Brasileiro de 17 anos é a nova estrela do violino internacional


‘É como se eu tivesse agora um certificado de meu valor como músico’, diz Guido Sant’Anna, que venceu concurso em Viena

Por João Luiz Sampaio
Atualização:

ESPECIAL PARA O ESTADÃO - Em Viena já era madrugada quando Guido Sant’Anna atendeu o telefone. Está tarde, ele brinca. Mas dormir não deve estar sendo fácil desde o último domingo, 25. Foi quando o violinista brasileiro venceu o Concurso Fritz Kreisler, um dos maiores do mundo, após uma semana intensa de provas. É um feito inédito: Guido, de apenas 17 anos, chegou à frente de mais de 230 candidatos de 42 países.

“Ainda não sei como definir o impacto pessoal do que aconteceu, mas, do ponto de vista profissional, é uma mudança grande. Ter vencido o concurso significa uma atenção maior da mídia, novas oportunidades de tocar, um salto na carreira. É como se eu tivesse agora um certificado do meu valor como músico”, ele diz.

Como parte da premiação, ele fará concertos na Lituânia, na Rússia, na Itália e uma turnê pela Ásia. Vai gravar um disco para o selo alemão Naxos. E há ainda a possibilidade de uma apresentação com a Filarmônica de Viena. “Tenho sido procurado por muita gente desde domingo, além de receber mensagens de pessoas do meio musical e de gente que não conheço, mas que torceu e vibrou com a minha vitória” - as provas foram transmitidas ao vivo pela internet e ainda podem ser vistas online.

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Guido nasceu em Parelheiros, São Paulo. Os pais e os tios tinham uma banda, tocavam sempre. Mas ele seguiu em outra direção. Foi para o clássico. Tinha 5 anos quando pegou o violino pela primeira vez. Com 7, fez sua primeira apresentação pública com uma orquestra de câmara. E, aos 8, foi finalista do Prelúdio, programa de calouros realizado pela TV Cultura de São Paulo. Na ocasião, conheceu o maestro Júlio Medaglia, que lhe apresentou o maestro e pianista João Carlos Martins. Tornaram-se apoiadores importantes. Mas não os únicos: Guido hoje é bolsista da Cultura Artística.

Quando estava com 12 anos, em 2018, o violinista conquistou o primeiro feito internacional, ficando entre os finalistas do Concurso Menuhin, na Suíça, recebendo o prêmio do público e de música de câmara. No mesmo ano, recebeu o Prêmio Concerto oferecido pela crítica brasileira especializada. Em 2021, foi um dos vencedores do Concurso Jovens Solistas da Osesp, na Sala São Paulo.

O violinista Guido Sant'Anna, que venceu o Concurso Fritz Kreisler, em Viena. Foto: Damian Posse
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Ao longo de todo esse tempo, foi orientado pela professora Elisa Fukuda. “Para mim, como indivíduo e profissional, a Elisa é fundamental. Ela é uma fonte de conhecimento que me ofereceu o caminho para que eu pudesse crescer, na técnica e na música. Ela me moldou de um jeito com o qual eu passei a ser capaz de mostrar minhas ideias musicais.”

Sambando na suíça

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Por mais que o violino estivesse ao seu lado desde a infância, a relação com o instrumento foi construída ao longo do tempo. Guido conta que, na época do Prelúdio, quando seu nome passou a chamar a atenção, a música ainda não era um caminho definido. “Eu simplesmente ia que ia, não tinha participado de nada ainda. E de repente veio o sucesso, até porque eu tinha só 9 anos, era bonitinho”, ele lembra.

A sensação não mudou muito nos anos seguintes. “Para ser honesto, eu não queria muita coisa com o violino. Eu fui mesmo para a Suíça fazer o Concurso Menuhin não por conta de um desejo pessoal, mas porque as pessoas me prepararam e me consideraram pronto. Eu me sentia sambando lá, sem grande interesse.”

Após o concurso, no entanto, algo mudou. “Eu tocava porque tocava, não tinha nenhum outro interesse especial. Claro, havia uma paixão pela música, mas não no sentido de pensar em um futuro como músico profissional, em uma carreira. Mas depois do Menuhi me dei conta de que podia ser mais do que eu imaginava. Teria muita coisa a perder se eu não me dedicasse a isso.”

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A preparação para o Concurso Fritz Kreisler foi então bastante diferente. Nas finais, ele interpretou o Concerto para Violino de Brahms, um dos mais exigentes do repertório. Foi uma escolha dele em conjunto com a professora Fukuda. Eles chegaram a considerar outra possibilidade, o Concerto de Sibelius. “Mas o de Brahms me daria a chance de mostrar o que sou como músico. Há muita variedade na obra e é um concerto vibrante. Eu poderia mostrar tanto a técnica quanto a musicalidade que ele exige, além da presença no palco e da força de sentimentos que a música evoca.”

