A iniciativa solo de um integrante de uma banda de rock de longa data pode ser uma proposta meio duvidosa: a música corre o perigo de afundar na autoindulgência ou em claras apostas para aumentar ainda mais o estrelato pessoal (ou ambos). Eddie Vedder, vocalista do Pearl Jam, evitou esses problemas no seu álbum solo de 2011, o singularmente charmoso e musicalmente modesto Ukulele Songs. Seu novo álbum, Earthling, lançado em 11 de fevereiro, é um esforço totalmente diferente e mais ambicioso. O álbum conta com participações especiais de Stevie Wonder, Elton John e Ringo Starr e foi produzido por Andrew Watt, um grande compositor de hits conhecido por seu trabalho com músicos pop contemporâneos como Justin Bieber, Post Malone e Miley Cyrus. Então é provável que o álbum contenha algumas surpresas para os ouvintes que conhecem o cantor sobretudo como um avatar da angústia de uma estrela do rock dos anos 90 – e também para o exército de obstinados que continuaram surfando as sucessivas ondas do Pearl Jam. “Quando as músicas vão saindo”, diz Vedder, que está com 57 anos, “geralmente é porque são músicas que eu gostaria de ouvir. É como se eu precisasse de uma cor de tinta que nunca vi, então eu mesmo a misturo. Espero que as pessoas confiem na nossa capacidade de criar novas cores de tinta e que também gostem delas”.
Você fez seu novo álbum com um jovem produtor que fez sucesso no pop. Mas também traz essas lendas sagradas. O fato de você ter buscado colaboradores tanto da geração mais nova quanto das mais antigas me deixou pensando numa coisa: você tem procurado maneiras de atrair ouvintes além dos fãs do Pearl Jam? E eu sei que a resposta humilde seria: “Já vou ficar feliz se uma única pessoa ouvir”, mas prefiro a resposta honesta à humilde.
Não quero nada que não seja honesto. É isso que pode ser mais assustador nesta entrevista – e eu gosto disso. A resposta honesta é que eu deveria pensar nessas coisas, mas não penso. É engraçado, porque todas as pessoas que você mencionou, esse negócio de trabalhar com elas simplesmente aconteceu. Andrew estava trabalhando com Elton para terminar o disco dele, e eu fui chamado para rabiscar umas letras. Stevie também estava trabalhando com Andrew nesse disco, então tinha uma proximidade. Foi incrível ver o Stevie trabalhando. Chega a um ponto em que parece que ele quase desaparece como pessoa e se torna uma entidade musical, um receptáculo. Fico arrepiado só de lembrar.
Mas para ficar mais perto da pergunta inicial: quem você acha que é seu público agora? E o que essas pessoas podem ganhar com suas músicas novas?
Não sei. As pessoas me contam histórias muito fortes sobre o que a música significa para elas, então, nesse sentido, eu sei o que elas ganham. Quando as pessoas me dizem essas coisas, não sinto que posso ficar com o crédito. As pessoas dizem que esta ou aquela canção as ajudou, mas, no final das contas, eu fico, tipo: “foi você quem se ajudou”. Na verdade, tudo o que posso fazer é esperar que as pessoas gostem da música de que eu gosto. Sempre conversava com o Bono. E ele ficava dizendo que a gente precisava trabalhar mais e que não podia deixar o rock ‘n’ roll virar um nicho. Um dia ele disse que, quando o U2 fazia um disco, é como se eles tivessem um cavalo na corrida e não quisessem só o cavalo na corrida, eles queriam vencer a corrida. E eu disse que a gente corria com o cavalo e depois deixava o cavalo correr livre. Eu não estava tentando dar uma de espertinho. Era a verdade mesmo. Ele ficou chateado comigo. Mas o sonho era estar num grupo que gravava e fazia turnê, e tudo bem se tivéssemos que reduzir um pouco a escala das coisas, desde que isso permitisse que o sonho sobrevivesse.
Voltando ao que Bono disse: ele estava ignorando o fato de que o tempo passa e a corrida fica invencível? O lugar do rock na cultura não afeta como você entende os parâmetros do seu trabalho?
