Lollapalooza Brasil 2019: 'Estamos mais para Humble Pie', diz guitarrista do Greta Van Fleet


Às vésperas do show no Lollapalooza, Jake Kiszka fala sobre comparações com Led Zeppelin e ensina a criar um riff

Por André Cáceres
Atualização:

Desde que o Greta Van Fleet apareceu para o mundo com Highway Tune, a semelhança de sua sonoridade setentista com monstros sagrados do rock como Led Zeppelin, Rush e Deep Purple foi logo notada. Embora jovem, a banda americana formada pelos irmãos Josh (voz), Jake (guitarra) e Sam Kiszka (baixo), além do baterista Danny Wagner, todos com idades entre 19 e 22 anos, causou furor no mundo do rock e virou uma espécie de grupo “ame ou odeie”. Os rapazes de Frankenmuth, Michigan, já foram apontados como a salvação do rock e como mero pastiche dos clássicos.

Em ordem, Danny Wagner (bateria) e os irmãosJake (guitarra), Josh (voz) e Sam Kiszka (baixo) Foto: Universal Music Group

Com o EP duplo de estreia From the Fires (2017), porém, o Greta Van Fleet chamou atenção no festival Coachella de 2018 e levou para casa o Grammy de melhor álbum de rock – prêmio que o próprio Led Zeppelin levaria mais de quatro décadas para conquistar, com seu disco ao vivo Celebration Day. A linhagem de bandas consideradas salvadoras do rock é extensa e conta com nomes como Strokes, Arctic Monkeys, Black Keys, Wolfmother e Rival Sons. 

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Cabe ao Greta Van Fleet provar que não é só mais uma aposta como tantas outras. A banda vem ao Brasil para o Lollapalooza e duas apresentações solo, no Rio (5 de abril) e em São Paulo (8 de abril), e o guitarrista Jake Kiszka falou ao Estado sobre a expectativa para os shows: “O fato de que exista tanta gente no Brasil ansiosa para nos ver no palco não é algo que nós esperávamos que acontecesse.” No entanto, quando a comparação com o Led Zeppelin surge, ao fim da conversa, o músico se esquiva brincando: “Acho que ainda estamos mais para um Humble Pie”. Confira os melhores momentos da entrevista de Jake:

Tanta coisa já foi criada no rock que às vezes parece difícil inventar algo original. O que você tenta fazer ao criar um riff de guitarra? Eu tento subverter algumas das regras tradicionais do que técnica ou musicalmente faria sentido para manipular esses elementos e fazer algo diferente, que nenhum outro guitarrista tenha feito. O mais difícil é ter essa habilidade de realmente pensar fora da caixinha, mas é sempre um risco: entorte, mas não quebre as regras.

A forma como consumimos música atualmente muda algo na forma como vocês compõem? Hoje, qualquer coisa está a um botão em uma plataforma de streaming. Acho que isso nos dá um grande poder de escolha. A decisão de ouvir algo ou não está nas mãos do usuário. Acho que isso pode influenciar alguns artistas na hora de compor, mas não acredito tenha mudado nosso processo criativo em si.

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Essa sonoridade setentista é intencional ou é apenas a maneira natural que vocês têm de tocar e compor? Acho que é uma ordem natural na forma como nós escrevemos as músicas. Penso que isso tem muito a ver com o que nos influenciou por toda a nossa vida, as coisas com as quais nós crescemos convivendo. Então, em um sentido musical, o que fizemos foi homenagear os artistas que nos influenciaram, nos fizeram ser músicos e nos inspiraram a ser artistas. Muito do que acontece em termos de nossas composições é um olhar para os grandes trabalhos do passado. Creio que isso seja cíclico: um grupo de pessoas que olha para os mestres do passado e os reinterpretam.

Três dos integrantes do Greta Van Fleet são irmãos, então isso significa que seus pais provavelmente gostavam muito de música. Como eles transmitiram essa paixão para vocês?  Nosso primeiro contato com música veio de nosso pai, que tocava violão e gaita. Ele costumava cantar para nós à noite e tocava antigas canções de folk americano, de artistas como Woody Guthrie, Bob Dylan ou Burl Ives. Nossos pais foram um ponto de partida lógico, mas nós fomos crescendo a partir daí, colecionando discos. E uma boa parte desses álbuns era de música tradicional, blues de raiz, como Elmore James, Muddy Waters, Howlin’ Wolf, Lightnin’ Hopkins… Daí fomos progredindo para o rock, mas a maior parte do que nós ouvíamos era do início dos anos 1960 para trás.

