Crítica: Taylor Swift faz show com recorde de público em SP, que explica por que tem fãs tão leais


Mesmo com público magoado por passagem conturbada no Rio, cantora convence com apresentação muito boa e criação de senso de comunidade entre quem a acompanha

Por Julia Queiroz
Atualização:

Taylor Swift subiu ao palco do Allianz Parque, em São Paulo, nesta sexta-feira, 24, com uma tarefa importante, queira ela ou não: convencer uma legião de fãs que estavam magoados com todos os acontecimentos da passagem da The Eras Tour pelo Brasil até então.

A cantora pode até não ter feito as pazes com todos eles, mas a apresentação mostra porque, mesmo magoados, eles seguem sendo tão fiéis a ela. Com mais de 50 mil pessoas presentes, o recorde de público do Allianz Parque, Taylor fez um show inesquecível para quem a assistiu.

Há de se dizer, depois de ver à cantora ao vivo, que Taylor é uma performer excepcional. Canta o show inteiro, que durou 3h30, sem playback, apenas com o apoio de quatro backing vocals. Com certeza, os fãs saíram do estádio com aquilo que lhes foi prometido: um espetáculo.

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Mas, também há momentos em que eles mesmos roubam o protagonista da artista. Cantam a plenos pulmões durante todo o show e, olhando para trás, foram a verdadeira força motora de toda a estadia da cantora no País.

A cantora Taylor Swift durante apresentacao no Alianz Parque, em Sao Paulo.  Foto: TABA BENEDICTO / ESTADAO

De novo, Taylor não falou de Ana Clara Benevides

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Nem tudo são flores. A cantora já passou pelo Engenhão, no Rio de Janeiro, onde se apresentou nos dias 17, 18 e 19. Mas o show do dia 17 ficou marcado por uma tragédia: a morte da jovem Ana Clara Benevides, de 23 anos, que passou mal durante a apresentação. Ela sofreu uma parada cardiorrespiratória e um laudo preliminar mostrou que ela teve uma hemorragia pulmonar.

A Polícia do Rio abriu um inquérito para investigar a T4F, produtora de shows da cantora no Brasil. A empresa fez um vídeo pedindo desculpas pelos acontecimentos, mas recebeu críticas dos fãs, que acusaram a nota de ser “vazia”. Quem não se pronunciou diretamente sobre a morte da jovem foi justamente Taylor que, apesar de não ser a responsável pela tragédia, foi quem levou a garota a estar lá naquele momento.

Ela fez uma publicação nos stories do Instagram lamentando o ocorrido, mas sem citar o nome da fã, e depois ficou em silêncio. No show do dia 19, cantou Bigger Than The Whole Sky, uma música sobre de luto, e fãs especularam que seria uma espécie de homenagem. Taylor, até onde se sabe, não contatou a família de Ana e quem organizou um financiamento coletivo para levar o corpo da jovem de volta à sua cidade natal foram, outra vez, eles: os fãs.

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Nesta sexta, havia no ar uma certa expectativa para que a cantora falasse. Não porque se esperasse uma postura diferente - a maioria dos fãs não achava que ela falaria - mas porque, como o Estadão já pontuou, Taylor se fez em sua relação com eles e parece que, desta vez, ela escolheu um distanciamento.

Apesar da mágoa, aquelas 50 mil pessoas estavam no Allianz nesta noite porque tinham alguma conexão emocional com a cantora. Fãs estavam vestidos a caráter, imitando figurinos da artista ou homenageando alguma de suas eras, trocavam pulseiras da amizade que eles mesmos fizeram e cantavam alto as músicas na fila, antes mesmo do show começar.

Por volta de 19h30, Taylor subiu no palco sem atrasos e, quando começou os primeiros versos de Miss Americana & The Heartbreak Prince, faixa que abre o show, era quase difícil ouvir sua voz de tanto barulho da plateia. Ela elogiou o público pelo barulho e por cantarem tão alto pelo menos três vezes ao longo da noite.

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Fãs da cantora Taylor Swift durante apresentacao no Alianz Parque, em Sao Paulo.  Foto: TABA BENEDICTO / ESTADAO

As personas de Taylor Swift

A The Eras Tour é marcada pela divisão da apresentação em blocos de cada um dos discos da cantora - com exceção do primeiro, o que é bastante contraditório, mas Taylor sabe que aquele é seu trabalho mais fraco.

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Os álbuns não são apresentados de maneira cronológica e a cantora faz pequenas pausas para trocas de figurino. O palco, que vinha sendo montado desde terça-feira, é tão grande que ocupava quase todo o gramado do Allianz. Não tinha quem tivesse visão ruim do show.

