Céline Dion volta ao palco depois de 4 anos e encerra cerimônia de abertura das Olimpíadas


Apresentação emocionante marcou retorno de artista após diagnóstico de doença rara e incurável

Por Marcos Candido
Atualização:

Embaixo de chuva, Céline Dion se apresentou no alto da Torre Eiffel na cerimônia de encerramento da abertura dos Jogos Olímpicos de Paris nesta sexta, 26, após mais quatro afastada devido a um diagnóstico da Síndrome da Pessoa Rígida. A canadense, falante de francês, interpretou Hymen A L’Amour, de Édith Piaf, acompanhada por uma pianista.

Céline Dion faz retorno triunfal aos palcos em encerramento de Jogos Olímpicos de Paris Foto: CazéTV/Reprodução

Laura Pausini, famosa cantora italiana, celebrou o retorno de Céline por meio de uma postagem no X (antigo Twitter) escrita em francês. “Minhas mãos tremiam e meus olhos lacrimejavam enquanto eu ouvia e via minha amada Céline Dion”, escreveu.

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O último show de Céline Dion havia sido em 8 de março de 2020, no início da pandemia de Covid-19, em Newark, Nova Jersey, nos Estados Unidos. Depois disso, em abril, ela cantou uma música em um festival de lives transmitido globalmente.

Início das dores

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A cantora canadense descobriu a síndrome em 2022, mas desde 2008 suspeitava que havia algo de errado. Os primeiros sinais foram os espasmos musculares.

“Eu disse aos meus assistentes: ‘Não sei se posso fazer o show. Não sei o que está acontecendo”, lembrou em entrevista à NBC. “Eu estava com muito, muito, muito medo. E então você entra em pânico, e quanto mais você entra em pânico, mais você tem espasmos.”

“Eu não sabia, honestamente, que isso poderia me matar. Eu tomava 20 miligramas de Valium e caminhava para o backstage. O problema é que meu corpo se acostumou”, acrescentou.

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Diagnóstico

Céline só descobriu a doença neurológica em 2022. Incapacitada, a irmã de Céline, Claudette Dion, se tornou uma espécie de porta-voz da cantora e pediu ao público para “rezar por um milagre.”

Todos os shows de 2023 e 2024 foram cancelados - com exceção da apresentação na abertura dos Jogos Olímpicos.

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“Sabemos pouco sobre a doença, que provoca espasmos impossíveis de controle. Sabe quando você dá um pulo à noite, na cama, por causa de uma cãibra na perna ou panturrilha? É tipo isso, mas em todos os músculos”, afirmou Claudette a jornais canadense à época do diagnóstico.

“Ela trabalha muito, mas não tem controle dos músculos. O que me dói é que ela sempre foi disciplinada. Ela sempre trabalhou duro. Nos nossos sonhos e nos dela, a ideia é voltar aos palcos. Em qual estado? Não sei. As cordas vocais são músculos e o coração também é um músculo. Isso é o que me pega”, acrescentou.

Assista

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O que é a Síndrome da Pessoa Rígida?

A Síndrome de Stiff-person, ou Síndrome da Pessoa Rígida, é uma doença neurológica rara e autoimune que afeta, principalmente, mulheres na faixa dos 45 anos. Apesar de ter sido descrita na década de 50, ainda não há cura ou medicação específica. A taxa de incidência é de 1 pessoa em 1 milhão no mundo.

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Os espasmos, em especial na região do tronco e nas articulações, também afetam a laringe e a faringe, dificultando a alimentação. Por conta da rigidez, também pode provocar quedas.

Como no caso de Céline, o diagnóstico pode demorar, pois os primeiros sintomas são semelhantes ao mal de Parkinson e esclerose múltipa. Como não há uma medicação específica para o caso, a Síndrome costuma ser tratada com relaxantes musculares e analgésicos.

No alto da torre Eifell, Céline Dion encerra cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris Foto: Stephanie Lecocq/AP

Retorno à vida pública

Em 2023, em entrevista à People, Céline afirmou que era motivada a lutar contra a doença para estar com os filhos. Em 2016, o marido dela, o artista René Angélil, morreu vítima de um câncer de garganta.