É comum que membros de bandas briguem entre si. Quando se trata de irmãos, então, temos desavenças como a dos ex-Oasis. Como é a sua relação com seus irmãos na estrada? Acho que muito dessas brigas e disputas costuma acontecer mais cedo na vida. Agora que estamos em turnê e temos apenas um ao outro, acho que compartilhamos um grande respeito mútuo. Os conflitos ocorrem apenas por diferenças criativas. É aí que a coisa fica mais sangrenta.

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Bandas como o Greta Van Fleet devem moldar o rock para as próximas gerações. Em que direção vocês pretendem evoluir a partir de agora? É algo difícil de se dizer, escolher uma direção que devemos seguir. Acho que o caminho que estamos trilhando agora é bastante orgânico. Não acredito que sejam escolhas, mas pequenos crescimentos em momentos ao longo da trajetória por meio das experiências que nos formam.

Acompanhe aqui a cobertura do primeiro dia do Lolla 2019

Desde que o Greta Van Fleet apareceu para o mundo com Highway Tune, a semelhança de sua sonoridade setentista com monstros sagrados do rock como Led Zeppelin, Rush e Deep Purple foi logo notada. Embora jovem, a banda americana formada pelos irmãos Josh (voz), Jake (guitarra) e Sam Kiszka (baixo), além do baterista Danny Wagner, todos com idades entre 19 e 22 anos, causou furor no mundo do rock e virou uma espécie de grupo “ame ou odeie”. Os rapazes de Frankenmuth, Michigan, já foram apontados como a salvação do rock e como mero pastiche dos clássicos.

Em ordem, Danny Wagner (bateria) e os irmãosJake (guitarra), Josh (voz) e Sam Kiszka (baixo) Foto: Universal Music Group

Com o EP duplo de estreia From the Fires (2017), porém, o Greta Van Fleet chamou atenção no festival Coachella de 2018 e levou para casa o Grammy de melhor álbum de rock – prêmio que o próprio Led Zeppelin levaria mais de quatro décadas para conquistar, com seu disco ao vivo Celebration Day. A linhagem de bandas consideradas salvadoras do rock é extensa e conta com nomes como Strokes, Arctic Monkeys, Black Keys, Wolfmother e Rival Sons. 

Cabe ao Greta Van Fleet provar que não é só mais uma aposta como tantas outras. A banda vem ao Brasil para o Lollapalooza e duas apresentações solo, no Rio (5 de abril) e em São Paulo (8 de abril), e o guitarrista Jake Kiszka falou ao Estado sobre a expectativa para os shows: “O fato de que exista tanta gente no Brasil ansiosa para nos ver no palco não é algo que nós esperávamos que acontecesse.” No entanto, quando a comparação com o Led Zeppelin surge, ao fim da conversa, o músico se esquiva brincando: “Acho que ainda estamos mais para um Humble Pie”. Confira os melhores momentos da entrevista de Jake:

Tanta coisa já foi criada no rock que às vezes parece difícil inventar algo original. O que você tenta fazer ao criar um riff de guitarra? Eu tento subverter algumas das regras tradicionais do que técnica ou musicalmente faria sentido para manipular esses elementos e fazer algo diferente, que nenhum outro guitarrista tenha feito. O mais difícil é ter essa habilidade de realmente pensar fora da caixinha, mas é sempre um risco: entorte, mas não quebre as regras.

A forma como consumimos música atualmente muda algo na forma como vocês compõem? Hoje, qualquer coisa está a um botão em uma plataforma de streaming. Acho que isso nos dá um grande poder de escolha. A decisão de ouvir algo ou não está nas mãos do usuário. Acho que isso pode influenciar alguns artistas na hora de compor, mas não acredito tenha mudado nosso processo criativo em si.

Essa sonoridade setentista é intencional ou é apenas a maneira natural que vocês têm de tocar e compor? Acho que é uma ordem natural na forma como nós escrevemos as músicas. Penso que isso tem muito a ver com o que nos influenciou por toda a nossa vida, as coisas com as quais nós crescemos convivendo. Então, em um sentido musical, o que fizemos foi homenagear os artistas que nos influenciaram, nos fizeram ser músicos e nos inspiraram a ser artistas. Muito do que acontece em termos de nossas composições é um olhar para os grandes trabalhos do passado. Creio que isso seja cíclico: um grupo de pessoas que olha para os mestres do passado e os reinterpretam.