No Rio de Janeiro, em especial nos shows dos dias 18 e 19, houve quem acusasse a cantora de ser robótica. Mas a questão é que Taylor trata o show quase como um espetáculo teatral: quando ela sobe no palco, ela é a personagem Taylor Swift, qualquer que seja a persona que precise assumir naquele momento.

Em Cruel Summer, favorita dos fãs e uma das primeiras do setlist, é uma modelo desfilando pelo palco e acenando para o público. Em Fearless, volta a ser uma jovem cantora deslumbrada com a vida. Em Willow, um dos momentos mais bonitos e bem coreografados do show, ela é uma bruxa fazendo magia em uma floresta encantada.

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Em August, é uma pessoa sofrendo por um amor não correspondido. Cada uma dessas personagens é interpretada por Taylor com maestria e é difícil não ficar encantado assistindo da plateia.

A cantora Taylor Swift em Sao Paulo.  Foto: TABA BENEDICTO / ESTADAO

É essa dedicação que torna o show um espetáculo tão completo, mas que também pode o tornar robótico para alguns, ainda mais se você está acostumado com artistas que brincam no palco e interagem com o público a todo momento. Taylor, contudo, promete uma viagem no tempo e é exatamente assim que nos sentimos: passeando pelas eras, assistindo ela se transformar ao vivo.

Para quem é fã, é esse o sentimento que conquista tanto: são história contadas ali, no palco, assim como nas músicas. É nostálgico para quem já acompanha há mais tempo e cativante para quem está chegando agora. No início do show, Taylor diz que escreveu as canções sobre sua vida, mas que queria que os fãs saíssem de lá associando as canções com as memórias do show.

E vale dizer: há sim momentos em que Taylor descarta a persona e dá ao público um vislumbre dela mesma. Mas é preciso aprender a diferenciar. Antes de The Man, ela brinca sobre como a plateia a faz sentir poderosa - isso faz parte do show.

Mas antes de apresentar as músicas surpresa (momento no qual canta duas canções que não foram incluídas no setlist e, teoricamente, que não foram apresentadas em nenhum show anterior), ela conversa com os fãs e parece genuína em falar de sua gratidão.

Nesta sexta, ela fez questão de dizer que via cada um dos fãs na plateia, que sabia que todos estavam cantando alto e dançando As músicas surpresa, inclusive, são sempre um momento muito esperado do show. Nesta noite, ela tocou, pela primeira vez, Now That We Don’t Talk, da versão regravada de 1989. Depois, no piano, apresentou Innocent, do disco Speak Now.

Depois de pularem e dançarem por 3 horas e meia, fãs saíram do Allianz conversando, trocando mais pulseiras da amizade e, em sua maioria, sorrindo. É uma sensação de comunidade e, mesmo que Taylor tenha decepcionado os fãs, é ela quem proporciona isso.

Taylor Swift subiu ao palco do Allianz Parque, em São Paulo, nesta sexta-feira, 24, com uma tarefa importante, queira ela ou não: convencer uma legião de fãs que estavam magoados com todos os acontecimentos da passagem da The Eras Tour pelo Brasil até então.

A cantora pode até não ter feito as pazes com todos eles, mas a apresentação mostra porque, mesmo magoados, eles seguem sendo tão fiéis a ela. Com mais de 50 mil pessoas presentes, o recorde de público do Allianz Parque, Taylor fez um show inesquecível para quem a assistiu.

Há de se dizer, depois de ver à cantora ao vivo, que Taylor é uma performer excepcional. Canta o show inteiro, que durou 3h30, sem playback, apenas com o apoio de quatro backing vocals. Com certeza, os fãs saíram do estádio com aquilo que lhes foi prometido: um espetáculo.

Mas, também há momentos em que eles mesmos roubam o protagonista da artista. Cantam a plenos pulmões durante todo o show e, olhando para trás, foram a verdadeira força motora de toda a estadia da cantora no País.

A cantora Taylor Swift durante apresentacao no Alianz Parque, em Sao Paulo.  Foto: TABA BENEDICTO / ESTADAO

De novo, Taylor não falou de Ana Clara Benevides

Nem tudo são flores. A cantora já passou pelo Engenhão, no Rio de Janeiro, onde se apresentou nos dias 17, 18 e 19. Mas o show do dia 17 ficou marcado por uma tragédia: a morte da jovem Ana Clara Benevides, de 23 anos, que passou mal durante a apresentação. Ela sofreu uma parada cardiorrespiratória e um laudo preliminar mostrou que ela teve uma hemorragia pulmonar.

