Com 'Anna Júlia' e canção inédita, Los Hermanos encerram turnê em São Paulo


Banda se despede novamente do público no show que apresenta neste sábado, 18, no Allianz Parque, com ingressos praticamente esgotados

Por Adriana Del Ré

O retorno de Los Hermanos aos palcos, de tempos em tempos, é sempre um acontecimento. Não há como negar. Os fãs entram em estado de ebulição. E o que dizer, então, da corrente ainda mais devota de seguidores da banda que celebra, extasiada, a volta do quarteto e, com a mesma intensidade, rebate os eternos haters do grupo. Los Hermanos são assim: mexem com as emoções nos dois extremos. No final do ano passado, o anúncio de uma turnê nacional da banda pelo Brasil após 4 anos de pausa repercutiu. E muito. O show estreou em abril, em Salvador, mas, antes de começar o tour pelo País, eles se apresentaram no festival Lollapalooza Argentina, no final de março. 

E, após mais de um mês na estrada, a banda formada por Marcelo Camelo (voz, guitarra e baixo), Rodrigo Amarante (voz, guitarra e baixo), Bruno Medina (teclados) e Rodrigo Barba (bateria) se despede novamente do público no show que apresenta neste sábado, 18, no Allianz Parque, em São Paulo, com ingressos praticamente esgotados. A turnê acabou sendo mais extensa do que eles previam. “Se não me engano, partimos inicialmente de 9 cidades e as demais (Vitória, João Pessoa e Porto Alegre) foram incluídas a partir do contato de realizadores locais que demonstraram interesse em produzir o show”, afirma Bruno Medina, em entrevista ao Estado por e-mail. “Esse movimento é relativamente comum, sobretudo porque passaram-se 4 anos desde que nos reunimos da última vez e, nesse período, houve mudanças consideráveis no cenário político, econômico e social do País.” 

No Rio, o show realizado no Maracanã, no último dia 4 – e com transmissão ao vivo pelo Multishow –, foi considerado histórico. “Antes do show, estávamos felizes, claro, mas também ansiosos, afinal não há como negar que se trata de um marco muito importante em nossa carreira. Para qualquer um que trabalhe com música no Brasil tocar no Maracanã é uma espécie de Olimpo, visto que não são muitos os artistas que conseguiram chegar lá. Estamos acostumados a tocar para grandes plateias, mas nada prepara alguém para um show daquelas proporções”, descreve o tecladista. “Como disse o Marcelo na ocasião, esse é um sonho que um dia vamos contar para nossos netos. Uma noite inesquecível, com certeza uma das mais importantes das nossas vidas.”

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O quarteto. Marcelo Camelo, Rodrigo Amarante, Bruno Medina e Rodrigo Barba.Foto: CarolineBittencourt 

A escolha de encerrar a turnê em São Paulo foi motivada por uma suspeita da banda de que seria “um grand finale” tocar na cidade. Isso graças à relação que foi construída entre Los Hermanos e público paulistano nesses 20 anos do grupo. “Em 2015, o show que realizamos no Anhembi reuniu o maior público individual da turnê (35 mil pessoas). Apesar de termos tido um começo difícil na cidade, ao longo dos anos houve um crescimento exponencial de fãs, tanto que hoje São Paulo e Rio, que é nossa terra natal, se equiparam tanto em quantidade de público como em qualidade do show”, diz Medina. 

Foram cinco reuniões da banda – em 2009, 2010, 2012, 2015 e, agora, 2019 – desde que Los Hermanos anunciaram o recesso por tempo indeterminado em 2007. E por que a banda faz esses retornos de tempos em tempos? Não pensam em retomá-la de uma forma mais duradoura? “O que posso dizer quanto a isso é que nosso público entendeu que essa é a maneira possível para Los Hermanos continuar existindo, e parecem estar bem com isso. Quando deixamos de ter uma rotina mais assídua de shows, nos antecipamos a um potencial desgaste, que seria até natural depois de 10 anos ininterruptos de estrada. O fato de termos dado vazão a outros planos a partir de então foi essencial para que conseguíssemos, sobretudo, preservar nossa amizade”, afirma o músico. 

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“Sendo sincero, hoje não vejo a banda voltando a ter uma rotina mais assídua, visto que cada um seguiu caminhos distintos, vivemos, inclusive, longe uns dos outros. Isso não impede, no entanto, que tenhamos sempre essa coisa enorme em comum que é a banda, e que merece, sim, ser celebrada, porque nos traz sempre tantas coisas positivas. Desta vez, conseguimos gravar uma música inédita (Corre Corre), a primeira em 14 anos, o que nos provou que ainda faz sentido estarmos juntos hoje, e isso tem nos sido suficiente por enquanto”, continua ele. 

É possível já prever uma nova reunião? Por ora, Bruno Medina não tem essa resposta. 

Sucessos da carreira no repertório de Los Hermanos

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Na turnê de Los Hermanos, que chega ao fim neste sábado, 18, o repertório do show revisita os quatro discos de estúdio da banda, Los Hermanos (1999), Bloco do Eu Sozinho (2001), Ventura (2003) e 4 (2005), além de trazer a inédita Corre Corre, de Marcelo Camelo. Do disco de estreia, eles selecionaram canções como seu grande sucesso, Anna Júlia. É fato que a música alçou o grupo à fama – mas sua execução exagerada fez com que eles dessem um tempo nela por um período.

