Beck: veterano do pop sem limite faz ponte entre veteranos saudosos e novinhos espertos no Primavera


Californiano fez um show que poderia ser descrito como ‘multifacetado’ por alguma finada revista impressa de música ou como de um ‘divo que faz tudo’ por alguém no TikTok

Por Rodrigo Ortega
Atualização:

Neste Primavera Sound amadurecido, que busca um perfil mais velho sem perder o espírito moderno, difícil uma atração tão certeira quanto Beck. Aos 53 anos, o jovial californiano fez um show que poderia ser descrito como “multifacetado” por alguma finada revista impressa de música ou como de um “divo que faz tudo” por alguém no TikTok.

Show de Beck no Primavera Sound, em 2023. Foto: Taba Benedicto/Estadão

O californiano de 53 anos tocou no fim da tarde deste domingo, 2º dia de festival, entre a canadense Carly Rae Jepsen e os britânicos do Cure no palco principal. Quem ficou por ali depois dela ou chegou mais cedo para eles tinha doses de melodias açucaradas ou soturnas suficientes para sair satisfeito. Ele cancelou o show que faria no Rio no sábado alegando problemas de saúde, mas parecia saudável neste domingo.

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Beck é um artista que sacou lá no início dos anos 90, uma era paleozóica em que se falava de “tribos” adolescentes, o quanto essas divisões eram bobagens. Foi aclamado como gênio prodígio por fazer um tipo de pop sem nenhum respeito por regras de gêneros musicais que hoje é normal entre os novinhos.

No público havia uma grande diversidade de faixas etárias e, mesmo que não tenha sido uma apresentação explosiva - às vezes há alguma dispersão -, era clara a veneração pelo músico.

Se tem alguém capaz de conversar com todo mundo ali no Primavera, esse cara é o Beck. Basta notar que ele foi revelado com Loser, um “folk-rap”, quase 30 anos antes de Lil Nas X ter uma ideia parecida com o “county-rap” Old Town Road. Foi, claro, o grande coro da tarde e um dos maiores do festival.

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Show de Beck no Primavera Sound, em 2023. Foto: Taba Benedicto/Estadão

Os shows que ele tem feito atualmente não têm muito objetivo. Seu álbum mais recente, de pouco destaque na média de sua obra, é Hyperspace, de 2019, que não está mais sendo promovido. Perfeito: vira uma tarde sem compromisso além de passear pela impressionante variedade de sua trajetória, um showroom de habilidades.

Como se não fosse nada, ele passa por funk (Mixed Bizness), psicodelia (New Polution), indie-pop (Dreams), indie-rock (E-pro), country (One foot in the grave), pop latino (Que’ onda guero), folk (Lost cause) e até mesmo trap reflexivo (Wow).

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O público do Primavera ainda ganhou um presente: Everybody’s gotta learn sometime, balada que não tinha rolado nos outros shows da América Latina neste ano, em bela interpretação em câmera lenta.

Depois, o fã de Tropicália e bossa nova ainda falou sobre o Brasil: “O primeiro show ao qual fui quando criança foi do Tom Jobim. Estão estou muito feliz de estar aqui, de onde vem a música que eu amo”. Sabe tudo.

Show de Beck no Primavera Sound, em 2023. Foto: Taba Benedicto/Estadão
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Setlist do Beck no Primavera Sound

  1. Devils Haircut
  2. Mixed Bizness
  3. The New Pollution
  4. Girl
  5. Qué Onda Guero
  6. Nicotine & Gravy
  7. Wow
  8. Gamma Ray
  9. Lost Cause
  10. Everybody’s Gotta Learn
  11. Dreams
  12. Up All Night
  13. E-Pro
  14. Loser
  15. One Foot in the Grave
  16. Where It’s At

Neste Primavera Sound amadurecido, que busca um perfil mais velho sem perder o espírito moderno, difícil uma atração tão certeira quanto Beck. Aos 53 anos, o jovial californiano fez um show que poderia ser descrito como “multifacetado” por alguma finada revista impressa de música ou como de um “divo que faz tudo” por alguém no TikTok.

Show de Beck no Primavera Sound, em 2023. Foto: Taba Benedicto/Estadão

O californiano de 53 anos tocou no fim da tarde deste domingo, 2º dia de festival, entre a canadense Carly Rae Jepsen e os britânicos do Cure no palco principal. Quem ficou por ali depois dela ou chegou mais cedo para eles tinha doses de melodias açucaradas ou soturnas suficientes para sair satisfeito. Ele cancelou o show que faria no Rio no sábado alegando problemas de saúde, mas parecia saudável neste domingo.

Beck é um artista que sacou lá no início dos anos 90, uma era paleozóica em que se falava de “tribos” adolescentes, o quanto essas divisões eram bobagens. Foi aclamado como gênio prodígio por fazer um tipo de pop sem nenhum respeito por regras de gêneros musicais que hoje é normal entre os novinhos.

No público havia uma grande diversidade de faixas etárias e, mesmo que não tenha sido uma apresentação explosiva - às vezes há alguma dispersão -, era clara a veneração pelo músico.

