‘Envelheci bem’, diz Paula Toller; cantora fala, aos 61 anos, sobre amor, política e futuro


Ex-Kid Abelha, cantora faz show em São Paulo neste sábado, relembra desconforto na primeira edição do Rock in Rio e descarta, por ora, turnê com antiga banda; leia entrevista

Por Gabriel Zorzetto
Atualização:

Como seu próprio sobrenome sugere, Paula Toller Amora sabe falar de amor e isso ninguém discute. Nos vocais do Kid Abelha, a carioca apaixonou o Brasil com hits como Pintura Íntima, Nada Sei e Como Eu Quero. O término do grupo em 2016, contudo, propiciou a cantora a mergulhar na sua almejada trajetória como artista solo. Ela está rodando o Brasil com a turnê Amorosa e se apresenta neste sábado, 9, no Vibra São Paulo, com ingressos esgotados, para um espetáculo que celebra os 40 anos de carreira.

A cantora Paula Toller está rodando o Brasil com a turnê 'Amorosa' e se apresenta neste sábado, 9, em São Paulo, no Vibra Hall, Foto: Leo Aversa/ Divulgação

“Sempre falei de amor de uma forma não óbvia. Se pegar minhas letras, em geral, estou tentando fugir dos clichês e evitar esse lado excessivamente sentimental, de que sem a outra pessoa a gente não vive. O amor não é um sentimento tosco, é algo construído”, conta Paula ao Estadão, por telefone, entre as mixagens de um novo registro audiovisual gravado no início do ano no Rio de Janeiro.

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Mesmo com o sucesso recente de turnês de bandas do pop/rock nacional, como Skank, Capital Inicial e Titãs, ela descartou um retorno iminente do grupo que integrava ao lado de George Israel e Bruno Fortunato. “O fim do Kid Abelha aconteceu naturalmente. Quando se é muito novo, você faz tudo em grupo, vai ao cinema junto, viaja junto, mas depois tem outros interesses, quer trabalhar com outras pessoas, outros estilos. Adorei a volta dos Titãs, mas não estou pensando em algo desse tipo agora”, explica.

Paula está com 61 anos. A musa dos anos 1980 disse não se sentir cobrada pela conservação da beleza. “Você perguntaria sobre isso a um artista homem?” – replicou ao repórter, antes de complementar – “As pessoas me elogiam e eu gosto. Tenho uma cobrança pessoal que não é necessariamente de beleza. Cuido do corpo e cabeça. Não é pra agradar ninguém em especial, é para eu me sentir bem e um respeito com o público. Eu envelheci bem”, conclui.

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Ela não nega, porém, o etarismo na indústria musical. “Existe sim, principalmente no showbusiness, onde precisamos de novidade o tempo todo. Mas eu me sinto bem, não sinto a necessidade de competir com ninguém. Não sou escrava do trabalho e durante os shows me sinto com 18 anos, muito melhor até, pois eu era muito tímida (risos)”, analisa.

Paula Toller está com 61 anos e disse não se sentir cobrada pela conservação da beleza. Foto: Pedro Loreto/ Divulgação

A cantora ainda lembrou o incômodo de tocar na primeira edição do Rock In Rio, em 1985. Na ocasião, o Kid Abelha abriu o dia de rock pesado, que tinha atrações como Scorpions e AC/DC. Em determinado momento, Paula chegou a mostrar o dedo do meio ao público em meio a uma chuva de vaias. “Foi um erro da organização do festival e ingenuidade nossa. Eu nem sabia que tinha feito isso, vi na internet. Foi um dia muito difícil, mas passado todo esse tempo, foi bom e aprendemos muita coisa”, rememora.

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O momento irado, inegavelmente, foi um ato de coragem e comum na geração dos artistas desregrados e irreverentes, algo raro nesta era de redes sociais e media training. “Hoje em dia você vai falar uma frase e tem que pensar se o verbo vai pegar bem ou pegar mal. Isso é uma tirania. Na geração atual, a pessoa já é empresária, já é influencer. Na minha época era bem diferente. A gente dava opinião em tudo e por isso havia tanta personalidade”, explica.

Segundo informações do jornal Valor Econômico, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, está sendo processado por Toller pela utilização não autorizada de uma música do Kid Abelha na campanha presidencial de 2018, a qual Haddad concorreu pelo PT.