A Polícia do Rio abriu um inquérito para investigar a T4F, produtora de shows da cantora no Brasil. A empresa fez um vídeo pedindo desculpas pelos acontecimentos, mas recebeu críticas dos fãs, que acusaram a nota de ser “vazia”. Quem não se pronunciou diretamente sobre a morte da jovem foi justamente Taylor que, apesar de não ser a responsável pela tragédia, foi quem levou a garota a estar lá naquele momento.

Ela fez uma publicação nos stories do Instagram lamentando o ocorrido, mas sem citar o nome da fã, e depois ficou em silêncio. No show do dia 19, cantou Bigger Than The Whole Sky, uma música sobre de luto, e fãs especularam que seria uma espécie de homenagem. Taylor, até onde se sabe, não contatou a família de Ana e quem organizou um financiamento coletivo para levar o corpo da jovem de volta à sua cidade natal foram, outra vez, eles: os fãs.

Nesta sexta, havia no ar uma certa expectativa para que a cantora falasse. Não porque se esperasse uma postura diferente - a maioria dos fãs não achava que ela falaria - mas porque, como o Estadão já pontuou, Taylor se fez em sua relação com eles e parece que, desta vez, ela escolheu um distanciamento.

Apesar da mágoa, aquelas 50 mil pessoas estavam no Allianz nesta noite porque tinham alguma conexão emocional com a cantora. Fãs estavam vestidos a caráter, imitando figurinos da artista ou homenageando alguma de suas eras, trocavam pulseiras da amizade que eles mesmos fizeram e cantavam alto as músicas na fila, antes mesmo do show começar.

Por volta de 19h30, Taylor subiu no palco sem atrasos e, quando começou os primeiros versos de Miss Americana & The Heartbreak Prince, faixa que abre o show, era quase difícil ouvir sua voz de tanto barulho da plateia. Ela elogiou o público pelo barulho e por cantarem tão alto pelo menos três vezes ao longo da noite.

Fãs da cantora Taylor Swift durante apresentacao no Alianz Parque, em Sao Paulo.  Foto: TABA BENEDICTO / ESTADAO

As personas de Taylor Swift

A The Eras Tour é marcada pela divisão da apresentação em blocos de cada um dos discos da cantora - com exceção do primeiro, o que é bastante contraditório, mas Taylor sabe que aquele é seu trabalho mais fraco.

Os álbuns não são apresentados de maneira cronológica e a cantora faz pequenas pausas para trocas de figurino. O palco, que vinha sendo montado desde terça-feira, é tão grande que ocupava quase todo o gramado do Allianz. Não tinha quem tivesse visão ruim do show.

No Rio de Janeiro, em especial nos shows dos dias 18 e 19, houve quem acusasse a cantora de ser robótica. Mas a questão é que Taylor trata o show quase como um espetáculo teatral: quando ela sobe no palco, ela é a personagem Taylor Swift, qualquer que seja a persona que precise assumir naquele momento.

Em Cruel Summer, favorita dos fãs e uma das primeiras do setlist, é uma modelo desfilando pelo palco e acenando para o público. Em Fearless, volta a ser uma jovem cantora deslumbrada com a vida. Em Willow, um dos momentos mais bonitos e bem coreografados do show, ela é uma bruxa fazendo magia em uma floresta encantada.

Em August, é uma pessoa sofrendo por um amor não correspondido. Cada uma dessas personagens é interpretada por Taylor com maestria e é difícil não ficar encantado assistindo da plateia.

A cantora Taylor Swift em Sao Paulo.  Foto: TABA BENEDICTO / ESTADAO

É essa dedicação que torna o show um espetáculo tão completo, mas que também pode o tornar robótico para alguns, ainda mais se você está acostumado com artistas que brincam no palco e interagem com o público a todo momento. Taylor, contudo, promete uma viagem no tempo e é exatamente assim que nos sentimos: passeando pelas eras, assistindo ela se transformar ao vivo.

Para quem é fã, é esse o sentimento que conquista tanto: são história contadas ali, no palco, assim como nas músicas. É nostálgico para quem já acompanha há mais tempo e cativante para quem está chegando agora. No início do show, Taylor diz que escreveu as canções sobre sua vida, mas que queria que os fãs saíssem de lá associando as canções com as memórias do show.

