Dia do Funk: Conheça a história do ritmo e seis artistas que transformaram o gênero


De DJ Marlboro a Anitta, relembre sucessos do funk; data é comemorada em São Paulo e presta homenagem a MC Daleste

Por Daniel Vila Nova
Atualização:

Dos bailes das periferias brasileiras ao festival de música Coachella na Califórnia, o funk nacional vem dominando as paradas mundiais. Seja em festas de faculdade ou nas dancinhas do TikTok, o ritmo é um dos principais produtos culturais do País. Apesar de ser uma música tipicamente brasileira, a história do funk tem origem em outro lugar.

Anitta começou sua carreira no funk Foto: Gabriela Biló/Estadão

No Dia Estadual do Funk de São Paulo, comemorado nesta quinta, 7, em homenagem ao cantor MC Daleste – que morreu no dia 7 de julho de 2013 –, o Estadão faz uma retrospectiva histórica do gênero, explica como um ritmo americano se tornou algo tão brasileiro e destaca seis artistas que marcaram o cenário do funk nacional

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Daniel Pellegrine, mais conhecido MC Daleste, foi morto com um tiro aos 20 anos, durante show em 2013 Foto: Alex Silva/Estadão

O ritmo, que nasceu nos Estados Unidos, data das décadas de 1960 e 1970. Inspirado no jazz, no soul e no blues, o funk americano surgiu como uma nova vertente da música negra. O cantor James Brown foi o principal expoente do gênero, recebendo a alcunha de “pai do funk”. No Brasil, a sonoridade encontrou público em bailes que tocavam música negra durante a década de 70 no Rio de Janeiro. Nomes como Tony Tornado e Tim Maia também flertaram com o gênero americano em suas produções. 

O cantor James Brown em foto de 1991, durante show de três horas em Los Angeles Foto: Kevork Djansezian/AP Photo
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Durante a década de 80, o surgimento do movimento hip hop e a popularização da música eletrônica passaram a influenciar o ritmo, que adotou a sonoridade eletrônica. Por aqui, o ponto de virada aconteceu no final da década de 80. Foi o DJ Marlboro, munido de sua bateria eletrônica, quem criou as primeiras canções de funk tipicamente brasileiras.

Ao longo da década de 90, o ritmo saiu do subúrbio carioca e adentrou a cultura nacional. Duplas como Claudinho e Buchecha, responsáveis por sucessos como Fico Assim Sem Você e Quero Te Encontrar, e MC Cidinho e Doca, autores de Rap da Felicidade e Rap das Armas, propagaram o nome do funk para além da bolha onde o gênero musical se originou. Em 1998, o “funk tamborzão”, com as famosas batidas de atabaque, surgiu e conquistou o mercado.

Foi nos anos 2000, no entanto, que o ritmo verdadeiramente explodiu no País. Músicas como Eguinha Pocotó, Cerol na mão e Tapinha não dói não paravam de tocar nas rádios brasileiras. Se até então o centro cultural do ritmo era o Rio de Janeiro, o cenário se diversificou durante a década de 2010. Em São Paulo, o surgimento do funk ostentação ganhou alcance nacional com artistas como MC Guimê.

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DJ Malboro durante o Skol Beats de 2006 Foto: Filipe Araujo/Estadão

Nos últimos anos, o ritmo se estabeleceu nos primeiros lugares das paradas musicais e passou a, cada vez mais, habitar a música pop nacional. As colaborações com artistas de outros gêneros se tornaram comuns e a presença do funk em festivais internacionais mostra que o ritmo nunca foi tão popular. No momento, o céu é o limite para o funk brasileiro.

Mas o que seria do ritmo sem os artistas que o fazem?

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Conheça seis artistas que moldaram o funk nacional no sucesso que ele é hoje

  • DJ Marlboro

Se existe um homem responsável pela criação do funk nacional, esse homem é DJ Marlboro. Inspirado no hip hop americano e na música eletrônica, o “Rei do Pancadão” adaptou as batidas desses gêneros para o cenário musical brasileiro durante a década de 80. Na época dos bailes cariocas, era comum que canções estrangeiras sofressem leves adaptações linguísticas. Como a maior parte do público das festas não entendia inglês, eles traduziam a sonoridade das palavras inglesas em palavras portuguesas que soassem de forma similar. Essas versões ficaram conhecidas como “melôs”. Marlboro foi um dos principais nomes dos melôs cariocas e foi o responsável pela criação dos primeiros funks brasileiros que tinham letras em português. 

