Bruno Mars vai ganhar o maior cachê já pago por Roberto Medina. O que esperar do show no The Town?


Criador do Rock in Rio e do The Town conta ao Estadão que nunca pagou tão caro por um show: ‘Mas vale cada centavo’. ‘Estadão’ apurou que ele ganha pelo menos R$ 8 milhões por data

Por Julio Maria
Atualização:

E o maior cachê já desembolsado pelo empresário Roberto Medina para trazer um show ao Brasil é o de... Bruno Mars. Medina não pode expor valores, já que assina contratos de confidencialidade com quebras punidas com o multas estratosféricas, mas pode afirmar: “Nunca paguei tão caro por um show”, diz ao Estadão. Quem fala é o homem que já trouxe Queen, Iron Maiden (muitas vezes), Metallica, James Taylor e Guns’N Roses. Sua revelação tem um complemento: “O show que ele faz vale cada centavo. As surpresas acontecem o tempo todo.” Extraoficialmente apurado, o cachê por show de Mars não tem saído por menos de US$ 1,5 milhão (algo como R$ 8 milhões).

Mars, em apresentação de 2022 Foto: Mario Anzuoni / REUTERS

Mars vem ao festival The Town para fazer duas datas em dias e horários nobres. É a primeira vez que uma atração by Medina (Rock in Rio e, agora, The Town) ganha tal status. Seus shows serão em dois domingos, dias 3 e 10 de setembro (o festival vai de 2 a 10, no Autódromo de Interlagos), e os ingressos foram vorazmente comprados em menos de uma hora. São superdimensões de um artista de 37 anos de idade que cantou suas primeiras notas na infância, imitando Elvis Presley, foi rejeitado pela gravadora Motown no início de carreira e só lançou seu primeiro EP em 2010.

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Como é o show de Bruno Mars?

Ele volta ao Brasil ainda maior do que era em sua primeira passagem, em 2017. Não lançou nenhum disco solo desde então, mas mudou bastante seu show para criar uma zona contínua e intensa de euforia quase asfixiante. “É impressionante o que ele faz”, reforça Medina. Generoso, não tenta romper padrões quando está no palco e garante mostrar todas as músicas esperadas pelos fãs. A lista é grande: 24K Magic, Finesse, Treasure, That’s What I Like, Runaway Baby, When I Was Your Man, Locked Out of Heaven, Just the Way You Are e, seu maior sucesso, Uptown Funk. Coisas feitas no projeto Silk Sonic, ao lado de Anderson .Paak, têm tido espaço em outros shows.

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Elvis, Prince e Michael Jackson

Mas quem é esse mais recente produto de estádio surgido num tempo em que produtos de estádio estão se despedindo? Seria Bruno Mars uma ótima e oportuna colagem de referências do passado, com a pélvis de Elvis sustentando as costelas de Prince e as articulações de Michael Jackson? Uma forma de juntar boa parte do que a história consagrou para apresentá-la com frescor a uma geração que se distancia cada vez mais dos ancestrais? Ou, menos estratégico do que possa parecer, seria Mars a genuína expressão de um fenômeno de seu tempo? Para as duas opções, é preciso ter talento. E isso, a história já o testou, é inegável que ele tenha.

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Bruno Mars é Peter Gene Hernandez, nascido em 1985 em Honolulu, no Havaí, um dos seis filhos do músico cover de Little Richard (o negócio está no sangue) Pedrito Hernandéz e da cantora e dançarina Mildred. O irmão de sua mãe, um cover de Elvis profissional, o colocou na rota das imitações. Aos quatro anos, Bruno já se apresentava cinco dias por semana com a banda da família, batizada The Love Notes, na qual seu nome passou a ser Mini Elvis Presley.

Ele chegou a assinar com a Motown, nos anos 90, mas o contrato seria terminado um ano depois, sem edição de nenhuma canção. Hoje, parece impensável que a Motown, a gravadora que farejou Marvin Gaye, Stevie Wonder, The Jackson Five, The Supremes e Diana Ross, errou tão feio. “Não culpo a Motown”, disse Mars, em uma entrevista recente. Seu entendimento sobre o fato de ter sido esnobado é curioso: “Eu não estava pronto. As pessoas também não sabiam, ainda não sabem, de que cor eu sou, exatamente. Pensavam: ‘ele não é suficientemente negro, não é suficientemente branco, tem um apelido latino mas não fala espanhol’.”