Questionada se está satisfeita com o atual governo, ela evitou tomar partido. “Artista nenhum tem a obrigação de ser posicionar politicamente. Não vou responder essa pergunta diretamente, mas digo que recentemente entrei numa situação de fake news a meu respeito e sofri pedrada dos dois lados, da esquerda e da direita. Falando de futuro, eu rezo para o Brasil ter opções mais moderadas, mais democráticas, independentemente do que eu acho do governo atual ou do governo passado. Precisamos de gente nova, com a cabeça mais moderna. O Brasil precisa andar pra frente e não estou vendo isso”, opina.

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O show deste sábado, que marca o retorno de Paula à capital paulista, está com os ingressos esgotados. “O repertório tem músicas de todas as fases, é uma antologia, são os maiores hits, pra cantar do começo ao fim. Temos uma banda espetacular, com direção musical e participação especial do Liminha no violão, e cenários bem vibrantes do artista modernista Genaro de Carvalho. É um timaço e o show é festa”, adianta a cantora.

Paula Toller - Turnê ‘Amorosa’

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  • Onde: Vibra São Paulo
  • Data: 9 de março de 2024
  • Ingressos: esgotados

Como seu próprio sobrenome sugere, Paula Toller Amora sabe falar de amor e isso ninguém discute. Nos vocais do Kid Abelha, a carioca apaixonou o Brasil com hits como Pintura Íntima, Nada Sei e Como Eu Quero. O término do grupo em 2016, contudo, propiciou a cantora a mergulhar na sua almejada trajetória como artista solo. Ela está rodando o Brasil com a turnê Amorosa e se apresenta neste sábado, 9, no Vibra São Paulo, com ingressos esgotados, para um espetáculo que celebra os 40 anos de carreira.

A cantora Paula Toller está rodando o Brasil com a turnê 'Amorosa' e se apresenta neste sábado, 9, em São Paulo, no Vibra Hall, Foto: Leo Aversa/ Divulgação

“Sempre falei de amor de uma forma não óbvia. Se pegar minhas letras, em geral, estou tentando fugir dos clichês e evitar esse lado excessivamente sentimental, de que sem a outra pessoa a gente não vive. O amor não é um sentimento tosco, é algo construído”, conta Paula ao Estadão, por telefone, entre as mixagens de um novo registro audiovisual gravado no início do ano no Rio de Janeiro.

Mesmo com o sucesso recente de turnês de bandas do pop/rock nacional, como Skank, Capital Inicial e Titãs, ela descartou um retorno iminente do grupo que integrava ao lado de George Israel e Bruno Fortunato. “O fim do Kid Abelha aconteceu naturalmente. Quando se é muito novo, você faz tudo em grupo, vai ao cinema junto, viaja junto, mas depois tem outros interesses, quer trabalhar com outras pessoas, outros estilos. Adorei a volta dos Titãs, mas não estou pensando em algo desse tipo agora”, explica.

Paula está com 61 anos. A musa dos anos 1980 disse não se sentir cobrada pela conservação da beleza. “Você perguntaria sobre isso a um artista homem?” – replicou ao repórter, antes de complementar – “As pessoas me elogiam e eu gosto. Tenho uma cobrança pessoal que não é necessariamente de beleza. Cuido do corpo e cabeça. Não é pra agradar ninguém em especial, é para eu me sentir bem e um respeito com o público. Eu envelheci bem”, conclui.

Ela não nega, porém, o etarismo na indústria musical. “Existe sim, principalmente no showbusiness, onde precisamos de novidade o tempo todo. Mas eu me sinto bem, não sinto a necessidade de competir com ninguém. Não sou escrava do trabalho e durante os shows me sinto com 18 anos, muito melhor até, pois eu era muito tímida (risos)”, analisa.

Paula Toller está com 61 anos e disse não se sentir cobrada pela conservação da beleza. Foto: Pedro Loreto/ Divulgação

A cantora ainda lembrou o incômodo de tocar na primeira edição do Rock In Rio, em 1985. Na ocasião, o Kid Abelha abriu o dia de rock pesado, que tinha atrações como Scorpions e AC/DC. Em determinado momento, Paula chegou a mostrar o dedo do meio ao público em meio a uma chuva de vaias. “Foi um erro da organização do festival e ingenuidade nossa. Eu nem sabia que tinha feito isso, vi na internet. Foi um dia muito difícil, mas passado todo esse tempo, foi bom e aprendemos muita coisa”, rememora.