Guido conta que foram meses de preparação, de muito estudo, “eu sozinho no meu quarto, melhorando, pensando, buscando um olhar mais maduro”. Por isso mesmo, foi um processo, ele diz, mais estressante. Antes da viagem, ele tocou o concerto com a Orquestra Sinfônica de Barra Mansa e com a Orquestra Sinfônica de Porto Alegre. “O Guido de 17 anos é muito diferente do Guido de 12 anos. Fiquei nervoso. Desta vez, havia a preocupação de apresentar tudo aquilo que posso mostrar como músico.”

Com o maestro João Carlos Martins, aos 12 anos.  Foto: Nilton Fukuda/Estadão
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Futuro

Um dos primeiros compromissos de Guido nos próximos meses será a gravação do disco para a Naxos. Já sabe o que quer gravar? “Vixe! Honestamente, não sei.” Mas, aos poucos, algumas ideias vão se formando. “Sonatas de Brahms, Beethoven, Franck, Fauré.” São obras incontornáveis do repertório para violino, que podem ajudá-lo a mostrar sua personalidade como artista. “Há também as sonatas de Ysaÿe, que todo violinista de ponta tem de saber tocar bem.”

Em dezembro, de volta ao Brasil, ele se apresenta em Belo Horizonte com a Filarmônica de Minas Gerais. E, com a vitória no Kreisler, espera conseguir mais facilmente espaço em alguma universidade para seguir com seus estudos fora do Brasil a partir de 2023. Novos concursos pela frente? “Não agora, preciso primeiro aproveitar as oportunidades que estão surgindo neste momento. Depois verei isso.”

ESPECIAL PARA O ESTADÃO - Em Viena já era madrugada quando Guido Sant’Anna atendeu o telefone. Está tarde, ele brinca. Mas dormir não deve estar sendo fácil desde o último domingo, 25. Foi quando o violinista brasileiro venceu o Concurso Fritz Kreisler, um dos maiores do mundo, após uma semana intensa de provas. É um feito inédito: Guido, de apenas 17 anos, chegou à frente de mais de 230 candidatos de 42 países.

“Ainda não sei como definir o impacto pessoal do que aconteceu, mas, do ponto de vista profissional, é uma mudança grande. Ter vencido o concurso significa uma atenção maior da mídia, novas oportunidades de tocar, um salto na carreira. É como se eu tivesse agora um certificado do meu valor como músico”, ele diz.

Como parte da premiação, ele fará concertos na Lituânia, na Rússia, na Itália e uma turnê pela Ásia. Vai gravar um disco para o selo alemão Naxos. E há ainda a possibilidade de uma apresentação com a Filarmônica de Viena. “Tenho sido procurado por muita gente desde domingo, além de receber mensagens de pessoas do meio musical e de gente que não conheço, mas que torceu e vibrou com a minha vitória” - as provas foram transmitidas ao vivo pela internet e ainda podem ser vistas online.

Guido nasceu em Parelheiros, São Paulo. Os pais e os tios tinham uma banda, tocavam sempre. Mas ele seguiu em outra direção. Foi para o clássico. Tinha 5 anos quando pegou o violino pela primeira vez. Com 7, fez sua primeira apresentação pública com uma orquestra de câmara. E, aos 8, foi finalista do Prelúdio, programa de calouros realizado pela TV Cultura de São Paulo. Na ocasião, conheceu o maestro Júlio Medaglia, que lhe apresentou o maestro e pianista João Carlos Martins. Tornaram-se apoiadores importantes. Mas não os únicos: Guido hoje é bolsista da Cultura Artística.

Quando estava com 12 anos, em 2018, o violinista conquistou o primeiro feito internacional, ficando entre os finalistas do Concurso Menuhin, na Suíça, recebendo o prêmio do público e de música de câmara. No mesmo ano, recebeu o Prêmio Concerto oferecido pela crítica brasileira especializada. Em 2021, foi um dos vencedores do Concurso Jovens Solistas da Osesp, na Sala São Paulo.

O violinista Guido Sant'Anna, que venceu o Concurso Fritz Kreisler, em Viena. Foto: Damian Posse

Ao longo de todo esse tempo, foi orientado pela professora Elisa Fukuda. “Para mim, como indivíduo e profissional, a Elisa é fundamental. Ela é uma fonte de conhecimento que me ofereceu o caminho para que eu pudesse crescer, na técnica e na música. Ela me moldou de um jeito com o qual eu passei a ser capaz de mostrar minhas ideias musicais.”