Vou dizer uma coisa: eu ia ver o Dead Moon, aquelas três pessoas com uma vela na bateria e o ritual e o suor e o amor – foram alguns dos shows mais gloriosos da minha vida. Tão bom quanto The Who na San Diego Sports Arena em 1980. Tão bom quanto os shows do Fugazi naqueles salões dos Veteranos de Guerra onde todo mundo pagava cinco dólares para entrar. Não existe nada em nenhum outro tipo de música que possa superar isso. Então, acho que não penso muito sobre o que você está perguntando. Correndo o risco de soar meio arrogante, não tivemos problemas para vender ingressos esses anos todos. Podem ter acontecido fluxos e refluxos na quantidade de pessoas que realmente gostavam da gente, mas acho que nem notamos, porque sempre tivemos pessoas suficientes que gostavam e que continuaram gostando. Não sei se isso foi bom ou ruim. Só sei que não estávamos correndo atrás de nada.
Tenho uma pergunta sobre não correr atrás das coisas: quando você começou na música, a ideia de não se vender era central. Agora, o conceito basicamente desapareceu.
É uma ótima notícia! Isso significa que a mistura que lancei não deverá ser menosprezada!
Mas, nesta mesma linha, também havia muito mais ambivalência em relação à fama. Como saímos de lá e chegamos até aqui?
Quanto à fama, quando a gente fazia sucesso, era como estar num trem de carga. Você está lá dentro da sala de máquinas, não tem janela nenhuma, você sente a velocidade, mas não sabe para onde o trem está indo, quase não dá para ouvir a voz de quem está sentado na cadeira do maquinista. Quando você percebe que essas coisas todas estão acontecendo, você tenta assumir o controle do trem. Aí a gente pensou: “Temos que desacelerar ou mudar de direção, porque pode ter uma ponte quebrada lá na frente e aí tudo se acaba”. Mas voltando à ideia de se vender: você podia ser uma banda preocupada com os preços dos ingressos, preocupada com os preços das camisetas, preocupada com os preços das sobretaxas dos ingressos – você podia fazer tudo isso e, depois, cinco ou dez anos depois, a música já não era uma coisa pela qual as pessoas tinham que pagar. Isso faz parte da evolução? As pessoas diziam: se ninguém vai pagar pela música, então vamos ter que descobrir outra coisa. Você tinha que encontrar outras maneiras de se manter.
Você acha que alguma onda daquela explosão de cultura alternativa da Geração X se estendeu até os dias de hoje?
Você sabe, eu trabalhava carregando equipamentos numa casa de shows de San Diego. E acabava em shows que não escolhia ver – bandas que monopolizavam a MTV do final dos anos 1980. Bandas de metal que – estou tentando ser simpático aqui – eu desprezava. Girls, Girls, Girls do Mötley Crüe: vá se f.... Eu odiava. Odiava a imagem que faziam dos caras. Odiava a imagem que faziam das mulheres. Parecia muito vazio. Aí apareceu o Guns N’ Roses e, graças a Deus, pelo menos eles tinham uma certa pegada. Tudo isso para dizer que uma coisa de que eu gostava em Seattle e na cena alternativa era que as garotas usavam coturno e moletom, e seus cabelos estavam mais para Cat Power do que para Heather Locklear – nada contra ela. Elas não estavam se vendendo. Tinham opinião e eram respeitadas. Acho que foi uma mudança que durou. Parece meio banal, mas antes disso era só bustiê. A única pessoa que usava bustiê nos anos 1990 e que eu respeitava era o Perry Farrell.
Você é um dos raros cantores de grandes bandas de rock que às vezes escreve da perspectiva das mulheres, inclusive na canção ‘Fallout Today’ do novo álbum. Você também vem falando há muito tempo sobre o direito ao aborto, o que também é, acho eu, raro para homens na sua posição. Como você desenvolveu essa empatia?
