Banda 365 faz show para homenagear a cidade e celebra 30 anos do hit que deu fama ao grupo


Música 'São Paulo' é considerada por muitos o hino do cidade, que completa 462 anos

Por João Paulo Carvalho

Os primeiros acordes de São Paulo começam de maneira despretensiosa. Sol, ré e lá: o simples dedilhado mescla, de maneira quase que perfeita, intensidade e sutileza. Uma combinação antagônica, porém, representativa da selva de pedra, que na próxima segunda-feira, 25, completa 462 anos. Quando Carlos Finho, vocalista da banda de punk rock 365, compôs a música, em 1986, ele não imaginava que a canção fosse se tornar o hino da metrópole. Ao lado do guitarrista e parceiro Ari Baltazar, Finho fez a canção, que, em 2016, comemora 30 anos e retrata a cidade sob diversos aspectos: esperança, raiva e conforto.

“Ser paulistano, para mim, é uma coisa muito forte. Quando eu era garoto, queria fazer uma música para cada bairro da cidade. Achava aquilo maravilhoso. Nasci na Freguesia do Ó, na zona norte. Não esperávamos fazer sucesso”, diz Finho em entrevista ao Estado. Para celebrar o aniversário da cidade e da composição, o 365 se apresenta neste domingo, 24, no Sesc Ipiranga. O show faz parte do projeto Lira Paulistana: 30 Anos. E depois?.

O 365 foi fundado em 1983. A banda é um dos expoentes da fase final do punk rock no País. Composta por Miro de Melo (bateria), Tiquinho (guitarra), Adauto (baixo) e Oclinhos (vocal), ficou conhecida no circuito underground da capital paulista por suas canções de protesto. Dois anos depois, em 1985, o grupo passou por uma reformulação. Entraram Finho (vocal), Ari Baltazar (guitarra) e Mingau (baixo). Em 1986, lançaram o EP com São Paulo e Canção para Marchar. A música São Paulo explodiu nas rádios de todo o País e se tornou um clássico do rock nacional.

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  Foto: J.F.Diorio | ESTADÃO CONTEÚDO

“A música foi gravada no Rio de Janeiro. A gente não tinha gravadora e fomos convidados para fazer um teste. Gravamos 9 músicas. O produtor perguntou se a gente não tinha mais uma. Assim fecharíamos a conta em 10. Faltava São Paulo. Tínhamos tocado algumas vezes, mas as pessoas que ouviram ficaram em choque, pois vínhamos do movimento punk, com coisas mais agressivas. Mesmo assim, decidimos tocá-la. Quando ele ouviu, disse: essa música vai explodir. Será sucesso”, afirma.

A banda trouxe então a fita para a capital paulista e começou a espalhar o material pelas rádios. A excentricidade de São Paulo transformou a canção no hino da cidade. Para alguns, o rock sujo, mas, ao mesmo tempo, melancólico supera, inclusive, a popular Sampa, de Caetano Veloso. São Paulo tem a força e a gana do cidadão paulistano, que luta diariamente com todas as forças para vencer mais um dia. O que muita gente não sabe, na verdade, é que, de setembro a dezembro de 1986, apenas a versão demo da música era executada, já que ela não havia sido lançada em LP. “Viemos para São Paulo com o material nas mãos e a Rádio 89 FM estava começando. Fomos lá e entregamos. A música estourou, mesmo sem ter sido lançada em disco. De setembro a dezembro de 1986, o que tocava nas rádios, portanto, era a nossa fita demo. Até hoje em dia, inclusive, tem lugar que executa essa versão. Meu irmão ouviu isso no Caribe”, lembra Finho.

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Só no ano seguinte, em 1987, o 365 lançou seu primeiro álbum homônimo. O trabalho incluía uma versão inusitada de Grândola, Vila Morena, do português Zeca Afonso. Apesar de intensa, a discografia de estúdio da banda é curta. São só quatro discos: São Paulo/Canção para Marchar (1986); 365 (1987); Cenas de um Novo País (1990) e Do Outro Lado do Rio (2005). Segundo Finho, somando todas as coletâneas, o número pode chegar a 15, já que muita coisa foi gravada fora do Brasil, mas acabou sendo esquecida.