Show histórico de Los Hermanosno Maracanã.Foto: Leo Aversa 

Anna Júlia, de Marcelo, ganhou até versão com George Harrison. “Num dado momento, ficamos um pouco saturados com a superexposição que a música nos trouxe e paramos de tocá-la nos shows. Engraçado como na época nos pareceu absolutamente coerente tirarmos do repertório uma música que estávamos tocando havia 2 anos em todos os shows, sem exceção (às vezes até mais de uma vez por noite), mas isso virou manchete e gerou polêmica”, lembra o tecladista da banda, Bruno Medina. “Descobrimos que aparentemente é proibido uma banda deixar de tocar seu maior sucesso, mas sabíamos que à altura já havíamos construído um repertório forte o suficiente para se sustentar sem nosso maior hit.” Passada essa fase, a canção voltou. 

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Há outros sucessos como o obrigatório Todo Carnaval Tem Seu Fim e Morena, ambas de Marcelo, Sentimental, de Rodrigo Amarante, e Retrato Pra Iaiá, de Marcelo e Rodrigo. Já Corre Corre é primeira música inédita da banda em 14 anos. “Corre Corre foi trazida pelo Marcelo um pouco antes de iniciarmos os ensaios, mas não foi uma música composta especificamente para a banda, ele apenas achou que tinha ‘cara’ de Los Hermanos e resolveu nos mostrar, para ver o que achávamos.” Eles se apaixonaram pela música, a gravaram e ela foi lançada antes de iniciarem a turnê nacional. 

E não pensaram em incluir mais inéditas no repertório do show? “Pensar, pensamos, mas para isso acontecer teríamos que viabilizar um processo de composição e gravação de novas músicas, o que tem nos sido bastante desafiador”, explica o músico. “Ao longo dos anos é natural que os fãs tenham desenvolvido uma expectativa em torno de um repertório inédito, até porque nos reunimos algumas vezes durante esse tempo, mas gravar um disco no formato tradicional seria improvável a essa altura.”

Allianz Parque. Av. Francisco Matarazzo, 1.705, Água Branca. Sáb. (18), às 21h (show de abertura às 19h, com Rubel). R$ 160 / R$ 400 

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Veja o repertório completo do show:

01. A Flor (Marcelo Camelo / Rodrigo Amarante)


02. Além do que se vê (Marcelo Camelo)

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03. Retrato pra Iaiá (Rodrigo Amarante / Marcelo Camelo)

04. O Vencedor (Marcelo Camelo)

05. O Vento (Rodrigo Amarante)

06. Todo carnaval tem seu fim (Marcelo Camelo)

07. Condicional (Rodrigo Amarante)

08. Corre Corre (Marcelo Camelo)

09. Primeiro Andar (Rodrigo Amarante)

10. A Outra (Marcelo Camelo)

11. Morena (Marcelo Camelo)

12. Pois É (Marcelo Camelo)

13. Sentimental (Rodrigo Amarante)

14. Samba a Dois (Marcelo Camelo)

15. Tenha Dó (Marcelo Camelo)

16. Quem Sabe (Rodrigo Amarante)

17. Descoberta (Marcelo Camelo)

18. Anna Júlia (Marcelo Camelo)

19. O Velho e o Moço (Rodrigo Amarante)

20. Paquetá (Rodrigo Amarante)

21. Do Sétimo Andar (Rodrigo Amarante)

22. Último Romance (Rodrigo Amarante)

23. De onde vem a calma (Marcelo Camelo)

24. Conversa de Botas Batidas (Marcelo Camelo)

BIS

25. Deixa o verão (Rodrigo Amarante)

26. Azedume (Marcelo Camelo)

27. Pierrot (Marcelo Camelo)

O retorno de Los Hermanos aos palcos, de tempos em tempos, é sempre um acontecimento. Não há como negar. Os fãs entram em estado de ebulição. E o que dizer, então, da corrente ainda mais devota de seguidores da banda que celebra, extasiada, a volta do quarteto e, com a mesma intensidade, rebate os eternos haters do grupo. Los Hermanos são assim: mexem com as emoções nos dois extremos. No final do ano passado, o anúncio de uma turnê nacional da banda pelo Brasil após 4 anos de pausa repercutiu. E muito. O show estreou em abril, em Salvador, mas, antes de começar o tour pelo País, eles se apresentaram no festival Lollapalooza Argentina, no final de março. 

E, após mais de um mês na estrada, a banda formada por Marcelo Camelo (voz, guitarra e baixo), Rodrigo Amarante (voz, guitarra e baixo), Bruno Medina (teclados) e Rodrigo Barba (bateria) se despede novamente do público no show que apresenta neste sábado, 18, no Allianz Parque, em São Paulo, com ingressos praticamente esgotados. A turnê acabou sendo mais extensa do que eles previam. “Se não me engano, partimos inicialmente de 9 cidades e as demais (Vitória, João Pessoa e Porto Alegre) foram incluídas a partir do contato de realizadores locais que demonstraram interesse em produzir o show”, afirma Bruno Medina, em entrevista ao Estado por e-mail. “Esse movimento é relativamente comum, sobretudo porque passaram-se 4 anos desde que nos reunimos da última vez e, nesse período, houve mudanças consideráveis no cenário político, econômico e social do País.” 

No Rio, o show realizado no Maracanã, no último dia 4 – e com transmissão ao vivo pelo Multishow –, foi considerado histórico. “Antes do show, estávamos felizes, claro, mas também ansiosos, afinal não há como negar que se trata de um marco muito importante em nossa carreira. Para qualquer um que trabalhe com música no Brasil tocar no Maracanã é uma espécie de Olimpo, visto que não são muitos os artistas que conseguiram chegar lá. Estamos acostumados a tocar para grandes plateias, mas nada prepara alguém para um show daquelas proporções”, descreve o tecladista. “Como disse o Marcelo na ocasião, esse é um sonho que um dia vamos contar para nossos netos. Uma noite inesquecível, com certeza uma das mais importantes das nossas vidas.”