Sem entrar em detalhes, meu pensamento sobre o aborto nasceu de uma experiência pessoal. E o tema foi ganhando cada vez mais importância para mim. A verdadeira questão é não permitir que as mulheres tenham controle sobre seus próprios corpos e seu próprio futuro. Se fosse um problema masculino, nem seria um problema. Sempre achei que, como homens, talvez não devêssemos fazer parte da discussão. E eu ficaria feliz em ficar calado sobre o tema, se todos os outros homens também se calassem. É muito frustrante, porque estamos reabrindo questões que pareciam que já estavam resolvidas com bastante responsabilidade. Isso me lembra do filme Bob Roberts: “Os tempos estão mudando para trás”. O fato de que esses direitos ainda estejam em risco – parece que estamos tentando erradicar a poliomielite de novo.
Não sei se estou fazendo suposições injustas, mas parece que tem muita gente na plateia dos seus shows cujas posições políticas são mais conservadoras que as suas. Isso chega a ser desconcertante para você?
O cantor de uma banda de rock não tem poder de remodelar todas as coisas que gostaria de mudar. Talvez você conseguia sugerir algumas ideias. Talvez algumas pessoas cantem junto alguma letra e não saibam muito bem do que se trata até a ficha cair. Já aconteceu de eu não entender uma letra do Who até os meus trinta e poucos anos – e eu cantava desde os catorze. Mas quem são as pessoas que estão na plateia e como posso alcançá-las? Não tenho poder para tudo isso.
Será que você não está sendo meio dissimulado? Para escolher um exemplo óbvio, o que é ‘Not for You’ senão uma música sobre a relação entre artista e público? Seu pensamento aqui está diferente do que era?
Tenho certeza de que existe uma evolução em tudo o que fazemos. Antes era a juventude contra o establishment e se acorrentando às árvores para ver o que acontecia. Aí evoluiu para pensar: como fazemos as coisas de verdade? Porque parecia que chacoalhar as estruturas era simplesmente isso, e acho que é daí que vieram algumas dessas letras ingênuas. Mas em algum momento bateu a dúvida: “O que a gente quer de verdade?” Começamos a tentar nos reunir com nossos adversários para ver o que dava para fazer: financiar a preservação das florestas tropicais para compensar as emissões de carbono. Tínhamos o negócio do Ticketmaster – não deu certo. Eles desmancharam tudo. E isso foi um aprendizado. Machucou nosso idealismo. Éramos jovens e ingênuos e achávamos que podíamos mudar as coisas. Mas esse negócio de sermos agitadores, talvez não seja o caminho.
Uma pergunta rápida, já que estamos falando em letras: Quando vocês estavam gravando ‘Yellow Ledbetter’, você não ouviu de novo a letra e achou que precisava ajustar alguns detalhes na enunciação?
[Risos.] Não. Para isso precisaria ter ouvido de novo e revisado. Não fiz nada disso. Já escutei de novo todas as outras músicas desde então? Talvez.
Kurt Cobain é alguém que surge como uma influência na sua evolução e na evolução do Pearl Jam. Mas nunca ouvi você explicar – de maneira concreta – como essa influência se manifestou. Você pode fazer isso agora?
As coisas de que me lembro não parecem ter muita importância. Eu me lembro de ouvir uns rumores de que o Nirvana tinha ganhando uma boa grana, e isso parecia empolgante. A gente ficava empolgado por eles – imaginando que um dia poderíamos ganhar uma boa grana também. Também me lembro da casa do Krist Novoselic. O Krist tinha duas jukeboxes: uma com LPs, outra com discos de 45 rotações. E ele tinha dois fliperamas. E me lembro de pensar: “se o Krist pode, a gente também vai poder, sem parecer muito burguês”. Fora isso, lembro que foi legal quando o Novoselic me perguntou quando nosso disco iria sair, talvez fosse o segundo disco – oh, [palavrão]. Agora sei porque nunca conto essa história. O problema é que estou prestes a mencionar os Beatles e os Stones. Ele estava dizendo que tinha lido – não sei se era verdade – que os Stones e os Beatles costumavam saber quando os discos uns dos outros estavam saindo, para que pudessem lançá-los em momentos diferentes. Achei que era um grande elogio. Não porque fôssemos como os Beatles e os Stones, nem de longe, mas porque ele estava dizendo: “ei, a gente pode trabalhar junto nesse negócio”.