365 faz show em São Paulo, em 1990, com Callegari (ex-Inocentes) Foto: Arquivo Pessoal Finho

O repertório da apresentação deste domingo deve abranger todos os discos da carreira da banda. “Vamos tentar fazer um apanhado de todos os trabalhos, mas queremos tocar mais coisas de O Outro Lado do Rio. As canções desse álbum foram pouco executadas. Não dá para ficar muito concentrado no repertório dos anos 1980. Pretendemos mostrar essa outra vertente. Pode ser interessante para os fãs que não ouviram essas músicas”, diz Finho.

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Atual. Para Finho, a música São Paulo ultrapassou as barreiras de celebração da cidade. Segundo ele, a canção é também sinônimo de protesto. “Chega um ponto em que música ganha vida própria. Ouvi muito nas manifestações recentes em São Paulo. Vi bastante nas redes sociais também. Trata-se de uma referência extra aniversário para a cidade. Tem relação com protesto, essência da banda. É muito emocionante.”

Apesar da fama, o 365 nunca se apresentou na Virada Cultural. De acordo com Finho, essa é uma das frustrações da sua extensa carreira. “A gente não participou de nenhuma edição da Virada Cultural, por exemplo. Nunca recebemos um convite sequer. Isso, de certa forma, frustra a gente. As pessoas que fazem a curadoria do evento são as mesmas desde a gestão de José Serra na Prefeitura de São Paulo, em 2005. Nossa música tem a ver com São Paulo”, complementa o vocalista.  

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Os primeiros acordes de São Paulo começam de maneira despretensiosa. Sol, ré e lá: o simples dedilhado mescla, de maneira quase que perfeita, intensidade e sutileza. Uma combinação antagônica, porém, representativa da selva de pedra, que na próxima segunda-feira, 25, completa 462 anos. Quando Carlos Finho, vocalista da banda de punk rock 365, compôs a música, em 1986, ele não imaginava que a canção fosse se tornar o hino da metrópole. Ao lado do guitarrista e parceiro Ari Baltazar, Finho fez a canção, que, em 2016, comemora 30 anos e retrata a cidade sob diversos aspectos: esperança, raiva e conforto.

“Ser paulistano, para mim, é uma coisa muito forte. Quando eu era garoto, queria fazer uma música para cada bairro da cidade. Achava aquilo maravilhoso. Nasci na Freguesia do Ó, na zona norte. Não esperávamos fazer sucesso”, diz Finho em entrevista ao Estado. Para celebrar o aniversário da cidade e da composição, o 365 se apresenta neste domingo, 24, no Sesc Ipiranga. O show faz parte do projeto Lira Paulistana: 30 Anos. E depois?.

O 365 foi fundado em 1983. A banda é um dos expoentes da fase final do punk rock no País. Composta por Miro de Melo (bateria), Tiquinho (guitarra), Adauto (baixo) e Oclinhos (vocal), ficou conhecida no circuito underground da capital paulista por suas canções de protesto. Dois anos depois, em 1985, o grupo passou por uma reformulação. Entraram Finho (vocal), Ari Baltazar (guitarra) e Mingau (baixo). Em 1986, lançaram o EP com São Paulo e Canção para Marchar. A música São Paulo explodiu nas rádios de todo o País e se tornou um clássico do rock nacional.

  Foto: J.F.Diorio | ESTADÃO CONTEÚDO

“A música foi gravada no Rio de Janeiro. A gente não tinha gravadora e fomos convidados para fazer um teste. Gravamos 9 músicas. O produtor perguntou se a gente não tinha mais uma. Assim fecharíamos a conta em 10. Faltava São Paulo. Tínhamos tocado algumas vezes, mas as pessoas que ouviram ficaram em choque, pois vínhamos do movimento punk, com coisas mais agressivas. Mesmo assim, decidimos tocá-la. Quando ele ouviu, disse: essa música vai explodir. Será sucesso”, afirma.

