Simulação de explosões na abertura, um teclado de climas misteriosos e uma guitarra com efeitos de suspense para, enfim, entrar a voz de Freddie Mercury íntegra, plena, sem truques. É assustador que Face It Alone tenha ficado guardada por tanto tempo – mais de 30 anos, para ser exato. Gravada em 1988 para o 13º álbum da banda, chamado The Miracle, a canção acabou de fora do disco e foi esquecida pelo conjunto. Hoje, ela veio à luz causando uma mescla de sentimentos em quem a ouve. Emoção por ouvir um Freddie Mercury, morto em decorrência da Aids, em 1991, “novo”; alguma confusão temporal pelo mesmo motivo e um tanto de indignação pelo sequestro de um “bem público” que já não deveria ser de ninguém se não dos fãs.
Mas, na prática, não é assim, claro, e Face It Alone tem como donos os remanescentes do grupo e herdeiros do cantor e a gravadora Universal Music, que soltou um comunicado sobre o lançamento. “É a primeira música nova com Freddie Mercury lançada em mais de oito anos”, explica. A última vez que algo assim aconteceu foi para o álbum Queen Forever, de 2014, em que surgiram três inéditas na voz de Mercury, Let Me in Your Heart Again, Love Kills e There Must Be More to Life Than This.
Brian May, o guitarrista do grupo, diz o seguinte no mesmo material: “Depois de todos estes anos, é ótimo ouvir-nos os quatro.” Face it One, revela, se trata de uma “grande música que nunca foi concluída... até agora”. A Universal diz que “a existência da música foi revelada pela primeira vez numa entrevista de rádio da BBC”. Para o baterista Roger Taylor, Face it Alone é “uma pequena joia de Freddie”. E ele tem razão.
A canção vai estar no disco que será lançado em 18 de novembro, uma remasterização do álbum The Miracle. A nova edição virá em “um luxuoso formato de caixa de oito discos Queen The Miracle Collector’s Edition”, indica a Universal Music. O material vai trazer gravações de “conversas francas da banda no chão do estúdio em Londres e Montreux”, onde será revelado o “processo criativo dos quatro membros e a alegria, piadas e brincadeiras.”