O quarteto. Marcelo Camelo, Rodrigo Amarante, Bruno Medina e Rodrigo Barba.Foto: CarolineBittencourt 

A escolha de encerrar a turnê em São Paulo foi motivada por uma suspeita da banda de que seria “um grand finale” tocar na cidade. Isso graças à relação que foi construída entre Los Hermanos e público paulistano nesses 20 anos do grupo. “Em 2015, o show que realizamos no Anhembi reuniu o maior público individual da turnê (35 mil pessoas). Apesar de termos tido um começo difícil na cidade, ao longo dos anos houve um crescimento exponencial de fãs, tanto que hoje São Paulo e Rio, que é nossa terra natal, se equiparam tanto em quantidade de público como em qualidade do show”, diz Medina. 

Foram cinco reuniões da banda – em 2009, 2010, 2012, 2015 e, agora, 2019 – desde que Los Hermanos anunciaram o recesso por tempo indeterminado em 2007. E por que a banda faz esses retornos de tempos em tempos? Não pensam em retomá-la de uma forma mais duradoura? “O que posso dizer quanto a isso é que nosso público entendeu que essa é a maneira possível para Los Hermanos continuar existindo, e parecem estar bem com isso. Quando deixamos de ter uma rotina mais assídua de shows, nos antecipamos a um potencial desgaste, que seria até natural depois de 10 anos ininterruptos de estrada. O fato de termos dado vazão a outros planos a partir de então foi essencial para que conseguíssemos, sobretudo, preservar nossa amizade”, afirma o músico. 

“Sendo sincero, hoje não vejo a banda voltando a ter uma rotina mais assídua, visto que cada um seguiu caminhos distintos, vivemos, inclusive, longe uns dos outros. Isso não impede, no entanto, que tenhamos sempre essa coisa enorme em comum que é a banda, e que merece, sim, ser celebrada, porque nos traz sempre tantas coisas positivas. Desta vez, conseguimos gravar uma música inédita (Corre Corre), a primeira em 14 anos, o que nos provou que ainda faz sentido estarmos juntos hoje, e isso tem nos sido suficiente por enquanto”, continua ele. 

É possível já prever uma nova reunião? Por ora, Bruno Medina não tem essa resposta. 

Sucessos da carreira no repertório de Los Hermanos

Na turnê de Los Hermanos, que chega ao fim neste sábado, 18, o repertório do show revisita os quatro discos de estúdio da banda, Los Hermanos (1999), Bloco do Eu Sozinho (2001), Ventura (2003) e 4 (2005), além de trazer a inédita Corre Corre, de Marcelo Camelo. Do disco de estreia, eles selecionaram canções como seu grande sucesso, Anna Júlia. É fato que a música alçou o grupo à fama – mas sua execução exagerada fez com que eles dessem um tempo nela por um período.

Show histórico de Los Hermanosno Maracanã.Foto: Leo Aversa 

Anna Júlia, de Marcelo, ganhou até versão com George Harrison. “Num dado momento, ficamos um pouco saturados com a superexposição que a música nos trouxe e paramos de tocá-la nos shows. Engraçado como na época nos pareceu absolutamente coerente tirarmos do repertório uma música que estávamos tocando havia 2 anos em todos os shows, sem exceção (às vezes até mais de uma vez por noite), mas isso virou manchete e gerou polêmica”, lembra o tecladista da banda, Bruno Medina. “Descobrimos que aparentemente é proibido uma banda deixar de tocar seu maior sucesso, mas sabíamos que à altura já havíamos construído um repertório forte o suficiente para se sustentar sem nosso maior hit.” Passada essa fase, a canção voltou. 

Há outros sucessos como o obrigatório Todo Carnaval Tem Seu Fim e Morena, ambas de Marcelo, Sentimental, de Rodrigo Amarante, e Retrato Pra Iaiá, de Marcelo e Rodrigo. Já Corre Corre é primeira música inédita da banda em 14 anos. “Corre Corre foi trazida pelo Marcelo um pouco antes de iniciarmos os ensaios, mas não foi uma música composta especificamente para a banda, ele apenas achou que tinha ‘cara’ de Los Hermanos e resolveu nos mostrar, para ver o que achávamos.” Eles se apaixonaram pela música, a gravaram e ela foi lançada antes de iniciarem a turnê nacional. 

E não pensaram em incluir mais inéditas no repertório do show? “Pensar, pensamos, mas para isso acontecer teríamos que viabilizar um processo de composição e gravação de novas músicas, o que tem nos sido bastante desafiador”, explica o músico. “Ao longo dos anos é natural que os fãs tenham desenvolvido uma expectativa em torno de um repertório inédito, até porque nos reunimos algumas vezes durante esse tempo, mas gravar um disco no formato tradicional seria improvável a essa altura.”