Se tem alguém capaz de conversar com todo mundo ali no Primavera, esse cara é o Beck. Basta notar que ele foi revelado com Loser, um “folk-rap”, quase 30 anos antes de Lil Nas X ter uma ideia parecida com o “county-rap” Old Town Road. Foi, claro, o grande coro da tarde e um dos maiores do festival.

Show de Beck no Primavera Sound, em 2023. Foto: Taba Benedicto/Estadão

Os shows que ele tem feito atualmente não têm muito objetivo. Seu álbum mais recente, de pouco destaque na média de sua obra, é Hyperspace, de 2019, que não está mais sendo promovido. Perfeito: vira uma tarde sem compromisso além de passear pela impressionante variedade de sua trajetória, um showroom de habilidades.

Como se não fosse nada, ele passa por funk (Mixed Bizness), psicodelia (New Polution), indie-pop (Dreams), indie-rock (E-pro), country (One foot in the grave), pop latino (Que’ onda guero), folk (Lost cause) e até mesmo trap reflexivo (Wow).

O público do Primavera ainda ganhou um presente: Everybody’s gotta learn sometime, balada que não tinha rolado nos outros shows da América Latina neste ano, em bela interpretação em câmera lenta.

Depois, o fã de Tropicália e bossa nova ainda falou sobre o Brasil: “O primeiro show ao qual fui quando criança foi do Tom Jobim. Estão estou muito feliz de estar aqui, de onde vem a música que eu amo”. Sabe tudo.

Show de Beck no Primavera Sound, em 2023. Foto: Taba Benedicto/Estadão

Setlist do Beck no Primavera Sound

  1. Devils Haircut
  2. Mixed Bizness
  3. The New Pollution
  4. Girl
  5. Qué Onda Guero
  6. Nicotine & Gravy
  7. Wow
  8. Gamma Ray
  9. Lost Cause
  10. Everybody’s Gotta Learn
  11. Dreams
  12. Up All Night
  13. E-Pro
  14. Loser
  15. One Foot in the Grave
  16. Where It’s At

Neste Primavera Sound amadurecido, que busca um perfil mais velho sem perder o espírito moderno, difícil uma atração tão certeira quanto Beck. Aos 53 anos, o jovial californiano fez um show que poderia ser descrito como “multifacetado” por alguma finada revista impressa de música ou como de um “divo que faz tudo” por alguém no TikTok.

Show de Beck no Primavera Sound, em 2023. Foto: Taba Benedicto/Estadão

O californiano de 53 anos tocou no fim da tarde deste domingo, 2º dia de festival, entre a canadense Carly Rae Jepsen e os britânicos do Cure no palco principal. Quem ficou por ali depois dela ou chegou mais cedo para eles tinha doses de melodias açucaradas ou soturnas suficientes para sair satisfeito. Ele cancelou o show que faria no Rio no sábado alegando problemas de saúde, mas parecia saudável neste domingo.

Beck é um artista que sacou lá no início dos anos 90, uma era paleozóica em que se falava de “tribos” adolescentes, o quanto essas divisões eram bobagens. Foi aclamado como gênio prodígio por fazer um tipo de pop sem nenhum respeito por regras de gêneros musicais que hoje é normal entre os novinhos.

No público havia uma grande diversidade de faixas etárias e, mesmo que não tenha sido uma apresentação explosiva - às vezes há alguma dispersão -, era clara a veneração pelo músico.

Se tem alguém capaz de conversar com todo mundo ali no Primavera, esse cara é o Beck. Basta notar que ele foi revelado com Loser, um “folk-rap”, quase 30 anos antes de Lil Nas X ter uma ideia parecida com o “county-rap” Old Town Road. Foi, claro, o grande coro da tarde e um dos maiores do festival.

Show de Beck no Primavera Sound, em 2023. Foto: Taba Benedicto/Estadão

Os shows que ele tem feito atualmente não têm muito objetivo. Seu álbum mais recente, de pouco destaque na média de sua obra, é Hyperspace, de 2019, que não está mais sendo promovido. Perfeito: vira uma tarde sem compromisso além de passear pela impressionante variedade de sua trajetória, um showroom de habilidades.

Como se não fosse nada, ele passa por funk (Mixed Bizness), psicodelia (New Polution), indie-pop (Dreams), indie-rock (E-pro), country (One foot in the grave), pop latino (Que’ onda guero), folk (Lost cause) e até mesmo trap reflexivo (Wow).

O público do Primavera ainda ganhou um presente: Everybody’s gotta learn sometime, balada que não tinha rolado nos outros shows da América Latina neste ano, em bela interpretação em câmera lenta.

Depois, o fã de Tropicália e bossa nova ainda falou sobre o Brasil: “O primeiro show ao qual fui quando criança foi do Tom Jobim. Estão estou muito feliz de estar aqui, de onde vem a música que eu amo”. Sabe tudo.

Show de Beck no Primavera Sound, em 2023. Foto: Taba Benedicto/Estadão

Setlist do Beck no Primavera Sound

  1. Devils Haircut
  2. Mixed Bizness
  3. The New Pollution
  4. Girl
  5. Qué Onda Guero
  6. Nicotine & Gravy
  7. Wow
  8. Gamma Ray
  9. Lost Cause
  10. Everybody’s Gotta Learn
  11. Dreams
  12. Up All Night
  13. E-Pro
  14. Loser
  15. One Foot in the Grave
  16. Where It’s At

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