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  • ​Claudinho e Buchecha 

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Você provavelmente já dançou alguma música de Claudinho e Buchecha. A dupla foi febre nos anos 90 e apresentou o funk melody para o Brasil, subgênero que apostava em letras românticas ao invés da temática sexual fortemente presente no funk carioca. As canções amorosas embalaram o País e garantiram fama e sucesso para a dupla. A trajetória do grupo foi marcada por uma tragédia em 2002, quando Claudinho faleceu em um acidente de carro. A amizade dos dois foi eternizada nos versos da música Fico Assim Sem Você – “Amor sem beijinho/ Buchecha sem Claudinho/ Sou eu assim sem você”. Para 2023, um filme biográfico da dupla está sendo produzido. O longa se chamará Nosso sonho

 

  • Bonde do Tigrão 

Na vida, existem apenas duas certezas. A primeira, é que a morte chega para todos. A segunda é que, se você viveu durante a década de 90 no Brasil cansou de escutar as músicas do Bonde do Tigrão. Seja com Cerol na Mão, Tchu tchuca ou O Baile Todo, o grupo da Cidade de Deus conquistou o País com suas coreografias e canções que misturavam humor e sexualidade. O grupo, formado pelos MCs Leandro, Gustavo, Tiago e Vaguinho, foi impulsionado pela produtora Furacão 2000, principal selo do funk carioca na década de 1990 e 2000. Além do sucesso musical, o Bonde do Tigrão também foi responsável por adicionar o termo “tchutchuca” ao vocabulário nacional.

 

  • MC Guimê

Se até então funk era coisa de carioca, o movimento do funk ostentação mudou isso. Vindo de São Paulo, o subgênero cantava sobre uma vida de luxo, consumo e ostentação, algo diferente das letras presentes no funk carioca. Nomes como MC Lon, MC Gui e MC Daleste se destacaram, mas ninguém representa tão bem o estilo paulista como MC Guimê. Autor do hit Plaquê de 100, o músico veio de origem humilde, mas isso não o impediu de sonhar em sua música com uma vida próspera e rica. Ao longo dos anos, Guimê se estabeleceu como um dos maiores nomes do funk nacional. 

 

  • Kevin O Chris

150 batidas por minuto. Esse é o ritmo necessário para conquistar o Brasil. Ao menos, esse foi o truque utilizado por Kevin O Chris em sua ascensão meteórica ao sucesso. Natural de Duque de Caxias, o funkeiro foi o principal nome do Funk 150 BPM, vertente do gênero que aposta em batidas aceleradas – 150 por minuto –para produzir suas músicas. Com direito a sample de bandas como The Beatles, o cantor popularizou o Baile da Gaiola, festa que acontece no Complexo da Penha, e embalou o Brasil em um ritmo frenético. 

 

  • Anitta

Ame-a ou odeie-a, é impossível ignorar Anitta. A cantora surgiu no mundo do funk carioca e, apesar das polêmicas, ajudou a popularizar o ritmo no mundo. Em 2011, Anitta deu seus primeiros passos no mundo da música com apoio da Furacão 2000. O sucesso nacional, no entanto, veio quando a cantora passou a misturar o funk com a música pop. É bem verdade que ela não criou o ritmo, mas entre uma aparição no programa de entrevistas do Jimmy Fallon e uma participação em um dos maiores festivais de música do globo, Anitta é a cara do funk nacional para o restante do planeta Terra.

Dos bailes das periferias brasileiras ao festival de música Coachella na Califórnia, o funk nacional vem dominando as paradas mundiais. Seja em festas de faculdade ou nas dancinhas do TikTok, o ritmo é um dos principais produtos culturais do País. Apesar de ser uma música tipicamente brasileira, a história do funk tem origem em outro lugar.

Anitta começou sua carreira no funk Foto: Gabriela Biló/Estadão

No Dia Estadual do Funk de São Paulo, comemorado nesta quinta, 7, em homenagem ao cantor MC Daleste – que morreu no dia 7 de julho de 2013 –, o Estadão faz uma retrospectiva histórica do gênero, explica como um ritmo americano se tornou algo tão brasileiro e destaca seis artistas que marcaram o cenário do funk nacional

Daniel Pellegrine, mais conhecido MC Daleste, foi morto com um tiro aos 20 anos, durante show em 2013 Foto: Alex Silva/Estadão

O ritmo, que nasceu nos Estados Unidos, data das décadas de 1960 e 1970. Inspirado no jazz, no soul e no blues, o funk americano surgiu como uma nova vertente da música negra. O cantor James Brown foi o principal expoente do gênero, recebendo a alcunha de “pai do funk”. No Brasil, a sonoridade encontrou público em bailes que tocavam música negra durante a década de 70 no Rio de Janeiro. Nomes como Tony Tornado e Tim Maia também flertaram com o gênero americano em suas produções. 