Allianz Parque. Av. Francisco Matarazzo, 1.705, Água Branca. Sáb. (18), às 21h (show de abertura às 19h, com Rubel). R$ 160 / R$ 400 

Veja o repertório completo do show:

01. A Flor (Marcelo Camelo / Rodrigo Amarante)


02. Além do que se vê (Marcelo Camelo)

03. Retrato pra Iaiá (Rodrigo Amarante / Marcelo Camelo)

04. O Vencedor (Marcelo Camelo)

05. O Vento (Rodrigo Amarante)

06. Todo carnaval tem seu fim (Marcelo Camelo)

07. Condicional (Rodrigo Amarante)

08. Corre Corre (Marcelo Camelo)

09. Primeiro Andar (Rodrigo Amarante)

10. A Outra (Marcelo Camelo)

11. Morena (Marcelo Camelo)

12. Pois É (Marcelo Camelo)

13. Sentimental (Rodrigo Amarante)

14. Samba a Dois (Marcelo Camelo)

15. Tenha Dó (Marcelo Camelo)

16. Quem Sabe (Rodrigo Amarante)

17. Descoberta (Marcelo Camelo)

18. Anna Júlia (Marcelo Camelo)

19. O Velho e o Moço (Rodrigo Amarante)

20. Paquetá (Rodrigo Amarante)

21. Do Sétimo Andar (Rodrigo Amarante)

22. Último Romance (Rodrigo Amarante)

23. De onde vem a calma (Marcelo Camelo)

24. Conversa de Botas Batidas (Marcelo Camelo)

BIS

25. Deixa o verão (Rodrigo Amarante)

26. Azedume (Marcelo Camelo)

27. Pierrot (Marcelo Camelo)

O retorno de Los Hermanos aos palcos, de tempos em tempos, é sempre um acontecimento. Não há como negar. Os fãs entram em estado de ebulição. E o que dizer, então, da corrente ainda mais devota de seguidores da banda que celebra, extasiada, a volta do quarteto e, com a mesma intensidade, rebate os eternos haters do grupo. Los Hermanos são assim: mexem com as emoções nos dois extremos. No final do ano passado, o anúncio de uma turnê nacional da banda pelo Brasil após 4 anos de pausa repercutiu. E muito. O show estreou em abril, em Salvador, mas, antes de começar o tour pelo País, eles se apresentaram no festival Lollapalooza Argentina, no final de março. 

E, após mais de um mês na estrada, a banda formada por Marcelo Camelo (voz, guitarra e baixo), Rodrigo Amarante (voz, guitarra e baixo), Bruno Medina (teclados) e Rodrigo Barba (bateria) se despede novamente do público no show que apresenta neste sábado, 18, no Allianz Parque, em São Paulo, com ingressos praticamente esgotados. A turnê acabou sendo mais extensa do que eles previam. “Se não me engano, partimos inicialmente de 9 cidades e as demais (Vitória, João Pessoa e Porto Alegre) foram incluídas a partir do contato de realizadores locais que demonstraram interesse em produzir o show”, afirma Bruno Medina, em entrevista ao Estado por e-mail. “Esse movimento é relativamente comum, sobretudo porque passaram-se 4 anos desde que nos reunimos da última vez e, nesse período, houve mudanças consideráveis no cenário político, econômico e social do País.” 

No Rio, o show realizado no Maracanã, no último dia 4 – e com transmissão ao vivo pelo Multishow –, foi considerado histórico. “Antes do show, estávamos felizes, claro, mas também ansiosos, afinal não há como negar que se trata de um marco muito importante em nossa carreira. Para qualquer um que trabalhe com música no Brasil tocar no Maracanã é uma espécie de Olimpo, visto que não são muitos os artistas que conseguiram chegar lá. Estamos acostumados a tocar para grandes plateias, mas nada prepara alguém para um show daquelas proporções”, descreve o tecladista. “Como disse o Marcelo na ocasião, esse é um sonho que um dia vamos contar para nossos netos. Uma noite inesquecível, com certeza uma das mais importantes das nossas vidas.”

O quarteto. Marcelo Camelo, Rodrigo Amarante, Bruno Medina e Rodrigo Barba.Foto: CarolineBittencourt 

A escolha de encerrar a turnê em São Paulo foi motivada por uma suspeita da banda de que seria “um grand finale” tocar na cidade. Isso graças à relação que foi construída entre Los Hermanos e público paulistano nesses 20 anos do grupo. “Em 2015, o show que realizamos no Anhembi reuniu o maior público individual da turnê (35 mil pessoas). Apesar de termos tido um começo difícil na cidade, ao longo dos anos houve um crescimento exponencial de fãs, tanto que hoje São Paulo e Rio, que é nossa terra natal, se equiparam tanto em quantidade de público como em qualidade do show”, diz Medina. 

Foram cinco reuniões da banda – em 2009, 2010, 2012, 2015 e, agora, 2019 – desde que Los Hermanos anunciaram o recesso por tempo indeterminado em 2007. E por que a banda faz esses retornos de tempos em tempos? Não pensam em retomá-la de uma forma mais duradoura? “O que posso dizer quanto a isso é que nosso público entendeu que essa é a maneira possível para Los Hermanos continuar existindo, e parecem estar bem com isso. Quando deixamos de ter uma rotina mais assídua de shows, nos antecipamos a um potencial desgaste, que seria até natural depois de 10 anos ininterruptos de estrada. O fato de termos dado vazão a outros planos a partir de então foi essencial para que conseguíssemos, sobretudo, preservar nossa amizade”, afirma o músico. 

“Sendo sincero, hoje não vejo a banda voltando a ter uma rotina mais assídua, visto que cada um seguiu caminhos distintos, vivemos, inclusive, longe uns dos outros. Isso não impede, no entanto, que tenhamos sempre essa coisa enorme em comum que é a banda, e que merece, sim, ser celebrada, porque nos traz sempre tantas coisas positivas. Desta vez, conseguimos gravar uma música inédita (Corre Corre), a primeira em 14 anos, o que nos provou que ainda faz sentido estarmos juntos hoje, e isso tem nos sido suficiente por enquanto”, continua ele. 

