Entenda os 50 anos da música mineira por quem estava lá: Lô Borges, Beto Guedes e Flávio Venturini


A pedido do ‘Estadão’, cada um dos os três músicos mineiros escolheu cinco músicas para entender a as cinco décadas da música de Minas Gerais a partir do clássico disco ‘Clube da Esquina’, de 1972

Por Pedro Antunes
Atualização:

Lô Borges conta, costumeiramente e com um entusiasmo inabalado, cada um dos detalhes da viagem na companhia de Bituca, apelido de Milton Nascimento, até Niterói, em novembro de 1971. Lá, em um estúdio com apenas dois canais, para gravar as músicas do clássico álbum Clube da Esquina, em novembro de 1971.

Na época, no início da década de 70, ninguém saberia medir a importância do movimento musical liderado por Milton e os colegas Beto Guedes, Flávio Venturini, Beto Brant, Toninho Horta, Wagner Tiso e Márcio Borges.

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Era tudo novo, e a música brasileira estava em ebulição. Gilberto Gil e Caetano Veloso tropicalizam o que viam pela frente, enquanto o Brasil se curava da ressaca da Jovem Guarda e fingia ignorar o brega. Em Minas Gerais, iniciava-se este movimento, o qual transpirava psicodelia do rock com a mineirice dos vocais dissonantes, do jazz experimental - como se as vozes, as melodias e as composições fossem as traduções poéticas da geografia do estado.

Beto Borges (à esq.) brinca com Flávio Venturini, observado por Lô Borges Foto: Roberto P. Zylberman

E o álbum Clube da Esquina, lançado em 1972, ajudou a colocar o som produzido pela turma de Minas no topo da cadeia alimentar intelecto-musical - até hoje.

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Ele, Beto Guedes e Flávio Venturini celebram a parte que lhes cabe destas pouco mais de cinco décadas no show exibido em São Paulo neste sábado, 8, em um Espaço Unimed lotado (e volta à cidade no dia dos pais, no próximo 11 de agosto).

Cada um dos três escolheu cinco músicas que ajudam a definir quais sons caracterizam estas últimas cinco décadas da música de Minas Gerais - não necessariamente do álbum Clube da Esquina, confira abaixo:

‘Para Lennon & McCartney’ (Lô Borges / Márcio Borges / Fernando Brant)

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Foi a minha primeira música gravada, pelo Milton Nascimento, quando eu tinha 17 anos. O sucesso desta gravação no álbum ‘Milton’ (1970) me motivou a compor mais material, que se tornaram algumas músicas que depois foram gravadas no álbum ‘Clube da Esquina’ (1972). Então essa música tem uma importância fundamental não só na minha carreira, por ter sido o ‘pontapé inicial’, mas como ter sido ‘um piloto’ para a construção do álbum ‘Clube da Esquina. Sem dizer das regravações maravilhosas que ela teve. Um exemplo super recente é a que saiu agora da Elis Regina, em que a voz dela estava num tape de 40 anos atrás

Lô Borges

‘Travessia’ (Milton Nascimento / Fernando Brant)

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‘Travessia’ é da maior importância por ter revelado o Milton Nascimento ao Brasil e ao mundo.

Flávio Venturini

‘A Página do Relâmpago Elétrico (Beto Guedes / Ronaldo Bastos)

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É a canção que abre o meu primeiro álbum lançado em 1977, em que já posso apresentar as minhas influências do rock progressivo aliadas às harmonias e às melodias que foram sempre referências do ‘Clube da Esquina’ e também a poesia do sertão mineiro. Ela resume a nossa liberdade de composição naquele momento.

Beto Guedes

‘O Trem Azul’ (Lô Borges / Ronaldo Bastos)

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Essa música é uma das que mais foi regravada do meu repertório. Mas teve uma regravação dela, muito especial para mim, que me tornou parceiro do Tom Jobim,quando ele fez a versão dela em inglês e gravou. Foi um presente e uma enorme honraria para mim.

Lô Borges

‘Um Girassol da Cor do Seu Cabelo’ (Lô Borges / Márcio Borges)

Esta música era a que a minha mãe, Dona Maricota, mais gostava. Só por isso ela já tem uma enorme importância para mim. Além disso, é das músicas mais se destacaram no álbum ‘Clube da Esquina’, e o jeito que ele foi gravada, em apenas 2 canais: eu aos 19 anos, tocando o piano valendo, junto com uma orquestra inteira dentro do estúdio, foi um momento mágico.

