As mulheres que salvaram o rock: conheça o trio Boygenius, que bate de frente com popstars no Grammy


Grupo que une Phoebe Bridgers, Lucy Dacus e Julien Baker foi um dos mais indicados na premiação; banda aponta um futuro para o rock, gênero que parecia estagnado

Por Dora Guerra
Atualização:

Entre as indicações ao Grammy 2024 anunciadas no último dia 10, há popstars como Taylor Swift, Olivia Rodrigo e Miley Cyrus. Mas um nome fora desse circuito chamou a atenção: o grupo Boygenius, indicado a seis categorias, incluindo o cobiçado prêmio de Álbum do Ano.

Um dos seletos grupos “alternativos” a acumular sucesso de público e crítica nos EUA, o Boygenius é um trio de mulheres: Phoebe Bridgers, Lucy Dacus e Julien Baker. Tecnicamente, trata-se de um supergrupo – um grupo formado por pessoas que já tinham carreira solo e relativo sucesso antes da banda.

E é super mesmo. O trio tem dois EPs e um álbum, foi capa da Rolling Stone neste ano e já angariou elogios de nomes de grande porte, de Dave Grohl a Billie Eilish e a própria Taylor Swift. Entenda quem são as Boygenius – e como estão conquistando seu lugar no topo:

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Boygenius Foto: Reprodução/Instagram/@xboygeniusx

Entenda o fenômeno Boygenius

Phoebe Bridgers, Lucy Dacus e Julien Baker já orbitavam no universo do indie rock estadunidense, dividiam turnês e acabam se encontrando com alguma frequência. Como toda mulher que sabe empunhar uma guitarra, elas estavam habituadas a ouvir questionamentos relacionados, simplesmente, ao fato de serem mulheres. E saberem empunhar uma guitarra.

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A banda nasceu dessa conexão e incômodo: com a proposta de se reunir em estúdios com suas próprias bagagens e sem uma presença masculina, surgiu o Boygenius em 2018. O nome vem de “boy genius” (garoto gênio): uma brincadeira com a autoconfiança de homens que são chamados de geniais desde novos, nunca duvidando de si mesmos desde então.

Isso não as impede de reverenciar os homens que vieram antes delas. Bridgers é fã de Paul McCartney; Baker, de Soundgarden; Dacus, de The Cure. Parte da identidade do grupo vem da brincadeira de reocupar os espaços anteriormente ocupados por homens, não como negação deles – mas como reafirmação delas.

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Intitulado “o supergrupo mais empolgante do mundo” pela Rolling Stone americana, o Boygenius tem a fórmula perfeita para agradar uma geração sem ídolos rock para chamar de seus. (Convenhamos: o “sexo, drogas e rock’n’roll” já perdeu o apelo há algumas décadas.) São mulheres em seus 28 e 29 anos que se identificam como queer – e esse é o máximo de rótulos aos quais se propõem pertencer.

Separadamente e em conjunto, Phoebe, Lucy e Julien participam de colaborações do emo ao pop, reúnem seus talentos e escrevem abertamente sobre experiências particulares. Segundo elas, em seu processo criativo, não há espaço para julgamento – filosofia que transparece no resultado final.

Boygenius Foto: Reprodução/Instagram/@xboygeniusx
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Como é o estilo do trio?

O grupo estreou com o EP boygenius em 2018, que já dava sinais de como seriam musicalmente: uma espécie de rock alternativo que incorpora as influências das três, com pés no folk. Desde o primeiro trabalho, a banda já ganhou fã clube e aclamação da crítica, mas as integrantes seguiram em projetos solo até este ano.

Agora em 2023, o Boygenius retornou com o álbum completo, the record, e um EP extra, the rest.

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O trio de compositoras cria músicas bastante vulneráveis, com desabafos que ganham espaço para crescer. Usam harmonias vocais delicadas, violões cuidadosos e frases como “Tenho 27 anos e não sei quem sou, mas sei o que quero” (de Emily I’m Sorry).

Boa parte das músicas do Boygenius soa triste, o que é especialmente engraçado considerando que o trio é tudo, menos monótono. Nos palcos e nas fotos, elas dançam, se beijam, pulam e caem no chão, no jeito meio “moleque” das três.