É possível já prever uma nova reunião? Por ora, Bruno Medina não tem essa resposta. 

Sucessos da carreira no repertório de Los Hermanos

Na turnê de Los Hermanos, que chega ao fim neste sábado, 18, o repertório do show revisita os quatro discos de estúdio da banda, Los Hermanos (1999), Bloco do Eu Sozinho (2001), Ventura (2003) e 4 (2005), além de trazer a inédita Corre Corre, de Marcelo Camelo. Do disco de estreia, eles selecionaram canções como seu grande sucesso, Anna Júlia. É fato que a música alçou o grupo à fama – mas sua execução exagerada fez com que eles dessem um tempo nela por um período.

Show histórico de Los Hermanosno Maracanã.Foto: Leo Aversa 

Anna Júlia, de Marcelo, ganhou até versão com George Harrison. “Num dado momento, ficamos um pouco saturados com a superexposição que a música nos trouxe e paramos de tocá-la nos shows. Engraçado como na época nos pareceu absolutamente coerente tirarmos do repertório uma música que estávamos tocando havia 2 anos em todos os shows, sem exceção (às vezes até mais de uma vez por noite), mas isso virou manchete e gerou polêmica”, lembra o tecladista da banda, Bruno Medina. “Descobrimos que aparentemente é proibido uma banda deixar de tocar seu maior sucesso, mas sabíamos que à altura já havíamos construído um repertório forte o suficiente para se sustentar sem nosso maior hit.” Passada essa fase, a canção voltou. 

Há outros sucessos como o obrigatório Todo Carnaval Tem Seu Fim e Morena, ambas de Marcelo, Sentimental, de Rodrigo Amarante, e Retrato Pra Iaiá, de Marcelo e Rodrigo. Já Corre Corre é primeira música inédita da banda em 14 anos. “Corre Corre foi trazida pelo Marcelo um pouco antes de iniciarmos os ensaios, mas não foi uma música composta especificamente para a banda, ele apenas achou que tinha ‘cara’ de Los Hermanos e resolveu nos mostrar, para ver o que achávamos.” Eles se apaixonaram pela música, a gravaram e ela foi lançada antes de iniciarem a turnê nacional. 

E não pensaram em incluir mais inéditas no repertório do show? “Pensar, pensamos, mas para isso acontecer teríamos que viabilizar um processo de composição e gravação de novas músicas, o que tem nos sido bastante desafiador”, explica o músico. “Ao longo dos anos é natural que os fãs tenham desenvolvido uma expectativa em torno de um repertório inédito, até porque nos reunimos algumas vezes durante esse tempo, mas gravar um disco no formato tradicional seria improvável a essa altura.”

Allianz Parque. Av. Francisco Matarazzo, 1.705, Água Branca. Sáb. (18), às 21h (show de abertura às 19h, com Rubel). R$ 160 / R$ 400 

Veja o repertório completo do show:

01. A Flor (Marcelo Camelo / Rodrigo Amarante)


02. Além do que se vê (Marcelo Camelo)

03. Retrato pra Iaiá (Rodrigo Amarante / Marcelo Camelo)

04. O Vencedor (Marcelo Camelo)

05. O Vento (Rodrigo Amarante)

06. Todo carnaval tem seu fim (Marcelo Camelo)

07. Condicional (Rodrigo Amarante)

08. Corre Corre (Marcelo Camelo)

09. Primeiro Andar (Rodrigo Amarante)

10. A Outra (Marcelo Camelo)

11. Morena (Marcelo Camelo)

12. Pois É (Marcelo Camelo)

13. Sentimental (Rodrigo Amarante)

14. Samba a Dois (Marcelo Camelo)

15. Tenha Dó (Marcelo Camelo)

16. Quem Sabe (Rodrigo Amarante)

17. Descoberta (Marcelo Camelo)

18. Anna Júlia (Marcelo Camelo)

19. O Velho e o Moço (Rodrigo Amarante)

20. Paquetá (Rodrigo Amarante)

21. Do Sétimo Andar (Rodrigo Amarante)

22. Último Romance (Rodrigo Amarante)

23. De onde vem a calma (Marcelo Camelo)

24. Conversa de Botas Batidas (Marcelo Camelo)

BIS

25. Deixa o verão (Rodrigo Amarante)

26. Azedume (Marcelo Camelo)

27. Pierrot (Marcelo Camelo)

O retorno de Los Hermanos aos palcos, de tempos em tempos, é sempre um acontecimento. Não há como negar. Os fãs entram em estado de ebulição. E o que dizer, então, da corrente ainda mais devota de seguidores da banda que celebra, extasiada, a volta do quarteto e, com a mesma intensidade, rebate os eternos haters do grupo. Los Hermanos são assim: mexem com as emoções nos dois extremos. No final do ano passado, o anúncio de uma turnê nacional da banda pelo Brasil após 4 anos de pausa repercutiu. E muito. O show estreou em abril, em Salvador, mas, antes de começar o tour pelo País, eles se apresentaram no festival Lollapalooza Argentina, no final de março. 

