anos 1940: os programas de calouro do rádio brasileiro. Foi na Rádio Nacional, sob o comando de Renato Murce, que ele deu seus primeiros passos e chamou a atenção de produtores, inclusive de cinema.

Em disco, estreou, como artista solo, em 1958, mesmo ano em que João Gilberto mudou a música brasileira com sua batida diferente no violão e seu cantor baixinho, quase sussurrado, da bossa nova, ou seja, uma antítese do canto de Rayol. Foi o primeiro a ouvir A Noite do Meu Bem, de Dolores Duran, por meio da própria compositora, música que nunca gravou. Mais uma prova de que sua voz interessava a diferentes estilos.

Rayol, com jeito de galã, seguiu em frente, gravando canções românticas e as versões que dominavam as rádios populares do Brasil. Ao contrário da geração anterior à bossa nova, que perdeu espaço na mídia - muitos cantores de rádio morreram esquecidos ou sufocados por problemas de saúde mental -, Rayol seguiu em alta em popularidade e ganhou um programa na TV Record, o Cortê Rayol Show, ao lado de Renato Cortê Real. O show televisivo fazia frente às atrações que se dedicavam à música moderna, como Jovem Guarda e O Fino da Bossa.

Gravou Tom Jobim e Chico Buarque. Apresentou-se ao lado de Elis Regina. Rayol parecia imune ao carimbo de ultrapassado. Impunha-se com seu voz privilegiada e contava com a simpatia de ser um cantor romântico e popular.

Nos anos 1980, seguiu na TV ao apresentar o programa Festa Baile, na TV Cultura, que contava com orquestra do maestro Sylvio Mazzuca. Um prato cheio para os saudosistas. Vaidoso e bom de mídia, certa vez deu uma entrevista tomando banho nos bastidores do programa, que ficou no ar até o início dos anos 1990.

Além do novo renascimento nos anos 1990 e 2000, com sua inserção nas trilha sonoras das novelas da Globo, Rayol era requisitado para cantar Ave Maria, de Gounod, em casamentos pelo País. A agenda era cheia, era preciso marcar com meses de antecedência.

Em 2008, gravou CD e DVD em comemoração aos 50 anos de carreira. Relembrou sucessos e chamou convidados para dividir o palco. Cometeu deslizes, como o de chamar o empresário Roberto Justus para cantar I’ve Got You Under My Skin, sucesso de Frank Sinatra. Mesmo assim, o produto foi bem em vendas.

A última gravação de Rayol ocorreu em 2021, para o projeto Vozes da Melhor Idade, do produtor Thiago Marques Luiz. Em um registro em vídeo, ele conta história de sua carreira e canta músicas como Fascinação e Sangrando.

Nos últimos três anos, diminuiu as apresentações, diante de problemas de memória que o incomodavam. Limitava-se a a aparecer em sua perfil no Instagram. Em abril, comunicou a morte da irmã, Marly, que também havia sido cantora. Em agosto, fez postagens em um restaurante em São Paulo, na quais apresentou seus pratos prediletos.

Teve companheira Maria, a Mariazinha, que, na verdade, era sua secretária. Seu irmão mais novo, Ronaldo, também se dedicou à música. É violonista e trabalhou em shows e gravações de nomes como Cauby Peixoto, Angela Maria e Vania Bastos.

Depois das mortes de Cauby Peixoto (1931-2016) e Agnaldo Timóteo (1936-2021), para ficar em exemplos de artistas que se mantiveram ativos e relevantes no século 21, a saída de cena de Rayol simboliza o fim da era dos cantores românticos, de vozes potentes e com precisão na emissão das notas, como o bel canto representava.

Quando a música Mia Gioconda entrou para a trilha sonora da novela O Rei do Gado, de Benedito Ruy Barbosa, exibida pela TV Globo no ano de 1996, Agnaldo Rayol, ou melhor, o estilo de canto que ele representava, o bel canto, já estava em desuso na música popular. Gravada com a participação da dupla sertaneja Chrystian & Ralf, a música tocou na esteira do sucesso da trama e do personagem Geremias Berdinazzi, personagem de Raul Cortez.

Por isso mesmo, naquele momento, apenas Rayol, aqui no Brasil, poderia encarar o desafio de exibir sua técnica vocal e soltar a voz com influência operística exigida pela canção. Rayol, então, voltou aos programas de TV e às paradas de sucesso. Foi apenas mais um de seus renascimentos artísticos - três anos depois, seria a voz de abertura da novela Terra Nostra com Tormento D’Amore, gravada com a então cantora mirim galesa Charlotte Church.