Sambando na suíça

Por mais que o violino estivesse ao seu lado desde a infância, a relação com o instrumento foi construída ao longo do tempo. Guido conta que, na época do Prelúdio, quando seu nome passou a chamar a atenção, a música ainda não era um caminho definido. “Eu simplesmente ia que ia, não tinha participado de nada ainda. E de repente veio o sucesso, até porque eu tinha só 9 anos, era bonitinho”, ele lembra.

A sensação não mudou muito nos anos seguintes. “Para ser honesto, eu não queria muita coisa com o violino. Eu fui mesmo para a Suíça fazer o Concurso Menuhin não por conta de um desejo pessoal, mas porque as pessoas me prepararam e me consideraram pronto. Eu me sentia sambando lá, sem grande interesse.”

Após o concurso, no entanto, algo mudou. “Eu tocava porque tocava, não tinha nenhum outro interesse especial. Claro, havia uma paixão pela música, mas não no sentido de pensar em um futuro como músico profissional, em uma carreira. Mas depois do Menuhi me dei conta de que podia ser mais do que eu imaginava. Teria muita coisa a perder se eu não me dedicasse a isso.”

A preparação para o Concurso Fritz Kreisler foi então bastante diferente. Nas finais, ele interpretou o Concerto para Violino de Brahms, um dos mais exigentes do repertório. Foi uma escolha dele em conjunto com a professora Fukuda. Eles chegaram a considerar outra possibilidade, o Concerto de Sibelius. “Mas o de Brahms me daria a chance de mostrar o que sou como músico. Há muita variedade na obra e é um concerto vibrante. Eu poderia mostrar tanto a técnica quanto a musicalidade que ele exige, além da presença no palco e da força de sentimentos que a música evoca.”

Guido conta que foram meses de preparação, de muito estudo, “eu sozinho no meu quarto, melhorando, pensando, buscando um olhar mais maduro”. Por isso mesmo, foi um processo, ele diz, mais estressante. Antes da viagem, ele tocou o concerto com a Orquestra Sinfônica de Barra Mansa e com a Orquestra Sinfônica de Porto Alegre. “O Guido de 17 anos é muito diferente do Guido de 12 anos. Fiquei nervoso. Desta vez, havia a preocupação de apresentar tudo aquilo que posso mostrar como músico.”

Com o maestro João Carlos Martins, aos 12 anos.  Foto: Nilton Fukuda/Estadão

Futuro

Um dos primeiros compromissos de Guido nos próximos meses será a gravação do disco para a Naxos. Já sabe o que quer gravar? “Vixe! Honestamente, não sei.” Mas, aos poucos, algumas ideias vão se formando. “Sonatas de Brahms, Beethoven, Franck, Fauré.” São obras incontornáveis do repertório para violino, que podem ajudá-lo a mostrar sua personalidade como artista. “Há também as sonatas de Ysaÿe, que todo violinista de ponta tem de saber tocar bem.”

Em dezembro, de volta ao Brasil, ele se apresenta em Belo Horizonte com a Filarmônica de Minas Gerais. E, com a vitória no Kreisler, espera conseguir mais facilmente espaço em alguma universidade para seguir com seus estudos fora do Brasil a partir de 2023. Novos concursos pela frente? “Não agora, preciso primeiro aproveitar as oportunidades que estão surgindo neste momento. Depois verei isso.”

ESPECIAL PARA O ESTADÃO - Em Viena já era madrugada quando Guido Sant’Anna atendeu o telefone. Está tarde, ele brinca. Mas dormir não deve estar sendo fácil desde o último domingo, 25. Foi quando o violinista brasileiro venceu o Concurso Fritz Kreisler, um dos maiores do mundo, após uma semana intensa de provas. É um feito inédito: Guido, de apenas 17 anos, chegou à frente de mais de 230 candidatos de 42 países.

“Ainda não sei como definir o impacto pessoal do que aconteceu, mas, do ponto de vista profissional, é uma mudança grande. Ter vencido o concurso significa uma atenção maior da mídia, novas oportunidades de tocar, um salto na carreira. É como se eu tivesse agora um certificado do meu valor como músico”, ele diz.

Como parte da premiação, ele fará concertos na Lituânia, na Rússia, na Itália e uma turnê pela Ásia. Vai gravar um disco para o selo alemão Naxos. E há ainda a possibilidade de uma apresentação com a Filarmônica de Viena. “Tenho sido procurado por muita gente desde domingo, além de receber mensagens de pessoas do meio musical e de gente que não conheço, mas que torceu e vibrou com a minha vitória” - as provas foram transmitidas ao vivo pela internet e ainda podem ser vistas online.