E vale dizer: há sim momentos em que Taylor descarta a persona e dá ao público um vislumbre dela mesma. Mas é preciso aprender a diferenciar. Antes de The Man, ela brinca sobre como a plateia a faz sentir poderosa - isso faz parte do show.

Mas antes de apresentar as músicas surpresa (momento no qual canta duas canções que não foram incluídas no setlist e, teoricamente, que não foram apresentadas em nenhum show anterior), ela conversa com os fãs e parece genuína em falar de sua gratidão.

Nesta sexta, ela fez questão de dizer que via cada um dos fãs na plateia, que sabia que todos estavam cantando alto e dançando As músicas surpresa, inclusive, são sempre um momento muito esperado do show. Nesta noite, ela tocou, pela primeira vez, Now That We Don’t Talk, da versão regravada de 1989. Depois, no piano, apresentou Innocent, do disco Speak Now.

Depois de pularem e dançarem por 3 horas e meia, fãs saíram do Allianz conversando, trocando mais pulseiras da amizade e, em sua maioria, sorrindo. É uma sensação de comunidade e, mesmo que Taylor tenha decepcionado os fãs, é ela quem proporciona isso.

Taylor Swift subiu ao palco do Allianz Parque, em São Paulo, nesta sexta-feira, 24, com uma tarefa importante, queira ela ou não: convencer uma legião de fãs que estavam magoados com todos os acontecimentos da passagem da The Eras Tour pelo Brasil até então.

A cantora pode até não ter feito as pazes com todos eles, mas a apresentação mostra porque, mesmo magoados, eles seguem sendo tão fiéis a ela. Com mais de 50 mil pessoas presentes, o recorde de público do Allianz Parque, Taylor fez um show inesquecível para quem a assistiu.

Há de se dizer, depois de ver à cantora ao vivo, que Taylor é uma performer excepcional. Canta o show inteiro, que durou 3h30, sem playback, apenas com o apoio de quatro backing vocals. Com certeza, os fãs saíram do estádio com aquilo que lhes foi prometido: um espetáculo.

Mas, também há momentos em que eles mesmos roubam o protagonista da artista. Cantam a plenos pulmões durante todo o show e, olhando para trás, foram a verdadeira força motora de toda a estadia da cantora no País.

A cantora Taylor Swift durante apresentacao no Alianz Parque, em Sao Paulo.  Foto: TABA BENEDICTO / ESTADAO

De novo, Taylor não falou de Ana Clara Benevides

Nem tudo são flores. A cantora já passou pelo Engenhão, no Rio de Janeiro, onde se apresentou nos dias 17, 18 e 19. Mas o show do dia 17 ficou marcado por uma tragédia: a morte da jovem Ana Clara Benevides, de 23 anos, que passou mal durante a apresentação. Ela sofreu uma parada cardiorrespiratória e um laudo preliminar mostrou que ela teve uma hemorragia pulmonar.

A Polícia do Rio abriu um inquérito para investigar a T4F, produtora de shows da cantora no Brasil. A empresa fez um vídeo pedindo desculpas pelos acontecimentos, mas recebeu críticas dos fãs, que acusaram a nota de ser “vazia”. Quem não se pronunciou diretamente sobre a morte da jovem foi justamente Taylor que, apesar de não ser a responsável pela tragédia, foi quem levou a garota a estar lá naquele momento.

Ela fez uma publicação nos stories do Instagram lamentando o ocorrido, mas sem citar o nome da fã, e depois ficou em silêncio. No show do dia 19, cantou Bigger Than The Whole Sky, uma música sobre de luto, e fãs especularam que seria uma espécie de homenagem. Taylor, até onde se sabe, não contatou a família de Ana e quem organizou um financiamento coletivo para levar o corpo da jovem de volta à sua cidade natal foram, outra vez, eles: os fãs.

Nesta sexta, havia no ar uma certa expectativa para que a cantora falasse. Não porque se esperasse uma postura diferente - a maioria dos fãs não achava que ela falaria - mas porque, como o Estadão já pontuou, Taylor se fez em sua relação com eles e parece que, desta vez, ela escolheu um distanciamento.

Apesar da mágoa, aquelas 50 mil pessoas estavam no Allianz nesta noite porque tinham alguma conexão emocional com a cantora. Fãs estavam vestidos a caráter, imitando figurinos da artista ou homenageando alguma de suas eras, trocavam pulseiras da amizade que eles mesmos fizeram e cantavam alto as músicas na fila, antes mesmo do show começar.

