Especial revê trajetória de Renato Russo


No Por Trás da Fama desta terça, pelo Multishow, baterista Fê Lemos aponta nova versão para o início da carreira do cantor

Por Agencia Estado

No programa da série Por Trás da Fama, que o canal Multishow transmite nesta terça-feira às 21h30, uma das histórias acerca da gênese da banda brasiliense liderada pelo cantor e compositor Renato Russo (1960-1996) tem sua versão real revelada de maneira tranqüila pelo baterista do grupo Capital Inicial, Fê Lemos. Até então, rezava a lenda que o nome Aborto Elétrico teria sido inspirado em um cassetete elétrico usado pela repressão política intensificada na década de 70. Tal instrumento teria posto fim à gravidez de uma amiga de Renato, que, durante uma passeata estudantil, foi duramente espancada. Imagem forte que ia bem ao encontro da urgência punk dos garotos do Distrito Federal. Entretanto, Fê Lemos desmonta a crença ao afirmar que, na verdade, ele havia lido um artigo sobre a obscura banda psicodélica Eletric Flag, publicado num semanário musical inglês. "Li a máteria mas nunca cheguei a ouvir a banda", confessa. Mesmo assim, Lemos propôs uma mutação da expressão para dar nome ao seu iniciante grupo. "Eu queria Tijolo Elétrico, o que foi motivo de piada para todos´´, continua. "Até o guitarrista André Pretoris gritar: ´O nome tem de ser Aborto Elétrico´", conta. Segundo Lemos, a versão do cassetete foi uma criação de Russo, um músico com formação universitária de jornalista. "Uma mentirinha para a imprensa, ele sabia muito bem que mais importante que o fato é a sua versão", diz o baterista. "Renato tinha idéias e organizava o desespero." Pode-se dizer que é essa a revelação "bombástica" do especial. Ele segue com informações de domínio público, ao menos para os fãs mais fiéis, e passa pela curta vida do Aborto Elétrico, que foi formado em 1979 e, em fins de 1981, já mostrava sinais de desgaste. A crise teve início quando do aparecimento de músicas como Química, que, no entender de Lemos, passava ao largo da cartilha punk determinante para a crítica social de canções como Que País é Este?. Ele chega a cantarolar, com certo ar de deboche, o trecho: "Não saco nada de física/ literatura, gramática/ só gosto de educação sexual/ eu odeio química/ química". "Achei aquilo horrível, falei pro Renato que ele estava decaindo como letrista." O legionário Dado Villa-Lobos lembra que o fim do Aborto Elétrico foi causado por uma baqueta arremessada em Renato por Lemos. "Num show em Taguatinga, o Renato errou uma nota e o Fê jogou a baqueta lá de trás na cabeça dele, dizendo para que tocasse direito", diz o guitarrista. Voz e violão - Banda finada, o cantor deu vasão a sua faceta folk e passou a apresentar-se como o Trovador Solitário. Munido apenas de um violão, Renato abria os shows das bandas da cidade - Plebe Rude, XXX e Capital Inicial - interpretando suas novas composições épicas Eduardo e Mônica e Faroeste Caboclo. "Eram shows aos quais só mesmo a nossa galera ia, por isso ninguém estranhava muito aquela onda de música com violão", lembra Ronaldo Pereira, baterista do também brasiliense Finis Africae e atualmente empresário do grupo Autoramas. "Durante as apresentações do Trovador, ficávamos jogando moedas e chamando ele de Nélson Gonçalves e Waldick Soriano", diz Philipe Seabra, vocalista e guitarrista do Plebe Rude. "Mesmo assim, ele levava tudo na brincadeira, éramos um bando de moleques." O Legião Urbana deu os primeiros passos em 1983. Num primeiro momento, a banda teria apenas dois integrantes fixos: os fundadores Renato Russo e o baterista Marcelo Bonfá. Os outros músicos fariam participações eventuais. "Essa seria a idéia de Legião Urbana, ou seja, a cidade inteira participando" explica Dado, que entrou no grupo substituindo o guitarrista virtuose Lambari, totalmente estranho à estética pós-punk inglesa adotada pelo Legião Urbana. "Eu escolhia todos os meninos bonitinhos e via se eles tinham um mínimo de talento musical", ironizou o vocalista, anos mais tarde. "Vi os primeiros shows do Legião ainda no circuito underground paulista e fiquei completamente chapado´´, diz Nasi, vocalista do grupo Ira!. Ele lembra que os moicanos paulistas surpreendiam-se com aquela banda que mesclava agressividade e lirismo. "Eles tinham