Lô Borges

De Lô Borges, são várias músicas que marcaram. Vou citar ‘Girassol da Cor dos Seus Cabelos’, dele e de Marcio Borges, canção que encanta pelo lirismo de sua poesia e melodia marcante.

Flávio Venturini

‘Amor de Índio’ (Beto Guedes / Ronaldo Bastos)

Está entre as músicas mais importantes do meu repertório, que dá nome ao meu segundo álbum de 1978 e já foi regravada por diversos outros cantores, inclusive por Milton Nascimento, a nossa maior inspiração de todos os tempos. Essa música traz paz e esperança para mundo.

Beto Guedes

‘Clube da Esquina nº 2′ (Lô Borges / Milton Nascimento / Márcio Borges)

Talvez uma das músicas mais conhecidas do repertório do Clube da Esquina. É uma música itinerante: eu e o Bituca, com 2 violões, viajamos por várias cidades, tocando-a como um mantra. E assim ela foi registrada no álbum ‘Clube da Esquina’, no formato instrumental. Anos depois, a pedido da cantora Nana Caymmi, meu irmão Márcio escreveu aquela letra super emblemática, em que diz que ‘os sonhos não envelhecem”.

Lô Borges

Esta música é um retrato de uma parceria da maior importância no movimento, porque reúne Lô Borges compositor genial descoberto por Milton para compartilhar o histórico disco ‘Clube da Esquina’ (1972) e seu irmão Marcio Borges. Os três formam o embrião da formação do movimento Clube da Esquina.

Flávio Venturini

‘Sol de Primavera’ (Beto Guedes/ Ronaldo Bastos)

Mais uma parceria com meu grande amigo Ronaldo Bastos, uma canção que também dá nome ao meu terceiro álbum lançado em 1979. Em 1980 foi tema da novela ‘Marina, da Rede Globo, o que ajudou a popularizar a canção em todo o país. Também foi regravada por diversos outros artistas pelo Brasil e é uma marca registrada da música mineira.

Beto Guedes

‘Maria, Maria’ (Milton Nascimento / Fernando Brant)

‘Maria, Maria’, de Milton e Fernando Brant, composta para a abertura do ballet musical de mesmo nome que tornou um hino em homenagem à mulher simples e trabalhadora, um retrato da mulher brasileira.

Flávio Venturini

‘O Sal da Terra’ (Beto Guedes / Ronaldo Bastos)

Dessa vez a música não dá título ao álbum como as anteriores. ‘Sal da Terra’ foi e ainda é um grito de socorro para o nosso planeta. Uma letra inspiradíssima do Ronaldo que segue sendo atual. Ela abre o meu quarto álbum lançado em 1981, o ‘Contos da Lua Vaga’.

Beto Guedes

‘Canção Amiga’ (Milton Nascimento / Carlos Drummon de Andrade)

Escolho ainda um encontro mágico entre dois grandes da nossa cultura na parceria de Milton Nascimento e Carlos Drummond de Andrade em ‘Canção Amiga’.

Flávio Venturini

‘Dois Rios’ (Lô Borges / Samuel Rosa / Nando Reis)

Dois Rios é um ‘encontro de gerações’. O encontro da minha geração, que surgiu nos anos 70, e dela fazem parte o Beto Guedes e o Flávio, com a geração do Samuel Rosa, nos anos 90, e todas aquelas bandas muito legais que surgiram naquele momento. E é uma das minhas composições mais relevantes, dos anos 2000.

Lô Borges

‘Nascente’ (Flávio Venturini e Murilo Antunes)

Vou fazer um pedido extra puxando a sardinha para ‘Nascente’, que tem grande importância para mim por marcar a minha entrada oficial no ‘Clube da Esquina’, além de ser a música que lançou o disco ‘Clube da Esquina 2′ e registro um inesquecível dueto de Milton comigo (de 1978).

Flávio Venturini

‘Canção do Novo Mundo’ (Beto Guedes / Ronaldo Bastos)

Nossa homenagem ao nosso grande ídolo, inspirador, John Lennon. Beatles foi uma das maiores referências para a maioria dos artistas, compositores e músicos mineiros daquela época. Em todas as nossas histórias com a música eles estavam presentes. Essa canção já sinaliza que nada, nem mesmo uma violência covarde irá apagar os nossos sonhos. Ele deixou o seu legado para muitas gerações que ainda estão por vir. É uma canção forte e emblemática.