Acho que tem alguma coisa reveladora aí: perguntei sobre a influência de Kurt Cobain e você me respondeu com histórias de Krist Novoselic.
Eu não conhecia o Kurt muito bem. A gente se encontrou algumas vezes. Sou grato por esses encontros e pelas mensagens de telefone e por ter estado no mesmo lugar que ele de vez em quando, mas seria ofensivo afirmar que eu o conhecia mais do que o conhecia de fato.
Será que a influência dele foi mais de atitude?
Ah, é uma boa hipótese. Talvez tenha sido isso mesmo. Você pode explicar um pouco melhor?
A atitude dele em relação às celebridades e à indústria da música era cheia de ceticismo, ironia e sarcasmo, o que imagino que influenciou outros músicos de Seattle. Então a questão é: observar a atitude dele diante do estrelato do rock e das expectativas e de todo o maquinário em torno dele fez você repensar suas próprias atitudes?
Tentando ser o mais preciso possível: naturalmente era assim que a gente se sentia. Pelo menos era assim que eu me sentia. Mas acho que a atitude dele fazia a gente se sentir assim porque ele era o cara debaixo do holofote mais forte. Se ele tivesse abraçado totalmente aquelas coisas todas, talvez isso me levasse a pensar, tipo, “é melhor você abraçar essa m... também”. Não dá para dizer que ele não era uma figura de vanguarda da coisa toda. Provavelmente era uma das coisas que mais o chateava. Mas sua pergunta foi muito boa. Eu não tinha pensado no lado da atitude.
Vocês do Pearl Jam trabalham juntos há mais de trinta anos, o que é incomum para qualquer grupo de pessoas, quanto mais para uma banda. O que você tem a dizer sobre convivência?
Você pode dizer convivência, mas também poderia dizer aceitação. Sinto que, de certa forma, em termos artísticos, os últimos dez anos foram os melhores de todos. Antigamente – e eu falo por mim – tinha mais egoísmo e insegurança. “Eu tenho músicas suficientes neste disco? Qual é a minha parte?”. Amadurecemos bastante e aceitamos um ao outro do jeito que somos e também aceitamos o jeito como crescemos. É menos territorial. Todos se sentem ouvidos.
Não quero fazer pergunta provocativa, mas o que você diz sobre a ideia de que é muito bom que vocês estejam se divertindo mais fazendo os álbuns, mas que os discos talvez fossem melhores quando as coisas eram mais difíceis?
Nosso trabalho não é fazer discos de que as pessoas gostem. Nosso trabalho é fazer uma música que nos deixe orgulhosos. Estou pensando nas suas perguntas: será que estou perdendo alguma coisa aqui? Será eu deveria estar preocupado com o que as outras pessoas pensam? Porque, para compor canções, para deixar a música acontecer, você quase que não pode pensar nessas coisas. Para chegar a alguma autenticidade, para transmitir alguma experiência, você precisa tirar essas coisas do caminho.
O álbum novo traz uma música em particular sobre a qual gostaria que você falasse um pouco: ‘Brother the Cloud’. Aos meus ouvidos, parece que se trata de tentar entender o suicídio de um amigo. Tenho meu palpite, mas você pode me dizer o que o inspirou?
Prefiro deixar as coisas abertas para interpretação. O que posso dizer é que algumas pessoas deixam este planeta, e pode ser por acidente, planejamento, tragédia ou todas as opções anteriores.
O verso em que continuo pensando é “Me dê os braços, meu irmão, meu amigo, diga para mim, vá se f...”. No contexto mais amplo da música, parece que você está pegando a raiva que pode vir junto com a tristeza de um suicídio. É mais ou menos por aí?
Bom, você fica muito frustrado quando está profundamente triste por uma perda, mas também fica meio desequilibrado com a raiva que sente.