O momento irado, inegavelmente, foi um ato de coragem e comum na geração dos artistas desregrados e irreverentes, algo raro nesta era de redes sociais e media training. “Hoje em dia você vai falar uma frase e tem que pensar se o verbo vai pegar bem ou pegar mal. Isso é uma tirania. Na geração atual, a pessoa já é empresária, já é influencer. Na minha época era bem diferente. A gente dava opinião em tudo e por isso havia tanta personalidade”, explica.

Segundo informações do jornal Valor Econômico, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, está sendo processado por Toller pela utilização não autorizada de uma música do Kid Abelha na campanha presidencial de 2018, a qual Haddad concorreu pelo PT.

Questionada se está satisfeita com o atual governo, ela evitou tomar partido. “Artista nenhum tem a obrigação de ser posicionar politicamente. Não vou responder essa pergunta diretamente, mas digo que recentemente entrei numa situação de fake news a meu respeito e sofri pedrada dos dois lados, da esquerda e da direita. Falando de futuro, eu rezo para o Brasil ter opções mais moderadas, mais democráticas, independentemente do que eu acho do governo atual ou do governo passado. Precisamos de gente nova, com a cabeça mais moderna. O Brasil precisa andar pra frente e não estou vendo isso”, opina.

O show deste sábado, que marca o retorno de Paula à capital paulista, está com os ingressos esgotados. “O repertório tem músicas de todas as fases, é uma antologia, são os maiores hits, pra cantar do começo ao fim. Temos uma banda espetacular, com direção musical e participação especial do Liminha no violão, e cenários bem vibrantes do artista modernista Genaro de Carvalho. É um timaço e o show é festa”, adianta a cantora.

Paula Toller - Turnê ‘Amorosa’

  • Onde: Vibra São Paulo
  • Data: 9 de março de 2024
  • Ingressos: esgotados

Como seu próprio sobrenome sugere, Paula Toller Amora sabe falar de amor e isso ninguém discute. Nos vocais do Kid Abelha, a carioca apaixonou o Brasil com hits como Pintura Íntima, Nada Sei e Como Eu Quero. O término do grupo em 2016, contudo, propiciou a cantora a mergulhar na sua almejada trajetória como artista solo. Ela está rodando o Brasil com a turnê Amorosa e se apresenta neste sábado, 9, no Vibra São Paulo, com ingressos esgotados, para um espetáculo que celebra os 40 anos de carreira.

A cantora Paula Toller está rodando o Brasil com a turnê 'Amorosa' e se apresenta neste sábado, 9, em São Paulo, no Vibra Hall, Foto: Leo Aversa/ Divulgação

“Sempre falei de amor de uma forma não óbvia. Se pegar minhas letras, em geral, estou tentando fugir dos clichês e evitar esse lado excessivamente sentimental, de que sem a outra pessoa a gente não vive. O amor não é um sentimento tosco, é algo construído”, conta Paula ao Estadão, por telefone, entre as mixagens de um novo registro audiovisual gravado no início do ano no Rio de Janeiro.

Mesmo com o sucesso recente de turnês de bandas do pop/rock nacional, como Skank, Capital Inicial e Titãs, ela descartou um retorno iminente do grupo que integrava ao lado de George Israel e Bruno Fortunato. “O fim do Kid Abelha aconteceu naturalmente. Quando se é muito novo, você faz tudo em grupo, vai ao cinema junto, viaja junto, mas depois tem outros interesses, quer trabalhar com outras pessoas, outros estilos. Adorei a volta dos Titãs, mas não estou pensando em algo desse tipo agora”, explica.

Paula está com 61 anos. A musa dos anos 1980 disse não se sentir cobrada pela conservação da beleza. “Você perguntaria sobre isso a um artista homem?” – replicou ao repórter, antes de complementar – “As pessoas me elogiam e eu gosto. Tenho uma cobrança pessoal que não é necessariamente de beleza. Cuido do corpo e cabeça. Não é pra agradar ninguém em especial, é para eu me sentir bem e um respeito com o público. Eu envelheci bem”, conclui.