“Mal conseguia andar em um ponto e estava perdendo muito da vida. Meus filhos começaram a perceber [...] e expliquei para eles: ‘Vocês perderam o pai, mas a sua mãe tem uma condição neurológica, é diferente’. Não vou morrer, é algo com o qual vou ter que aprender a viver.”

O retorno público só se deu no final de 2023, quando a intérprete de My Heart Will Go On, trilha sonora de Titanic, reapareceu em um jogo de hóquei na companhia dos filhos. No início deste ano, Céline fez uma aparição surpresa no Grammy para apresentar o prêmio de Álbum do Ano, concedido a Taylor Swift, em uma das raras aparições públicas após revelar que sofria de SPR.

Em janeiro, a Amazon também anunciou o lançamento do documentário I Am: Céline Dion, lançado em junho, para narrar o enfrentamento à rara doença.

O documentário captura a vida íntima nunca antes vista da diva pop, de bastidores de turnê ao seu guarda-roupas de alta costura, passando pelos dramas vividos após compartilhar com o público seu diagnóstico. Trata-se de “uma carta de amor emocional, enérgica e poética à música”, segundo a plataforma.

“Não estou morta”, brincou Céline, famosa pelo bom humor, em entrevista à AFP em junho. O tratamento é feito com relaxantes musculares, analgésicos e fisioterapia para ajudá-la a retornar aos palcos.

Embaixo de chuva, Céline Dion se apresentou no alto da Torre Eiffel na cerimônia de encerramento da abertura dos Jogos Olímpicos de Paris nesta sexta, 26, após mais quatro afastada devido a um diagnóstico da Síndrome da Pessoa Rígida. A canadense, falante de francês, interpretou Hymen A L’Amour, de Édith Piaf, acompanhada por uma pianista.

Céline Dion faz retorno triunfal aos palcos em encerramento de Jogos Olímpicos de Paris Foto: CazéTV/Reprodução

Laura Pausini, famosa cantora italiana, celebrou o retorno de Céline por meio de uma postagem no X (antigo Twitter) escrita em francês. “Minhas mãos tremiam e meus olhos lacrimejavam enquanto eu ouvia e via minha amada Céline Dion”, escreveu.

O último show de Céline Dion havia sido em 8 de março de 2020, no início da pandemia de Covid-19, em Newark, Nova Jersey, nos Estados Unidos. Depois disso, em abril, ela cantou uma música em um festival de lives transmitido globalmente.

Início das dores

A cantora canadense descobriu a síndrome em 2022, mas desde 2008 suspeitava que havia algo de errado. Os primeiros sinais foram os espasmos musculares.

“Eu disse aos meus assistentes: ‘Não sei se posso fazer o show. Não sei o que está acontecendo”, lembrou em entrevista à NBC. “Eu estava com muito, muito, muito medo. E então você entra em pânico, e quanto mais você entra em pânico, mais você tem espasmos.”

“Eu não sabia, honestamente, que isso poderia me matar. Eu tomava 20 miligramas de Valium e caminhava para o backstage. O problema é que meu corpo se acostumou”, acrescentou.

Diagnóstico

Céline só descobriu a doença neurológica em 2022. Incapacitada, a irmã de Céline, Claudette Dion, se tornou uma espécie de porta-voz da cantora e pediu ao público para “rezar por um milagre.”

Todos os shows de 2023 e 2024 foram cancelados - com exceção da apresentação na abertura dos Jogos Olímpicos.

“Sabemos pouco sobre a doença, que provoca espasmos impossíveis de controle. Sabe quando você dá um pulo à noite, na cama, por causa de uma cãibra na perna ou panturrilha? É tipo isso, mas em todos os músculos”, afirmou Claudette a jornais canadense à época do diagnóstico.