Beto Guedes

Lô Borges conta, costumeiramente e com um entusiasmo inabalado, cada um dos detalhes da viagem na companhia de Bituca, apelido de Milton Nascimento, até Niterói, em novembro de 1971. Lá, em um estúdio com apenas dois canais, para gravar as músicas do clássico álbum Clube da Esquina, em novembro de 1971.

Na época, no início da década de 70, ninguém saberia medir a importância do movimento musical liderado por Milton e os colegas Beto Guedes, Flávio Venturini, Beto Brant, Toninho Horta, Wagner Tiso e Márcio Borges.

Era tudo novo, e a música brasileira estava em ebulição. Gilberto Gil e Caetano Veloso tropicalizam o que viam pela frente, enquanto o Brasil se curava da ressaca da Jovem Guarda e fingia ignorar o brega. Em Minas Gerais, iniciava-se este movimento, o qual transpirava psicodelia do rock com a mineirice dos vocais dissonantes, do jazz experimental - como se as vozes, as melodias e as composições fossem as traduções poéticas da geografia do estado.

Beto Borges (à esq.) brinca com Flávio Venturini, observado por Lô Borges Foto: Roberto P. Zylberman

E o álbum Clube da Esquina, lançado em 1972, ajudou a colocar o som produzido pela turma de Minas no topo da cadeia alimentar intelecto-musical - até hoje.

Ele, Beto Guedes e Flávio Venturini celebram a parte que lhes cabe destas pouco mais de cinco décadas no show exibido em São Paulo neste sábado, 8, em um Espaço Unimed lotado (e volta à cidade no dia dos pais, no próximo 11 de agosto).

Cada um dos três escolheu cinco músicas que ajudam a definir quais sons caracterizam estas últimas cinco décadas da música de Minas Gerais - não necessariamente do álbum Clube da Esquina, confira abaixo:

‘Para Lennon & McCartney’ (Lô Borges / Márcio Borges / Fernando Brant)

Foi a minha primeira música gravada, pelo Milton Nascimento, quando eu tinha 17 anos. O sucesso desta gravação no álbum ‘Milton’ (1970) me motivou a compor mais material, que se tornaram algumas músicas que depois foram gravadas no álbum ‘Clube da Esquina’ (1972). Então essa música tem uma importância fundamental não só na minha carreira, por ter sido o ‘pontapé inicial’, mas como ter sido ‘um piloto’ para a construção do álbum ‘Clube da Esquina. Sem dizer das regravações maravilhosas que ela teve. Um exemplo super recente é a que saiu agora da Elis Regina, em que a voz dela estava num tape de 40 anos atrás

Lô Borges

‘Travessia’ (Milton Nascimento / Fernando Brant)

‘Travessia’ é da maior importância por ter revelado o Milton Nascimento ao Brasil e ao mundo.

Flávio Venturini

‘A Página do Relâmpago Elétrico (Beto Guedes / Ronaldo Bastos)

É a canção que abre o meu primeiro álbum lançado em 1977, em que já posso apresentar as minhas influências do rock progressivo aliadas às harmonias e às melodias que foram sempre referências do ‘Clube da Esquina’ e também a poesia do sertão mineiro. Ela resume a nossa liberdade de composição naquele momento.

Beto Guedes

‘O Trem Azul’ (Lô Borges / Ronaldo Bastos)

Essa música é uma das que mais foi regravada do meu repertório. Mas teve uma regravação dela, muito especial para mim, que me tornou parceiro do Tom Jobim,quando ele fez a versão dela em inglês e gravou. Foi um presente e uma enorme honraria para mim.

Lô Borges

‘Um Girassol da Cor do Seu Cabelo’ (Lô Borges / Márcio Borges)

Esta música era a que a minha mãe, Dona Maricota, mais gostava. Só por isso ela já tem uma enorme importância para mim. Além disso, é das músicas mais se destacaram no álbum ‘Clube da Esquina’, e o jeito que ele foi gravada, em apenas 2 canais: eu aos 19 anos, tocando o piano valendo, junto com uma orquestra inteira dentro do estúdio, foi um momento mágico.