Por volta de 19h30, Taylor subiu no palco sem atrasos e, quando começou os primeiros versos de Miss Americana & The Heartbreak Prince, faixa que abre o show, era quase difícil ouvir sua voz de tanto barulho da plateia. Ela elogiou o público pelo barulho e por cantarem tão alto pelo menos três vezes ao longo da noite.

Fãs da cantora Taylor Swift durante apresentacao no Alianz Parque, em Sao Paulo.  Foto: TABA BENEDICTO / ESTADAO

As personas de Taylor Swift

A The Eras Tour é marcada pela divisão da apresentação em blocos de cada um dos discos da cantora - com exceção do primeiro, o que é bastante contraditório, mas Taylor sabe que aquele é seu trabalho mais fraco.

Os álbuns não são apresentados de maneira cronológica e a cantora faz pequenas pausas para trocas de figurino. O palco, que vinha sendo montado desde terça-feira, é tão grande que ocupava quase todo o gramado do Allianz. Não tinha quem tivesse visão ruim do show.

No Rio de Janeiro, em especial nos shows dos dias 18 e 19, houve quem acusasse a cantora de ser robótica. Mas a questão é que Taylor trata o show quase como um espetáculo teatral: quando ela sobe no palco, ela é a personagem Taylor Swift, qualquer que seja a persona que precise assumir naquele momento.

Em Cruel Summer, favorita dos fãs e uma das primeiras do setlist, é uma modelo desfilando pelo palco e acenando para o público. Em Fearless, volta a ser uma jovem cantora deslumbrada com a vida. Em Willow, um dos momentos mais bonitos e bem coreografados do show, ela é uma bruxa fazendo magia em uma floresta encantada.

Em August, é uma pessoa sofrendo por um amor não correspondido. Cada uma dessas personagens é interpretada por Taylor com maestria e é difícil não ficar encantado assistindo da plateia.

A cantora Taylor Swift em Sao Paulo.  Foto: TABA BENEDICTO / ESTADAO

É essa dedicação que torna o show um espetáculo tão completo, mas que também pode o tornar robótico para alguns, ainda mais se você está acostumado com artistas que brincam no palco e interagem com o público a todo momento. Taylor, contudo, promete uma viagem no tempo e é exatamente assim que nos sentimos: passeando pelas eras, assistindo ela se transformar ao vivo.

Para quem é fã, é esse o sentimento que conquista tanto: são história contadas ali, no palco, assim como nas músicas. É nostálgico para quem já acompanha há mais tempo e cativante para quem está chegando agora. No início do show, Taylor diz que escreveu as canções sobre sua vida, mas que queria que os fãs saíssem de lá associando as canções com as memórias do show.

E vale dizer: há sim momentos em que Taylor descarta a persona e dá ao público um vislumbre dela mesma. Mas é preciso aprender a diferenciar. Antes de The Man, ela brinca sobre como a plateia a faz sentir poderosa - isso faz parte do show.

Mas antes de apresentar as músicas surpresa (momento no qual canta duas canções que não foram incluídas no setlist e, teoricamente, que não foram apresentadas em nenhum show anterior), ela conversa com os fãs e parece genuína em falar de sua gratidão.

Nesta sexta, ela fez questão de dizer que via cada um dos fãs na plateia, que sabia que todos estavam cantando alto e dançando As músicas surpresa, inclusive, são sempre um momento muito esperado do show. Nesta noite, ela tocou, pela primeira vez, Now That We Don’t Talk, da versão regravada de 1989. Depois, no piano, apresentou Innocent, do disco Speak Now.

Depois de pularem e dançarem por 3 horas e meia, fãs saíram do Allianz conversando, trocando mais pulseiras da amizade e, em sua maioria, sorrindo. É uma sensação de comunidade e, mesmo que Taylor tenha decepcionado os fãs, é ela quem proporciona isso.

Taylor Swift subiu ao palco do Allianz Parque, em São Paulo, nesta sexta-feira, 24, com uma tarefa importante, queira ela ou não: convencer uma legião de fãs que estavam magoados com todos os acontecimentos da passagem da The Eras Tour pelo Brasil até então.

A cantora pode até não ter feito as pazes com todos eles, mas a apresentação mostra porque, mesmo magoados, eles seguem sendo tão fiéis a ela. Com mais de 50 mil pessoas presentes, o recorde de público do Allianz Parque, Taylor fez um show inesquecível para quem a assistiu.

Há de se dizer, depois de ver à cantora ao vivo, que Taylor é uma performer excepcional. Canta o show inteiro, que durou 3h30, sem playback, apenas com o apoio de quatro backing vocals. Com certeza, os fãs saíram do estádio com aquilo que lhes foi prometido: um espetáculo.