“Ela trabalha muito, mas não tem controle dos músculos. O que me dói é que ela sempre foi disciplinada. Ela sempre trabalhou duro. Nos nossos sonhos e nos dela, a ideia é voltar aos palcos. Em qual estado? Não sei. As cordas vocais são músculos e o coração também é um músculo. Isso é o que me pega”, acrescentou.

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O que é a Síndrome da Pessoa Rígida?

A Síndrome de Stiff-person, ou Síndrome da Pessoa Rígida, é uma doença neurológica rara e autoimune que afeta, principalmente, mulheres na faixa dos 45 anos. Apesar de ter sido descrita na década de 50, ainda não há cura ou medicação específica. A taxa de incidência é de 1 pessoa em 1 milhão no mundo.

Os espasmos, em especial na região do tronco e nas articulações, também afetam a laringe e a faringe, dificultando a alimentação. Por conta da rigidez, também pode provocar quedas.

Como no caso de Céline, o diagnóstico pode demorar, pois os primeiros sintomas são semelhantes ao mal de Parkinson e esclerose múltipa. Como não há uma medicação específica para o caso, a Síndrome costuma ser tratada com relaxantes musculares e analgésicos.

No alto da torre Eifell, Céline Dion encerra cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris Foto: Stephanie Lecocq/AP

Retorno à vida pública

Em 2023, em entrevista à People, Céline afirmou que era motivada a lutar contra a doença para estar com os filhos. Em 2016, o marido dela, o artista René Angélil, morreu vítima de um câncer de garganta.

“Mal conseguia andar em um ponto e estava perdendo muito da vida. Meus filhos começaram a perceber [...] e expliquei para eles: ‘Vocês perderam o pai, mas a sua mãe tem uma condição neurológica, é diferente’. Não vou morrer, é algo com o qual vou ter que aprender a viver.”

O retorno público só se deu no final de 2023, quando a intérprete de My Heart Will Go On, trilha sonora de Titanic, reapareceu em um jogo de hóquei na companhia dos filhos. No início deste ano, Céline fez uma aparição surpresa no Grammy para apresentar o prêmio de Álbum do Ano, concedido a Taylor Swift, em uma das raras aparições públicas após revelar que sofria de SPR.

Em janeiro, a Amazon também anunciou o lançamento do documentário I Am: Céline Dion, lançado em junho, para narrar o enfrentamento à rara doença.

O documentário captura a vida íntima nunca antes vista da diva pop, de bastidores de turnê ao seu guarda-roupas de alta costura, passando pelos dramas vividos após compartilhar com o público seu diagnóstico. Trata-se de “uma carta de amor emocional, enérgica e poética à música”, segundo a plataforma.

“Não estou morta”, brincou Céline, famosa pelo bom humor, em entrevista à AFP em junho. O tratamento é feito com relaxantes musculares, analgésicos e fisioterapia para ajudá-la a retornar aos palcos.

Embaixo de chuva, Céline Dion se apresentou no alto da Torre Eiffel na cerimônia de encerramento da abertura dos Jogos Olímpicos de Paris nesta sexta, 26, após mais quatro afastada devido a um diagnóstico da Síndrome da Pessoa Rígida. A canadense, falante de francês, interpretou Hymen A L’Amour, de Édith Piaf, acompanhada por uma pianista.

Céline Dion faz retorno triunfal aos palcos em encerramento de Jogos Olímpicos de Paris Foto: CazéTV/Reprodução

Laura Pausini, famosa cantora italiana, celebrou o retorno de Céline por meio de uma postagem no X (antigo Twitter) escrita em francês. “Minhas mãos tremiam e meus olhos lacrimejavam enquanto eu ouvia e via minha amada Céline Dion”, escreveu.

O último show de Céline Dion havia sido em 8 de março de 2020, no início da pandemia de Covid-19, em Newark, Nova Jersey, nos Estados Unidos. Depois disso, em abril, ela cantou uma música em um festival de lives transmitido globalmente.

Início das dores

A cantora canadense descobriu a síndrome em 2022, mas desde 2008 suspeitava que havia algo de errado. Os primeiros sinais foram os espasmos musculares.