A banda trouxe então a fita para a capital paulista e começou a espalhar o material pelas rádios. A excentricidade de São Paulo transformou a canção no hino da cidade. Para alguns, o rock sujo, mas, ao mesmo tempo, melancólico supera, inclusive, a popular Sampa, de Caetano Veloso. São Paulo tem a força e a gana do cidadão paulistano, que luta diariamente com todas as forças para vencer mais um dia. O que muita gente não sabe, na verdade, é que, de setembro a dezembro de 1986, apenas a versão demo da música era executada, já que ela não havia sido lançada em LP. “Viemos para São Paulo com o material nas mãos e a Rádio 89 FM estava começando. Fomos lá e entregamos. A música estourou, mesmo sem ter sido lançada em disco. De setembro a dezembro de 1986, o que tocava nas rádios, portanto, era a nossa fita demo. Até hoje em dia, inclusive, tem lugar que executa essa versão. Meu irmão ouviu isso no Caribe”, lembra Finho.

Só no ano seguinte, em 1987, o 365 lançou seu primeiro álbum homônimo. O trabalho incluía uma versão inusitada de Grândola, Vila Morena, do português Zeca Afonso. Apesar de intensa, a discografia de estúdio da banda é curta. São só quatro discos: São Paulo/Canção para Marchar (1986); 365 (1987); Cenas de um Novo País (1990) e Do Outro Lado do Rio (2005). Segundo Finho, somando todas as coletâneas, o número pode chegar a 15, já que muita coisa foi gravada fora do Brasil, mas acabou sendo esquecida.

365 faz show em São Paulo, em 1990, com Callegari (ex-Inocentes) Foto: Arquivo Pessoal Finho

O repertório da apresentação deste domingo deve abranger todos os discos da carreira da banda. “Vamos tentar fazer um apanhado de todos os trabalhos, mas queremos tocar mais coisas de O Outro Lado do Rio. As canções desse álbum foram pouco executadas. Não dá para ficar muito concentrado no repertório dos anos 1980. Pretendemos mostrar essa outra vertente. Pode ser interessante para os fãs que não ouviram essas músicas”, diz Finho.

Atual. Para Finho, a música São Paulo ultrapassou as barreiras de celebração da cidade. Segundo ele, a canção é também sinônimo de protesto. “Chega um ponto em que música ganha vida própria. Ouvi muito nas manifestações recentes em São Paulo. Vi bastante nas redes sociais também. Trata-se de uma referência extra aniversário para a cidade. Tem relação com protesto, essência da banda. É muito emocionante.”

Apesar da fama, o 365 nunca se apresentou na Virada Cultural. De acordo com Finho, essa é uma das frustrações da sua extensa carreira. “A gente não participou de nenhuma edição da Virada Cultural, por exemplo. Nunca recebemos um convite sequer. Isso, de certa forma, frustra a gente. As pessoas que fazem a curadoria do evento são as mesmas desde a gestão de José Serra na Prefeitura de São Paulo, em 2005. Nossa música tem a ver com São Paulo”, complementa o vocalista.  

Os primeiros acordes de São Paulo começam de maneira despretensiosa. Sol, ré e lá: o simples dedilhado mescla, de maneira quase que perfeita, intensidade e sutileza. Uma combinação antagônica, porém, representativa da selva de pedra, que na próxima segunda-feira, 25, completa 462 anos. Quando Carlos Finho, vocalista da banda de punk rock 365, compôs a música, em 1986, ele não imaginava que a canção fosse se tornar o hino da metrópole. Ao lado do guitarrista e parceiro Ari Baltazar, Finho fez a canção, que, em 2016, comemora 30 anos e retrata a cidade sob diversos aspectos: esperança, raiva e conforto.