Três dos integrantes do Greta Van Fleet são irmãos, então isso significa que seus pais provavelmente gostavam muito de música. Como eles transmitiram essa paixão para vocês?  Nosso primeiro contato com música veio de nosso pai, que tocava violão e gaita. Ele costumava cantar para nós à noite e tocava antigas canções de folk americano, de artistas como Woody Guthrie, Bob Dylan ou Burl Ives. Nossos pais foram um ponto de partida lógico, mas nós fomos crescendo a partir daí, colecionando discos. E uma boa parte desses álbuns era de música tradicional, blues de raiz, como Elmore James, Muddy Waters, Howlin’ Wolf, Lightnin’ Hopkins… Daí fomos progredindo para o rock, mas a maior parte do que nós ouvíamos era do início dos anos 1960 para trás.

É comum que membros de bandas briguem entre si. Quando se trata de irmãos, então, temos desavenças como a dos ex-Oasis. Como é a sua relação com seus irmãos na estrada? Acho que muito dessas brigas e disputas costuma acontecer mais cedo na vida. Agora que estamos em turnê e temos apenas um ao outro, acho que compartilhamos um grande respeito mútuo. Os conflitos ocorrem apenas por diferenças criativas. É aí que a coisa fica mais sangrenta.

Bandas como o Greta Van Fleet devem moldar o rock para as próximas gerações. Em que direção vocês pretendem evoluir a partir de agora? É algo difícil de se dizer, escolher uma direção que devemos seguir. Acho que o caminho que estamos trilhando agora é bastante orgânico. Não acredito que sejam escolhas, mas pequenos crescimentos em momentos ao longo da trajetória por meio das experiências que nos formam.

Acompanhe aqui a cobertura do primeiro dia do Lolla 2019

Desde que o Greta Van Fleet apareceu para o mundo com Highway Tune, a semelhança de sua sonoridade setentista com monstros sagrados do rock como Led Zeppelin, Rush e Deep Purple foi logo notada. Embora jovem, a banda americana formada pelos irmãos Josh (voz), Jake (guitarra) e Sam Kiszka (baixo), além do baterista Danny Wagner, todos com idades entre 19 e 22 anos, causou furor no mundo do rock e virou uma espécie de grupo “ame ou odeie”. Os rapazes de Frankenmuth, Michigan, já foram apontados como a salvação do rock e como mero pastiche dos clássicos.

Em ordem, Danny Wagner (bateria) e os irmãosJake (guitarra), Josh (voz) e Sam Kiszka (baixo) Foto: Universal Music Group

Com o EP duplo de estreia From the Fires (2017), porém, o Greta Van Fleet chamou atenção no festival Coachella de 2018 e levou para casa o Grammy de melhor álbum de rock – prêmio que o próprio Led Zeppelin levaria mais de quatro décadas para conquistar, com seu disco ao vivo Celebration Day. A linhagem de bandas consideradas salvadoras do rock é extensa e conta com nomes como Strokes, Arctic Monkeys, Black Keys, Wolfmother e Rival Sons. 

Cabe ao Greta Van Fleet provar que não é só mais uma aposta como tantas outras. A banda vem ao Brasil para o Lollapalooza e duas apresentações solo, no Rio (5 de abril) e em São Paulo (8 de abril), e o guitarrista Jake Kiszka falou ao Estado sobre a expectativa para os shows: “O fato de que exista tanta gente no Brasil ansiosa para nos ver no palco não é algo que nós esperávamos que acontecesse.” No entanto, quando a comparação com o Led Zeppelin surge, ao fim da conversa, o músico se esquiva brincando: “Acho que ainda estamos mais para um Humble Pie”. Confira os melhores momentos da entrevista de Jake:

Tanta coisa já foi criada no rock que às vezes parece difícil inventar algo original. O que você tenta fazer ao criar um riff de guitarra? Eu tento subverter algumas das regras tradicionais do que técnica ou musicalmente faria sentido para manipular esses elementos e fazer algo diferente, que nenhum outro guitarrista tenha feito. O mais difícil é ter essa habilidade de realmente pensar fora da caixinha, mas é sempre um risco: entorte, mas não quebre as regras.