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Mas é essa dualidade entre seriedade e brincadeira, vulnerabilidade e confiança, que atrai o público – é perfeito para a juventude de hoje, que reúne memes e desabafos sobre saúde mental em um mesmo perfil. E que, portanto, espera mais de um grupo de artistas do que uma alegria posada, pouco descritiva da atualidade.

Boygenius Foto: Reprodução/Instagram/@xboygeniusx

Para um grupo dito alternativo, o Boygenius alcançou um estrelato relevante, tendo não só shows lotados, como um fã clube bastante apaixonado. (A título de comparação, com dois álbuns e um EP, a banda já tem 4 milhões de ouvintes mensais no Spotify. É o mesmo número que a brasileira Skank; quase o dobro do Capital Inicial.) Elas já têm cinco anos de carreira, mas o brilho da novidade não parece que irá abandoná-las tão cedo.

Com tudo isso, as indicações ao Grammy não foram inovadoras; para quem acompanha a música de lá, mal foram surpreendentes. Foram a coroação de um fato anunciado: o Boygenius é a nova grande banda do rock.

5 músicas para entrar no mundo do Boygenius

1. Souvenir

2. Not Strong Enough

3. Black Hole

4. Cool About It

5. Me & My Dog

Entre as indicações ao Grammy 2024 anunciadas no último dia 10, há popstars como Taylor Swift, Olivia Rodrigo e Miley Cyrus. Mas um nome fora desse circuito chamou a atenção: o grupo Boygenius, indicado a seis categorias, incluindo o cobiçado prêmio de Álbum do Ano.

Um dos seletos grupos “alternativos” a acumular sucesso de público e crítica nos EUA, o Boygenius é um trio de mulheres: Phoebe Bridgers, Lucy Dacus e Julien Baker. Tecnicamente, trata-se de um supergrupo – um grupo formado por pessoas que já tinham carreira solo e relativo sucesso antes da banda.

E é super mesmo. O trio tem dois EPs e um álbum, foi capa da Rolling Stone neste ano e já angariou elogios de nomes de grande porte, de Dave Grohl a Billie Eilish e a própria Taylor Swift. Entenda quem são as Boygenius – e como estão conquistando seu lugar no topo:

Boygenius Foto: Reprodução/Instagram/@xboygeniusx

Entenda o fenômeno Boygenius

Phoebe Bridgers, Lucy Dacus e Julien Baker já orbitavam no universo do indie rock estadunidense, dividiam turnês e acabam se encontrando com alguma frequência. Como toda mulher que sabe empunhar uma guitarra, elas estavam habituadas a ouvir questionamentos relacionados, simplesmente, ao fato de serem mulheres. E saberem empunhar uma guitarra.

A banda nasceu dessa conexão e incômodo: com a proposta de se reunir em estúdios com suas próprias bagagens e sem uma presença masculina, surgiu o Boygenius em 2018. O nome vem de “boy genius” (garoto gênio): uma brincadeira com a autoconfiança de homens que são chamados de geniais desde novos, nunca duvidando de si mesmos desde então.

Isso não as impede de reverenciar os homens que vieram antes delas. Bridgers é fã de Paul McCartney; Baker, de Soundgarden; Dacus, de The Cure. Parte da identidade do grupo vem da brincadeira de reocupar os espaços anteriormente ocupados por homens, não como negação deles – mas como reafirmação delas.

Intitulado “o supergrupo mais empolgante do mundo” pela Rolling Stone americana, o Boygenius tem a fórmula perfeita para agradar uma geração sem ídolos rock para chamar de seus. (Convenhamos: o “sexo, drogas e rock’n’roll” já perdeu o apelo há algumas décadas.) São mulheres em seus 28 e 29 anos que se identificam como queer – e esse é o máximo de rótulos aos quais se propõem pertencer.

Separadamente e em conjunto, Phoebe, Lucy e Julien participam de colaborações do emo ao pop, reúnem seus talentos e escrevem abertamente sobre experiências particulares. Segundo elas, em seu processo criativo, não há espaço para julgamento – filosofia que transparece no resultado final.

Boygenius Foto: Reprodução/Instagram/@xboygeniusx

Como é o estilo do trio?

O grupo estreou com o EP boygenius em 2018, que já dava sinais de como seriam musicalmente: uma espécie de rock alternativo que incorpora as influências das três, com pés no folk. Desde o primeiro trabalho, a banda já ganhou fã clube e aclamação da crítica, mas as integrantes seguiram em projetos solo até este ano.