O cantor James Brown em foto de 1991, durante show de três horas em Los Angeles Foto: Kevork Djansezian/AP Photo

Durante a década de 80, o surgimento do movimento hip hop e a popularização da música eletrônica passaram a influenciar o ritmo, que adotou a sonoridade eletrônica. Por aqui, o ponto de virada aconteceu no final da década de 80. Foi o DJ Marlboro, munido de sua bateria eletrônica, quem criou as primeiras canções de funk tipicamente brasileiras.

Ao longo da década de 90, o ritmo saiu do subúrbio carioca e adentrou a cultura nacional. Duplas como Claudinho e Buchecha, responsáveis por sucessos como Fico Assim Sem Você e Quero Te Encontrar, e MC Cidinho e Doca, autores de Rap da Felicidade e Rap das Armas, propagaram o nome do funk para além da bolha onde o gênero musical se originou. Em 1998, o “funk tamborzão”, com as famosas batidas de atabaque, surgiu e conquistou o mercado.

Foi nos anos 2000, no entanto, que o ritmo verdadeiramente explodiu no País. Músicas como Eguinha Pocotó, Cerol na mão e Tapinha não dói não paravam de tocar nas rádios brasileiras. Se até então o centro cultural do ritmo era o Rio de Janeiro, o cenário se diversificou durante a década de 2010. Em São Paulo, o surgimento do funk ostentação ganhou alcance nacional com artistas como MC Guimê.

DJ Malboro durante o Skol Beats de 2006 Foto: Filipe Araujo/Estadão

Nos últimos anos, o ritmo se estabeleceu nos primeiros lugares das paradas musicais e passou a, cada vez mais, habitar a música pop nacional. As colaborações com artistas de outros gêneros se tornaram comuns e a presença do funk em festivais internacionais mostra que o ritmo nunca foi tão popular. No momento, o céu é o limite para o funk brasileiro.

Mas o que seria do ritmo sem os artistas que o fazem?

Conheça seis artistas que moldaram o funk nacional no sucesso que ele é hoje

  • DJ Marlboro

Se existe um homem responsável pela criação do funk nacional, esse homem é DJ Marlboro. Inspirado no hip hop americano e na música eletrônica, o “Rei do Pancadão” adaptou as batidas desses gêneros para o cenário musical brasileiro durante a década de 80. Na época dos bailes cariocas, era comum que canções estrangeiras sofressem leves adaptações linguísticas. Como a maior parte do público das festas não entendia inglês, eles traduziam a sonoridade das palavras inglesas em palavras portuguesas que soassem de forma similar. Essas versões ficaram conhecidas como “melôs”. Marlboro foi um dos principais nomes dos melôs cariocas e foi o responsável pela criação dos primeiros funks brasileiros que tinham letras em português. 

 

  • ​Claudinho e Buchecha 

Você provavelmente já dançou alguma música de Claudinho e Buchecha. A dupla foi febre nos anos 90 e apresentou o funk melody para o Brasil, subgênero que apostava em letras românticas ao invés da temática sexual fortemente presente no funk carioca. As canções amorosas embalaram o País e garantiram fama e sucesso para a dupla. A trajetória do grupo foi marcada por uma tragédia em 2002, quando Claudinho faleceu em um acidente de carro. A amizade dos dois foi eternizada nos versos da música Fico Assim Sem Você – “Amor sem beijinho/ Buchecha sem Claudinho/ Sou eu assim sem você”. Para 2023, um filme biográfico da dupla está sendo produzido. O longa se chamará Nosso sonho

 

  • Bonde do Tigrão 

Na vida, existem apenas duas certezas. A primeira, é que a morte chega para todos. A segunda é que, se você viveu durante a década de 90 no Brasil cansou de escutar as músicas do Bonde do Tigrão. Seja com Cerol na Mão, Tchu tchuca ou O Baile Todo, o grupo da Cidade de Deus conquistou o País com suas coreografias e canções que misturavam humor e sexualidade. O grupo, formado pelos MCs Leandro, Gustavo, Tiago e Vaguinho, foi impulsionado pela produtora Furacão 2000, principal selo do funk carioca na década de 1990 e 2000. Além do sucesso musical, o Bonde do Tigrão também foi responsável por adicionar o termo “tchutchuca” ao vocabulário nacional.