A forma como consumimos música atualmente muda algo na forma como vocês compõem? Hoje, qualquer coisa está a um botão em uma plataforma de streaming. Acho que isso nos dá um grande poder de escolha. A decisão de ouvir algo ou não está nas mãos do usuário. Acho que isso pode influenciar alguns artistas na hora de compor, mas não acredito tenha mudado nosso processo criativo em si.

Essa sonoridade setentista é intencional ou é apenas a maneira natural que vocês têm de tocar e compor? Acho que é uma ordem natural na forma como nós escrevemos as músicas. Penso que isso tem muito a ver com o que nos influenciou por toda a nossa vida, as coisas com as quais nós crescemos convivendo. Então, em um sentido musical, o que fizemos foi homenagear os artistas que nos influenciaram, nos fizeram ser músicos e nos inspiraram a ser artistas. Muito do que acontece em termos de nossas composições é um olhar para os grandes trabalhos do passado. Creio que isso seja cíclico: um grupo de pessoas que olha para os mestres do passado e os reinterpretam.

Três dos integrantes do Greta Van Fleet são irmãos, então isso significa que seus pais provavelmente gostavam muito de música. Como eles transmitiram essa paixão para vocês?  Nosso primeiro contato com música veio de nosso pai, que tocava violão e gaita. Ele costumava cantar para nós à noite e tocava antigas canções de folk americano, de artistas como Woody Guthrie, Bob Dylan ou Burl Ives. Nossos pais foram um ponto de partida lógico, mas nós fomos crescendo a partir daí, colecionando discos. E uma boa parte desses álbuns era de música tradicional, blues de raiz, como Elmore James, Muddy Waters, Howlin’ Wolf, Lightnin’ Hopkins… Daí fomos progredindo para o rock, mas a maior parte do que nós ouvíamos era do início dos anos 1960 para trás.

É comum que membros de bandas briguem entre si. Quando se trata de irmãos, então, temos desavenças como a dos ex-Oasis. Como é a sua relação com seus irmãos na estrada? Acho que muito dessas brigas e disputas costuma acontecer mais cedo na vida. Agora que estamos em turnê e temos apenas um ao outro, acho que compartilhamos um grande respeito mútuo. Os conflitos ocorrem apenas por diferenças criativas. É aí que a coisa fica mais sangrenta.

Bandas como o Greta Van Fleet devem moldar o rock para as próximas gerações. Em que direção vocês pretendem evoluir a partir de agora? É algo difícil de se dizer, escolher uma direção que devemos seguir. Acho que o caminho que estamos trilhando agora é bastante orgânico. Não acredito que sejam escolhas, mas pequenos crescimentos em momentos ao longo da trajetória por meio das experiências que nos formam.

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Desde que o Greta Van Fleet apareceu para o mundo com Highway Tune, a semelhança de sua sonoridade setentista com monstros sagrados do rock como Led Zeppelin, Rush e Deep Purple foi logo notada. Embora jovem, a banda americana formada pelos irmãos Josh (voz), Jake (guitarra) e Sam Kiszka (baixo), além do baterista Danny Wagner, todos com idades entre 19 e 22 anos, causou furor no mundo do rock e virou uma espécie de grupo “ame ou odeie”. Os rapazes de Frankenmuth, Michigan, já foram apontados como a salvação do rock e como mero pastiche dos clássicos.

Em ordem, Danny Wagner (bateria) e os irmãosJake (guitarra), Josh (voz) e Sam Kiszka (baixo) Foto: Universal Music Group

Com o EP duplo de estreia From the Fires (2017), porém, o Greta Van Fleet chamou atenção no festival Coachella de 2018 e levou para casa o Grammy de melhor álbum de rock – prêmio que o próprio Led Zeppelin levaria mais de quatro décadas para conquistar, com seu disco ao vivo Celebration Day. A linhagem de bandas consideradas salvadoras do rock é extensa e conta com nomes como Strokes, Arctic Monkeys, Black Keys, Wolfmother e Rival Sons. 