Agora em 2023, o Boygenius retornou com o álbum completo, the record, e um EP extra, the rest.

O trio de compositoras cria músicas bastante vulneráveis, com desabafos que ganham espaço para crescer. Usam harmonias vocais delicadas, violões cuidadosos e frases como “Tenho 27 anos e não sei quem sou, mas sei o que quero” (de Emily I’m Sorry).

Boa parte das músicas do Boygenius soa triste, o que é especialmente engraçado considerando que o trio é tudo, menos monótono. Nos palcos e nas fotos, elas dançam, se beijam, pulam e caem no chão, no jeito meio “moleque” das três.

Mas é essa dualidade entre seriedade e brincadeira, vulnerabilidade e confiança, que atrai o público – é perfeito para a juventude de hoje, que reúne memes e desabafos sobre saúde mental em um mesmo perfil. E que, portanto, espera mais de um grupo de artistas do que uma alegria posada, pouco descritiva da atualidade.

Boygenius Foto: Reprodução/Instagram/@xboygeniusx

Para um grupo dito alternativo, o Boygenius alcançou um estrelato relevante, tendo não só shows lotados, como um fã clube bastante apaixonado. (A título de comparação, com dois álbuns e um EP, a banda já tem 4 milhões de ouvintes mensais no Spotify. É o mesmo número que a brasileira Skank; quase o dobro do Capital Inicial.) Elas já têm cinco anos de carreira, mas o brilho da novidade não parece que irá abandoná-las tão cedo.

Com tudo isso, as indicações ao Grammy não foram inovadoras; para quem acompanha a música de lá, mal foram surpreendentes. Foram a coroação de um fato anunciado: o Boygenius é a nova grande banda do rock.

5 músicas para entrar no mundo do Boygenius

1. Souvenir

2. Not Strong Enough

3. Black Hole

4. Cool About It

5. Me & My Dog

Entre as indicações ao Grammy 2024 anunciadas no último dia 10, há popstars como Taylor Swift, Olivia Rodrigo e Miley Cyrus. Mas um nome fora desse circuito chamou a atenção: o grupo Boygenius, indicado a seis categorias, incluindo o cobiçado prêmio de Álbum do Ano.

Um dos seletos grupos “alternativos” a acumular sucesso de público e crítica nos EUA, o Boygenius é um trio de mulheres: Phoebe Bridgers, Lucy Dacus e Julien Baker. Tecnicamente, trata-se de um supergrupo – um grupo formado por pessoas que já tinham carreira solo e relativo sucesso antes da banda.

E é super mesmo. O trio tem dois EPs e um álbum, foi capa da Rolling Stone neste ano e já angariou elogios de nomes de grande porte, de Dave Grohl a Billie Eilish e a própria Taylor Swift. Entenda quem são as Boygenius – e como estão conquistando seu lugar no topo:

Boygenius Foto: Reprodução/Instagram/@xboygeniusx

Entenda o fenômeno Boygenius

Phoebe Bridgers, Lucy Dacus e Julien Baker já orbitavam no universo do indie rock estadunidense, dividiam turnês e acabam se encontrando com alguma frequência. Como toda mulher que sabe empunhar uma guitarra, elas estavam habituadas a ouvir questionamentos relacionados, simplesmente, ao fato de serem mulheres. E saberem empunhar uma guitarra.

A banda nasceu dessa conexão e incômodo: com a proposta de se reunir em estúdios com suas próprias bagagens e sem uma presença masculina, surgiu o Boygenius em 2018. O nome vem de “boy genius” (garoto gênio): uma brincadeira com a autoconfiança de homens que são chamados de geniais desde novos, nunca duvidando de si mesmos desde então.

Isso não as impede de reverenciar os homens que vieram antes delas. Bridgers é fã de Paul McCartney; Baker, de Soundgarden; Dacus, de The Cure. Parte da identidade do grupo vem da brincadeira de reocupar os espaços anteriormente ocupados por homens, não como negação deles – mas como reafirmação delas.

Intitulado “o supergrupo mais empolgante do mundo” pela Rolling Stone americana, o Boygenius tem a fórmula perfeita para agradar uma geração sem ídolos rock para chamar de seus. (Convenhamos: o “sexo, drogas e rock’n’roll” já perdeu o apelo há algumas décadas.) São mulheres em seus 28 e 29 anos que se identificam como queer – e esse é o máximo de rótulos aos quais se propõem pertencer.