“Ser paulistano, para mim, é uma coisa muito forte. Quando eu era garoto, queria fazer uma música para cada bairro da cidade. Achava aquilo maravilhoso. Nasci na Freguesia do Ó, na zona norte. Não esperávamos fazer sucesso”, diz Finho em entrevista ao Estado. Para celebrar o aniversário da cidade e da composição, o 365 se apresenta neste domingo, 24, no Sesc Ipiranga. O show faz parte do projeto Lira Paulistana: 30 Anos. E depois?.

O 365 foi fundado em 1983. A banda é um dos expoentes da fase final do punk rock no País. Composta por Miro de Melo (bateria), Tiquinho (guitarra), Adauto (baixo) e Oclinhos (vocal), ficou conhecida no circuito underground da capital paulista por suas canções de protesto. Dois anos depois, em 1985, o grupo passou por uma reformulação. Entraram Finho (vocal), Ari Baltazar (guitarra) e Mingau (baixo). Em 1986, lançaram o EP com São Paulo e Canção para Marchar. A música São Paulo explodiu nas rádios de todo o País e se tornou um clássico do rock nacional.

  Foto: J.F.Diorio | ESTADÃO CONTEÚDO

“A música foi gravada no Rio de Janeiro. A gente não tinha gravadora e fomos convidados para fazer um teste. Gravamos 9 músicas. O produtor perguntou se a gente não tinha mais uma. Assim fecharíamos a conta em 10. Faltava São Paulo. Tínhamos tocado algumas vezes, mas as pessoas que ouviram ficaram em choque, pois vínhamos do movimento punk, com coisas mais agressivas. Mesmo assim, decidimos tocá-la. Quando ele ouviu, disse: essa música vai explodir. Será sucesso”, afirma.

A banda trouxe então a fita para a capital paulista e começou a espalhar o material pelas rádios. A excentricidade de São Paulo transformou a canção no hino da cidade. Para alguns, o rock sujo, mas, ao mesmo tempo, melancólico supera, inclusive, a popular Sampa, de Caetano Veloso. São Paulo tem a força e a gana do cidadão paulistano, que luta diariamente com todas as forças para vencer mais um dia. O que muita gente não sabe, na verdade, é que, de setembro a dezembro de 1986, apenas a versão demo da música era executada, já que ela não havia sido lançada em LP. “Viemos para São Paulo com o material nas mãos e a Rádio 89 FM estava começando. Fomos lá e entregamos. A música estourou, mesmo sem ter sido lançada em disco. De setembro a dezembro de 1986, o que tocava nas rádios, portanto, era a nossa fita demo. Até hoje em dia, inclusive, tem lugar que executa essa versão. Meu irmão ouviu isso no Caribe”, lembra Finho.

Só no ano seguinte, em 1987, o 365 lançou seu primeiro álbum homônimo. O trabalho incluía uma versão inusitada de Grândola, Vila Morena, do português Zeca Afonso. Apesar de intensa, a discografia de estúdio da banda é curta. São só quatro discos: São Paulo/Canção para Marchar (1986); 365 (1987); Cenas de um Novo País (1990) e Do Outro Lado do Rio (2005). Segundo Finho, somando todas as coletâneas, o número pode chegar a 15, já que muita coisa foi gravada fora do Brasil, mas acabou sendo esquecida.

365 faz show em São Paulo, em 1990, com Callegari (ex-Inocentes) Foto: Arquivo Pessoal Finho

O repertório da apresentação deste domingo deve abranger todos os discos da carreira da banda. “Vamos tentar fazer um apanhado de todos os trabalhos, mas queremos tocar mais coisas de O Outro Lado do Rio. As canções desse álbum foram pouco executadas. Não dá para ficar muito concentrado no repertório dos anos 1980. Pretendemos mostrar essa outra vertente. Pode ser interessante para os fãs que não ouviram essas músicas”, diz Finho.