“Eu disse aos meus assistentes: ‘Não sei se posso fazer o show. Não sei o que está acontecendo”, lembrou em entrevista à NBC. “Eu estava com muito, muito, muito medo. E então você entra em pânico, e quanto mais você entra em pânico, mais você tem espasmos.”

“Eu não sabia, honestamente, que isso poderia me matar. Eu tomava 20 miligramas de Valium e caminhava para o backstage. O problema é que meu corpo se acostumou”, acrescentou.

Diagnóstico

Céline só descobriu a doença neurológica em 2022. Incapacitada, a irmã de Céline, Claudette Dion, se tornou uma espécie de porta-voz da cantora e pediu ao público para “rezar por um milagre.”

Todos os shows de 2023 e 2024 foram cancelados - com exceção da apresentação na abertura dos Jogos Olímpicos.

“Sabemos pouco sobre a doença, que provoca espasmos impossíveis de controle. Sabe quando você dá um pulo à noite, na cama, por causa de uma cãibra na perna ou panturrilha? É tipo isso, mas em todos os músculos”, afirmou Claudette a jornais canadense à época do diagnóstico.

“Ela trabalha muito, mas não tem controle dos músculos. O que me dói é que ela sempre foi disciplinada. Ela sempre trabalhou duro. Nos nossos sonhos e nos dela, a ideia é voltar aos palcos. Em qual estado? Não sei. As cordas vocais são músculos e o coração também é um músculo. Isso é o que me pega”, acrescentou.

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O que é a Síndrome da Pessoa Rígida?

A Síndrome de Stiff-person, ou Síndrome da Pessoa Rígida, é uma doença neurológica rara e autoimune que afeta, principalmente, mulheres na faixa dos 45 anos. Apesar de ter sido descrita na década de 50, ainda não há cura ou medicação específica. A taxa de incidência é de 1 pessoa em 1 milhão no mundo.

Os espasmos, em especial na região do tronco e nas articulações, também afetam a laringe e a faringe, dificultando a alimentação. Por conta da rigidez, também pode provocar quedas.

Como no caso de Céline, o diagnóstico pode demorar, pois os primeiros sintomas são semelhantes ao mal de Parkinson e esclerose múltipa. Como não há uma medicação específica para o caso, a Síndrome costuma ser tratada com relaxantes musculares e analgésicos.

No alto da torre Eifell, Céline Dion encerra cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris Foto: Stephanie Lecocq/AP

Retorno à vida pública

Em 2023, em entrevista à People, Céline afirmou que era motivada a lutar contra a doença para estar com os filhos. Em 2016, o marido dela, o artista René Angélil, morreu vítima de um câncer de garganta.

“Mal conseguia andar em um ponto e estava perdendo muito da vida. Meus filhos começaram a perceber [...] e expliquei para eles: ‘Vocês perderam o pai, mas a sua mãe tem uma condição neurológica, é diferente’. Não vou morrer, é algo com o qual vou ter que aprender a viver.”

O retorno público só se deu no final de 2023, quando a intérprete de My Heart Will Go On, trilha sonora de Titanic, reapareceu em um jogo de hóquei na companhia dos filhos. No início deste ano, Céline fez uma aparição surpresa no Grammy para apresentar o prêmio de Álbum do Ano, concedido a Taylor Swift, em uma das raras aparições públicas após revelar que sofria de SPR.

Em janeiro, a Amazon também anunciou o lançamento do documentário I Am: Céline Dion, lançado em junho, para narrar o enfrentamento à rara doença.

O documentário captura a vida íntima nunca antes vista da diva pop, de bastidores de turnê ao seu guarda-roupas de alta costura, passando pelos dramas vividos após compartilhar com o público seu diagnóstico. Trata-se de “uma carta de amor emocional, enérgica e poética à música”, segundo a plataforma.

“Não estou morta”, brincou Céline, famosa pelo bom humor, em entrevista à AFP em junho. O tratamento é feito com relaxantes musculares, analgésicos e fisioterapia para ajudá-la a retornar aos palcos.

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