Perdi meu melhor amigo para o suicídio, e vou dizer que a ligação entre tristeza e raiva nessa música é muito palpável.
Posso fazer uma pergunta sobre isso?
Oh, caramba. Não sei se consigo dizer alguma coisa.
Eu sei que é uma coisa muito pessoal. Mas é só para ter uma outra perspectiva.
Tudo bem, então, pode perguntar.
Como está o seu nível de perdão? Parou de crescer? Você acha que vai continuar crescendo? Acho que a tentativa mais madura é entender que talvez não tenha sido completamente uma escolha da pessoa. Como você se sente em relação ao perdão?
Acho que é uma questão de encontrar uma maneira de aceitar sentimentos conflitantes. Agora, durante noventa por cento do tempo, sinto gratidão por ter tido essa pessoa na minha vida. Nos outros dez por cento do tempo, eu penso: por que você foi fazer isso, seu idiota?
Noventa por cento é muito bom. Eu gostaria muito de chegar a esse número. Mas quantas vezes você sente aquela frustração de “nós éramos tão próximos, porque você não me procurou para conversar”?
Me desculpe, fico muito emocionado falando nisso. E não quero sequestrar a entrevista.
Você está sentindo uma identificação. É um sentimento válido.
É claro que você cai naquele buraco: por que ele não me ligou naquele dia? E se eu tivesse ligado naquele dia? Mas isso só leva você à loucura. Não é justo se culpar. É isso que você tem feito?
Talvez seja por isso que a música estava lá, esperando para sair. A música vai para onde quer ir.
Não quero deixar o clima muito pesado aqui, mas a quantidade de perdas entre pessoas próximas a você é uma coisa impressionante. Você já conseguiu entender por que eles e não você?
Talvez você pense que eu tinha um monte de gente com quem conversar sobre essas coisas. Eu me lembro de ter ficado mal numa certa época por causa de vários eventos destrutivos que aconteceram muito perto um do outro — ficar, tipo, em posição fetal mesmo. O pior era sentir que não tinha com quem conversar. Acho que estou tentando me colocar do outro lado do que você acabou de falar, talvez me ajude a chegar ao perdão ou à aceitação: eu achava que estava lá para tantas pessoas, que era um pouco de estabilidade, que, se elas soubessem que eu estava com algum problema, elas ficariam pensando, tipo, se ele não conseguir segurar a barra, estamos todos f... Mas eu não queria que ninguém soubesse. Foi uma coisa que eu tive que superar, e talvez nem todo mundo seja capaz de fazer isso e ficar perto dos amigos que têm sabedoria para transmitir – aquela coisa bem simples de ir dormir e acordar e tentar de novo.
Vamos para algo mais leve: a voz do seu pai biológico está na última música do álbum. Não quer contar essa história?
É... o álbum é estruturado como um show: os convidados especiais aparecem no final. Stevie, depois Elton, depois temos nossa Mrs. Mills com Ringo. Aí o último convidado especial foi meu pai, que eu realmente não conhecia.
É uma história bem documentada...
É sim. A versão curta dessa história é que tudo aconteceu por causa de um jogador de beisebol do Chicago Cubs. O nome dele é Carmen Fanzone. Ele também é um trompetista muito talentoso. Eu o conheci e fui vê-lo no Arizona durante a primavera ou algo assim, e o tecladista do seu pequeno quarteto era esse cara, Danny Long. E esse cara disse para o Carmen que achava que era amigo do meu pai. Então, dois anos depois, reencontro o Danny, e ele me traz um envelope cheio de fotos do meu pai que eu nunca tinha visto. Dois anos depois, ele me trouxe um CD com quatro ou cinco músicas do meu pai. Eu fiquei com medo de ouvir. Depois botei para tocar e era muito bom. Ele sabia cantar de verdade. Aí toquei as músicas para o Andrew, e decidimos transformá-las numa colagem no final do disco. Foi um ponto de chegada feliz. Gosto das músicas dele.
(Esta entrevista foi editada e condensada a partir de duas conversas). / TRADUÇÃO DE RENATO PRELORENTZOU