Atual. Para Finho, a música São Paulo ultrapassou as barreiras de celebração da cidade. Segundo ele, a canção é também sinônimo de protesto. “Chega um ponto em que música ganha vida própria. Ouvi muito nas manifestações recentes em São Paulo. Vi bastante nas redes sociais também. Trata-se de uma referência extra aniversário para a cidade. Tem relação com protesto, essência da banda. É muito emocionante.”

Apesar da fama, o 365 nunca se apresentou na Virada Cultural. De acordo com Finho, essa é uma das frustrações da sua extensa carreira. “A gente não participou de nenhuma edição da Virada Cultural, por exemplo. Nunca recebemos um convite sequer. Isso, de certa forma, frustra a gente. As pessoas que fazem a curadoria do evento são as mesmas desde a gestão de José Serra na Prefeitura de São Paulo, em 2005. Nossa música tem a ver com São Paulo”, complementa o vocalista.  

Os primeiros acordes de São Paulo começam de maneira despretensiosa. Sol, ré e lá: o simples dedilhado mescla, de maneira quase que perfeita, intensidade e sutileza. Uma combinação antagônica, porém, representativa da selva de pedra, que na próxima segunda-feira, 25, completa 462 anos. Quando Carlos Finho, vocalista da banda de punk rock 365, compôs a música, em 1986, ele não imaginava que a canção fosse se tornar o hino da metrópole. Ao lado do guitarrista e parceiro Ari Baltazar, Finho fez a canção, que, em 2016, comemora 30 anos e retrata a cidade sob diversos aspectos: esperança, raiva e conforto.

“Ser paulistano, para mim, é uma coisa muito forte. Quando eu era garoto, queria fazer uma música para cada bairro da cidade. Achava aquilo maravilhoso. Nasci na Freguesia do Ó, na zona norte. Não esperávamos fazer sucesso”, diz Finho em entrevista ao Estado. Para celebrar o aniversário da cidade e da composição, o 365 se apresenta neste domingo, 24, no Sesc Ipiranga. O show faz parte do projeto Lira Paulistana: 30 Anos. E depois?.

O 365 foi fundado em 1983. A banda é um dos expoentes da fase final do punk rock no País. Composta por Miro de Melo (bateria), Tiquinho (guitarra), Adauto (baixo) e Oclinhos (vocal), ficou conhecida no circuito underground da capital paulista por suas canções de protesto. Dois anos depois, em 1985, o grupo passou por uma reformulação. Entraram Finho (vocal), Ari Baltazar (guitarra) e Mingau (baixo). Em 1986, lançaram o EP com São Paulo e Canção para Marchar. A música São Paulo explodiu nas rádios de todo o País e se tornou um clássico do rock nacional.

  Foto: J.F.Diorio | ESTADÃO CONTEÚDO

“A música foi gravada no Rio de Janeiro. A gente não tinha gravadora e fomos convidados para fazer um teste. Gravamos 9 músicas. O produtor perguntou se a gente não tinha mais uma. Assim fecharíamos a conta em 10. Faltava São Paulo. Tínhamos tocado algumas vezes, mas as pessoas que ouviram ficaram em choque, pois vínhamos do movimento punk, com coisas mais agressivas. Mesmo assim, decidimos tocá-la. Quando ele ouviu, disse: essa música vai explodir. Será sucesso”, afirma.

A banda trouxe então a fita para a capital paulista e começou a espalhar o material pelas rádios. A excentricidade de São Paulo transformou a canção no hino da cidade. Para alguns, o rock sujo, mas, ao mesmo tempo, melancólico supera, inclusive, a popular Sampa, de Caetano Veloso. São Paulo tem a força e a gana do cidadão paulistano, que luta diariamente com todas as forças para vencer mais um dia. O que muita gente não sabe, na verdade, é que, de setembro a dezembro de 1986, apenas a versão demo da música era executada, já que ela não havia sido lançada em LP. “Viemos para São Paulo com o material nas mãos e a Rádio 89 FM estava começando. Fomos lá e entregamos. A música estourou, mesmo sem ter sido lançada em disco. De setembro a dezembro de 1986, o que tocava nas rádios, portanto, era a nossa fita demo. Até hoje em dia, inclusive, tem lugar que executa essa versão. Meu irmão ouviu isso no Caribe”, lembra Finho.