Mas, também há momentos em que eles mesmos roubam o protagonista da artista. Cantam a plenos pulmões durante todo o show e, olhando para trás, foram a verdadeira força motora de toda a estadia da cantora no País.

A cantora Taylor Swift durante apresentacao no Alianz Parque, em Sao Paulo.  Foto: TABA BENEDICTO / ESTADAO

De novo, Taylor não falou de Ana Clara Benevides

Nem tudo são flores. A cantora já passou pelo Engenhão, no Rio de Janeiro, onde se apresentou nos dias 17, 18 e 19. Mas o show do dia 17 ficou marcado por uma tragédia: a morte da jovem Ana Clara Benevides, de 23 anos, que passou mal durante a apresentação. Ela sofreu uma parada cardiorrespiratória e um laudo preliminar mostrou que ela teve uma hemorragia pulmonar.

A Polícia do Rio abriu um inquérito para investigar a T4F, produtora de shows da cantora no Brasil. A empresa fez um vídeo pedindo desculpas pelos acontecimentos, mas recebeu críticas dos fãs, que acusaram a nota de ser “vazia”. Quem não se pronunciou diretamente sobre a morte da jovem foi justamente Taylor que, apesar de não ser a responsável pela tragédia, foi quem levou a garota a estar lá naquele momento.

Ela fez uma publicação nos stories do Instagram lamentando o ocorrido, mas sem citar o nome da fã, e depois ficou em silêncio. No show do dia 19, cantou Bigger Than The Whole Sky, uma música sobre de luto, e fãs especularam que seria uma espécie de homenagem. Taylor, até onde se sabe, não contatou a família de Ana e quem organizou um financiamento coletivo para levar o corpo da jovem de volta à sua cidade natal foram, outra vez, eles: os fãs.

Nesta sexta, havia no ar uma certa expectativa para que a cantora falasse. Não porque se esperasse uma postura diferente - a maioria dos fãs não achava que ela falaria - mas porque, como o Estadão já pontuou, Taylor se fez em sua relação com eles e parece que, desta vez, ela escolheu um distanciamento.

Apesar da mágoa, aquelas 50 mil pessoas estavam no Allianz nesta noite porque tinham alguma conexão emocional com a cantora. Fãs estavam vestidos a caráter, imitando figurinos da artista ou homenageando alguma de suas eras, trocavam pulseiras da amizade que eles mesmos fizeram e cantavam alto as músicas na fila, antes mesmo do show começar.

Por volta de 19h30, Taylor subiu no palco sem atrasos e, quando começou os primeiros versos de Miss Americana & The Heartbreak Prince, faixa que abre o show, era quase difícil ouvir sua voz de tanto barulho da plateia. Ela elogiou o público pelo barulho e por cantarem tão alto pelo menos três vezes ao longo da noite.

Fãs da cantora Taylor Swift durante apresentacao no Alianz Parque, em Sao Paulo.  Foto: TABA BENEDICTO / ESTADAO

As personas de Taylor Swift

A The Eras Tour é marcada pela divisão da apresentação em blocos de cada um dos discos da cantora - com exceção do primeiro, o que é bastante contraditório, mas Taylor sabe que aquele é seu trabalho mais fraco.

Os álbuns não são apresentados de maneira cronológica e a cantora faz pequenas pausas para trocas de figurino. O palco, que vinha sendo montado desde terça-feira, é tão grande que ocupava quase todo o gramado do Allianz. Não tinha quem tivesse visão ruim do show.

No Rio de Janeiro, em especial nos shows dos dias 18 e 19, houve quem acusasse a cantora de ser robótica. Mas a questão é que Taylor trata o show quase como um espetáculo teatral: quando ela sobe no palco, ela é a personagem Taylor Swift, qualquer que seja a persona que precise assumir naquele momento.

Em Cruel Summer, favorita dos fãs e uma das primeiras do setlist, é uma modelo desfilando pelo palco e acenando para o público. Em Fearless, volta a ser uma jovem cantora deslumbrada com a vida. Em Willow, um dos momentos mais bonitos e bem coreografados do show, ela é uma bruxa fazendo magia em uma floresta encantada.

Em August, é uma pessoa sofrendo por um amor não correspondido. Cada uma dessas personagens é interpretada por Taylor com maestria e é difícil não ficar encantado assistindo da plateia.

