Análise: Angela Maria foi a matriz de todas as vozes de uma geração


Cantora que moldou de Elis Regina a Ney Matogrosso cantava cada frase com uma verdade incontestável

Por Julio Maria
Atualização:

A matriz de todas as vozes. O efeito Angela Maria na história da música brasileira foi avassalador a partir do momento em que a Radio Mayrink Veiga, em um primeiro momento, e a Rádio Nacional logo depois passaram a propagar sua voz pelas casas do País. A Era do Rádio pulsava em alto volume e as vozes de Angela e Cauby naqueles meados da década de 1940 seriam definidoras de um canto que moldaria as gerações seguintes.

Angela Maria foi homenageada pela escola de samba de São Paulo Águia de Ouro, em 2012 - José Patrício/Agência Estado Foto:

As entrevistas com cantoras e cantores feitas por anos e os ofícios de biógrafo atestam um fato. Angela Maria foi a conversão, o susto, o primeiro arrebatamento de todas as intérpretes que mais tarde criariam suas próprias escolas. Elis Regina a imitava na juventude, e levou os trinados e a impostado logo para seu primeiro disco, Viva a Brotolândia. Gal e Bethânia a conheceram na mesma época e da mesma forma.

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Sua matriz transbordou ao gênero e os homens também a adotaram. Ney Matogrosso, Milton Nascimento, Caetano Veloso. Ser invadido por Angela não era necessariamente cantar empostado, mas deixar-se invadir por uma interpretação de entrega que nem a dinamitação do canto grande promovida pela bossa nova venceria.

Angela Maria Foto: Jair de Assis

Os anos trariam novas referências, mas nenhuma contornaria a contaminação empírica à qual qualquer voz emitida para cantar em português estaria exposta. Em 1955, seu disco seminal, A Rainha Canta, mesmo sob a limitação técnica da época, trazia um timbre que transpassava famílias reunidas nas salas de casa, em torno dos aparelhos.

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Angela tinha em apenas uma canção a ternura e a força. Escuta, uma das interpretações que a firmava a partir de 55, era uma aula de canto gratuita para quem começava, como Elis, a se aventurar. Era adoçura exausta da mulher dominada pelo cansaço diante do amor que não será seu para que tudo termine em um vibrato de desabafo longo e cortante.

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Música de Tom e Luiz Bonfá foi gravada pela cantora em 1954

Mil anos se passaram e Angela, em 2017, gravou um álbum com músicas de Roberto e Erasmo Carlos. Sua voz já tinha o peso da vida interpretada na realidade, a glória e o sofrimento, os amores e as perdas de muitos homens. As letras de Roberto e Erasmo eram os últimos veículos de sentimentos que a alimentaram por uma vida.

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"Preciso lembrar que eu existo, que eu existo..." "Por que me arrasto a seus pés, por que me dou tanto assim..." "Já está chegando a hora de ir, venho aqui me despedir e dizer... O meu coração aqui vou deixar, não ligue se acaso eu chorar, mas agora, adeus." Angela, como seu amor maior Cauby Peixoto, partiu íntegra em seu canto e fiel a cada frase de amor que a fez gigante.

A matriz de todas as vozes. O efeito Angela Maria na história da música brasileira foi avassalador a partir do momento em que a Radio Mayrink Veiga, em um primeiro momento, e a Rádio Nacional logo depois passaram a propagar sua voz pelas casas do País. A Era do Rádio pulsava em alto volume e as vozes de Angela e Cauby naqueles meados da década de 1940 seriam definidoras de um canto que moldaria as gerações seguintes.

Angela Maria foi homenageada pela escola de samba de São Paulo Águia de Ouro, em 2012 - José Patrício/Agência Estado Foto:

As entrevistas com cantoras e cantores feitas por anos e os ofícios de biógrafo atestam um fato. Angela Maria foi a conversão, o susto, o primeiro arrebatamento de todas as intérpretes que mais tarde criariam suas próprias escolas. Elis Regina a imitava na juventude, e levou os trinados e a impostado logo para seu primeiro disco, Viva a Brotolândia. Gal e Bethânia a conheceram na mesma época e da mesma forma.

Sua matriz transbordou ao gênero e os homens também a adotaram. Ney Matogrosso, Milton Nascimento, Caetano Veloso. Ser invadido por Angela não era necessariamente cantar empostado, mas deixar-se invadir por uma interpretação de entrega que nem a dinamitação do canto grande promovida pela bossa nova venceria.

Angela Maria Foto: Jair de Assis

Os anos trariam novas referências, mas nenhuma contornaria a contaminação empírica à qual qualquer voz emitida para cantar em português estaria exposta. Em 1955, seu disco seminal, A Rainha Canta, mesmo sob a limitação técnica da época, trazia um timbre que transpassava famílias reunidas nas salas de casa, em torno dos aparelhos.