Separadamente e em conjunto, Phoebe, Lucy e Julien participam de colaborações do emo ao pop, reúnem seus talentos e escrevem abertamente sobre experiências particulares. Segundo elas, em seu processo criativo, não há espaço para julgamento – filosofia que transparece no resultado final.

Boygenius Foto: Reprodução/Instagram/@xboygeniusx

Como é o estilo do trio?

O grupo estreou com o EP boygenius em 2018, que já dava sinais de como seriam musicalmente: uma espécie de rock alternativo que incorpora as influências das três, com pés no folk. Desde o primeiro trabalho, a banda já ganhou fã clube e aclamação da crítica, mas as integrantes seguiram em projetos solo até este ano.

Agora em 2023, o Boygenius retornou com o álbum completo, the record, e um EP extra, the rest.

O trio de compositoras cria músicas bastante vulneráveis, com desabafos que ganham espaço para crescer. Usam harmonias vocais delicadas, violões cuidadosos e frases como “Tenho 27 anos e não sei quem sou, mas sei o que quero” (de Emily I’m Sorry).

Boa parte das músicas do Boygenius soa triste, o que é especialmente engraçado considerando que o trio é tudo, menos monótono. Nos palcos e nas fotos, elas dançam, se beijam, pulam e caem no chão, no jeito meio “moleque” das três.

Mas é essa dualidade entre seriedade e brincadeira, vulnerabilidade e confiança, que atrai o público – é perfeito para a juventude de hoje, que reúne memes e desabafos sobre saúde mental em um mesmo perfil. E que, portanto, espera mais de um grupo de artistas do que uma alegria posada, pouco descritiva da atualidade.

Boygenius Foto: Reprodução/Instagram/@xboygeniusx

Para um grupo dito alternativo, o Boygenius alcançou um estrelato relevante, tendo não só shows lotados, como um fã clube bastante apaixonado. (A título de comparação, com dois álbuns e um EP, a banda já tem 4 milhões de ouvintes mensais no Spotify. É o mesmo número que a brasileira Skank; quase o dobro do Capital Inicial.) Elas já têm cinco anos de carreira, mas o brilho da novidade não parece que irá abandoná-las tão cedo.

Com tudo isso, as indicações ao Grammy não foram inovadoras; para quem acompanha a música de lá, mal foram surpreendentes. Foram a coroação de um fato anunciado: o Boygenius é a nova grande banda do rock.

5 músicas para entrar no mundo do Boygenius

1. Souvenir

2. Not Strong Enough

3. Black Hole

4. Cool About It

5. Me & My Dog

Entre as indicações ao Grammy 2024 anunciadas no último dia 10, há popstars como Taylor Swift, Olivia Rodrigo e Miley Cyrus. Mas um nome fora desse circuito chamou a atenção: o grupo Boygenius, indicado a seis categorias, incluindo o cobiçado prêmio de Álbum do Ano.

Um dos seletos grupos “alternativos” a acumular sucesso de público e crítica nos EUA, o Boygenius é um trio de mulheres: Phoebe Bridgers, Lucy Dacus e Julien Baker. Tecnicamente, trata-se de um supergrupo – um grupo formado por pessoas que já tinham carreira solo e relativo sucesso antes da banda.

E é super mesmo. O trio tem dois EPs e um álbum, foi capa da Rolling Stone neste ano e já angariou elogios de nomes de grande porte, de Dave Grohl a Billie Eilish e a própria Taylor Swift. Entenda quem são as Boygenius – e como estão conquistando seu lugar no topo:

Boygenius Foto: Reprodução/Instagram/@xboygeniusx

Entenda o fenômeno Boygenius

Phoebe Bridgers, Lucy Dacus e Julien Baker já orbitavam no universo do indie rock estadunidense, dividiam turnês e acabam se encontrando com alguma frequência. Como toda mulher que sabe empunhar uma guitarra, elas estavam habituadas a ouvir questionamentos relacionados, simplesmente, ao fato de serem mulheres. E saberem empunhar uma guitarra.