Lô Borges

De Lô Borges, são várias músicas que marcaram. Vou citar ‘Girassol da Cor dos Seus Cabelos’, dele e de Marcio Borges, canção que encanta pelo lirismo de sua poesia e melodia marcante.

Flávio Venturini

‘Amor de Índio’ (Beto Guedes / Ronaldo Bastos)

Está entre as músicas mais importantes do meu repertório, que dá nome ao meu segundo álbum de 1978 e já foi regravada por diversos outros cantores, inclusive por Milton Nascimento, a nossa maior inspiração de todos os tempos. Essa música traz paz e esperança para mundo.

Beto Guedes

‘Clube da Esquina nº 2′ (Lô Borges / Milton Nascimento / Márcio Borges)

Talvez uma das músicas mais conhecidas do repertório do Clube da Esquina. É uma música itinerante: eu e o Bituca, com 2 violões, viajamos por várias cidades, tocando-a como um mantra. E assim ela foi registrada no álbum ‘Clube da Esquina’, no formato instrumental. Anos depois, a pedido da cantora Nana Caymmi, meu irmão Márcio escreveu aquela letra super emblemática, em que diz que ‘os sonhos não envelhecem”.

Lô Borges

Esta música é um retrato de uma parceria da maior importância no movimento, porque reúne Lô Borges compositor genial descoberto por Milton para compartilhar o histórico disco ‘Clube da Esquina’ (1972) e seu irmão Marcio Borges. Os três formam o embrião da formação do movimento Clube da Esquina.

Flávio Venturini

‘Sol de Primavera’ (Beto Guedes/ Ronaldo Bastos)

Mais uma parceria com meu grande amigo Ronaldo Bastos, uma canção que também dá nome ao meu terceiro álbum lançado em 1979. Em 1980 foi tema da novela ‘Marina, da Rede Globo, o que ajudou a popularizar a canção em todo o país. Também foi regravada por diversos outros artistas pelo Brasil e é uma marca registrada da música mineira.

Beto Guedes

‘Maria, Maria’ (Milton Nascimento / Fernando Brant)

‘Maria, Maria’, de Milton e Fernando Brant, composta para a abertura do ballet musical de mesmo nome que tornou um hino em homenagem à mulher simples e trabalhadora, um retrato da mulher brasileira.

Flávio Venturini

‘O Sal da Terra’ (Beto Guedes / Ronaldo Bastos)

Dessa vez a música não dá título ao álbum como as anteriores. ‘Sal da Terra’ foi e ainda é um grito de socorro para o nosso planeta. Uma letra inspiradíssima do Ronaldo que segue sendo atual. Ela abre o meu quarto álbum lançado em 1981, o ‘Contos da Lua Vaga’.

Beto Guedes

‘Canção Amiga’ (Milton Nascimento / Carlos Drummon de Andrade)

Escolho ainda um encontro mágico entre dois grandes da nossa cultura na parceria de Milton Nascimento e Carlos Drummond de Andrade em ‘Canção Amiga’.

Flávio Venturini

‘Dois Rios’ (Lô Borges / Samuel Rosa / Nando Reis)

Dois Rios é um ‘encontro de gerações’. O encontro da minha geração, que surgiu nos anos 70, e dela fazem parte o Beto Guedes e o Flávio, com a geração do Samuel Rosa, nos anos 90, e todas aquelas bandas muito legais que surgiram naquele momento. E é uma das minhas composições mais relevantes, dos anos 2000.

Lô Borges

‘Nascente’ (Flávio Venturini e Murilo Antunes)

Vou fazer um pedido extra puxando a sardinha para ‘Nascente’, que tem grande importância para mim por marcar a minha entrada oficial no ‘Clube da Esquina’, além de ser a música que lançou o disco ‘Clube da Esquina 2′ e registro um inesquecível dueto de Milton comigo (de 1978).

Flávio Venturini

‘Canção do Novo Mundo’ (Beto Guedes / Ronaldo Bastos)

Nossa homenagem ao nosso grande ídolo, inspirador, John Lennon. Beatles foi uma das maiores referências para a maioria dos artistas, compositores e músicos mineiros daquela época. Em todas as nossas histórias com a música eles estavam presentes. Essa canção já sinaliza que nada, nem mesmo uma violência covarde irá apagar os nossos sonhos. Ele deixou o seu legado para muitas gerações que ainda estão por vir. É uma canção forte e emblemática.