Guido nasceu em Parelheiros, São Paulo. Os pais e os tios tinham uma banda, tocavam sempre. Mas ele seguiu em outra direção. Foi para o clássico. Tinha 5 anos quando pegou o violino pela primeira vez. Com 7, fez sua primeira apresentação pública com uma orquestra de câmara. E, aos 8, foi finalista do Prelúdio, programa de calouros realizado pela TV Cultura de São Paulo. Na ocasião, conheceu o maestro Júlio Medaglia, que lhe apresentou o maestro e pianista João Carlos Martins. Tornaram-se apoiadores importantes. Mas não os únicos: Guido hoje é bolsista da Cultura Artística.

Quando estava com 12 anos, em 2018, o violinista conquistou o primeiro feito internacional, ficando entre os finalistas do Concurso Menuhin, na Suíça, recebendo o prêmio do público e de música de câmara. No mesmo ano, recebeu o Prêmio Concerto oferecido pela crítica brasileira especializada. Em 2021, foi um dos vencedores do Concurso Jovens Solistas da Osesp, na Sala São Paulo.

O violinista Guido Sant'Anna, que venceu o Concurso Fritz Kreisler, em Viena. Foto: Damian Posse

Ao longo de todo esse tempo, foi orientado pela professora Elisa Fukuda. “Para mim, como indivíduo e profissional, a Elisa é fundamental. Ela é uma fonte de conhecimento que me ofereceu o caminho para que eu pudesse crescer, na técnica e na música. Ela me moldou de um jeito com o qual eu passei a ser capaz de mostrar minhas ideias musicais.”

Sambando na suíça

Por mais que o violino estivesse ao seu lado desde a infância, a relação com o instrumento foi construída ao longo do tempo. Guido conta que, na época do Prelúdio, quando seu nome passou a chamar a atenção, a música ainda não era um caminho definido. “Eu simplesmente ia que ia, não tinha participado de nada ainda. E de repente veio o sucesso, até porque eu tinha só 9 anos, era bonitinho”, ele lembra.

A sensação não mudou muito nos anos seguintes. “Para ser honesto, eu não queria muita coisa com o violino. Eu fui mesmo para a Suíça fazer o Concurso Menuhin não por conta de um desejo pessoal, mas porque as pessoas me prepararam e me consideraram pronto. Eu me sentia sambando lá, sem grande interesse.”

Após o concurso, no entanto, algo mudou. “Eu tocava porque tocava, não tinha nenhum outro interesse especial. Claro, havia uma paixão pela música, mas não no sentido de pensar em um futuro como músico profissional, em uma carreira. Mas depois do Menuhi me dei conta de que podia ser mais do que eu imaginava. Teria muita coisa a perder se eu não me dedicasse a isso.”

A preparação para o Concurso Fritz Kreisler foi então bastante diferente. Nas finais, ele interpretou o Concerto para Violino de Brahms, um dos mais exigentes do repertório. Foi uma escolha dele em conjunto com a professora Fukuda. Eles chegaram a considerar outra possibilidade, o Concerto de Sibelius. “Mas o de Brahms me daria a chance de mostrar o que sou como músico. Há muita variedade na obra e é um concerto vibrante. Eu poderia mostrar tanto a técnica quanto a musicalidade que ele exige, além da presença no palco e da força de sentimentos que a música evoca.”

Guido conta que foram meses de preparação, de muito estudo, “eu sozinho no meu quarto, melhorando, pensando, buscando um olhar mais maduro”. Por isso mesmo, foi um processo, ele diz, mais estressante. Antes da viagem, ele tocou o concerto com a Orquestra Sinfônica de Barra Mansa e com a Orquestra Sinfônica de Porto Alegre. “O Guido de 17 anos é muito diferente do Guido de 12 anos. Fiquei nervoso. Desta vez, havia a preocupação de apresentar tudo aquilo que posso mostrar como músico.”

Com o maestro João Carlos Martins, aos 12 anos.  Foto: Nilton Fukuda/Estadão

Futuro

Um dos primeiros compromissos de Guido nos próximos meses será a gravação do disco para a Naxos. Já sabe o que quer gravar? “Vixe! Honestamente, não sei.” Mas, aos poucos, algumas ideias vão se formando. “Sonatas de Brahms, Beethoven, Franck, Fauré.” São obras incontornáveis do repertório para violino, que podem ajudá-lo a mostrar sua personalidade como artista. “Há também as sonatas de Ysaÿe, que todo violinista de ponta tem de saber tocar bem.”

Em dezembro, de volta ao Brasil, ele se apresenta em Belo Horizonte com a Filarmônica de Minas Gerais. E, com a vitória no Kreisler, espera conseguir mais facilmente espaço em alguma universidade para seguir com seus estudos fora do Brasil a partir de 2023. Novos concursos pela frente? “Não agora, preciso primeiro aproveitar as oportunidades que estão surgindo neste momento. Depois verei isso.”

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