Ela não nega, porém, o etarismo na indústria musical. “Existe sim, principalmente no showbusiness, onde precisamos de novidade o tempo todo. Mas eu me sinto bem, não sinto a necessidade de competir com ninguém. Não sou escrava do trabalho e durante os shows me sinto com 18 anos, muito melhor até, pois eu era muito tímida (risos)”, analisa.

Paula Toller está com 61 anos e disse não se sentir cobrada pela conservação da beleza. Foto: Pedro Loreto/ Divulgação

A cantora ainda lembrou o incômodo de tocar na primeira edição do Rock In Rio, em 1985. Na ocasião, o Kid Abelha abriu o dia de rock pesado, que tinha atrações como Scorpions e AC/DC. Em determinado momento, Paula chegou a mostrar o dedo do meio ao público em meio a uma chuva de vaias. “Foi um erro da organização do festival e ingenuidade nossa. Eu nem sabia que tinha feito isso, vi na internet. Foi um dia muito difícil, mas passado todo esse tempo, foi bom e aprendemos muita coisa”, rememora.

O momento irado, inegavelmente, foi um ato de coragem e comum na geração dos artistas desregrados e irreverentes, algo raro nesta era de redes sociais e media training. “Hoje em dia você vai falar uma frase e tem que pensar se o verbo vai pegar bem ou pegar mal. Isso é uma tirania. Na geração atual, a pessoa já é empresária, já é influencer. Na minha época era bem diferente. A gente dava opinião em tudo e por isso havia tanta personalidade”, explica.

Segundo informações do jornal Valor Econômico, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, está sendo processado por Toller pela utilização não autorizada de uma música do Kid Abelha na campanha presidencial de 2018, a qual Haddad concorreu pelo PT.

Questionada se está satisfeita com o atual governo, ela evitou tomar partido. “Artista nenhum tem a obrigação de ser posicionar politicamente. Não vou responder essa pergunta diretamente, mas digo que recentemente entrei numa situação de fake news a meu respeito e sofri pedrada dos dois lados, da esquerda e da direita. Falando de futuro, eu rezo para o Brasil ter opções mais moderadas, mais democráticas, independentemente do que eu acho do governo atual ou do governo passado. Precisamos de gente nova, com a cabeça mais moderna. O Brasil precisa andar pra frente e não estou vendo isso”, opina.

O show deste sábado, que marca o retorno de Paula à capital paulista, está com os ingressos esgotados. “O repertório tem músicas de todas as fases, é uma antologia, são os maiores hits, pra cantar do começo ao fim. Temos uma banda espetacular, com direção musical e participação especial do Liminha no violão, e cenários bem vibrantes do artista modernista Genaro de Carvalho. É um timaço e o show é festa”, adianta a cantora.

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  • Onde: Vibra São Paulo
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Como seu próprio sobrenome sugere, Paula Toller Amora sabe falar de amor e isso ninguém discute. Nos vocais do Kid Abelha, a carioca apaixonou o Brasil com hits como Pintura Íntima, Nada Sei e Como Eu Quero. O término do grupo em 2016, contudo, propiciou a cantora a mergulhar na sua almejada trajetória como artista solo. Ela está rodando o Brasil com a turnê Amorosa e se apresenta neste sábado, 9, no Vibra São Paulo, com ingressos esgotados, para um espetáculo que celebra os 40 anos de carreira.

A cantora Paula Toller está rodando o Brasil com a turnê 'Amorosa' e se apresenta neste sábado, 9, em São Paulo, no Vibra Hall, Foto: Leo Aversa/ Divulgação

“Sempre falei de amor de uma forma não óbvia. Se pegar minhas letras, em geral, estou tentando fugir dos clichês e evitar esse lado excessivamente sentimental, de que sem a outra pessoa a gente não vive. O amor não é um sentimento tosco, é algo construído”, conta Paula ao Estadão, por telefone, entre as mixagens de um novo registro audiovisual gravado no início do ano no Rio de Janeiro.

Mesmo com o sucesso recente de turnês de bandas do pop/rock nacional, como Skank, Capital Inicial e Titãs, ela descartou um retorno iminente do grupo que integrava ao lado de George Israel e Bruno Fortunato. “O fim do Kid Abelha aconteceu naturalmente. Quando se é muito novo, você faz tudo em grupo, vai ao cinema junto, viaja junto, mas depois tem outros interesses, quer trabalhar com outras pessoas, outros estilos. Adorei a volta dos Titãs, mas não estou pensando em algo desse tipo agora”, explica.