Beto Guedes

Lô Borges conta, costumeiramente e com um entusiasmo inabalado, cada um dos detalhes da viagem na companhia de Bituca, apelido de Milton Nascimento, até Niterói, em novembro de 1971. Lá, em um estúdio com apenas dois canais, para gravar as músicas do clássico álbum Clube da Esquina, em novembro de 1971.

Na época, no início da década de 70, ninguém saberia medir a importância do movimento musical liderado por Milton e os colegas Beto Guedes, Flávio Venturini, Beto Brant, Toninho Horta, Wagner Tiso e Márcio Borges.

Era tudo novo, e a música brasileira estava em ebulição. Gilberto Gil e Caetano Veloso tropicalizam o que viam pela frente, enquanto o Brasil se curava da ressaca da Jovem Guarda e fingia ignorar o brega. Em Minas Gerais, iniciava-se este movimento, o qual transpirava psicodelia do rock com a mineirice dos vocais dissonantes, do jazz experimental - como se as vozes, as melodias e as composições fossem as traduções poéticas da geografia do estado.

Beto Borges (à esq.) brinca com Flávio Venturini, observado por Lô Borges Foto: Roberto P. Zylberman

E o álbum Clube da Esquina, lançado em 1972, ajudou a colocar o som produzido pela turma de Minas no topo da cadeia alimentar intelecto-musical - até hoje.

Ele, Beto Guedes e Flávio Venturini celebram a parte que lhes cabe destas pouco mais de cinco décadas no show exibido em São Paulo neste sábado, 8, em um Espaço Unimed lotado (e volta à cidade no dia dos pais, no próximo 11 de agosto).

Cada um dos três escolheu cinco músicas que ajudam a definir quais sons caracterizam estas últimas cinco décadas da música de Minas Gerais - não necessariamente do álbum Clube da Esquina, confira abaixo:

‘Para Lennon & McCartney’ (Lô Borges / Márcio Borges / Fernando Brant)

Foi a minha primeira música gravada, pelo Milton Nascimento, quando eu tinha 17 anos. O sucesso desta gravação no álbum ‘Milton’ (1970) me motivou a compor mais material, que se tornaram algumas músicas que depois foram gravadas no álbum ‘Clube da Esquina’ (1972). Então essa música tem uma importância fundamental não só na minha carreira, por ter sido o ‘pontapé inicial’, mas como ter sido ‘um piloto’ para a construção do álbum ‘Clube da Esquina. Sem dizer das regravações maravilhosas que ela teve. Um exemplo super recente é a que saiu agora da Elis Regina, em que a voz dela estava num tape de 40 anos atrás

Lô Borges

‘Travessia’ (Milton Nascimento / Fernando Brant)

‘Travessia’ é da maior importância por ter revelado o Milton Nascimento ao Brasil e ao mundo.

Flávio Venturini

‘A Página do Relâmpago Elétrico (Beto Guedes / Ronaldo Bastos)

É a canção que abre o meu primeiro álbum lançado em 1977, em que já posso apresentar as minhas influências do rock progressivo aliadas às harmonias e às melodias que foram sempre referências do ‘Clube da Esquina’ e também a poesia do sertão mineiro. Ela resume a nossa liberdade de composição naquele momento.

Beto Guedes

‘O Trem Azul’ (Lô Borges / Ronaldo Bastos)

Essa música é uma das que mais foi regravada do meu repertório. Mas teve uma regravação dela, muito especial para mim, que me tornou parceiro do Tom Jobim,quando ele fez a versão dela em inglês e gravou. Foi um presente e uma enorme honraria para mim.

Lô Borges

‘Um Girassol da Cor do Seu Cabelo’ (Lô Borges / Márcio Borges)

Esta música era a que a minha mãe, Dona Maricota, mais gostava. Só por isso ela já tem uma enorme importância para mim. Além disso, é das músicas mais se destacaram no álbum ‘Clube da Esquina’, e o jeito que ele foi gravada, em apenas 2 canais: eu aos 19 anos, tocando o piano valendo, junto com uma orquestra inteira dentro do estúdio, foi um momento mágico.