toda a atitute e performance punks envolta numa atmosfera ultra-romântica." Estouro - Ironicamente, foi a gravação dos Paralamas do Sucesso para a música Química que tirou o Legião Urbana do anonimato. Presente no repertório do primeiro disco de Herbert Vianna e companhia, a canção deixou os empresários da gravadora EMI entusiasmados. "Quando nos viram tomaram um susto porque era mais um trio de Brasília com vocalista de óculos", dizia Renato. O primeiro compacto trazia os hits instantâneos Geração Coca-Cola e Será, que estariam presentes no primeiro disco homônimo da banda. O megassucesso aproximava-se. E a rebordosa também. O tumultuado show no estádio Pelezão, em Brasília, em 1988, com um saldo de 385 feridos e o discurso inflamado de um perplexo Renato Russo é sintoma da histeria. O documentário faz referências aos excessos, em especial ao álcool e à cocaína, que sempre permearam o estilo de vida de Russo. Traz também o peso do termo messias, que passou a ser um sinônimo incômodo ao músico; a decisão corajosa de assumir a condição de homossexual e fazer disso seu principal estandarte. "Eu amo quem eu quiser´´, bradou ele, durante apresentação em Porto Alegre. As inúmeras crises de depressão e a morte decorrente de complicações da aids pontuam o documentário. "Renato Russo foi o nosso Jim Morrison (vocalista do mítico grupo americano The Doors, morto por overdose em 1971), ele foi aos extremos e nos deixou um legado de selvageria e lirismo", compara Nasi. "Sem dúvida, o melhor cantor da nossa geração."

No programa da série Por Trás da Fama, que o canal Multishow transmite nesta terça-feira às 21h30, uma das histórias acerca da gênese da banda brasiliense liderada pelo cantor e compositor Renato Russo (1960-1996) tem sua versão real revelada de maneira tranqüila pelo baterista do grupo Capital Inicial, Fê Lemos. Até então, rezava a lenda que o nome Aborto Elétrico teria sido inspirado em um cassetete elétrico usado pela repressão política intensificada na década de 70. Tal instrumento teria posto fim à gravidez de uma amiga de Renato, que, durante uma passeata estudantil, foi duramente espancada. Imagem forte que ia bem ao encontro da urgência punk dos garotos do Distrito Federal. Entretanto, Fê Lemos desmonta a crença ao afirmar que, na verdade, ele havia lido um artigo sobre a obscura banda psicodélica Eletric Flag, publicado num semanário musical inglês. "Li a máteria mas nunca cheguei a ouvir a banda", confessa. Mesmo assim, Lemos propôs uma mutação da expressão para dar nome ao seu iniciante grupo. "Eu queria Tijolo Elétrico, o que foi motivo de piada para todos´´, continua. "Até o guitarrista André Pretoris gritar: ´O nome tem de ser Aborto Elétrico´", conta. Segundo Lemos, a versão do cassetete foi uma criação de Russo, um músico com formação universitária de jornalista. "Uma mentirinha para a imprensa, ele sabia muito bem que mais importante que o fato é a sua versão", diz o baterista. "Renato tinha idéias e organizava o desespero." Pode-se dizer que é essa a revelação "bombástica" do especial. Ele segue com informações de domínio público, ao menos para os fãs mais fiéis, e passa pela curta vida do Aborto Elétrico, que foi formado em 1979 e, em fins de 1981, já mostrava sinais de desgaste. A crise teve início quando do aparecimento de músicas como Química, que, no entender de Lemos, passava ao largo da cartilha punk determinante para a crítica social de canções como Que País é Este?. Ele chega a cantarolar, com certo ar de deboche, o trecho: "Não saco nada de física/ literatura, gramática/ só gosto de educação sexual/ eu odeio química/ química". "Achei aquilo horrível, falei pro Renato que ele estava decaindo como letrista." O legionário Dado Villa-Lobos lembra que o fim do Aborto Elétrico foi causado por uma baqueta arremessada em Renato por Lemos. "Num show em Taguatinga, o Renato errou uma nota e o Fê jogou a baqueta lá de trás na cabeça dele, dizendo para que tocasse direito", diz o guitarrista. Voz e violão - Banda finada, o cantor deu vasão a sua faceta folk e passou a apresentar-se como o Trovador Solitário. Munido apenas de um violão, Renato abria os shows das bandas da cidade - Plebe Rude, XXX e Capital Inicial - interpretando suas novas composições épicas Eduardo e Mônica e Faroeste