Escolha de Thierry Fischer para Osesp traz mais incógnitas do que certezas


Será que um regente suíço é a melhor escolha para uma orquestra que deseja mergulhar mais fundo na produção latino-americana?

Por Redação
Atualização:

Há descompasso entre os três anunciados pilares da Osesp sob a batuta do novo regente titular – elevação da qualidade musical da orquestra; ênfase no repertório latino-americano, maior inserção do grupo nas cenas nacional e internacional – e a escolha de Thierry Fischer. Ou talvez alguns pontos de interrogação. Será que um regente suíço é a melhor escolha para uma orquestra que deseja mergulhar mais fundo na produção latino-americana? Afinal, sua maior experiência, afora os 13 anos à frente da Sinfônica de Utah (orquestra de segunda linha nos EUA), é o trabalho à frente de duas filarmônicas asiáticas (de Seul, na Coreia, e Nagoya, no Japão). Na Europa, seu vínculo foi com a Orquestra da BBC galesa.

Um rápido passeio por suas gravações disponíveis nas plataformas digitais indica postura convencional. Dizer que sua especialidade é a Sinfonia Fantástica de Berlioz soa como afirmar que as nove sinfonias de Beethoven são especialidade de determinado regente: todo maestro tem de fazer da Fantástica e das nove de Beethoven sua especialidade. Mas sua vivência em várias latitudes do planeta deve ter-lhe permitido potencializar sua capacidade de adaptação aos mais variados contextos.

Fischer.'A música carrega uma mensagem de esperança para as pessoas' Foto: HÉLVIO ROMERO/ESTADÃO
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Suas maiores ousadias em música do século 20 e contemporânea aconteceram em registros das músicas de balés de Stravinski com Utah; e, em 2016, dois CDs: o primeiro com a Orquestra da BBC de Gales e a violinista Baiba Skride, concertos de Stravinski e de dois suíços, Martin e Honegger; e, com Utah, um interessante passeio por música norte-americana contemporânea com três premières mundiais de obras de Augusta Read Thomas, Andrew Norman e Nico Muhy.

Outro ponto questionável: com oito semanas por aqui em 2020 será praticamente impossível conhecer melhor nossa realidade. O acréscimo de mais quatro semanas ainda deixará um vácuo enorme que o impedirá – como, aliás, impediu a regente norte-americana Marin Alsop – de ter um mínimo entrosamento com a realidade paulistana.

Os dois ótimos concertos com a Osesp em 2016 e 2018, entretanto, podem ser aperitivos de um belo trabalho. Saudemos sua intenção de aprender português “e, a médio prazo, residir boa parte do ano em São Paulo”.

Há descompasso entre os três anunciados pilares da Osesp sob a batuta do novo regente titular – elevação da qualidade musical da orquestra; ênfase no repertório latino-americano, maior inserção do grupo nas cenas nacional e internacional – e a escolha de Thierry Fischer. Ou talvez alguns pontos de interrogação. Será que um regente suíço é a melhor escolha para uma orquestra que deseja mergulhar mais fundo na produção latino-americana? Afinal, sua maior experiência, afora os 13 anos à frente da Sinfônica de Utah (orquestra de segunda linha nos EUA), é o trabalho à frente de duas filarmônicas asiáticas (de Seul, na Coreia, e Nagoya, no Japão). Na Europa, seu vínculo foi com a Orquestra da BBC galesa.

Um rápido passeio por suas gravações disponíveis nas plataformas digitais indica postura convencional. Dizer que sua especialidade é a Sinfonia Fantástica de Berlioz soa como afirmar que as nove sinfonias de Beethoven são especialidade de determinado regente: todo maestro tem de fazer da Fantástica e das nove de Beethoven sua especialidade. Mas sua vivência em várias latitudes do planeta deve ter-lhe permitido potencializar sua capacidade de adaptação aos mais variados contextos.

Fischer.'A música carrega uma mensagem de esperança para as pessoas' Foto: HÉLVIO ROMERO/ESTADÃO

Suas maiores ousadias em música do século 20 e contemporânea aconteceram em registros das músicas de balés de Stravinski com Utah; e, em 2016, dois CDs: o primeiro com a Orquestra da BBC de Gales e a violinista Baiba Skride, concertos de Stravinski e de dois suíços, Martin e Honegger; e, com Utah, um interessante passeio por música norte-americana contemporânea com três premières mundiais de obras de Augusta Read Thomas, Andrew Norman e Nico Muhy.

Outro ponto questionável: com oito semanas por aqui em 2020 será praticamente impossível conhecer melhor nossa realidade. O acréscimo de mais quatro semanas ainda deixará um vácuo enorme que o impedirá – como, aliás, impediu a regente norte-americana Marin Alsop – de ter um mínimo entrosamento com a realidade paulistana.

Os dois ótimos concertos com a Osesp em 2016 e 2018, entretanto, podem ser aperitivos de um belo trabalho. Saudemos sua intenção de aprender português “e, a médio prazo, residir boa parte do ano em São Paulo”.

Há descompasso entre os três anunciados pilares da Osesp sob a batuta do novo regente titular – elevação da qualidade musical da orquestra; ênfase no repertório latino-americano, maior inserção do grupo nas cenas nacional e internacional – e a escolha de Thierry Fischer. Ou talvez alguns pontos de interrogação. Será que um regente suíço é a melhor escolha para uma orquestra que deseja mergulhar mais fundo na produção latino-americana? Afinal, sua maior experiência, afora os 13 anos à frente da Sinfônica de Utah (orquestra de segunda linha nos EUA), é o trabalho à frente de duas filarmônicas asiáticas (de Seul, na Coreia, e Nagoya, no Japão). Na Europa, seu vínculo foi com a Orquestra da BBC galesa.

Um rápido passeio por suas gravações disponíveis nas plataformas digitais indica postura convencional. Dizer que sua especialidade é a Sinfonia Fantástica de Berlioz soa como afirmar que as nove sinfonias de Beethoven são especialidade de determinado regente: todo maestro tem de fazer da Fantástica e das nove de Beethoven sua especialidade. Mas sua vivência em várias latitudes do planeta deve ter-lhe permitido potencializar sua capacidade de adaptação aos mais variados contextos.

Fischer.'A música carrega uma mensagem de esperança para as pessoas' Foto: HÉLVIO ROMERO/ESTADÃO

Suas maiores ousadias em música do século 20 e contemporânea aconteceram em registros das músicas de balés de Stravinski com Utah; e, em 2016, dois CDs: o primeiro com a Orquestra da BBC de Gales e a violinista Baiba Skride, concertos de Stravinski e de dois suíços, Martin e Honegger; e, com Utah, um interessante passeio por música norte-americana contemporânea com três premières mundiais de obras de Augusta Read Thomas, Andrew Norman e Nico Muhy.

Outro ponto questionável: com oito semanas por aqui em 2020 será praticamente impossível conhecer melhor nossa realidade. O acréscimo de mais quatro semanas ainda deixará um vácuo enorme que o impedirá – como, aliás, impediu a regente norte-americana Marin Alsop – de ter um mínimo entrosamento com a realidade paulistana.

Os dois ótimos concertos com a Osesp em 2016 e 2018, entretanto, podem ser aperitivos de um belo trabalho. Saudemos sua intenção de aprender português “e, a médio prazo, residir boa parte do ano em São Paulo”.

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