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Da pindaíba ao ‘24K Magic’

As coisas demorariam ainda um pouco para acontecer, com episódios de pindaíbas familiares que teriam levado Mars e sua família a passar maus bocados. Ele mesmo falou que teria dormido dentro de carros e em casas abandonadas, mas parece haver algum exagero nisso. A sorte virou quando assinou um contrato com a Atlantic Records, à qual chegou por indicação do parceiro Philip Lawrence, que o apresentou a um olheiro da editora, Aaron Bay-Schuck, e Mars passou a compor. Nothin’ on You, do rapper B.o.B, e Billionaire, de Travie McCoy, são de sua co-autoria.

Muitos hits vieram depois, e os discos chegaram. Tudo muito rápido. Seu álbum de 2016, 24K Magic, o fez um artista aclamado pelos fãs e se tornou um dos maiores combustíveis de seu show. Agora, montado em um show que não deixa tempo para respiros, Mars deve sair do Brasil como um gigante.

E o maior cachê já desembolsado pelo empresário Roberto Medina para trazer um show ao Brasil é o de... Bruno Mars. Medina não pode expor valores, já que assina contratos de confidencialidade com quebras punidas com o multas estratosféricas, mas pode afirmar: “Nunca paguei tão caro por um show”, diz ao Estadão. Quem fala é o homem que já trouxe Queen, Iron Maiden (muitas vezes), Metallica, James Taylor e Guns’N Roses. Sua revelação tem um complemento: “O show que ele faz vale cada centavo. As surpresas acontecem o tempo todo.” Extraoficialmente apurado, o cachê por show de Mars não tem saído por menos de US$ 1,5 milhão (algo como R$ 8 milhões).

Mars, em apresentação de 2022 Foto: Mario Anzuoni / REUTERS

Mars vem ao festival The Town para fazer duas datas em dias e horários nobres. É a primeira vez que uma atração by Medina (Rock in Rio e, agora, The Town) ganha tal status. Seus shows serão em dois domingos, dias 3 e 10 de setembro (o festival vai de 2 a 10, no Autódromo de Interlagos), e os ingressos foram vorazmente comprados em menos de uma hora. São superdimensões de um artista de 37 anos de idade que cantou suas primeiras notas na infância, imitando Elvis Presley, foi rejeitado pela gravadora Motown no início de carreira e só lançou seu primeiro EP em 2010.

Como é o show de Bruno Mars?

Ele volta ao Brasil ainda maior do que era em sua primeira passagem, em 2017. Não lançou nenhum disco solo desde então, mas mudou bastante seu show para criar uma zona contínua e intensa de euforia quase asfixiante. “É impressionante o que ele faz”, reforça Medina. Generoso, não tenta romper padrões quando está no palco e garante mostrar todas as músicas esperadas pelos fãs. A lista é grande: 24K Magic, Finesse, Treasure, That’s What I Like, Runaway Baby, When I Was Your Man, Locked Out of Heaven, Just the Way You Are e, seu maior sucesso, Uptown Funk. Coisas feitas no projeto Silk Sonic, ao lado de Anderson .Paak, têm tido espaço em outros shows.

Elvis, Prince e Michael Jackson

Mas quem é esse mais recente produto de estádio surgido num tempo em que produtos de estádio estão se despedindo? Seria Bruno Mars uma ótima e oportuna colagem de referências do passado, com a pélvis de Elvis sustentando as costelas de Prince e as articulações de Michael Jackson? Uma forma de juntar boa parte do que a história consagrou para apresentá-la com frescor a uma geração que se distancia cada vez mais dos ancestrais? Ou, menos estratégico do que possa parecer, seria Mars a genuína expressão de um fenômeno de seu tempo? Para as duas opções, é preciso ter talento. E isso, a história já o testou, é inegável que ele tenha.