Caboclo. "Eram shows aos quais só mesmo a nossa galera ia, por isso ninguém estranhava muito aquela onda de música com violão", lembra Ronaldo Pereira, baterista do também brasiliense Finis Africae e atualmente empresário do grupo Autoramas. "Durante as apresentações do Trovador, ficávamos jogando moedas e chamando ele de Nélson Gonçalves e Waldick Soriano", diz Philipe Seabra, vocalista e guitarrista do Plebe Rude. "Mesmo assim, ele levava tudo na brincadeira, éramos um bando de moleques." O Legião Urbana deu os primeiros passos em 1983. Num primeiro momento, a banda teria apenas dois integrantes fixos: os fundadores Renato Russo e o baterista Marcelo Bonfá. Os outros músicos fariam participações eventuais. "Essa seria a idéia de Legião Urbana, ou seja, a cidade inteira participando" explica Dado, que entrou no grupo substituindo o guitarrista virtuose Lambari, totalmente estranho à estética pós-punk inglesa adotada pelo Legião Urbana. "Eu escolhia todos os meninos bonitinhos e via se eles tinham um mínimo de talento musical", ironizou o vocalista, anos mais tarde. "Vi os primeiros shows do Legião ainda no circuito underground paulista e fiquei completamente chapado´´, diz Nasi, vocalista do grupo Ira!. Ele lembra que os moicanos paulistas surpreendiam-se com aquela banda que mesclava agressividade e lirismo. "Eles tinham toda a atitute e performance punks envolta numa atmosfera ultra-romântica." Estouro - Ironicamente, foi a gravação dos Paralamas do Sucesso para a música Química que tirou o Legião Urbana do anonimato. Presente no repertório do primeiro disco de Herbert Vianna e companhia, a canção deixou os empresários da gravadora EMI entusiasmados. "Quando nos viram tomaram um susto porque era mais um trio de Brasília com vocalista de óculos", dizia Renato. O primeiro compacto trazia os hits instantâneos Geração Coca-Cola e Será, que estariam presentes no primeiro disco homônimo da banda. O megassucesso aproximava-se. E a rebordosa também. O tumultuado show no estádio Pelezão, em Brasília, em 1988, com um saldo de 385 feridos e o discurso inflamado de um perplexo Renato Russo é sintoma da histeria. O documentário faz referências aos excessos, em especial ao álcool e à cocaína, que sempre permearam o estilo de vida de Russo. Traz também o peso do termo messias, que passou a ser um sinônimo incômodo ao músico; a decisão corajosa de assumir a condição de homossexual e fazer disso seu principal estandarte. "Eu amo quem eu quiser´´, bradou ele, durante apresentação em Porto Alegre. As inúmeras crises de depressão e a morte decorrente de complicações da aids pontuam o documentário. "Renato Russo foi o nosso Jim Morrison (vocalista do mítico grupo americano The Doors, morto por overdose em 1971), ele foi aos extremos e nos deixou um legado de selvageria e lirismo", compara Nasi. "Sem dúvida, o melhor cantor da nossa geração."

No programa da série Por Trás da Fama, que o canal Multishow transmite nesta terça-feira às 21h30, uma das histórias acerca da gênese da banda brasiliense liderada pelo cantor e compositor Renato Russo (1960-1996) tem sua versão real revelada de maneira tranqüila pelo baterista do grupo Capital Inicial, Fê Lemos. Até então, rezava a lenda que o nome Aborto Elétrico teria sido inspirado em um cassetete elétrico usado pela repressão política intensificada na década de 70. Tal instrumento teria posto fim à gravidez de uma amiga de Renato, que, durante uma passeata estudantil, foi duramente espancada. Imagem forte que ia bem ao encontro da urgência punk dos garotos do Distrito Federal. Entretanto, Fê Lemos desmonta a crença ao afirmar que, na verdade, ele havia lido um artigo sobre a obscura banda psicodélica Eletric Flag, publicado num semanário musical inglês. "Li a máteria mas nunca cheguei a ouvir a banda", confessa. Mesmo assim, Lemos propôs uma mutação da expressão para dar nome ao seu iniciante grupo. "Eu queria Tijolo Elétrico, o que foi motivo de piada para todos´´, continua. "Até o guitarrista André Pretoris gritar: ´O nome tem de ser Aborto Elétrico´", conta. Segundo Lemos, a versão do cassetete foi uma criação de Russo, um músico com formação universitária de jornalista. "Uma mentirinha para a imprensa, ele sabia muito bem que mais importante que o fato é a sua versão", diz