E, após mais de um mês na estrada, a banda formada por Marcelo Camelo (voz, guitarra e baixo), Rodrigo Amarante (voz, guitarra e baixo), Bruno Medina (teclados) e Rodrigo Barba (bateria) se despede novamente do público no show que apresenta neste sábado, 18, no Allianz Parque, em São Paulo, com ingressos praticamente esgotados. A turnê acabou sendo mais extensa do que eles previam. “Se não me engano, partimos inicialmente de 9 cidades e as demais (Vitória, João Pessoa e Porto Alegre) foram incluídas a partir do contato de realizadores locais que demonstraram interesse em produzir o show”, afirma Bruno Medina, em entrevista ao Estado por e-mail. “Esse movimento é relativamente comum, sobretudo porque passaram-se 4 anos desde que nos reunimos da última vez e, nesse período, houve mudanças consideráveis no cenário político, econômico e social do País.” 

No Rio, o show realizado no Maracanã, no último dia 4 – e com transmissão ao vivo pelo Multishow –, foi considerado histórico. “Antes do show, estávamos felizes, claro, mas também ansiosos, afinal não há como negar que se trata de um marco muito importante em nossa carreira. Para qualquer um que trabalhe com música no Brasil tocar no Maracanã é uma espécie de Olimpo, visto que não são muitos os artistas que conseguiram chegar lá. Estamos acostumados a tocar para grandes plateias, mas nada prepara alguém para um show daquelas proporções”, descreve o tecladista. “Como disse o Marcelo na ocasião, esse é um sonho que um dia vamos contar para nossos netos. Uma noite inesquecível, com certeza uma das mais importantes das nossas vidas.”

O quarteto. Marcelo Camelo, Rodrigo Amarante, Bruno Medina e Rodrigo Barba.Foto: CarolineBittencourt 

A escolha de encerrar a turnê em São Paulo foi motivada por uma suspeita da banda de que seria “um grand finale” tocar na cidade. Isso graças à relação que foi construída entre Los Hermanos e público paulistano nesses 20 anos do grupo. “Em 2015, o show que realizamos no Anhembi reuniu o maior público individual da turnê (35 mil pessoas). Apesar de termos tido um começo difícil na cidade, ao longo dos anos houve um crescimento exponencial de fãs, tanto que hoje São Paulo e Rio, que é nossa terra natal, se equiparam tanto em quantidade de público como em qualidade do show”, diz Medina. 

Foram cinco reuniões da banda – em 2009, 2010, 2012, 2015 e, agora, 2019 – desde que Los Hermanos anunciaram o recesso por tempo indeterminado em 2007. E por que a banda faz esses retornos de tempos em tempos? Não pensam em retomá-la de uma forma mais duradoura? “O que posso dizer quanto a isso é que nosso público entendeu que essa é a maneira possível para Los Hermanos continuar existindo, e parecem estar bem com isso. Quando deixamos de ter uma rotina mais assídua de shows, nos antecipamos a um potencial desgaste, que seria até natural depois de 10 anos ininterruptos de estrada. O fato de termos dado vazão a outros planos a partir de então foi essencial para que conseguíssemos, sobretudo, preservar nossa amizade”, afirma o músico. 

“Sendo sincero, hoje não vejo a banda voltando a ter uma rotina mais assídua, visto que cada um seguiu caminhos distintos, vivemos, inclusive, longe uns dos outros. Isso não impede, no entanto, que tenhamos sempre essa coisa enorme em comum que é a banda, e que merece, sim, ser celebrada, porque nos traz sempre tantas coisas positivas. Desta vez, conseguimos gravar uma música inédita (Corre Corre), a primeira em 14 anos, o que nos provou que ainda faz sentido estarmos juntos hoje, e isso tem nos sido suficiente por enquanto”, continua ele. 

É possível já prever uma nova reunião? Por ora, Bruno Medina não tem essa resposta. 

Sucessos da carreira no repertório de Los Hermanos

Na turnê de Los Hermanos, que chega ao fim neste sábado, 18, o repertório do show revisita os quatro discos de estúdio da banda, Los Hermanos (1999), Bloco do Eu Sozinho (2001), Ventura (2003) e 4 (2005), além de trazer a inédita Corre Corre, de Marcelo Camelo. Do disco de estreia, eles selecionaram canções como seu grande sucesso, Anna Júlia. É fato que a música alçou o grupo à fama – mas sua execução exagerada fez com que eles dessem um tempo nela por um período.

Show histórico de Los Hermanosno Maracanã.Foto: Leo Aversa 

Anna Júlia, de Marcelo, ganhou até versão com George Harrison. “Num dado momento, ficamos um pouco saturados com a superexposição que a música nos trouxe e paramos de tocá-la nos shows. Engraçado como na época nos pareceu absolutamente coerente tirarmos do repertório uma música que estávamos tocando havia 2 anos em todos os shows, sem exceção (às vezes até mais de uma vez por noite), mas isso virou manchete e gerou polêmica”, lembra o tecladista da banda, Bruno Medina. “Descobrimos que aparentemente é proibido uma banda deixar de tocar seu maior sucesso, mas sabíamos que à altura já havíamos construído um repertório forte o suficiente para se sustentar sem nosso maior hit.” Passada essa fase, a canção voltou. 

Há outros sucessos como o obrigatório Todo Carnaval Tem Seu Fim e Morena, ambas de Marcelo, Sentimental, de Rodrigo Amarante, e Retrato Pra Iaiá, de Marcelo e Rodrigo. Já Corre Corre é primeira música inédita da banda em 14 anos. “Corre Corre foi trazida pelo Marcelo um pouco antes de iniciarmos os ensaios, mas não foi uma música composta especificamente para a banda, ele apenas achou que tinha ‘cara’ de Los Hermanos e resolveu nos mostrar, para ver o que achávamos.” Eles se apaixonaram pela música, a gravaram e ela foi lançada antes de iniciarem a turnê nacional. 