Angela tinha em apenas uma canção a ternura e a força. Escuta, uma das interpretações que a firmava a partir de 55, era uma aula de canto gratuita para quem começava, como Elis, a se aventurar. Era adoçura exausta da mulher dominada pelo cansaço diante do amor que não será seu para que tudo termine em um vibrato de desabafo longo e cortante.

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Música de Tom e Luiz Bonfá foi gravada pela cantora em 1954

Mil anos se passaram e Angela, em 2017, gravou um álbum com músicas de Roberto e Erasmo Carlos. Sua voz já tinha o peso da vida interpretada na realidade, a glória e o sofrimento, os amores e as perdas de muitos homens. As letras de Roberto e Erasmo eram os últimos veículos de sentimentos que a alimentaram por uma vida.

"Preciso lembrar que eu existo, que eu existo..." "Por que me arrasto a seus pés, por que me dou tanto assim..." "Já está chegando a hora de ir, venho aqui me despedir e dizer... O meu coração aqui vou deixar, não ligue se acaso eu chorar, mas agora, adeus." Angela, como seu amor maior Cauby Peixoto, partiu íntegra em seu canto e fiel a cada frase de amor que a fez gigante.

A matriz de todas as vozes. O efeito Angela Maria na história da música brasileira foi avassalador a partir do momento em que a Radio Mayrink Veiga, em um primeiro momento, e a Rádio Nacional logo depois passaram a propagar sua voz pelas casas do País. A Era do Rádio pulsava em alto volume e as vozes de Angela e Cauby naqueles meados da década de 1940 seriam definidoras de um canto que moldaria as gerações seguintes.

Angela Maria foi homenageada pela escola de samba de São Paulo Águia de Ouro, em 2012 - José Patrício/Agência Estado Foto:

As entrevistas com cantoras e cantores feitas por anos e os ofícios de biógrafo atestam um fato. Angela Maria foi a conversão, o susto, o primeiro arrebatamento de todas as intérpretes que mais tarde criariam suas próprias escolas. Elis Regina a imitava na juventude, e levou os trinados e a impostado logo para seu primeiro disco, Viva a Brotolândia. Gal e Bethânia a conheceram na mesma época e da mesma forma.

Sua matriz transbordou ao gênero e os homens também a adotaram. Ney Matogrosso, Milton Nascimento, Caetano Veloso. Ser invadido por Angela não era necessariamente cantar empostado, mas deixar-se invadir por uma interpretação de entrega que nem a dinamitação do canto grande promovida pela bossa nova venceria.

Angela Maria Foto: Jair de Assis

Os anos trariam novas referências, mas nenhuma contornaria a contaminação empírica à qual qualquer voz emitida para cantar em português estaria exposta. Em 1955, seu disco seminal, A Rainha Canta, mesmo sob a limitação técnica da época, trazia um timbre que transpassava famílias reunidas nas salas de casa, em torno dos aparelhos.

Angela tinha em apenas uma canção a ternura e a força. Escuta, uma das interpretações que a firmava a partir de 55, era uma aula de canto gratuita para quem começava, como Elis, a se aventurar. Era adoçura exausta da mulher dominada pelo cansaço diante do amor que não será seu para que tudo termine em um vibrato de desabafo longo e cortante.

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Música de Tom e Luiz Bonfá foi gravada pela cantora em 1954

Mil anos se passaram e Angela, em 2017, gravou um álbum com músicas de Roberto e Erasmo Carlos. Sua voz já tinha o peso da vida interpretada na realidade, a glória e o sofrimento, os amores e as perdas de muitos homens. As letras de Roberto e Erasmo eram os últimos veículos de sentimentos que a alimentaram por uma vida.

"Preciso lembrar que eu existo, que eu existo..." "Por que me arrasto a seus pés, por que me dou tanto assim..." "Já está chegando a hora de ir, venho aqui me despedir e dizer... O meu coração aqui vou deixar, não ligue se acaso eu chorar, mas agora, adeus." Angela, como seu amor maior Cauby Peixoto, partiu íntegra em seu canto e fiel a cada frase de amor que a fez gigante.

A matriz de todas as vozes. O efeito Angela Maria na história da música brasileira foi avassalador a partir do momento em que a Radio Mayrink Veiga, em um primeiro momento, e a Rádio Nacional logo depois passaram a propagar sua voz pelas casas do País. A Era do Rádio pulsava em alto volume e as vozes de Angela e Cauby naqueles meados da década de 1940 seriam definidoras de um canto que moldaria as gerações seguintes.

Angela Maria foi homenageada pela escola de samba de São Paulo Águia de Ouro, em 2012 - José Patrício/Agência Estado Foto:

As entrevistas com cantoras e cantores feitas por anos e os ofícios de biógrafo atestam um fato. Angela Maria foi a conversão, o susto, o primeiro arrebatamento de todas as intérpretes que mais tarde criariam suas próprias escolas. Elis Regina a imitava na juventude, e levou os trinados e a impostado logo para seu primeiro disco, Viva a Brotolândia. Gal e Bethânia a conheceram na mesma época e da mesma forma.