Bruno Mars é Peter Gene Hernandez, nascido em 1985 em Honolulu, no Havaí, um dos seis filhos do músico cover de Little Richard (o negócio está no sangue) Pedrito Hernandéz e da cantora e dançarina Mildred. O irmão de sua mãe, um cover de Elvis profissional, o colocou na rota das imitações. Aos quatro anos, Bruno já se apresentava cinco dias por semana com a banda da família, batizada The Love Notes, na qual seu nome passou a ser Mini Elvis Presley.

Ele chegou a assinar com a Motown, nos anos 90, mas o contrato seria terminado um ano depois, sem edição de nenhuma canção. Hoje, parece impensável que a Motown, a gravadora que farejou Marvin Gaye, Stevie Wonder, The Jackson Five, The Supremes e Diana Ross, errou tão feio. “Não culpo a Motown”, disse Mars, em uma entrevista recente. Seu entendimento sobre o fato de ter sido esnobado é curioso: “Eu não estava pronto. As pessoas também não sabiam, ainda não sabem, de que cor eu sou, exatamente. Pensavam: ‘ele não é suficientemente negro, não é suficientemente branco, tem um apelido latino mas não fala espanhol’.”

Da pindaíba ao ‘24K Magic’

As coisas demorariam ainda um pouco para acontecer, com episódios de pindaíbas familiares que teriam levado Mars e sua família a passar maus bocados. Ele mesmo falou que teria dormido dentro de carros e em casas abandonadas, mas parece haver algum exagero nisso. A sorte virou quando assinou um contrato com a Atlantic Records, à qual chegou por indicação do parceiro Philip Lawrence, que o apresentou a um olheiro da editora, Aaron Bay-Schuck, e Mars passou a compor. Nothin’ on You, do rapper B.o.B, e Billionaire, de Travie McCoy, são de sua co-autoria.

Muitos hits vieram depois, e os discos chegaram. Tudo muito rápido. Seu álbum de 2016, 24K Magic, o fez um artista aclamado pelos fãs e se tornou um dos maiores combustíveis de seu show. Agora, montado em um show que não deixa tempo para respiros, Mars deve sair do Brasil como um gigante.

E o maior cachê já desembolsado pelo empresário Roberto Medina para trazer um show ao Brasil é o de... Bruno Mars. Medina não pode expor valores, já que assina contratos de confidencialidade com quebras punidas com o multas estratosféricas, mas pode afirmar: “Nunca paguei tão caro por um show”, diz ao Estadão. Quem fala é o homem que já trouxe Queen, Iron Maiden (muitas vezes), Metallica, James Taylor e Guns’N Roses. Sua revelação tem um complemento: “O show que ele faz vale cada centavo. As surpresas acontecem o tempo todo.” Extraoficialmente apurado, o cachê por show de Mars não tem saído por menos de US$ 1,5 milhão (algo como R$ 8 milhões).

Mars, em apresentação de 2022 Foto: Mario Anzuoni / REUTERS

Mars vem ao festival The Town para fazer duas datas em dias e horários nobres. É a primeira vez que uma atração by Medina (Rock in Rio e, agora, The Town) ganha tal status. Seus shows serão em dois domingos, dias 3 e 10 de setembro (o festival vai de 2 a 10, no Autódromo de Interlagos), e os ingressos foram vorazmente comprados em menos de uma hora. São superdimensões de um artista de 37 anos de idade que cantou suas primeiras notas na infância, imitando Elvis Presley, foi rejeitado pela gravadora Motown no início de carreira e só lançou seu primeiro EP em 2010.

Como é o show de Bruno Mars?

Ele volta ao Brasil ainda maior do que era em sua primeira passagem, em 2017. Não lançou nenhum disco solo desde então, mas mudou bastante seu show para criar uma zona contínua e intensa de euforia quase asfixiante. “É impressionante o que ele faz”, reforça Medina. Generoso, não tenta romper padrões quando está no palco e garante mostrar todas as músicas esperadas pelos fãs. A lista é grande: 24K Magic, Finesse, Treasure, That’s What I Like, Runaway Baby, When I Was Your Man, Locked Out of Heaven, Just the Way You Are e, seu maior sucesso, Uptown Funk. Coisas feitas no projeto Silk Sonic, ao lado de Anderson .Paak, têm tido espaço em outros shows.