A cantora Taylor Swift em Sao Paulo.  Foto: TABA BENEDICTO / ESTADAO

É essa dedicação que torna o show um espetáculo tão completo, mas que também pode o tornar robótico para alguns, ainda mais se você está acostumado com artistas que brincam no palco e interagem com o público a todo momento. Taylor, contudo, promete uma viagem no tempo e é exatamente assim que nos sentimos: passeando pelas eras, assistindo ela se transformar ao vivo.

Para quem é fã, é esse o sentimento que conquista tanto: são história contadas ali, no palco, assim como nas músicas. É nostálgico para quem já acompanha há mais tempo e cativante para quem está chegando agora. No início do show, Taylor diz que escreveu as canções sobre sua vida, mas que queria que os fãs saíssem de lá associando as canções com as memórias do show.

E vale dizer: há sim momentos em que Taylor descarta a persona e dá ao público um vislumbre dela mesma. Mas é preciso aprender a diferenciar. Antes de The Man, ela brinca sobre como a plateia a faz sentir poderosa - isso faz parte do show.

Mas antes de apresentar as músicas surpresa (momento no qual canta duas canções que não foram incluídas no setlist e, teoricamente, que não foram apresentadas em nenhum show anterior), ela conversa com os fãs e parece genuína em falar de sua gratidão.

Nesta sexta, ela fez questão de dizer que via cada um dos fãs na plateia, que sabia que todos estavam cantando alto e dançando As músicas surpresa, inclusive, são sempre um momento muito esperado do show. Nesta noite, ela tocou, pela primeira vez, Now That We Don’t Talk, da versão regravada de 1989. Depois, no piano, apresentou Innocent, do disco Speak Now.

Depois de pularem e dançarem por 3 horas e meia, fãs saíram do Allianz conversando, trocando mais pulseiras da amizade e, em sua maioria, sorrindo. É uma sensação de comunidade e, mesmo que Taylor tenha decepcionado os fãs, é ela quem proporciona isso.

Taylor Swift subiu ao palco do Allianz Parque, em São Paulo, nesta sexta-feira, 24, com uma tarefa importante, queira ela ou não: convencer uma legião de fãs que estavam magoados com todos os acontecimentos da passagem da The Eras Tour pelo Brasil até então.

A cantora pode até não ter feito as pazes com todos eles, mas a apresentação mostra porque, mesmo magoados, eles seguem sendo tão fiéis a ela. Com mais de 50 mil pessoas presentes, o recorde de público do Allianz Parque, Taylor fez um show inesquecível para quem a assistiu.

Há de se dizer, depois de ver à cantora ao vivo, que Taylor é uma performer excepcional. Canta o show inteiro, que durou 3h30, sem playback, apenas com o apoio de quatro backing vocals. Com certeza, os fãs saíram do estádio com aquilo que lhes foi prometido: um espetáculo.

Mas, também há momentos em que eles mesmos roubam o protagonista da artista. Cantam a plenos pulmões durante todo o show e, olhando para trás, foram a verdadeira força motora de toda a estadia da cantora no País.

A cantora Taylor Swift durante apresentacao no Alianz Parque, em Sao Paulo.  Foto: TABA BENEDICTO / ESTADAO

De novo, Taylor não falou de Ana Clara Benevides

Nem tudo são flores. A cantora já passou pelo Engenhão, no Rio de Janeiro, onde se apresentou nos dias 17, 18 e 19. Mas o show do dia 17 ficou marcado por uma tragédia: a morte da jovem Ana Clara Benevides, de 23 anos, que passou mal durante a apresentação. Ela sofreu uma parada cardiorrespiratória e um laudo preliminar mostrou que ela teve uma hemorragia pulmonar.

A Polícia do Rio abriu um inquérito para investigar a T4F, produtora de shows da cantora no Brasil. A empresa fez um vídeo pedindo desculpas pelos acontecimentos, mas recebeu críticas dos fãs, que acusaram a nota de ser “vazia”. Quem não se pronunciou diretamente sobre a morte da jovem foi justamente Taylor que, apesar de não ser a responsável pela tragédia, foi quem levou a garota a estar lá naquele momento.

Ela fez uma publicação nos stories do Instagram lamentando o ocorrido, mas sem citar o nome da fã, e depois ficou em silêncio. No show do dia 19, cantou Bigger Than The Whole Sky, uma música sobre de luto, e fãs especularam que seria uma espécie de homenagem. Taylor, até onde se sabe, não contatou a família de Ana e quem organizou um financiamento coletivo para levar o corpo da jovem de volta à sua cidade natal foram, outra vez, eles: os fãs.

