Em ‘Escândalo Íntimo’, Luísa Sonza prova que sabe fazer um bom álbum pop conceitual; leia crítica


3º álbum da gaúcha não é vulnerável como promete, mas escancara sua versatilidade do rock ao funk, com releitura de Rita Lee e parceria com Demi Lovato, e vai além de faixas festivas

Por Dora Guerra
Atualização:

“Eu tenho o número e ainda sou artista. Mamãe dizia: ‘Tô impossível, minha filha’”.

Esse é um verso de Carnificina, do novo disco de Luísa Sonza, Escândalo Íntimo. A artista de 25 anos, que lançou seu terceiro disco em plena terça-feira, se prepara para um show no megafestival The Town no próximo final de semana. É uma cantora com 10 milhões de ouvintes mensais no Spotify, tema de muita manchete e muita crítica. Agora, ela pretende responder ao escândalo – revelando seu íntimo.

Segundo a artista, esse conjunto ainda não está completo: foram anunciadas 26 faixas, incluindo colaborações com Maiara e Maraísa e Kayblack, que não constam no material lançado. Hoje, só ouvimos 18 músicas. Para todos os efeitos, já é um disco.

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Ao longo das 18 faixas, fica claro que Escândalo Íntimo é um álbum sobre Luísa. É o que ela já dizia ao anunciá-lo, prometendo uma exposição mais aprofundada no que sente. (Seu disco anterior, Doce 22, lançado no aniversário de 23 anos da cantora, também era sobre Luísa.)

E de fato, as músicas desse disco não são faixas feitas para qualquer pessoa se identificar. Eu não sou manchete o tempo todo e nunca me apaixonei por um homem chamado Chico. Mas após o efeito Taylor Swift, em que cada música é rastreável a um acontecimento público, falar de si dá certo; especialmente quando você é tão notícia.

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Ela, inclusive, se usa como auto referência (vide Penhasco2, segunda parte de balada do álbum anterior), mas também elenca as suas próprias: de Luísa Manequim, faixa setentona de Abílio Manoel, ao clássico áudio (meme!) de Rita Lee – “ah, ela é tão galera”. Sonza tem porte para isso: se a própria Rita a cita em seu último livro, é impossível dizer que Luísa não tenha o mesmo direito, nessa que é uma autobiografia momentânea da jovem artista.

Apesar disso, as músicas não são tão vulneráveis quanto o disco alega. Há, claro, os momentos como Principalmente Me Sinto Arrasada (que relata uma crise de ansiedade) e um suposto áudio de WhatsApp em Romance em Cena; há também a bossa nova dedicada ao atual namorado da artista, Chico Moedas. Mas, de modo geral, é como um polido feed do Instagram: é bem feito, mostra a vida e o sucesso dela, mas é perceptível que a exposição ficou no “Melhores Amigos”.

Luísa já contou ao Estadão que seu álbum acompanhará uma espécie de curta-metragem, com cenas que revelarão seu “inconsciente”: sonhos e pesadelos recorrentes. Outra curiosidade que o disco deixa é como essas cenas vão complementar as músicas – e se trarão mais da intimidade prometida.

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Se as letras cumprem seu propósito ou não, o som do disco é bom. Escândalo Íntimo é um álbum cartão de visitas, que escancara a versatilidade da artista ao passar do rock ao funk, da lentidão à rapidez. Mostra que Luísa é capaz de fazer um bom álbum pop conceitual, para que possa lançar por fora aqueles singles avulsos que tocam nas festas. Sem que precise, o tempo todo, “provar que é artista”.

As parcerias do álbum também entram com lugar calculado, fazendo valer o convite a um disco de conceito individual. Marina Sena e Duda Beat são mais que bem-vindas, dando frescor às faixas que entram. Demi Lovato tem a participação mais surpreendente: com o dobro de ouvintes mensais e fama global, é ela quem canta em português com Luísa, e não o contrário. O feat ainda aumenta a curiosidade sobre o The Town, em que as duas serão atrações no mesmo final de semana.

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Mas o ponto alto do disco são as produções, que garantem uma audição divertida ao longo de tantas faixas. Graças a elas, o resultado não fica enjoativo. O disco é assinado por Douglas Moda, brasileiro do selo we4Music, e diversos produtores estrangeiros: Roy Lenzo, Ariana Wong, Mason Sacks, Jahnei Clarke, Tommy Brown e mais. Alguns deles têm artistas da nata do pop estadunidense no currículo, como Lil Nas X e Ariana Grande.

Para algumas pessoas, as gravações de Escândalo Íntimo em Los Angeles e o envolvimento dos americanos no álbum foram motivo de crítica, um sintoma da síndrome de vira-lata; mas seja lá a razão que levou a artista aos EUA, o investimento compensou. O disco é bem feito, bem produzido, que se destaca entre os últimos lançamentos pop nacionais.