 

  • MC Guimê

Se até então funk era coisa de carioca, o movimento do funk ostentação mudou isso. Vindo de São Paulo, o subgênero cantava sobre uma vida de luxo, consumo e ostentação, algo diferente das letras presentes no funk carioca. Nomes como MC Lon, MC Gui e MC Daleste se destacaram, mas ninguém representa tão bem o estilo paulista como MC Guimê. Autor do hit Plaquê de 100, o músico veio de origem humilde, mas isso não o impediu de sonhar em sua música com uma vida próspera e rica. Ao longo dos anos, Guimê se estabeleceu como um dos maiores nomes do funk nacional. 

 

  • Kevin O Chris

150 batidas por minuto. Esse é o ritmo necessário para conquistar o Brasil. Ao menos, esse foi o truque utilizado por Kevin O Chris em sua ascensão meteórica ao sucesso. Natural de Duque de Caxias, o funkeiro foi o principal nome do Funk 150 BPM, vertente do gênero que aposta em batidas aceleradas – 150 por minuto –para produzir suas músicas. Com direito a sample de bandas como The Beatles, o cantor popularizou o Baile da Gaiola, festa que acontece no Complexo da Penha, e embalou o Brasil em um ritmo frenético. 

 

  • Anitta

Ame-a ou odeie-a, é impossível ignorar Anitta. A cantora surgiu no mundo do funk carioca e, apesar das polêmicas, ajudou a popularizar o ritmo no mundo. Em 2011, Anitta deu seus primeiros passos no mundo da música com apoio da Furacão 2000. O sucesso nacional, no entanto, veio quando a cantora passou a misturar o funk com a música pop. É bem verdade que ela não criou o ritmo, mas entre uma aparição no programa de entrevistas do Jimmy Fallon e uma participação em um dos maiores festivais de música do globo, Anitta é a cara do funk nacional para o restante do planeta Terra.

Dos bailes das periferias brasileiras ao festival de música Coachella na Califórnia, o funk nacional vem dominando as paradas mundiais. Seja em festas de faculdade ou nas dancinhas do TikTok, o ritmo é um dos principais produtos culturais do País. Apesar de ser uma música tipicamente brasileira, a história do funk tem origem em outro lugar.

Anitta começou sua carreira no funk Foto: Gabriela Biló/Estadão

No Dia Estadual do Funk de São Paulo, comemorado nesta quinta, 7, em homenagem ao cantor MC Daleste – que morreu no dia 7 de julho de 2013 –, o Estadão faz uma retrospectiva histórica do gênero, explica como um ritmo americano se tornou algo tão brasileiro e destaca seis artistas que marcaram o cenário do funk nacional

Daniel Pellegrine, mais conhecido MC Daleste, foi morto com um tiro aos 20 anos, durante show em 2013 Foto: Alex Silva/Estadão

O ritmo, que nasceu nos Estados Unidos, data das décadas de 1960 e 1970. Inspirado no jazz, no soul e no blues, o funk americano surgiu como uma nova vertente da música negra. O cantor James Brown foi o principal expoente do gênero, recebendo a alcunha de “pai do funk”. No Brasil, a sonoridade encontrou público em bailes que tocavam música negra durante a década de 70 no Rio de Janeiro. Nomes como Tony Tornado e Tim Maia também flertaram com o gênero americano em suas produções. 

O cantor James Brown em foto de 1991, durante show de três horas em Los Angeles Foto: Kevork Djansezian/AP Photo

Durante a década de 80, o surgimento do movimento hip hop e a popularização da música eletrônica passaram a influenciar o ritmo, que adotou a sonoridade eletrônica. Por aqui, o ponto de virada aconteceu no final da década de 80. Foi o DJ Marlboro, munido de sua bateria eletrônica, quem criou as primeiras canções de funk tipicamente brasileiras.

Ao longo da década de 90, o ritmo saiu do subúrbio carioca e adentrou a cultura nacional. Duplas como Claudinho e Buchecha, responsáveis por sucessos como Fico Assim Sem Você e Quero Te Encontrar, e MC Cidinho e Doca, autores de Rap da Felicidade e Rap das Armas, propagaram o nome do funk para além da bolha onde o gênero musical se originou. Em 1998, o “funk tamborzão”, com as famosas batidas de atabaque, surgiu e conquistou o mercado.

Foi nos anos 2000, no entanto, que o ritmo verdadeiramente explodiu no País. Músicas como Eguinha Pocotó, Cerol na mão e Tapinha não dói não paravam de tocar nas rádios brasileiras. Se até então o centro cultural do ritmo era o Rio de Janeiro, o cenário se diversificou durante a década de 2010. Em São Paulo, o surgimento do funk ostentação ganhou alcance nacional com artistas como MC Guimê.