Paula está com 61 anos. A musa dos anos 1980 disse não se sentir cobrada pela conservação da beleza. “Você perguntaria sobre isso a um artista homem?” – replicou ao repórter, antes de complementar – “As pessoas me elogiam e eu gosto. Tenho uma cobrança pessoal que não é necessariamente de beleza. Cuido do corpo e cabeça. Não é pra agradar ninguém em especial, é para eu me sentir bem e um respeito com o público. Eu envelheci bem”, conclui.

Ela não nega, porém, o etarismo na indústria musical. “Existe sim, principalmente no showbusiness, onde precisamos de novidade o tempo todo. Mas eu me sinto bem, não sinto a necessidade de competir com ninguém. Não sou escrava do trabalho e durante os shows me sinto com 18 anos, muito melhor até, pois eu era muito tímida (risos)”, analisa.

Paula Toller está com 61 anos e disse não se sentir cobrada pela conservação da beleza. Foto: Pedro Loreto/ Divulgação

A cantora ainda lembrou o incômodo de tocar na primeira edição do Rock In Rio, em 1985. Na ocasião, o Kid Abelha abriu o dia de rock pesado, que tinha atrações como Scorpions e AC/DC. Em determinado momento, Paula chegou a mostrar o dedo do meio ao público em meio a uma chuva de vaias. “Foi um erro da organização do festival e ingenuidade nossa. Eu nem sabia que tinha feito isso, vi na internet. Foi um dia muito difícil, mas passado todo esse tempo, foi bom e aprendemos muita coisa”, rememora.

O momento irado, inegavelmente, foi um ato de coragem e comum na geração dos artistas desregrados e irreverentes, algo raro nesta era de redes sociais e media training. “Hoje em dia você vai falar uma frase e tem que pensar se o verbo vai pegar bem ou pegar mal. Isso é uma tirania. Na geração atual, a pessoa já é empresária, já é influencer. Na minha época era bem diferente. A gente dava opinião em tudo e por isso havia tanta personalidade”, explica.

Segundo informações do jornal Valor Econômico, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, está sendo processado por Toller pela utilização não autorizada de uma música do Kid Abelha na campanha presidencial de 2018, a qual Haddad concorreu pelo PT.

Questionada se está satisfeita com o atual governo, ela evitou tomar partido. “Artista nenhum tem a obrigação de ser posicionar politicamente. Não vou responder essa pergunta diretamente, mas digo que recentemente entrei numa situação de fake news a meu respeito e sofri pedrada dos dois lados, da esquerda e da direita. Falando de futuro, eu rezo para o Brasil ter opções mais moderadas, mais democráticas, independentemente do que eu acho do governo atual ou do governo passado. Precisamos de gente nova, com a cabeça mais moderna. O Brasil precisa andar pra frente e não estou vendo isso”, opina.

O show deste sábado, que marca o retorno de Paula à capital paulista, está com os ingressos esgotados. “O repertório tem músicas de todas as fases, é uma antologia, são os maiores hits, pra cantar do começo ao fim. Temos uma banda espetacular, com direção musical e participação especial do Liminha no violão, e cenários bem vibrantes do artista modernista Genaro de Carvalho. É um timaço e o show é festa”, adianta a cantora.

Paula Toller - Turnê ‘Amorosa’

  • Onde: Vibra São Paulo
  • Data: 9 de março de 2024
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Como seu próprio sobrenome sugere, Paula Toller Amora sabe falar de amor e isso ninguém discute. Nos vocais do Kid Abelha, a carioca apaixonou o Brasil com hits como Pintura Íntima, Nada Sei e Como Eu Quero. O término do grupo em 2016, contudo, propiciou a cantora a mergulhar na sua almejada trajetória como artista solo. Ela está rodando o Brasil com a turnê Amorosa e se apresenta neste sábado, 9, no Vibra São Paulo, com ingressos esgotados, para um espetáculo que celebra os 40 anos de carreira.