No Spotify, Escândalo Íntimo ultrapassou 8 milhões de streams em 13 horas. Luísa tem o número, ela avisou, e ainda é artista.

“Eu tenho o número e ainda sou artista. Mamãe dizia: ‘Tô impossível, minha filha’”.

Esse é um verso de Carnificina, do novo disco de Luísa Sonza, Escândalo Íntimo. A artista de 25 anos, que lançou seu terceiro disco em plena terça-feira, se prepara para um show no megafestival The Town no próximo final de semana. É uma cantora com 10 milhões de ouvintes mensais no Spotify, tema de muita manchete e muita crítica. Agora, ela pretende responder ao escândalo – revelando seu íntimo.

Segundo a artista, esse conjunto ainda não está completo: foram anunciadas 26 faixas, incluindo colaborações com Maiara e Maraísa e Kayblack, que não constam no material lançado. Hoje, só ouvimos 18 músicas. Para todos os efeitos, já é um disco.

Ao longo das 18 faixas, fica claro que Escândalo Íntimo é um álbum sobre Luísa. É o que ela já dizia ao anunciá-lo, prometendo uma exposição mais aprofundada no que sente. (Seu disco anterior, Doce 22, lançado no aniversário de 23 anos da cantora, também era sobre Luísa.)

E de fato, as músicas desse disco não são faixas feitas para qualquer pessoa se identificar. Eu não sou manchete o tempo todo e nunca me apaixonei por um homem chamado Chico. Mas após o efeito Taylor Swift, em que cada música é rastreável a um acontecimento público, falar de si dá certo; especialmente quando você é tão notícia.

Ela, inclusive, se usa como auto referência (vide Penhasco2, segunda parte de balada do álbum anterior), mas também elenca as suas próprias: de Luísa Manequim, faixa setentona de Abílio Manoel, ao clássico áudio (meme!) de Rita Lee – “ah, ela é tão galera”. Sonza tem porte para isso: se a própria Rita a cita em seu último livro, é impossível dizer que Luísa não tenha o mesmo direito, nessa que é uma autobiografia momentânea da jovem artista.

Apesar disso, as músicas não são tão vulneráveis quanto o disco alega. Há, claro, os momentos como Principalmente Me Sinto Arrasada (que relata uma crise de ansiedade) e um suposto áudio de WhatsApp em Romance em Cena; há também a bossa nova dedicada ao atual namorado da artista, Chico Moedas. Mas, de modo geral, é como um polido feed do Instagram: é bem feito, mostra a vida e o sucesso dela, mas é perceptível que a exposição ficou no “Melhores Amigos”.

Luísa já contou ao Estadão que seu álbum acompanhará uma espécie de curta-metragem, com cenas que revelarão seu “inconsciente”: sonhos e pesadelos recorrentes. Outra curiosidade que o disco deixa é como essas cenas vão complementar as músicas – e se trarão mais da intimidade prometida.

Se as letras cumprem seu propósito ou não, o som do disco é bom. Escândalo Íntimo é um álbum cartão de visitas, que escancara a versatilidade da artista ao passar do rock ao funk, da lentidão à rapidez. Mostra que Luísa é capaz de fazer um bom álbum pop conceitual, para que possa lançar por fora aqueles singles avulsos que tocam nas festas. Sem que precise, o tempo todo, “provar que é artista”.

As parcerias do álbum também entram com lugar calculado, fazendo valer o convite a um disco de conceito individual. Marina Sena e Duda Beat são mais que bem-vindas, dando frescor às faixas que entram. Demi Lovato tem a participação mais surpreendente: com o dobro de ouvintes mensais e fama global, é ela quem canta em português com Luísa, e não o contrário. O feat ainda aumenta a curiosidade sobre o The Town, em que as duas serão atrações no mesmo final de semana.

Mas o ponto alto do disco são as produções, que garantem uma audição divertida ao longo de tantas faixas. Graças a elas, o resultado não fica enjoativo. O disco é assinado por Douglas Moda, brasileiro do selo we4Music, e diversos produtores estrangeiros: Roy Lenzo, Ariana Wong, Mason Sacks, Jahnei Clarke, Tommy Brown e mais. Alguns deles têm artistas da nata do pop estadunidense no currículo, como Lil Nas X e Ariana Grande.

Para algumas pessoas, as gravações de Escândalo Íntimo em Los Angeles e o envolvimento dos americanos no álbum foram motivo de crítica, um sintoma da síndrome de vira-lata; mas seja lá a razão que levou a artista aos EUA, o investimento compensou. O disco é bem feito, bem produzido, que se destaca entre os últimos lançamentos pop nacionais.