DJ Malboro durante o Skol Beats de 2006 Foto: Filipe Araujo/Estadão

Nos últimos anos, o ritmo se estabeleceu nos primeiros lugares das paradas musicais e passou a, cada vez mais, habitar a música pop nacional. As colaborações com artistas de outros gêneros se tornaram comuns e a presença do funk em festivais internacionais mostra que o ritmo nunca foi tão popular. No momento, o céu é o limite para o funk brasileiro.

Mas o que seria do ritmo sem os artistas que o fazem?

Conheça seis artistas que moldaram o funk nacional no sucesso que ele é hoje

  • DJ Marlboro

Se existe um homem responsável pela criação do funk nacional, esse homem é DJ Marlboro. Inspirado no hip hop americano e na música eletrônica, o “Rei do Pancadão” adaptou as batidas desses gêneros para o cenário musical brasileiro durante a década de 80. Na época dos bailes cariocas, era comum que canções estrangeiras sofressem leves adaptações linguísticas. Como a maior parte do público das festas não entendia inglês, eles traduziam a sonoridade das palavras inglesas em palavras portuguesas que soassem de forma similar. Essas versões ficaram conhecidas como “melôs”. Marlboro foi um dos principais nomes dos melôs cariocas e foi o responsável pela criação dos primeiros funks brasileiros que tinham letras em português. 

 

  • ​Claudinho e Buchecha 

Você provavelmente já dançou alguma música de Claudinho e Buchecha. A dupla foi febre nos anos 90 e apresentou o funk melody para o Brasil, subgênero que apostava em letras românticas ao invés da temática sexual fortemente presente no funk carioca. As canções amorosas embalaram o País e garantiram fama e sucesso para a dupla. A trajetória do grupo foi marcada por uma tragédia em 2002, quando Claudinho faleceu em um acidente de carro. A amizade dos dois foi eternizada nos versos da música Fico Assim Sem Você – “Amor sem beijinho/ Buchecha sem Claudinho/ Sou eu assim sem você”. Para 2023, um filme biográfico da dupla está sendo produzido. O longa se chamará Nosso sonho

 

  • Bonde do Tigrão 

Na vida, existem apenas duas certezas. A primeira, é que a morte chega para todos. A segunda é que, se você viveu durante a década de 90 no Brasil cansou de escutar as músicas do Bonde do Tigrão. Seja com Cerol na Mão, Tchu tchuca ou O Baile Todo, o grupo da Cidade de Deus conquistou o País com suas coreografias e canções que misturavam humor e sexualidade. O grupo, formado pelos MCs Leandro, Gustavo, Tiago e Vaguinho, foi impulsionado pela produtora Furacão 2000, principal selo do funk carioca na década de 1990 e 2000. Além do sucesso musical, o Bonde do Tigrão também foi responsável por adicionar o termo “tchutchuca” ao vocabulário nacional.

 

  • MC Guimê

Se até então funk era coisa de carioca, o movimento do funk ostentação mudou isso. Vindo de São Paulo, o subgênero cantava sobre uma vida de luxo, consumo e ostentação, algo diferente das letras presentes no funk carioca. Nomes como MC Lon, MC Gui e MC Daleste se destacaram, mas ninguém representa tão bem o estilo paulista como MC Guimê. Autor do hit Plaquê de 100, o músico veio de origem humilde, mas isso não o impediu de sonhar em sua música com uma vida próspera e rica. Ao longo dos anos, Guimê se estabeleceu como um dos maiores nomes do funk nacional. 

 

  • Kevin O Chris

150 batidas por minuto. Esse é o ritmo necessário para conquistar o Brasil. Ao menos, esse foi o truque utilizado por Kevin O Chris em sua ascensão meteórica ao sucesso. Natural de Duque de Caxias, o funkeiro foi o principal nome do Funk 150 BPM, vertente do gênero que aposta em batidas aceleradas – 150 por minuto –para produzir suas músicas. Com direito a sample de bandas como The Beatles, o cantor popularizou o Baile da Gaiola, festa que acontece no Complexo da Penha, e embalou o Brasil em um ritmo frenético. 

 

  • Anitta

Ame-a ou odeie-a, é impossível ignorar Anitta. A cantora surgiu no mundo do funk carioca e, apesar das polêmicas, ajudou a popularizar o ritmo no mundo. Em 2011, Anitta deu seus primeiros passos no mundo da música com apoio da Furacão 2000. O sucesso nacional, no entanto, veio quando a cantora passou a misturar o funk com a música pop. É bem verdade que ela não criou o ritmo, mas entre uma aparição no programa de entrevistas do Jimmy Fallon e uma participação em um dos maiores festivais de música do globo, Anitta é a cara do funk nacional para o restante do planeta Terra.

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