Só no ano seguinte, em 1987, o 365 lançou seu primeiro álbum homônimo. O trabalho incluía uma versão inusitada de Grândola, Vila Morena, do português Zeca Afonso. Apesar de intensa, a discografia de estúdio da banda é curta. São só quatro discos: São Paulo/Canção para Marchar (1986); 365 (1987); Cenas de um Novo País (1990) e Do Outro Lado do Rio (2005). Segundo Finho, somando todas as coletâneas, o número pode chegar a 15, já que muita coisa foi gravada fora do Brasil, mas acabou sendo esquecida.

365 faz show em São Paulo, em 1990, com Callegari (ex-Inocentes) Foto: Arquivo Pessoal Finho

O repertório da apresentação deste domingo deve abranger todos os discos da carreira da banda. “Vamos tentar fazer um apanhado de todos os trabalhos, mas queremos tocar mais coisas de O Outro Lado do Rio. As canções desse álbum foram pouco executadas. Não dá para ficar muito concentrado no repertório dos anos 1980. Pretendemos mostrar essa outra vertente. Pode ser interessante para os fãs que não ouviram essas músicas”, diz Finho.

Atual. Para Finho, a música São Paulo ultrapassou as barreiras de celebração da cidade. Segundo ele, a canção é também sinônimo de protesto. “Chega um ponto em que música ganha vida própria. Ouvi muito nas manifestações recentes em São Paulo. Vi bastante nas redes sociais também. Trata-se de uma referência extra aniversário para a cidade. Tem relação com protesto, essência da banda. É muito emocionante.”

Apesar da fama, o 365 nunca se apresentou na Virada Cultural. De acordo com Finho, essa é uma das frustrações da sua extensa carreira. “A gente não participou de nenhuma edição da Virada Cultural, por exemplo. Nunca recebemos um convite sequer. Isso, de certa forma, frustra a gente. As pessoas que fazem a curadoria do evento são as mesmas desde a gestão de José Serra na Prefeitura de São Paulo, em 2005. Nossa música tem a ver com São Paulo”, complementa o vocalista.  

Os primeiros acordes de São Paulo começam de maneira despretensiosa. Sol, ré e lá: o simples dedilhado mescla, de maneira quase que perfeita, intensidade e sutileza. Uma combinação antagônica, porém, representativa da selva de pedra, que na próxima segunda-feira, 25, completa 462 anos. Quando Carlos Finho, vocalista da banda de punk rock 365, compôs a música, em 1986, ele não imaginava que a canção fosse se tornar o hino da metrópole. Ao lado do guitarrista e parceiro Ari Baltazar, Finho fez a canção, que, em 2016, comemora 30 anos e retrata a cidade sob diversos aspectos: esperança, raiva e conforto.

“Ser paulistano, para mim, é uma coisa muito forte. Quando eu era garoto, queria fazer uma música para cada bairro da cidade. Achava aquilo maravilhoso. Nasci na Freguesia do Ó, na zona norte. Não esperávamos fazer sucesso”, diz Finho em entrevista ao Estado. Para celebrar o aniversário da cidade e da composição, o 365 se apresenta neste domingo, 24, no Sesc Ipiranga. O show faz parte do projeto Lira Paulistana: 30 Anos. E depois?.

O 365 foi fundado em 1983. A banda é um dos expoentes da fase final do punk rock no País. Composta por Miro de Melo (bateria), Tiquinho (guitarra), Adauto (baixo) e Oclinhos (vocal), ficou conhecida no circuito underground da capital paulista por suas canções de protesto. Dois anos depois, em 1985, o grupo passou por uma reformulação. Entraram Finho (vocal), Ari Baltazar (guitarra) e Mingau (baixo). Em 1986, lançaram o EP com São Paulo e Canção para Marchar. A música São Paulo explodiu nas rádios de todo o País e se tornou um clássico do rock nacional.