Popular, Agnaldo Rayol atravessou gerações em cena Foto: Iara Morselli/Estadão

Nascido no bairro de Bom Sucesso, na zona norte do Rio de Janeiro, Rayol, que morreu nesta segunda-feira, 4, aos 86 anos, começou a cantar ainda criança, acompanhado pelo tio. Fez o caminho obrigatório de todas os cantores que iniciavam a carreira nos anos 1940: os programas de calouro do rádio brasileiro. Foi na Rádio Nacional, sob o comando de Renato Murce, que ele deu seus primeiros passos e chamou a atenção de produtores, inclusive de cinema.

Em disco, estreou, como artista solo, em 1958, mesmo ano em que João Gilberto mudou a música brasileira com sua batida diferente no violão e seu cantor baixinho, quase sussurrado, da bossa nova, ou seja, uma antítese do canto de Rayol. Foi o primeiro a ouvir A Noite do Meu Bem, de Dolores Duran, por meio da própria compositora, música que nunca gravou. Mais uma prova de que sua voz interessava a diferentes estilos.

Rayol, com jeito de galã, seguiu em frente, gravando canções românticas e as versões que dominavam as rádios populares do Brasil. Ao contrário da geração anterior à bossa nova, que perdeu espaço na mídia - muitos cantores de rádio morreram esquecidos ou sufocados por problemas de saúde mental -, Rayol seguiu em alta em popularidade e ganhou um programa na TV Record, o Cortê Rayol Show, ao lado de Renato Cortê Real. O show televisivo fazia frente às atrações que se dedicavam à música moderna, como Jovem Guarda e O Fino da Bossa.

Gravou Tom Jobim e Chico Buarque. Apresentou-se ao lado de Elis Regina. Rayol parecia imune ao carimbo de ultrapassado. Impunha-se com seu voz privilegiada e contava com a simpatia de ser um cantor romântico e popular.

Nos anos 1980, seguiu na TV ao apresentar o programa Festa Baile, na TV Cultura, que contava com orquestra do maestro Sylvio Mazzuca. Um prato cheio para os saudosistas. Vaidoso e bom de mídia, certa vez deu uma entrevista tomando banho nos bastidores do programa, que ficou no ar até o início dos anos 1990.

Além do novo renascimento nos anos 1990 e 2000, com sua inserção nas trilha sonoras das novelas da Globo, Rayol era requisitado para cantar Ave Maria, de Gounod, em casamentos pelo País. A agenda era cheia, era preciso marcar com meses de antecedência.

Em 2008, gravou CD e DVD em comemoração aos 50 anos de carreira. Relembrou sucessos e chamou convidados para dividir o palco. Cometeu deslizes, como o de chamar o empresário Roberto Justus para cantar I’ve Got You Under My Skin, sucesso de Frank Sinatra. Mesmo assim, o produto foi bem em vendas.

A última gravação de Rayol ocorreu em 2021, para o projeto Vozes da Melhor Idade, do produtor Thiago Marques Luiz. Em um registro em vídeo, ele conta história de sua carreira e canta músicas como Fascinação e Sangrando.

Nos últimos três anos, diminuiu as apresentações, diante de problemas de memória que o incomodavam. Limitava-se a a aparecer em sua perfil no Instagram. Em abril, comunicou a morte da irmã, Marly, que também havia sido cantora. Em agosto, fez postagens em um restaurante em São Paulo, na quais apresentou seus pratos prediletos.

Teve companheira Maria, a Mariazinha, que, na verdade, era sua secretária. Seu irmão mais novo, Ronaldo, também se dedicou à música. É violonista e trabalhou em shows e gravações de nomes como Cauby Peixoto, Angela Maria e Vania Bastos.

Depois das mortes de Cauby Peixoto (1931-2016) e Agnaldo Timóteo (1936-2021), para ficar em exemplos de artistas que se mantiveram ativos e relevantes no século 21, a saída de cena de Rayol simboliza o fim da era dos cantores românticos, de vozes potentes e com precisão na emissão das notas, como o bel canto representava.

Quando a música Mia Gioconda entrou para a trilha sonora da novela O Rei do Gado, de Benedito Ruy Barbosa, exibida pela TV Globo no ano de 1996, Agnaldo Rayol, ou melhor, o estilo de canto que ele representava, o bel canto, já estava em desuso na música popular. Gravada com a participação da dupla sertaneja Chrystian & Ralf, a música tocou na esteira do sucesso da trama e do personagem Geremias Berdinazzi, personagem de Raul Cortez.