Sua matriz transbordou ao gênero e os homens também a adotaram. Ney Matogrosso, Milton Nascimento, Caetano Veloso. Ser invadido por Angela não era necessariamente cantar empostado, mas deixar-se invadir por uma interpretação de entrega que nem a dinamitação do canto grande promovida pela bossa nova venceria.

Angela Maria Foto: Jair de Assis

Os anos trariam novas referências, mas nenhuma contornaria a contaminação empírica à qual qualquer voz emitida para cantar em português estaria exposta. Em 1955, seu disco seminal, A Rainha Canta, mesmo sob a limitação técnica da época, trazia um timbre que transpassava famílias reunidas nas salas de casa, em torno dos aparelhos.

Angela tinha em apenas uma canção a ternura e a força. Escuta, uma das interpretações que a firmava a partir de 55, era uma aula de canto gratuita para quem começava, como Elis, a se aventurar. Era adoçura exausta da mulher dominada pelo cansaço diante do amor que não será seu para que tudo termine em um vibrato de desabafo longo e cortante.

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Música de Tom e Luiz Bonfá foi gravada pela cantora em 1954

Mil anos se passaram e Angela, em 2017, gravou um álbum com músicas de Roberto e Erasmo Carlos. Sua voz já tinha o peso da vida interpretada na realidade, a glória e o sofrimento, os amores e as perdas de muitos homens. As letras de Roberto e Erasmo eram os últimos veículos de sentimentos que a alimentaram por uma vida.

"Preciso lembrar que eu existo, que eu existo..." "Por que me arrasto a seus pés, por que me dou tanto assim..." "Já está chegando a hora de ir, venho aqui me despedir e dizer... O meu coração aqui vou deixar, não ligue se acaso eu chorar, mas agora, adeus." Angela, como seu amor maior Cauby Peixoto, partiu íntegra em seu canto e fiel a cada frase de amor que a fez gigante.

A matriz de todas as vozes. O efeito Angela Maria na história da música brasileira foi avassalador a partir do momento em que a Radio Mayrink Veiga, em um primeiro momento, e a Rádio Nacional logo depois passaram a propagar sua voz pelas casas do País. A Era do Rádio pulsava em alto volume e as vozes de Angela e Cauby naqueles meados da década de 1940 seriam definidoras de um canto que moldaria as gerações seguintes.

Angela Maria foi homenageada pela escola de samba de São Paulo Águia de Ouro, em 2012 - José Patrício/Agência Estado Foto:

As entrevistas com cantoras e cantores feitas por anos e os ofícios de biógrafo atestam um fato. Angela Maria foi a conversão, o susto, o primeiro arrebatamento de todas as intérpretes que mais tarde criariam suas próprias escolas. Elis Regina a imitava na juventude, e levou os trinados e a impostado logo para seu primeiro disco, Viva a Brotolândia. Gal e Bethânia a conheceram na mesma época e da mesma forma.

Sua matriz transbordou ao gênero e os homens também a adotaram. Ney Matogrosso, Milton Nascimento, Caetano Veloso. Ser invadido por Angela não era necessariamente cantar empostado, mas deixar-se invadir por uma interpretação de entrega que nem a dinamitação do canto grande promovida pela bossa nova venceria.

Angela Maria Foto: Jair de Assis

Os anos trariam novas referências, mas nenhuma contornaria a contaminação empírica à qual qualquer voz emitida para cantar em português estaria exposta. Em 1955, seu disco seminal, A Rainha Canta, mesmo sob a limitação técnica da época, trazia um timbre que transpassava famílias reunidas nas salas de casa, em torno dos aparelhos.

Angela tinha em apenas uma canção a ternura e a força. Escuta, uma das interpretações que a firmava a partir de 55, era uma aula de canto gratuita para quem começava, como Elis, a se aventurar. Era adoçura exausta da mulher dominada pelo cansaço diante do amor que não será seu para que tudo termine em um vibrato de desabafo longo e cortante.

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Mil anos se passaram e Angela, em 2017, gravou um álbum com músicas de Roberto e Erasmo Carlos. Sua voz já tinha o peso da vida interpretada na realidade, a glória e o sofrimento, os amores e as perdas de muitos homens. As letras de Roberto e Erasmo eram os últimos veículos de sentimentos que a alimentaram por uma vida.

"Preciso lembrar que eu existo, que eu existo..." "Por que me arrasto a seus pés, por que me dou tanto assim..." "Já está chegando a hora de ir, venho aqui me despedir e dizer... O meu coração aqui vou deixar, não ligue se acaso eu chorar, mas agora, adeus." Angela, como seu amor maior Cauby Peixoto, partiu íntegra em seu canto e fiel a cada frase de amor que a fez gigante.

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