Elvis, Prince e Michael Jackson

Mas quem é esse mais recente produto de estádio surgido num tempo em que produtos de estádio estão se despedindo? Seria Bruno Mars uma ótima e oportuna colagem de referências do passado, com a pélvis de Elvis sustentando as costelas de Prince e as articulações de Michael Jackson? Uma forma de juntar boa parte do que a história consagrou para apresentá-la com frescor a uma geração que se distancia cada vez mais dos ancestrais? Ou, menos estratégico do que possa parecer, seria Mars a genuína expressão de um fenômeno de seu tempo? Para as duas opções, é preciso ter talento. E isso, a história já o testou, é inegável que ele tenha.

Bruno Mars é Peter Gene Hernandez, nascido em 1985 em Honolulu, no Havaí, um dos seis filhos do músico cover de Little Richard (o negócio está no sangue) Pedrito Hernandéz e da cantora e dançarina Mildred. O irmão de sua mãe, um cover de Elvis profissional, o colocou na rota das imitações. Aos quatro anos, Bruno já se apresentava cinco dias por semana com a banda da família, batizada The Love Notes, na qual seu nome passou a ser Mini Elvis Presley.

Ele chegou a assinar com a Motown, nos anos 90, mas o contrato seria terminado um ano depois, sem edição de nenhuma canção. Hoje, parece impensável que a Motown, a gravadora que farejou Marvin Gaye, Stevie Wonder, The Jackson Five, The Supremes e Diana Ross, errou tão feio. “Não culpo a Motown”, disse Mars, em uma entrevista recente. Seu entendimento sobre o fato de ter sido esnobado é curioso: “Eu não estava pronto. As pessoas também não sabiam, ainda não sabem, de que cor eu sou, exatamente. Pensavam: ‘ele não é suficientemente negro, não é suficientemente branco, tem um apelido latino mas não fala espanhol’.”

Da pindaíba ao ‘24K Magic’

As coisas demorariam ainda um pouco para acontecer, com episódios de pindaíbas familiares que teriam levado Mars e sua família a passar maus bocados. Ele mesmo falou que teria dormido dentro de carros e em casas abandonadas, mas parece haver algum exagero nisso. A sorte virou quando assinou um contrato com a Atlantic Records, à qual chegou por indicação do parceiro Philip Lawrence, que o apresentou a um olheiro da editora, Aaron Bay-Schuck, e Mars passou a compor. Nothin’ on You, do rapper B.o.B, e Billionaire, de Travie McCoy, são de sua co-autoria.

Muitos hits vieram depois, e os discos chegaram. Tudo muito rápido. Seu álbum de 2016, 24K Magic, o fez um artista aclamado pelos fãs e se tornou um dos maiores combustíveis de seu show. Agora, montado em um show que não deixa tempo para respiros, Mars deve sair do Brasil como um gigante.

E o maior cachê já desembolsado pelo empresário Roberto Medina para trazer um show ao Brasil é o de... Bruno Mars. Medina não pode expor valores, já que assina contratos de confidencialidade com quebras punidas com o multas estratosféricas, mas pode afirmar: “Nunca paguei tão caro por um show”, diz ao Estadão. Quem fala é o homem que já trouxe Queen, Iron Maiden (muitas vezes), Metallica, James Taylor e Guns’N Roses. Sua revelação tem um complemento: “O show que ele faz vale cada centavo. As surpresas acontecem o tempo todo.” Extraoficialmente apurado, o cachê por show de Mars não tem saído por menos de US$ 1,5 milhão (algo como R$ 8 milhões).

Mars, em apresentação de 2022 Foto: Mario Anzuoni / REUTERS

Mars vem ao festival The Town para fazer duas datas em dias e horários nobres. É a primeira vez que uma atração by Medina (Rock in Rio e, agora, The Town) ganha tal status. Seus shows serão em dois domingos, dias 3 e 10 de setembro (o festival vai de 2 a 10, no Autódromo de Interlagos), e os ingressos foram vorazmente comprados em menos de uma hora. São superdimensões de um artista de 37 anos de idade que cantou suas primeiras notas na infância, imitando Elvis Presley, foi rejeitado pela gravadora Motown no início de carreira e só lançou seu primeiro EP em 2010.

Como é o show de Bruno Mars?