Cabe ao Greta Van Fleet provar que não é só mais uma aposta como tantas outras. A banda vem ao Brasil para o Lollapalooza e duas apresentações solo, no Rio (5 de abril) e em São Paulo (8 de abril), e o guitarrista Jake Kiszka falou ao Estado sobre a expectativa para os shows: “O fato de que exista tanta gente no Brasil ansiosa para nos ver no palco não é algo que nós esperávamos que acontecesse.” No entanto, quando a comparação com o Led Zeppelin surge, ao fim da conversa, o músico se esquiva brincando: “Acho que ainda estamos mais para um Humble Pie”. Confira os melhores momentos da entrevista de Jake:

Tanta coisa já foi criada no rock que às vezes parece difícil inventar algo original. O que você tenta fazer ao criar um riff de guitarra? Eu tento subverter algumas das regras tradicionais do que técnica ou musicalmente faria sentido para manipular esses elementos e fazer algo diferente, que nenhum outro guitarrista tenha feito. O mais difícil é ter essa habilidade de realmente pensar fora da caixinha, mas é sempre um risco: entorte, mas não quebre as regras.

A forma como consumimos música atualmente muda algo na forma como vocês compõem? Hoje, qualquer coisa está a um botão em uma plataforma de streaming. Acho que isso nos dá um grande poder de escolha. A decisão de ouvir algo ou não está nas mãos do usuário. Acho que isso pode influenciar alguns artistas na hora de compor, mas não acredito tenha mudado nosso processo criativo em si.

Essa sonoridade setentista é intencional ou é apenas a maneira natural que vocês têm de tocar e compor? Acho que é uma ordem natural na forma como nós escrevemos as músicas. Penso que isso tem muito a ver com o que nos influenciou por toda a nossa vida, as coisas com as quais nós crescemos convivendo. Então, em um sentido musical, o que fizemos foi homenagear os artistas que nos influenciaram, nos fizeram ser músicos e nos inspiraram a ser artistas. Muito do que acontece em termos de nossas composições é um olhar para os grandes trabalhos do passado. Creio que isso seja cíclico: um grupo de pessoas que olha para os mestres do passado e os reinterpretam.

Três dos integrantes do Greta Van Fleet são irmãos, então isso significa que seus pais provavelmente gostavam muito de música. Como eles transmitiram essa paixão para vocês?  Nosso primeiro contato com música veio de nosso pai, que tocava violão e gaita. Ele costumava cantar para nós à noite e tocava antigas canções de folk americano, de artistas como Woody Guthrie, Bob Dylan ou Burl Ives. Nossos pais foram um ponto de partida lógico, mas nós fomos crescendo a partir daí, colecionando discos. E uma boa parte desses álbuns era de música tradicional, blues de raiz, como Elmore James, Muddy Waters, Howlin’ Wolf, Lightnin’ Hopkins… Daí fomos progredindo para o rock, mas a maior parte do que nós ouvíamos era do início dos anos 1960 para trás.

É comum que membros de bandas briguem entre si. Quando se trata de irmãos, então, temos desavenças como a dos ex-Oasis. Como é a sua relação com seus irmãos na estrada? Acho que muito dessas brigas e disputas costuma acontecer mais cedo na vida. Agora que estamos em turnê e temos apenas um ao outro, acho que compartilhamos um grande respeito mútuo. Os conflitos ocorrem apenas por diferenças criativas. É aí que a coisa fica mais sangrenta.

Bandas como o Greta Van Fleet devem moldar o rock para as próximas gerações. Em que direção vocês pretendem evoluir a partir de agora? É algo difícil de se dizer, escolher uma direção que devemos seguir. Acho que o caminho que estamos trilhando agora é bastante orgânico. Não acredito que sejam escolhas, mas pequenos crescimentos em momentos ao longo da trajetória por meio das experiências que nos formam.

Acompanhe aqui a cobertura do primeiro dia do Lolla 2019

Desde que o Greta Van Fleet apareceu para o mundo com Highway Tune, a semelhança de sua sonoridade setentista com monstros sagrados do rock como Led Zeppelin, Rush e Deep Purple foi logo notada. Embora jovem, a banda americana formada pelos irmãos Josh (voz), Jake (guitarra) e Sam Kiszka (baixo), além do baterista Danny Wagner, todos com idades entre 19 e 22 anos, causou furor no mundo do rock e virou uma espécie de grupo “ame ou odeie”. Os rapazes de Frankenmuth, Michigan, já foram apontados como a salvação do rock e como mero pastiche dos clássicos.