No Spotify, Escândalo Íntimo ultrapassou 8 milhões de streams em 13 horas. Luísa tem o número, ela avisou, e ainda é artista.

“Eu tenho o número e ainda sou artista. Mamãe dizia: ‘Tô impossível, minha filha’”.

Esse é um verso de Carnificina, do novo disco de Luísa Sonza, Escândalo Íntimo. A artista de 25 anos, que lançou seu terceiro disco em plena terça-feira, se prepara para um show no megafestival The Town no próximo final de semana. É uma cantora com 10 milhões de ouvintes mensais no Spotify, tema de muita manchete e muita crítica. Agora, ela pretende responder ao escândalo – revelando seu íntimo.

Segundo a artista, esse conjunto ainda não está completo: foram anunciadas 26 faixas, incluindo colaborações com Maiara e Maraísa e Kayblack, que não constam no material lançado. Hoje, só ouvimos 18 músicas. Para todos os efeitos, já é um disco.

Ao longo das 18 faixas, fica claro que Escândalo Íntimo é um álbum sobre Luísa. É o que ela já dizia ao anunciá-lo, prometendo uma exposição mais aprofundada no que sente. (Seu disco anterior, Doce 22, lançado no aniversário de 23 anos da cantora, também era sobre Luísa.)

E de fato, as músicas desse disco não são faixas feitas para qualquer pessoa se identificar. Eu não sou manchete o tempo todo e nunca me apaixonei por um homem chamado Chico. Mas após o efeito Taylor Swift, em que cada música é rastreável a um acontecimento público, falar de si dá certo; especialmente quando você é tão notícia.

Ela, inclusive, se usa como auto referência (vide Penhasco2, segunda parte de balada do álbum anterior), mas também elenca as suas próprias: de Luísa Manequim, faixa setentona de Abílio Manoel, ao clássico áudio (meme!) de Rita Lee – “ah, ela é tão galera”. Sonza tem porte para isso: se a própria Rita a cita em seu último livro, é impossível dizer que Luísa não tenha o mesmo direito, nessa que é uma autobiografia momentânea da jovem artista.

Apesar disso, as músicas não são tão vulneráveis quanto o disco alega. Há, claro, os momentos como Principalmente Me Sinto Arrasada (que relata uma crise de ansiedade) e um suposto áudio de WhatsApp em Romance em Cena; há também a bossa nova dedicada ao atual namorado da artista, Chico Moedas. Mas, de modo geral, é como um polido feed do Instagram: é bem feito, mostra a vida e o sucesso dela, mas é perceptível que a exposição ficou no “Melhores Amigos”.

Luísa já contou ao Estadão que seu álbum acompanhará uma espécie de curta-metragem, com cenas que revelarão seu “inconsciente”: sonhos e pesadelos recorrentes. Outra curiosidade que o disco deixa é como essas cenas vão complementar as músicas – e se trarão mais da intimidade prometida.

Se as letras cumprem seu propósito ou não, o som do disco é bom. Escândalo Íntimo é um álbum cartão de visitas, que escancara a versatilidade da artista ao passar do rock ao funk, da lentidão à rapidez. Mostra que Luísa é capaz de fazer um bom álbum pop conceitual, para que possa lançar por fora aqueles singles avulsos que tocam nas festas. Sem que precise, o tempo todo, “provar que é artista”.

As parcerias do álbum também entram com lugar calculado, fazendo valer o convite a um disco de conceito individual. Marina Sena e Duda Beat são mais que bem-vindas, dando frescor às faixas que entram. Demi Lovato tem a participação mais surpreendente: com o dobro de ouvintes mensais e fama global, é ela quem canta em português com Luísa, e não o contrário. O feat ainda aumenta a curiosidade sobre o The Town, em que as duas serão atrações no mesmo final de semana.

Mas o ponto alto do disco são as produções, que garantem uma audição divertida ao longo de tantas faixas. Graças a elas, o resultado não fica enjoativo. O disco é assinado por Douglas Moda, brasileiro do selo we4Music, e diversos produtores estrangeiros: Roy Lenzo, Ariana Wong, Mason Sacks, Jahnei Clarke, Tommy Brown e mais. Alguns deles têm artistas da nata do pop estadunidense no currículo, como Lil Nas X e Ariana Grande.

Para algumas pessoas, as gravações de Escândalo Íntimo em Los Angeles e o envolvimento dos americanos no álbum foram motivo de crítica, um sintoma da síndrome de vira-lata; mas seja lá a razão que levou a artista aos EUA, o investimento compensou. O disco é bem feito, bem produzido, que se destaca entre os últimos lançamentos pop nacionais.

No Spotify, Escândalo Íntimo ultrapassou 8 milhões de streams em 13 horas. Luísa tem o número, ela avisou, e ainda é artista.

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