A banda nasceu dessa conexão e incômodo: com a proposta de se reunir em estúdios com suas próprias bagagens e sem uma presença masculina, surgiu o Boygenius em 2018. O nome vem de “boy genius” (garoto gênio): uma brincadeira com a autoconfiança de homens que são chamados de geniais desde novos, nunca duvidando de si mesmos desde então.

Isso não as impede de reverenciar os homens que vieram antes delas. Bridgers é fã de Paul McCartney; Baker, de Soundgarden; Dacus, de The Cure. Parte da identidade do grupo vem da brincadeira de reocupar os espaços anteriormente ocupados por homens, não como negação deles – mas como reafirmação delas.

Intitulado “o supergrupo mais empolgante do mundo” pela Rolling Stone americana, o Boygenius tem a fórmula perfeita para agradar uma geração sem ídolos rock para chamar de seus. (Convenhamos: o “sexo, drogas e rock’n’roll” já perdeu o apelo há algumas décadas.) São mulheres em seus 28 e 29 anos que se identificam como queer – e esse é o máximo de rótulos aos quais se propõem pertencer.

Separadamente e em conjunto, Phoebe, Lucy e Julien participam de colaborações do emo ao pop, reúnem seus talentos e escrevem abertamente sobre experiências particulares. Segundo elas, em seu processo criativo, não há espaço para julgamento – filosofia que transparece no resultado final.

Boygenius Foto: Reprodução/Instagram/@xboygeniusx

Como é o estilo do trio?

O grupo estreou com o EP boygenius em 2018, que já dava sinais de como seriam musicalmente: uma espécie de rock alternativo que incorpora as influências das três, com pés no folk. Desde o primeiro trabalho, a banda já ganhou fã clube e aclamação da crítica, mas as integrantes seguiram em projetos solo até este ano.

Agora em 2023, o Boygenius retornou com o álbum completo, the record, e um EP extra, the rest.

O trio de compositoras cria músicas bastante vulneráveis, com desabafos que ganham espaço para crescer. Usam harmonias vocais delicadas, violões cuidadosos e frases como “Tenho 27 anos e não sei quem sou, mas sei o que quero” (de Emily I’m Sorry).

Boa parte das músicas do Boygenius soa triste, o que é especialmente engraçado considerando que o trio é tudo, menos monótono. Nos palcos e nas fotos, elas dançam, se beijam, pulam e caem no chão, no jeito meio “moleque” das três.

Mas é essa dualidade entre seriedade e brincadeira, vulnerabilidade e confiança, que atrai o público – é perfeito para a juventude de hoje, que reúne memes e desabafos sobre saúde mental em um mesmo perfil. E que, portanto, espera mais de um grupo de artistas do que uma alegria posada, pouco descritiva da atualidade.

Boygenius Foto: Reprodução/Instagram/@xboygeniusx

Para um grupo dito alternativo, o Boygenius alcançou um estrelato relevante, tendo não só shows lotados, como um fã clube bastante apaixonado. (A título de comparação, com dois álbuns e um EP, a banda já tem 4 milhões de ouvintes mensais no Spotify. É o mesmo número que a brasileira Skank; quase o dobro do Capital Inicial.) Elas já têm cinco anos de carreira, mas o brilho da novidade não parece que irá abandoná-las tão cedo.

Com tudo isso, as indicações ao Grammy não foram inovadoras; para quem acompanha a música de lá, mal foram surpreendentes. Foram a coroação de um fato anunciado: o Boygenius é a nova grande banda do rock.

5 músicas para entrar no mundo do Boygenius

1. Souvenir

2. Not Strong Enough

3. Black Hole

4. Cool About It

5. Me & My Dog

Entre as indicações ao Grammy 2024 anunciadas no último dia 10, há popstars como Taylor Swift, Olivia Rodrigo e Miley Cyrus. Mas um nome fora desse circuito chamou a atenção: o grupo Boygenius, indicado a seis categorias, incluindo o cobiçado prêmio de Álbum do Ano.

Um dos seletos grupos “alternativos” a acumular sucesso de público e crítica nos EUA, o Boygenius é um trio de mulheres: Phoebe Bridgers, Lucy Dacus e Julien Baker. Tecnicamente, trata-se de um supergrupo – um grupo formado por pessoas que já tinham carreira solo e relativo sucesso antes da banda.