E não pensaram em incluir mais inéditas no repertório do show? “Pensar, pensamos, mas para isso acontecer teríamos que viabilizar um processo de composição e gravação de novas músicas, o que tem nos sido bastante desafiador”, explica o músico. “Ao longo dos anos é natural que os fãs tenham desenvolvido uma expectativa em torno de um repertório inédito, até porque nos reunimos algumas vezes durante esse tempo, mas gravar um disco no formato tradicional seria improvável a essa altura.”

Allianz Parque. Av. Francisco Matarazzo, 1.705, Água Branca. Sáb. (18), às 21h (show de abertura às 19h, com Rubel). R$ 160 / R$ 400 

Veja o repertório completo do show:

01. A Flor (Marcelo Camelo / Rodrigo Amarante)


02. Além do que se vê (Marcelo Camelo)

03. Retrato pra Iaiá (Rodrigo Amarante / Marcelo Camelo)

04. O Vencedor (Marcelo Camelo)

05. O Vento (Rodrigo Amarante)

06. Todo carnaval tem seu fim (Marcelo Camelo)

07. Condicional (Rodrigo Amarante)

08. Corre Corre (Marcelo Camelo)

09. Primeiro Andar (Rodrigo Amarante)

10. A Outra (Marcelo Camelo)

11. Morena (Marcelo Camelo)

12. Pois É (Marcelo Camelo)

13. Sentimental (Rodrigo Amarante)

14. Samba a Dois (Marcelo Camelo)

15. Tenha Dó (Marcelo Camelo)

16. Quem Sabe (Rodrigo Amarante)

17. Descoberta (Marcelo Camelo)

18. Anna Júlia (Marcelo Camelo)

19. O Velho e o Moço (Rodrigo Amarante)

20. Paquetá (Rodrigo Amarante)

21. Do Sétimo Andar (Rodrigo Amarante)

22. Último Romance (Rodrigo Amarante)

23. De onde vem a calma (Marcelo Camelo)

24. Conversa de Botas Batidas (Marcelo Camelo)

BIS

25. Deixa o verão (Rodrigo Amarante)

26. Azedume (Marcelo Camelo)

27. Pierrot (Marcelo Camelo)

O retorno de Los Hermanos aos palcos, de tempos em tempos, é sempre um acontecimento. Não há como negar. Os fãs entram em estado de ebulição. E o que dizer, então, da corrente ainda mais devota de seguidores da banda que celebra, extasiada, a volta do quarteto e, com a mesma intensidade, rebate os eternos haters do grupo. Los Hermanos são assim: mexem com as emoções nos dois extremos. No final do ano passado, o anúncio de uma turnê nacional da banda pelo Brasil após 4 anos de pausa repercutiu. E muito. O show estreou em abril, em Salvador, mas, antes de começar o tour pelo País, eles se apresentaram no festival Lollapalooza Argentina, no final de março. 

E, após mais de um mês na estrada, a banda formada por Marcelo Camelo (voz, guitarra e baixo), Rodrigo Amarante (voz, guitarra e baixo), Bruno Medina (teclados) e Rodrigo Barba (bateria) se despede novamente do público no show que apresenta neste sábado, 18, no Allianz Parque, em São Paulo, com ingressos praticamente esgotados. A turnê acabou sendo mais extensa do que eles previam. “Se não me engano, partimos inicialmente de 9 cidades e as demais (Vitória, João Pessoa e Porto Alegre) foram incluídas a partir do contato de realizadores locais que demonstraram interesse em produzir o show”, afirma Bruno Medina, em entrevista ao Estado por e-mail. “Esse movimento é relativamente comum, sobretudo porque passaram-se 4 anos desde que nos reunimos da última vez e, nesse período, houve mudanças consideráveis no cenário político, econômico e social do País.” 

No Rio, o show realizado no Maracanã, no último dia 4 – e com transmissão ao vivo pelo Multishow –, foi considerado histórico. “Antes do show, estávamos felizes, claro, mas também ansiosos, afinal não há como negar que se trata de um marco muito importante em nossa carreira. Para qualquer um que trabalhe com música no Brasil tocar no Maracanã é uma espécie de Olimpo, visto que não são muitos os artistas que conseguiram chegar lá. Estamos acostumados a tocar para grandes plateias, mas nada prepara alguém para um show daquelas proporções”, descreve o tecladista. “Como disse o Marcelo na ocasião, esse é um sonho que um dia vamos contar para nossos netos. Uma noite inesquecível, com certeza uma das mais importantes das nossas vidas.”

O quarteto. Marcelo Camelo, Rodrigo Amarante, Bruno Medina e Rodrigo Barba.Foto: CarolineBittencourt 

A escolha de encerrar a turnê em São Paulo foi motivada por uma suspeita da banda de que seria “um grand finale” tocar na cidade. Isso graças à relação que foi construída entre Los Hermanos e público paulistano nesses 20 anos do grupo. “Em 2015, o show que realizamos no Anhembi reuniu o maior público individual da turnê (35 mil pessoas). Apesar de termos tido um começo difícil na cidade, ao longo dos anos houve um crescimento exponencial de fãs, tanto que hoje São Paulo e Rio, que é nossa terra natal, se equiparam tanto em quantidade de público como em qualidade do show”, diz Medina. 