Nesta sexta, havia no ar uma certa expectativa para que a cantora falasse. Não porque se esperasse uma postura diferente - a maioria dos fãs não achava que ela falaria - mas porque, como o Estadão já pontuou, Taylor se fez em sua relação com eles e parece que, desta vez, ela escolheu um distanciamento.

Apesar da mágoa, aquelas 50 mil pessoas estavam no Allianz nesta noite porque tinham alguma conexão emocional com a cantora. Fãs estavam vestidos a caráter, imitando figurinos da artista ou homenageando alguma de suas eras, trocavam pulseiras da amizade que eles mesmos fizeram e cantavam alto as músicas na fila, antes mesmo do show começar.

Por volta de 19h30, Taylor subiu no palco sem atrasos e, quando começou os primeiros versos de Miss Americana & The Heartbreak Prince, faixa que abre o show, era quase difícil ouvir sua voz de tanto barulho da plateia. Ela elogiou o público pelo barulho e por cantarem tão alto pelo menos três vezes ao longo da noite.

Fãs da cantora Taylor Swift durante apresentacao no Alianz Parque, em Sao Paulo.  Foto: TABA BENEDICTO / ESTADAO

As personas de Taylor Swift

A The Eras Tour é marcada pela divisão da apresentação em blocos de cada um dos discos da cantora - com exceção do primeiro, o que é bastante contraditório, mas Taylor sabe que aquele é seu trabalho mais fraco.

Os álbuns não são apresentados de maneira cronológica e a cantora faz pequenas pausas para trocas de figurino. O palco, que vinha sendo montado desde terça-feira, é tão grande que ocupava quase todo o gramado do Allianz. Não tinha quem tivesse visão ruim do show.

No Rio de Janeiro, em especial nos shows dos dias 18 e 19, houve quem acusasse a cantora de ser robótica. Mas a questão é que Taylor trata o show quase como um espetáculo teatral: quando ela sobe no palco, ela é a personagem Taylor Swift, qualquer que seja a persona que precise assumir naquele momento.

Em Cruel Summer, favorita dos fãs e uma das primeiras do setlist, é uma modelo desfilando pelo palco e acenando para o público. Em Fearless, volta a ser uma jovem cantora deslumbrada com a vida. Em Willow, um dos momentos mais bonitos e bem coreografados do show, ela é uma bruxa fazendo magia em uma floresta encantada.

Em August, é uma pessoa sofrendo por um amor não correspondido. Cada uma dessas personagens é interpretada por Taylor com maestria e é difícil não ficar encantado assistindo da plateia.

A cantora Taylor Swift em Sao Paulo.  Foto: TABA BENEDICTO / ESTADAO

É essa dedicação que torna o show um espetáculo tão completo, mas que também pode o tornar robótico para alguns, ainda mais se você está acostumado com artistas que brincam no palco e interagem com o público a todo momento. Taylor, contudo, promete uma viagem no tempo e é exatamente assim que nos sentimos: passeando pelas eras, assistindo ela se transformar ao vivo.

Para quem é fã, é esse o sentimento que conquista tanto: são história contadas ali, no palco, assim como nas músicas. É nostálgico para quem já acompanha há mais tempo e cativante para quem está chegando agora. No início do show, Taylor diz que escreveu as canções sobre sua vida, mas que queria que os fãs saíssem de lá associando as canções com as memórias do show.

E vale dizer: há sim momentos em que Taylor descarta a persona e dá ao público um vislumbre dela mesma. Mas é preciso aprender a diferenciar. Antes de The Man, ela brinca sobre como a plateia a faz sentir poderosa - isso faz parte do show.

Mas antes de apresentar as músicas surpresa (momento no qual canta duas canções que não foram incluídas no setlist e, teoricamente, que não foram apresentadas em nenhum show anterior), ela conversa com os fãs e parece genuína em falar de sua gratidão.

Nesta sexta, ela fez questão de dizer que via cada um dos fãs na plateia, que sabia que todos estavam cantando alto e dançando As músicas surpresa, inclusive, são sempre um momento muito esperado do show. Nesta noite, ela tocou, pela primeira vez, Now That We Don’t Talk, da versão regravada de 1989. Depois, no piano, apresentou Innocent, do disco Speak Now.

Depois de pularem e dançarem por 3 horas e meia, fãs saíram do Allianz conversando, trocando mais pulseiras da amizade e, em sua maioria, sorrindo. É uma sensação de comunidade e, mesmo que Taylor tenha decepcionado os fãs, é ela quem proporciona isso.

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