E é super mesmo. O trio tem dois EPs e um álbum, foi capa da Rolling Stone neste ano e já angariou elogios de nomes de grande porte, de Dave Grohl a Billie Eilish e a própria Taylor Swift. Entenda quem são as Boygenius – e como estão conquistando seu lugar no topo:

Boygenius Foto: Reprodução/Instagram/@xboygeniusx

Entenda o fenômeno Boygenius

Phoebe Bridgers, Lucy Dacus e Julien Baker já orbitavam no universo do indie rock estadunidense, dividiam turnês e acabam se encontrando com alguma frequência. Como toda mulher que sabe empunhar uma guitarra, elas estavam habituadas a ouvir questionamentos relacionados, simplesmente, ao fato de serem mulheres. E saberem empunhar uma guitarra.

A banda nasceu dessa conexão e incômodo: com a proposta de se reunir em estúdios com suas próprias bagagens e sem uma presença masculina, surgiu o Boygenius em 2018. O nome vem de “boy genius” (garoto gênio): uma brincadeira com a autoconfiança de homens que são chamados de geniais desde novos, nunca duvidando de si mesmos desde então.

Isso não as impede de reverenciar os homens que vieram antes delas. Bridgers é fã de Paul McCartney; Baker, de Soundgarden; Dacus, de The Cure. Parte da identidade do grupo vem da brincadeira de reocupar os espaços anteriormente ocupados por homens, não como negação deles – mas como reafirmação delas.

Intitulado “o supergrupo mais empolgante do mundo” pela Rolling Stone americana, o Boygenius tem a fórmula perfeita para agradar uma geração sem ídolos rock para chamar de seus. (Convenhamos: o “sexo, drogas e rock’n’roll” já perdeu o apelo há algumas décadas.) São mulheres em seus 28 e 29 anos que se identificam como queer – e esse é o máximo de rótulos aos quais se propõem pertencer.

Separadamente e em conjunto, Phoebe, Lucy e Julien participam de colaborações do emo ao pop, reúnem seus talentos e escrevem abertamente sobre experiências particulares. Segundo elas, em seu processo criativo, não há espaço para julgamento – filosofia que transparece no resultado final.

Boygenius Foto: Reprodução/Instagram/@xboygeniusx

Como é o estilo do trio?

O grupo estreou com o EP boygenius em 2018, que já dava sinais de como seriam musicalmente: uma espécie de rock alternativo que incorpora as influências das três, com pés no folk. Desde o primeiro trabalho, a banda já ganhou fã clube e aclamação da crítica, mas as integrantes seguiram em projetos solo até este ano.

Agora em 2023, o Boygenius retornou com o álbum completo, the record, e um EP extra, the rest.

O trio de compositoras cria músicas bastante vulneráveis, com desabafos que ganham espaço para crescer. Usam harmonias vocais delicadas, violões cuidadosos e frases como “Tenho 27 anos e não sei quem sou, mas sei o que quero” (de Emily I’m Sorry).

Boa parte das músicas do Boygenius soa triste, o que é especialmente engraçado considerando que o trio é tudo, menos monótono. Nos palcos e nas fotos, elas dançam, se beijam, pulam e caem no chão, no jeito meio “moleque” das três.

Mas é essa dualidade entre seriedade e brincadeira, vulnerabilidade e confiança, que atrai o público – é perfeito para a juventude de hoje, que reúne memes e desabafos sobre saúde mental em um mesmo perfil. E que, portanto, espera mais de um grupo de artistas do que uma alegria posada, pouco descritiva da atualidade.

Boygenius Foto: Reprodução/Instagram/@xboygeniusx

Para um grupo dito alternativo, o Boygenius alcançou um estrelato relevante, tendo não só shows lotados, como um fã clube bastante apaixonado. (A título de comparação, com dois álbuns e um EP, a banda já tem 4 milhões de ouvintes mensais no Spotify. É o mesmo número que a brasileira Skank; quase o dobro do Capital Inicial.) Elas já têm cinco anos de carreira, mas o brilho da novidade não parece que irá abandoná-las tão cedo.

Com tudo isso, as indicações ao Grammy não foram inovadoras; para quem acompanha a música de lá, mal foram surpreendentes. Foram a coroação de um fato anunciado: o Boygenius é a nova grande banda do rock.

5 músicas para entrar no mundo do Boygenius

1. Souvenir

2. Not Strong Enough

3. Black Hole

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