Lô Borges

De Lô Borges, são várias músicas que marcaram. Vou citar ‘Girassol da Cor dos Seus Cabelos’, dele e de Marcio Borges, canção que encanta pelo lirismo de sua poesia e melodia marcante.

Flávio Venturini

‘Amor de Índio’ (Beto Guedes / Ronaldo Bastos)

Está entre as músicas mais importantes do meu repertório, que dá nome ao meu segundo álbum de 1978 e já foi regravada por diversos outros cantores, inclusive por Milton Nascimento, a nossa maior inspiração de todos os tempos. Essa música traz paz e esperança para mundo.

Beto Guedes

‘Clube da Esquina nº 2′ (Lô Borges / Milton Nascimento / Márcio Borges)

Talvez uma das músicas mais conhecidas do repertório do Clube da Esquina. É uma música itinerante: eu e o Bituca, com 2 violões, viajamos por várias cidades, tocando-a como um mantra. E assim ela foi registrada no álbum ‘Clube da Esquina’, no formato instrumental. Anos depois, a pedido da cantora Nana Caymmi, meu irmão Márcio escreveu aquela letra super emblemática, em que diz que ‘os sonhos não envelhecem”.

Lô Borges

Esta música é um retrato de uma parceria da maior importância no movimento, porque reúne Lô Borges compositor genial descoberto por Milton para compartilhar o histórico disco ‘Clube da Esquina’ (1972) e seu irmão Marcio Borges. Os três formam o embrião da formação do movimento Clube da Esquina.

Flávio Venturini

‘Sol de Primavera’ (Beto Guedes/ Ronaldo Bastos)

Mais uma parceria com meu grande amigo Ronaldo Bastos, uma canção que também dá nome ao meu terceiro álbum lançado em 1979. Em 1980 foi tema da novela ‘Marina, da Rede Globo, o que ajudou a popularizar a canção em todo o país. Também foi regravada por diversos outros artistas pelo Brasil e é uma marca registrada da música mineira.

Beto Guedes

‘Maria, Maria’ (Milton Nascimento / Fernando Brant)

‘Maria, Maria’, de Milton e Fernando Brant, composta para a abertura do ballet musical de mesmo nome que tornou um hino em homenagem à mulher simples e trabalhadora, um retrato da mulher brasileira.

Flávio Venturini

‘O Sal da Terra’ (Beto Guedes / Ronaldo Bastos)

Dessa vez a música não dá título ao álbum como as anteriores. ‘Sal da Terra’ foi e ainda é um grito de socorro para o nosso planeta. Uma letra inspiradíssima do Ronaldo que segue sendo atual. Ela abre o meu quarto álbum lançado em 1981, o ‘Contos da Lua Vaga’.

Beto Guedes

‘Canção Amiga’ (Milton Nascimento / Carlos Drummon de Andrade)

Escolho ainda um encontro mágico entre dois grandes da nossa cultura na parceria de Milton Nascimento e Carlos Drummond de Andrade em ‘Canção Amiga’.

Flávio Venturini

‘Dois Rios’ (Lô Borges / Samuel Rosa / Nando Reis)

Dois Rios é um ‘encontro de gerações’. O encontro da minha geração, que surgiu nos anos 70, e dela fazem parte o Beto Guedes e o Flávio, com a geração do Samuel Rosa, nos anos 90, e todas aquelas bandas muito legais que surgiram naquele momento. E é uma das minhas composições mais relevantes, dos anos 2000.

Lô Borges

‘Nascente’ (Flávio Venturini e Murilo Antunes)

Vou fazer um pedido extra puxando a sardinha para ‘Nascente’, que tem grande importância para mim por marcar a minha entrada oficial no ‘Clube da Esquina’, além de ser a música que lançou o disco ‘Clube da Esquina 2′ e registro um inesquecível dueto de Milton comigo (de 1978).

Flávio Venturini

‘Canção do Novo Mundo’ (Beto Guedes / Ronaldo Bastos)

Nossa homenagem ao nosso grande ídolo, inspirador, John Lennon. Beatles foi uma das maiores referências para a maioria dos artistas, compositores e músicos mineiros daquela época. Em todas as nossas histórias com a música eles estavam presentes. Essa canção já sinaliza que nada, nem mesmo uma violência covarde irá apagar os nossos sonhos. Ele deixou o seu legado para muitas gerações que ainda estão por vir. É uma canção forte e emblemática.