Foram cinco reuniões da banda – em 2009, 2010, 2012, 2015 e, agora, 2019 – desde que Los Hermanos anunciaram o recesso por tempo indeterminado em 2007. E por que a banda faz esses retornos de tempos em tempos? Não pensam em retomá-la de uma forma mais duradoura? “O que posso dizer quanto a isso é que nosso público entendeu que essa é a maneira possível para Los Hermanos continuar existindo, e parecem estar bem com isso. Quando deixamos de ter uma rotina mais assídua de shows, nos antecipamos a um potencial desgaste, que seria até natural depois de 10 anos ininterruptos de estrada. O fato de termos dado vazão a outros planos a partir de então foi essencial para que conseguíssemos, sobretudo, preservar nossa amizade”, afirma o músico. 

“Sendo sincero, hoje não vejo a banda voltando a ter uma rotina mais assídua, visto que cada um seguiu caminhos distintos, vivemos, inclusive, longe uns dos outros. Isso não impede, no entanto, que tenhamos sempre essa coisa enorme em comum que é a banda, e que merece, sim, ser celebrada, porque nos traz sempre tantas coisas positivas. Desta vez, conseguimos gravar uma música inédita (Corre Corre), a primeira em 14 anos, o que nos provou que ainda faz sentido estarmos juntos hoje, e isso tem nos sido suficiente por enquanto”, continua ele. 

É possível já prever uma nova reunião? Por ora, Bruno Medina não tem essa resposta. 

Sucessos da carreira no repertório de Los Hermanos

Na turnê de Los Hermanos, que chega ao fim neste sábado, 18, o repertório do show revisita os quatro discos de estúdio da banda, Los Hermanos (1999), Bloco do Eu Sozinho (2001), Ventura (2003) e 4 (2005), além de trazer a inédita Corre Corre, de Marcelo Camelo. Do disco de estreia, eles selecionaram canções como seu grande sucesso, Anna Júlia. É fato que a música alçou o grupo à fama – mas sua execução exagerada fez com que eles dessem um tempo nela por um período.

Show histórico de Los Hermanosno Maracanã.Foto: Leo Aversa 

Anna Júlia, de Marcelo, ganhou até versão com George Harrison. “Num dado momento, ficamos um pouco saturados com a superexposição que a música nos trouxe e paramos de tocá-la nos shows. Engraçado como na época nos pareceu absolutamente coerente tirarmos do repertório uma música que estávamos tocando havia 2 anos em todos os shows, sem exceção (às vezes até mais de uma vez por noite), mas isso virou manchete e gerou polêmica”, lembra o tecladista da banda, Bruno Medina. “Descobrimos que aparentemente é proibido uma banda deixar de tocar seu maior sucesso, mas sabíamos que à altura já havíamos construído um repertório forte o suficiente para se sustentar sem nosso maior hit.” Passada essa fase, a canção voltou. 

Há outros sucessos como o obrigatório Todo Carnaval Tem Seu Fim e Morena, ambas de Marcelo, Sentimental, de Rodrigo Amarante, e Retrato Pra Iaiá, de Marcelo e Rodrigo. Já Corre Corre é primeira música inédita da banda em 14 anos. “Corre Corre foi trazida pelo Marcelo um pouco antes de iniciarmos os ensaios, mas não foi uma música composta especificamente para a banda, ele apenas achou que tinha ‘cara’ de Los Hermanos e resolveu nos mostrar, para ver o que achávamos.” Eles se apaixonaram pela música, a gravaram e ela foi lançada antes de iniciarem a turnê nacional. 

E não pensaram em incluir mais inéditas no repertório do show? “Pensar, pensamos, mas para isso acontecer teríamos que viabilizar um processo de composição e gravação de novas músicas, o que tem nos sido bastante desafiador”, explica o músico. “Ao longo dos anos é natural que os fãs tenham desenvolvido uma expectativa em torno de um repertório inédito, até porque nos reunimos algumas vezes durante esse tempo, mas gravar um disco no formato tradicional seria improvável a essa altura.”

Allianz Parque. Av. Francisco Matarazzo, 1.705, Água Branca. Sáb. (18), às 21h (show de abertura às 19h, com Rubel). R$ 160 / R$ 400 

Veja o repertório completo do show:

01. A Flor (Marcelo Camelo / Rodrigo Amarante)


02. Além do que se vê (Marcelo Camelo)

03. Retrato pra Iaiá (Rodrigo Amarante / Marcelo Camelo)

04. O Vencedor (Marcelo Camelo)

05. O Vento (Rodrigo Amarante)

06. Todo carnaval tem seu fim (Marcelo Camelo)

07. Condicional (Rodrigo Amarante)

08. Corre Corre (Marcelo Camelo)

09. Primeiro Andar (Rodrigo Amarante)

10. A Outra (Marcelo Camelo)

11. Morena (Marcelo Camelo)

12. Pois É (Marcelo Camelo)

13. Sentimental (Rodrigo Amarante)

14. Samba a Dois (Marcelo Camelo)

15. Tenha Dó (Marcelo Camelo)

16. Quem Sabe (Rodrigo Amarante)

17. Descoberta (Marcelo Camelo)

18. Anna Júlia (Marcelo Camelo)

19. O Velho e o Moço (Rodrigo Amarante)

20. Paquetá (Rodrigo Amarante)

21. Do Sétimo Andar (Rodrigo Amarante)

22. Último Romance (Rodrigo Amarante)

23. De onde vem a calma (Marcelo Camelo)

24. Conversa de Botas Batidas (Marcelo Camelo)

BIS

25. Deixa o verão (Rodrigo Amarante)

26. Azedume (Marcelo Camelo)

27. Pierrot (Marcelo Camelo)

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