Ele volta ao Brasil ainda maior do que era em sua primeira passagem, em 2017. Não lançou nenhum disco solo desde então, mas mudou bastante seu show para criar uma zona contínua e intensa de euforia quase asfixiante. “É impressionante o que ele faz”, reforça Medina. Generoso, não tenta romper padrões quando está no palco e garante mostrar todas as músicas esperadas pelos fãs. A lista é grande: 24K Magic, Finesse, Treasure, That’s What I Like, Runaway Baby, When I Was Your Man, Locked Out of Heaven, Just the Way You Are e, seu maior sucesso, Uptown Funk. Coisas feitas no projeto Silk Sonic, ao lado de Anderson .Paak, têm tido espaço em outros shows.

Elvis, Prince e Michael Jackson

Mas quem é esse mais recente produto de estádio surgido num tempo em que produtos de estádio estão se despedindo? Seria Bruno Mars uma ótima e oportuna colagem de referências do passado, com a pélvis de Elvis sustentando as costelas de Prince e as articulações de Michael Jackson? Uma forma de juntar boa parte do que a história consagrou para apresentá-la com frescor a uma geração que se distancia cada vez mais dos ancestrais? Ou, menos estratégico do que possa parecer, seria Mars a genuína expressão de um fenômeno de seu tempo? Para as duas opções, é preciso ter talento. E isso, a história já o testou, é inegável que ele tenha.

Bruno Mars é Peter Gene Hernandez, nascido em 1985 em Honolulu, no Havaí, um dos seis filhos do músico cover de Little Richard (o negócio está no sangue) Pedrito Hernandéz e da cantora e dançarina Mildred. O irmão de sua mãe, um cover de Elvis profissional, o colocou na rota das imitações. Aos quatro anos, Bruno já se apresentava cinco dias por semana com a banda da família, batizada The Love Notes, na qual seu nome passou a ser Mini Elvis Presley.

Ele chegou a assinar com a Motown, nos anos 90, mas o contrato seria terminado um ano depois, sem edição de nenhuma canção. Hoje, parece impensável que a Motown, a gravadora que farejou Marvin Gaye, Stevie Wonder, The Jackson Five, The Supremes e Diana Ross, errou tão feio. “Não culpo a Motown”, disse Mars, em uma entrevista recente. Seu entendimento sobre o fato de ter sido esnobado é curioso: “Eu não estava pronto. As pessoas também não sabiam, ainda não sabem, de que cor eu sou, exatamente. Pensavam: ‘ele não é suficientemente negro, não é suficientemente branco, tem um apelido latino mas não fala espanhol’.”

Da pindaíba ao ‘24K Magic’

As coisas demorariam ainda um pouco para acontecer, com episódios de pindaíbas familiares que teriam levado Mars e sua família a passar maus bocados. Ele mesmo falou que teria dormido dentro de carros e em casas abandonadas, mas parece haver algum exagero nisso. A sorte virou quando assinou um contrato com a Atlantic Records, à qual chegou por indicação do parceiro Philip Lawrence, que o apresentou a um olheiro da editora, Aaron Bay-Schuck, e Mars passou a compor. Nothin’ on You, do rapper B.o.B, e Billionaire, de Travie McCoy, são de sua co-autoria.

Muitos hits vieram depois, e os discos chegaram. Tudo muito rápido. Seu álbum de 2016, 24K Magic, o fez um artista aclamado pelos fãs e se tornou um dos maiores combustíveis de seu show. Agora, montado em um show que não deixa tempo para respiros, Mars deve sair do Brasil como um gigante.

E o maior cachê já desembolsado pelo empresário Roberto Medina para trazer um show ao Brasil é o de... Bruno Mars. Medina não pode expor valores, já que assina contratos de confidencialidade com quebras punidas com o multas estratosféricas, mas pode afirmar: “Nunca paguei tão caro por um show”, diz ao Estadão. Quem fala é o homem que já trouxe Queen, Iron Maiden (muitas vezes), Metallica, James Taylor e Guns’N Roses. Sua revelação tem um complemento: “O show que ele faz vale cada centavo. As surpresas acontecem o tempo todo.” Extraoficialmente apurado, o cachê por show de Mars não tem saído por menos de US$ 1,5 milhão (algo como R$ 8 milhões).