o baterista. "Renato tinha idéias e organizava o desespero." Pode-se dizer que é essa a revelação "bombástica" do especial. Ele segue com informações de domínio público, ao menos para os fãs mais fiéis, e passa pela curta vida do Aborto Elétrico, que foi formado em 1979 e, em fins de 1981, já mostrava sinais de desgaste. A crise teve início quando do aparecimento de músicas como Química, que, no entender de Lemos, passava ao largo da cartilha punk determinante para a crítica social de canções como Que País é Este?. Ele chega a cantarolar, com certo ar de deboche, o trecho: "Não saco nada de física/ literatura, gramática/ só gosto de educação sexual/ eu odeio química/ química". "Achei aquilo horrível, falei pro Renato que ele estava decaindo como letrista." O legionário Dado Villa-Lobos lembra que o fim do Aborto Elétrico foi causado por uma baqueta arremessada em Renato por Lemos. "Num show em Taguatinga, o Renato errou uma nota e o Fê jogou a baqueta lá de trás na cabeça dele, dizendo para que tocasse direito", diz o guitarrista. Voz e violão - Banda finada, o cantor deu vasão a sua faceta folk e passou a apresentar-se como o Trovador Solitário. Munido apenas de um violão, Renato abria os shows das bandas da cidade - Plebe Rude, XXX e Capital Inicial - interpretando suas novas composições épicas Eduardo e Mônica e Faroeste Caboclo. "Eram shows aos quais só mesmo a nossa galera ia, por isso ninguém estranhava muito aquela onda de música com violão", lembra Ronaldo Pereira, baterista do também brasiliense Finis Africae e atualmente empresário do grupo Autoramas. "Durante as apresentações do Trovador, ficávamos jogando moedas e chamando ele de Nélson Gonçalves e Waldick Soriano", diz Philipe Seabra, vocalista e guitarrista do Plebe Rude. "Mesmo assim, ele levava tudo na brincadeira, éramos um bando de moleques." O Legião Urbana deu os primeiros passos em 1983. Num primeiro momento, a banda teria apenas dois integrantes fixos: os fundadores Renato Russo e o baterista Marcelo Bonfá. Os outros músicos fariam participações eventuais. "Essa seria a idéia de Legião Urbana, ou seja, a cidade inteira participando" explica Dado, que entrou no grupo substituindo o guitarrista virtuose Lambari, totalmente estranho à estética pós-punk inglesa adotada pelo Legião Urbana. "Eu escolhia todos os meninos bonitinhos e via se eles tinham um mínimo de talento musical", ironizou o vocalista, anos mais tarde. "Vi os primeiros shows do Legião ainda no circuito underground paulista e fiquei completamente chapado´´, diz Nasi, vocalista do grupo Ira!. Ele lembra que os moicanos paulistas surpreendiam-se com aquela banda que mesclava agressividade e lirismo. "Eles tinham toda a atitute e performance punks envolta numa atmosfera ultra-romântica." Estouro - Ironicamente, foi a gravação dos Paralamas do Sucesso para a música Química que tirou o Legião Urbana do anonimato. Presente no repertório do primeiro disco de Herbert Vianna e companhia, a canção deixou os empresários da gravadora EMI entusiasmados. "Quando nos viram tomaram um susto porque era mais um trio de Brasília com vocalista de óculos", dizia Renato. O primeiro compacto trazia os hits instantâneos Geração Coca-Cola e Será, que estariam presentes no primeiro disco homônimo da banda. O megassucesso aproximava-se. E a rebordosa também. O tumultuado show no estádio Pelezão, em Brasília, em 1988, com um saldo de 385 feridos e o discurso inflamado de um perplexo Renato Russo é sintoma da histeria. O documentário faz referências aos excessos, em especial ao álcool e à cocaína, que sempre permearam o estilo de vida de Russo. Traz também o peso do termo messias, que passou a ser um sinônimo incômodo ao músico; a decisão corajosa de assumir a condição de homossexual e fazer disso seu principal estandarte. "Eu amo quem eu quiser´´, bradou ele, durante apresentação em Porto Alegre. As inúmeras crises de depressão e a morte decorrente de complicações da aids pontuam o documentário. "Renato Russo foi o nosso Jim Morrison (vocalista do mítico grupo americano The Doors, morto por overdose em 1971), ele foi aos extremos e nos deixou um legado de selvageria e lirismo", compara Nasi. "Sem dúvida, o melhor cantor da nossa geração."

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