  Foto: J.F.Diorio | ESTADÃO CONTEÚDO

“A música foi gravada no Rio de Janeiro. A gente não tinha gravadora e fomos convidados para fazer um teste. Gravamos 9 músicas. O produtor perguntou se a gente não tinha mais uma. Assim fecharíamos a conta em 10. Faltava São Paulo. Tínhamos tocado algumas vezes, mas as pessoas que ouviram ficaram em choque, pois vínhamos do movimento punk, com coisas mais agressivas. Mesmo assim, decidimos tocá-la. Quando ele ouviu, disse: essa música vai explodir. Será sucesso”, afirma.

A banda trouxe então a fita para a capital paulista e começou a espalhar o material pelas rádios. A excentricidade de São Paulo transformou a canção no hino da cidade. Para alguns, o rock sujo, mas, ao mesmo tempo, melancólico supera, inclusive, a popular Sampa, de Caetano Veloso. São Paulo tem a força e a gana do cidadão paulistano, que luta diariamente com todas as forças para vencer mais um dia. O que muita gente não sabe, na verdade, é que, de setembro a dezembro de 1986, apenas a versão demo da música era executada, já que ela não havia sido lançada em LP. “Viemos para São Paulo com o material nas mãos e a Rádio 89 FM estava começando. Fomos lá e entregamos. A música estourou, mesmo sem ter sido lançada em disco. De setembro a dezembro de 1986, o que tocava nas rádios, portanto, era a nossa fita demo. Até hoje em dia, inclusive, tem lugar que executa essa versão. Meu irmão ouviu isso no Caribe”, lembra Finho.

Só no ano seguinte, em 1987, o 365 lançou seu primeiro álbum homônimo. O trabalho incluía uma versão inusitada de Grândola, Vila Morena, do português Zeca Afonso. Apesar de intensa, a discografia de estúdio da banda é curta. São só quatro discos: São Paulo/Canção para Marchar (1986); 365 (1987); Cenas de um Novo País (1990) e Do Outro Lado do Rio (2005). Segundo Finho, somando todas as coletâneas, o número pode chegar a 15, já que muita coisa foi gravada fora do Brasil, mas acabou sendo esquecida.

365 faz show em São Paulo, em 1990, com Callegari (ex-Inocentes) Foto: Arquivo Pessoal Finho

O repertório da apresentação deste domingo deve abranger todos os discos da carreira da banda. “Vamos tentar fazer um apanhado de todos os trabalhos, mas queremos tocar mais coisas de O Outro Lado do Rio. As canções desse álbum foram pouco executadas. Não dá para ficar muito concentrado no repertório dos anos 1980. Pretendemos mostrar essa outra vertente. Pode ser interessante para os fãs que não ouviram essas músicas”, diz Finho.

Atual. Para Finho, a música São Paulo ultrapassou as barreiras de celebração da cidade. Segundo ele, a canção é também sinônimo de protesto. “Chega um ponto em que música ganha vida própria. Ouvi muito nas manifestações recentes em São Paulo. Vi bastante nas redes sociais também. Trata-se de uma referência extra aniversário para a cidade. Tem relação com protesto, essência da banda. É muito emocionante.”

Apesar da fama, o 365 nunca se apresentou na Virada Cultural. De acordo com Finho, essa é uma das frustrações da sua extensa carreira. “A gente não participou de nenhuma edição da Virada Cultural, por exemplo. Nunca recebemos um convite sequer. Isso, de certa forma, frustra a gente. As pessoas que fazem a curadoria do evento são as mesmas desde a gestão de José Serra na Prefeitura de São Paulo, em 2005. Nossa música tem a ver com São Paulo”, complementa o vocalista.  

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