Beto Guedes

Lô Borges conta, costumeiramente e com um entusiasmo inabalado, cada um dos detalhes da viagem na companhia de Bituca, apelido de Milton Nascimento, até Niterói, em novembro de 1971. Lá, em um estúdio com apenas dois canais, para gravar as músicas do clássico álbum Clube da Esquina, em novembro de 1971.

Na época, no início da década de 70, ninguém saberia medir a importância do movimento musical liderado por Milton e os colegas Beto Guedes, Flávio Venturini, Beto Brant, Toninho Horta, Wagner Tiso e Márcio Borges.

Era tudo novo, e a música brasileira estava em ebulição. Gilberto Gil e Caetano Veloso tropicalizam o que viam pela frente, enquanto o Brasil se curava da ressaca da Jovem Guarda e fingia ignorar o brega. Em Minas Gerais, iniciava-se este movimento, o qual transpirava psicodelia do rock com a mineirice dos vocais dissonantes, do jazz experimental - como se as vozes, as melodias e as composições fossem as traduções poéticas da geografia do estado.

Beto Borges (à esq.) brinca com Flávio Venturini, observado por Lô Borges Foto: Roberto P. Zylberman

E o álbum Clube da Esquina, lançado em 1972, ajudou a colocar o som produzido pela turma de Minas no topo da cadeia alimentar intelecto-musical - até hoje.

Ele, Beto Guedes e Flávio Venturini celebram a parte que lhes cabe destas pouco mais de cinco décadas no show exibido em São Paulo neste sábado, 8, em um Espaço Unimed lotado (e volta à cidade no dia dos pais, no próximo 11 de agosto).

Cada um dos três escolheu cinco músicas que ajudam a definir quais sons caracterizam estas últimas cinco décadas da música de Minas Gerais - não necessariamente do álbum Clube da Esquina, confira abaixo:

‘Para Lennon & McCartney’ (Lô Borges / Márcio Borges / Fernando Brant)

Foi a minha primeira música gravada, pelo Milton Nascimento, quando eu tinha 17 anos. O sucesso desta gravação no álbum ‘Milton’ (1970) me motivou a compor mais material, que se tornaram algumas músicas que depois foram gravadas no álbum ‘Clube da Esquina’ (1972). Então essa música tem uma importância fundamental não só na minha carreira, por ter sido o ‘pontapé inicial’, mas como ter sido ‘um piloto’ para a construção do álbum ‘Clube da Esquina. Sem dizer das regravações maravilhosas que ela teve. Um exemplo super recente é a que saiu agora da Elis Regina, em que a voz dela estava num tape de 40 anos atrás

Lô Borges

‘Travessia’ (Milton Nascimento / Fernando Brant)

‘Travessia’ é da maior importância por ter revelado o Milton Nascimento ao Brasil e ao mundo.

Flávio Venturini

‘A Página do Relâmpago Elétrico (Beto Guedes / Ronaldo Bastos)

É a canção que abre o meu primeiro álbum lançado em 1977, em que já posso apresentar as minhas influências do rock progressivo aliadas às harmonias e às melodias que foram sempre referências do ‘Clube da Esquina’ e também a poesia do sertão mineiro. Ela resume a nossa liberdade de composição naquele momento.

Beto Guedes

‘O Trem Azul’ (Lô Borges / Ronaldo Bastos)

Essa música é uma das que mais foi regravada do meu repertório. Mas teve uma regravação dela, muito especial para mim, que me tornou parceiro do Tom Jobim,quando ele fez a versão dela em inglês e gravou. Foi um presente e uma enorme honraria para mim.

Lô Borges

‘Um Girassol da Cor do Seu Cabelo’ (Lô Borges / Márcio Borges)

Esta música era a que a minha mãe, Dona Maricota, mais gostava. Só por isso ela já tem uma enorme importância para mim. Além disso, é das músicas mais se destacaram no álbum ‘Clube da Esquina’, e o jeito que ele foi gravada, em apenas 2 canais: eu aos 19 anos, tocando o piano valendo, junto com uma orquestra inteira dentro do estúdio, foi um momento mágico.