Mars, em apresentação de 2022 Foto: Mario Anzuoni / REUTERS

Mars vem ao festival The Town para fazer duas datas em dias e horários nobres. É a primeira vez que uma atração by Medina (Rock in Rio e, agora, The Town) ganha tal status. Seus shows serão em dois domingos, dias 3 e 10 de setembro (o festival vai de 2 a 10, no Autódromo de Interlagos), e os ingressos foram vorazmente comprados em menos de uma hora. São superdimensões de um artista de 37 anos de idade que cantou suas primeiras notas na infância, imitando Elvis Presley, foi rejeitado pela gravadora Motown no início de carreira e só lançou seu primeiro EP em 2010.

Como é o show de Bruno Mars?

Ele volta ao Brasil ainda maior do que era em sua primeira passagem, em 2017. Não lançou nenhum disco solo desde então, mas mudou bastante seu show para criar uma zona contínua e intensa de euforia quase asfixiante. “É impressionante o que ele faz”, reforça Medina. Generoso, não tenta romper padrões quando está no palco e garante mostrar todas as músicas esperadas pelos fãs. A lista é grande: 24K Magic, Finesse, Treasure, That’s What I Like, Runaway Baby, When I Was Your Man, Locked Out of Heaven, Just the Way You Are e, seu maior sucesso, Uptown Funk. Coisas feitas no projeto Silk Sonic, ao lado de Anderson .Paak, têm tido espaço em outros shows.

Elvis, Prince e Michael Jackson

Mas quem é esse mais recente produto de estádio surgido num tempo em que produtos de estádio estão se despedindo? Seria Bruno Mars uma ótima e oportuna colagem de referências do passado, com a pélvis de Elvis sustentando as costelas de Prince e as articulações de Michael Jackson? Uma forma de juntar boa parte do que a história consagrou para apresentá-la com frescor a uma geração que se distancia cada vez mais dos ancestrais? Ou, menos estratégico do que possa parecer, seria Mars a genuína expressão de um fenômeno de seu tempo? Para as duas opções, é preciso ter talento. E isso, a história já o testou, é inegável que ele tenha.

Bruno Mars é Peter Gene Hernandez, nascido em 1985 em Honolulu, no Havaí, um dos seis filhos do músico cover de Little Richard (o negócio está no sangue) Pedrito Hernandéz e da cantora e dançarina Mildred. O irmão de sua mãe, um cover de Elvis profissional, o colocou na rota das imitações. Aos quatro anos, Bruno já se apresentava cinco dias por semana com a banda da família, batizada The Love Notes, na qual seu nome passou a ser Mini Elvis Presley.

Ele chegou a assinar com a Motown, nos anos 90, mas o contrato seria terminado um ano depois, sem edição de nenhuma canção. Hoje, parece impensável que a Motown, a gravadora que farejou Marvin Gaye, Stevie Wonder, The Jackson Five, The Supremes e Diana Ross, errou tão feio. “Não culpo a Motown”, disse Mars, em uma entrevista recente. Seu entendimento sobre o fato de ter sido esnobado é curioso: “Eu não estava pronto. As pessoas também não sabiam, ainda não sabem, de que cor eu sou, exatamente. Pensavam: ‘ele não é suficientemente negro, não é suficientemente branco, tem um apelido latino mas não fala espanhol’.”

Da pindaíba ao ‘24K Magic’

As coisas demorariam ainda um pouco para acontecer, com episódios de pindaíbas familiares que teriam levado Mars e sua família a passar maus bocados. Ele mesmo falou que teria dormido dentro de carros e em casas abandonadas, mas parece haver algum exagero nisso. A sorte virou quando assinou um contrato com a Atlantic Records, à qual chegou por indicação do parceiro Philip Lawrence, que o apresentou a um olheiro da editora, Aaron Bay-Schuck, e Mars passou a compor. Nothin’ on You, do rapper B.o.B, e Billionaire, de Travie McCoy, são de sua co-autoria.

Muitos hits vieram depois, e os discos chegaram. Tudo muito rápido. Seu álbum de 2016, 24K Magic, o fez um artista aclamado pelos fãs e se tornou um dos maiores combustíveis de seu show. Agora, montado em um show que não deixa tempo para respiros, Mars deve sair do Brasil como um gigante.

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