Em ordem, Danny Wagner (bateria) e os irmãosJake (guitarra), Josh (voz) e Sam Kiszka (baixo) Foto: Universal Music Group

Com o EP duplo de estreia From the Fires (2017), porém, o Greta Van Fleet chamou atenção no festival Coachella de 2018 e levou para casa o Grammy de melhor álbum de rock – prêmio que o próprio Led Zeppelin levaria mais de quatro décadas para conquistar, com seu disco ao vivo Celebration Day. A linhagem de bandas consideradas salvadoras do rock é extensa e conta com nomes como Strokes, Arctic Monkeys, Black Keys, Wolfmother e Rival Sons. 

Cabe ao Greta Van Fleet provar que não é só mais uma aposta como tantas outras. A banda vem ao Brasil para o Lollapalooza e duas apresentações solo, no Rio (5 de abril) e em São Paulo (8 de abril), e o guitarrista Jake Kiszka falou ao Estado sobre a expectativa para os shows: “O fato de que exista tanta gente no Brasil ansiosa para nos ver no palco não é algo que nós esperávamos que acontecesse.” No entanto, quando a comparação com o Led Zeppelin surge, ao fim da conversa, o músico se esquiva brincando: “Acho que ainda estamos mais para um Humble Pie”. Confira os melhores momentos da entrevista de Jake:

Tanta coisa já foi criada no rock que às vezes parece difícil inventar algo original. O que você tenta fazer ao criar um riff de guitarra? Eu tento subverter algumas das regras tradicionais do que técnica ou musicalmente faria sentido para manipular esses elementos e fazer algo diferente, que nenhum outro guitarrista tenha feito. O mais difícil é ter essa habilidade de realmente pensar fora da caixinha, mas é sempre um risco: entorte, mas não quebre as regras.

A forma como consumimos música atualmente muda algo na forma como vocês compõem? Hoje, qualquer coisa está a um botão em uma plataforma de streaming. Acho que isso nos dá um grande poder de escolha. A decisão de ouvir algo ou não está nas mãos do usuário. Acho que isso pode influenciar alguns artistas na hora de compor, mas não acredito tenha mudado nosso processo criativo em si.

Essa sonoridade setentista é intencional ou é apenas a maneira natural que vocês têm de tocar e compor? Acho que é uma ordem natural na forma como nós escrevemos as músicas. Penso que isso tem muito a ver com o que nos influenciou por toda a nossa vida, as coisas com as quais nós crescemos convivendo. Então, em um sentido musical, o que fizemos foi homenagear os artistas que nos influenciaram, nos fizeram ser músicos e nos inspiraram a ser artistas. Muito do que acontece em termos de nossas composições é um olhar para os grandes trabalhos do passado. Creio que isso seja cíclico: um grupo de pessoas que olha para os mestres do passado e os reinterpretam.

Três dos integrantes do Greta Van Fleet são irmãos, então isso significa que seus pais provavelmente gostavam muito de música. Como eles transmitiram essa paixão para vocês?  Nosso primeiro contato com música veio de nosso pai, que tocava violão e gaita. Ele costumava cantar para nós à noite e tocava antigas canções de folk americano, de artistas como Woody Guthrie, Bob Dylan ou Burl Ives. Nossos pais foram um ponto de partida lógico, mas nós fomos crescendo a partir daí, colecionando discos. E uma boa parte desses álbuns era de música tradicional, blues de raiz, como Elmore James, Muddy Waters, Howlin’ Wolf, Lightnin’ Hopkins… Daí fomos progredindo para o rock, mas a maior parte do que nós ouvíamos era do início dos anos 1960 para trás.

É comum que membros de bandas briguem entre si. Quando se trata de irmãos, então, temos desavenças como a dos ex-Oasis. Como é a sua relação com seus irmãos na estrada? Acho que muito dessas brigas e disputas costuma acontecer mais cedo na vida. Agora que estamos em turnê e temos apenas um ao outro, acho que compartilhamos um grande respeito mútuo. Os conflitos ocorrem apenas por diferenças criativas. É aí que a coisa fica mais sangrenta.

Bandas como o Greta Van Fleet devem moldar o rock para as próximas gerações. Em que direção vocês pretendem evoluir a partir de agora? É algo difícil de se dizer, escolher uma direção que devemos seguir. Acho que o caminho que estamos trilhando agora é bastante orgânico. Não acredito que sejam escolhas, mas pequenos crescimentos em momentos ao longo da trajetória por meio das experiências que nos formam.

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