Lô Borges

De Lô Borges, são várias músicas que marcaram. Vou citar ‘Girassol da Cor dos Seus Cabelos’, dele e de Marcio Borges, canção que encanta pelo lirismo de sua poesia e melodia marcante.

Flávio Venturini

‘Amor de Índio’ (Beto Guedes / Ronaldo Bastos)

Está entre as músicas mais importantes do meu repertório, que dá nome ao meu segundo álbum de 1978 e já foi regravada por diversos outros cantores, inclusive por Milton Nascimento, a nossa maior inspiração de todos os tempos. Essa música traz paz e esperança para mundo.

Beto Guedes

‘Clube da Esquina nº 2′ (Lô Borges / Milton Nascimento / Márcio Borges)

Talvez uma das músicas mais conhecidas do repertório do Clube da Esquina. É uma música itinerante: eu e o Bituca, com 2 violões, viajamos por várias cidades, tocando-a como um mantra. E assim ela foi registrada no álbum ‘Clube da Esquina’, no formato instrumental. Anos depois, a pedido da cantora Nana Caymmi, meu irmão Márcio escreveu aquela letra super emblemática, em que diz que ‘os sonhos não envelhecem”.

Lô Borges

Esta música é um retrato de uma parceria da maior importância no movimento, porque reúne Lô Borges compositor genial descoberto por Milton para compartilhar o histórico disco ‘Clube da Esquina’ (1972) e seu irmão Marcio Borges. Os três formam o embrião da formação do movimento Clube da Esquina.

Flávio Venturini

‘Sol de Primavera’ (Beto Guedes/ Ronaldo Bastos)

Mais uma parceria com meu grande amigo Ronaldo Bastos, uma canção que também dá nome ao meu terceiro álbum lançado em 1979. Em 1980 foi tema da novela ‘Marina, da Rede Globo, o que ajudou a popularizar a canção em todo o país. Também foi regravada por diversos outros artistas pelo Brasil e é uma marca registrada da música mineira.

Beto Guedes

‘Maria, Maria’ (Milton Nascimento / Fernando Brant)

‘Maria, Maria’, de Milton e Fernando Brant, composta para a abertura do ballet musical de mesmo nome que tornou um hino em homenagem à mulher simples e trabalhadora, um retrato da mulher brasileira.

Flávio Venturini

‘O Sal da Terra’ (Beto Guedes / Ronaldo Bastos)

Dessa vez a música não dá título ao álbum como as anteriores. ‘Sal da Terra’ foi e ainda é um grito de socorro para o nosso planeta. Uma letra inspiradíssima do Ronaldo que segue sendo atual. Ela abre o meu quarto álbum lançado em 1981, o ‘Contos da Lua Vaga’.

Beto Guedes

‘Canção Amiga’ (Milton Nascimento / Carlos Drummon de Andrade)

Escolho ainda um encontro mágico entre dois grandes da nossa cultura na parceria de Milton Nascimento e Carlos Drummond de Andrade em ‘Canção Amiga’.

Flávio Venturini

‘Dois Rios’ (Lô Borges / Samuel Rosa / Nando Reis)

Dois Rios é um ‘encontro de gerações’. O encontro da minha geração, que surgiu nos anos 70, e dela fazem parte o Beto Guedes e o Flávio, com a geração do Samuel Rosa, nos anos 90, e todas aquelas bandas muito legais que surgiram naquele momento. E é uma das minhas composições mais relevantes, dos anos 2000.

Lô Borges

‘Nascente’ (Flávio Venturini e Murilo Antunes)

Vou fazer um pedido extra puxando a sardinha para ‘Nascente’, que tem grande importância para mim por marcar a minha entrada oficial no ‘Clube da Esquina’, além de ser a música que lançou o disco ‘Clube da Esquina 2′ e registro um inesquecível dueto de Milton comigo (de 1978).

Flávio Venturini

‘Canção do Novo Mundo’ (Beto Guedes / Ronaldo Bastos)

Nossa homenagem ao nosso grande ídolo, inspirador, John Lennon. Beatles foi uma das maiores referências para a maioria dos artistas, compositores e músicos mineiros daquela época. Em todas as nossas histórias com a música eles estavam presentes. Essa canção já sinaliza que nada, nem mesmo uma violência covarde irá apagar os nossos sonhos. Ele deixou o seu legado para muitas gerações que ainda estão por vir. É uma canção forte e emblemática.

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