Por isso mesmo, naquele momento, apenas Rayol, aqui no Brasil, poderia encarar o desafio de exibir sua técnica vocal e soltar a voz com influência operística exigida pela canção. Rayol, então, voltou aos programas de TV e às paradas de sucesso. Foi apenas mais um de seus renascimentos artísticos - três anos depois, seria a voz de abertura da novela Terra Nostra com Tormento D’Amore, gravada com a então cantora mirim galesa Charlotte Church.

Popular, Agnaldo Rayol atravessou gerações em cena Foto: Iara Morselli/Estadão

Nascido no bairro de Bom Sucesso, na zona norte do Rio de Janeiro, Rayol, que morreu nesta segunda-feira, 4, aos 86 anos, começou a cantar ainda criança, acompanhado pelo tio. Fez o caminho obrigatório de todas os cantores que iniciavam a carreira nos anos 1940: os programas de calouro do rádio brasileiro. Foi na Rádio Nacional, sob o comando de Renato Murce, que ele deu seus primeiros passos e chamou a atenção de produtores, inclusive de cinema.

Em disco, estreou, como artista solo, em 1958, mesmo ano em que João Gilberto mudou a música brasileira com sua batida diferente no violão e seu cantor baixinho, quase sussurrado, da bossa nova, ou seja, uma antítese do canto de Rayol. Foi o primeiro a ouvir A Noite do Meu Bem, de Dolores Duran, por meio da própria compositora, música que nunca gravou. Mais uma prova de que sua voz interessava a diferentes estilos.

Rayol, com jeito de galã, seguiu em frente, gravando canções românticas e as versões que dominavam as rádios populares do Brasil. Ao contrário da geração anterior à bossa nova, que perdeu espaço na mídia - muitos cantores de rádio morreram esquecidos ou sufocados por problemas de saúde mental -, Rayol seguiu em alta em popularidade e ganhou um programa na TV Record, o Cortê Rayol Show, ao lado de Renato Cortê Real. O show televisivo fazia frente às atrações que se dedicavam à música moderna, como Jovem Guarda e O Fino da Bossa.

Gravou Tom Jobim e Chico Buarque. Apresentou-se ao lado de Elis Regina. Rayol parecia imune ao carimbo de ultrapassado. Impunha-se com seu voz privilegiada e contava com a simpatia de ser um cantor romântico e popular.

Nos anos 1980, seguiu na TV ao apresentar o programa Festa Baile, na TV Cultura, que contava com orquestra do maestro Sylvio Mazzuca. Um prato cheio para os saudosistas. Vaidoso e bom de mídia, certa vez deu uma entrevista tomando banho nos bastidores do programa, que ficou no ar até o início dos anos 1990.

Além do novo renascimento nos anos 1990 e 2000, com sua inserção nas trilha sonoras das novelas da Globo, Rayol era requisitado para cantar Ave Maria, de Gounod, em casamentos pelo País. A agenda era cheia, era preciso marcar com meses de antecedência.

Em 2008, gravou CD e DVD em comemoração aos 50 anos de carreira. Relembrou sucessos e chamou convidados para dividir o palco. Cometeu deslizes, como o de chamar o empresário Roberto Justus para cantar I’ve Got You Under My Skin, sucesso de Frank Sinatra. Mesmo assim, o produto foi bem em vendas.

A última gravação de Rayol ocorreu em 2021, para o projeto Vozes da Melhor Idade, do produtor Thiago Marques Luiz. Em um registro em vídeo, ele conta história de sua carreira e canta músicas como Fascinação e Sangrando.

Nos últimos três anos, diminuiu as apresentações, diante de problemas de memória que o incomodavam. Limitava-se a a aparecer em sua perfil no Instagram. Em abril, comunicou a morte da irmã, Marly, que também havia sido cantora. Em agosto, fez postagens em um restaurante em São Paulo, na quais apresentou seus pratos prediletos.

Teve companheira Maria, a Mariazinha, que, na verdade, era sua secretária. Seu irmão mais novo, Ronaldo, também se dedicou à música. É violonista e trabalhou em shows e gravações de nomes como Cauby Peixoto, Angela Maria e Vania Bastos.

Depois das mortes de Cauby Peixoto (1931-2016) e Agnaldo Timóteo (1936-2021), para ficar em exemplos de artistas que se mantiveram ativos e relevantes no século 21, a saída de cena de Rayol simboliza o fim da era dos cantores românticos, de vozes potentes e com precisão na emissão das notas, como o bel canto representava.

Análise por Danilo Casaletti

Repórter de Cultura do Estadão

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