A cantora Paula Toller está rodando o Brasil com a turnê 'Amorosa' e se apresenta neste sábado, 9, em São Paulo, no Vibra Hall, Foto: Leo Aversa/ Divulgação

“Sempre falei de amor de uma forma não óbvia. Se pegar minhas letras, em geral, estou tentando fugir dos clichês e evitar esse lado excessivamente sentimental, de que sem a outra pessoa a gente não vive. O amor não é um sentimento tosco, é algo construído”, conta Paula ao Estadão, por telefone, entre as mixagens de um novo registro audiovisual gravado no início do ano no Rio de Janeiro.

Mesmo com o sucesso recente de turnês de bandas do pop/rock nacional, como Skank, Capital Inicial e Titãs, ela descartou um retorno iminente do grupo que integrava ao lado de George Israel e Bruno Fortunato. “O fim do Kid Abelha aconteceu naturalmente. Quando se é muito novo, você faz tudo em grupo, vai ao cinema junto, viaja junto, mas depois tem outros interesses, quer trabalhar com outras pessoas, outros estilos. Adorei a volta dos Titãs, mas não estou pensando em algo desse tipo agora”, explica.

Paula está com 61 anos. A musa dos anos 1980 disse não se sentir cobrada pela conservação da beleza. “Você perguntaria sobre isso a um artista homem?” – replicou ao repórter, antes de complementar – “As pessoas me elogiam e eu gosto. Tenho uma cobrança pessoal que não é necessariamente de beleza. Cuido do corpo e cabeça. Não é pra agradar ninguém em especial, é para eu me sentir bem e um respeito com o público. Eu envelheci bem”, conclui.

Ela não nega, porém, o etarismo na indústria musical. “Existe sim, principalmente no showbusiness, onde precisamos de novidade o tempo todo. Mas eu me sinto bem, não sinto a necessidade de competir com ninguém. Não sou escrava do trabalho e durante os shows me sinto com 18 anos, muito melhor até, pois eu era muito tímida (risos)”, analisa.

Paula Toller está com 61 anos e disse não se sentir cobrada pela conservação da beleza. Foto: Pedro Loreto/ Divulgação

A cantora ainda lembrou o incômodo de tocar na primeira edição do Rock In Rio, em 1985. Na ocasião, o Kid Abelha abriu o dia de rock pesado, que tinha atrações como Scorpions e AC/DC. Em determinado momento, Paula chegou a mostrar o dedo do meio ao público em meio a uma chuva de vaias. “Foi um erro da organização do festival e ingenuidade nossa. Eu nem sabia que tinha feito isso, vi na internet. Foi um dia muito difícil, mas passado todo esse tempo, foi bom e aprendemos muita coisa”, rememora.

O momento irado, inegavelmente, foi um ato de coragem e comum na geração dos artistas desregrados e irreverentes, algo raro nesta era de redes sociais e media training. “Hoje em dia você vai falar uma frase e tem que pensar se o verbo vai pegar bem ou pegar mal. Isso é uma tirania. Na geração atual, a pessoa já é empresária, já é influencer. Na minha época era bem diferente. A gente dava opinião em tudo e por isso havia tanta personalidade”, explica.

Segundo informações do jornal Valor Econômico, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, está sendo processado por Toller pela utilização não autorizada de uma música do Kid Abelha na campanha presidencial de 2018, a qual Haddad concorreu pelo PT.

Questionada se está satisfeita com o atual governo, ela evitou tomar partido. “Artista nenhum tem a obrigação de ser posicionar politicamente. Não vou responder essa pergunta diretamente, mas digo que recentemente entrei numa situação de fake news a meu respeito e sofri pedrada dos dois lados, da esquerda e da direita. Falando de futuro, eu rezo para o Brasil ter opções mais moderadas, mais democráticas, independentemente do que eu acho do governo atual ou do governo passado. Precisamos de gente nova, com a cabeça mais moderna. O Brasil precisa andar pra frente e não estou vendo isso”, opina.

O show deste sábado, que marca o retorno de Paula à capital paulista, está com os ingressos esgotados. “O repertório tem músicas de todas as fases, é uma antologia, são os maiores hits, pra cantar do começo ao fim. Temos uma banda espetacular, com direção musical e participação especial do Liminha no violão, e cenários bem vibrantes do artista modernista Genaro de Carvalho. É um timaço e o show é festa”, adianta a cantora.

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